First Day of Spring escrita por Momorin


Capítulo 4
Magia


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, muito obrigada a todos que estão lendo. Só de saber há pessoas acompanhando minha história, me sinto muito mais motivada a continuar. Obrigada!



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– Como eu pude ser tão idiota?? – gritou a menina para si mesma – Meu deus, isso está acontecendo não está? Está acontecendo mesmo! – Fay saltitava e pulava sobre a neve, ainda não acreditando no que ela havia presenciado. Mal podia conter as risadas em sua voz, quando Jack Frost passou por ela mais uma vez ao sair do cemitério.

– Você é Jack Frost não é? – perguntou Fay. Mesmo que seu sorriso descarado denunciasse que ela já sabia a resposta, seus olhos brilhavam de ansiedade pela resposta. Aquela reação fez Jack soltar o primeiro sorriso desde que tomara conhecimento da tragédia.

– Hmm não sei. O que você acha? – respondeu o menino, atiçando ainda mais a ansiedade de Fay.

– Por favor, me diga! Eu sei que você é! – Fay batia os pés na neve e mordia os lábios, enquanto suas mãos fechavam-se em punhos.

– Qual é a graça de dizer se você já sabe a resposta? – disse Jack

Naquele instante, uma forte brisa gelada assoprou na direção dos dois. Fay fechou os olhos por um instante, e quando abriu, lá estava o belo rapaz de cabelos brancos, voando pelos céus. Ele estava de braços abertos, como se abraçasse o vento, que como resposta, o empurrava cada vez mais para o alto.

– Incrível! – gritou Fay, voltando a ter 6 anos idade.

Lembrou-se da mesma magia que sentiu quando olhava para o céu com seu pai, quando ouvia as histórias. Histórias sobre Jack Frost. Sem pensar duas vezes, Fay levantou seus braços para o céu, como se pudesse pegar Jack com mãos, sentindo o vento a envolver, desde a ponta dos dedos, até os fios de cabelo.

Em poucos segundos, do mesmo jeito que a brisa havia chegado, ela se foi. Os cabelos longos e ondulados de Fay já não voavam mais e Jack estava descendo lentamente , pondo um pé de cada vez sobre o chão. O rapaz encerrou fazendo uma reverência, assim como alguém que termina um show de mágica. E é claro que foi recebido com aplausos afobados e o sorriso incontrolável que havia se formado no rosto de Fay.

– Nossa, eu nem sei o que dizer... – começou a menina com os olhos inquietos e respiração forte. Seu coração parecia que podia tocar uma música em alguma balada. – Tenho tanta coisa para te perguntar!

– Não sei se você sabe mas eu não sou do tipo de pessoa que fica muito em um só lugar – respondeu Jack pondo uma das mãos no bolso. A outra segurando o cajado, como sempre.

– Por favor, fique só um pouco – implorou Fay

Jack podia jurar que os olhos da garota haviam crescido enquanto ela fitava os seus. Aquele azul parecia puxá-lo para dentro, como um redemoinho em alto mar. Incapaz de recusar algo diante daquele olhar, ele suspirou. Mas não era como se ele realmente estivesse planejando ir embora sem mais nem menos. Seu suspiro foi por não poder mais provocar a criança dentro de Fay.

– Tudo bem... – falou Jack, como se estivesse incomodado. – Mas só um pouco! – ele alertou, apontando o dedo indicador na direção da menina.

– Yeah! – exclamou Fay, fazendo pose de vitória. – Vamos para minha casa, assim agente conversa melhor – continuou, puxando as mangas do moletom azul de Jack.

– Sua casa? – indagou o garoto.

– É. Bem, na verdade a casa do meu pai e da Sophie. – respondeu Fay dando de ombros

– Sophie? Aquela garotinha?

– Hahaha. Não sei quando você a conheceu, mas posso lhe garantir que ela não é mais uma garotinha – respondeu Fay, puxando Jack com cada vez mais força – Sinceramente, por que não veio antes? – Exclamou aos pulos.

Quando percebeu sua péssima escolha de palavras, já era tarde. Olhou para trás e viu o triste semblante de Jack

– Mas isso não importa – voltou a dizer a menina – Deve ser difícil para você ter de visitar cada amigo que faz por aí não é? Eu imagino – continuou, tentando reconfortar o rapaz – Além do que... Apenas o fato de se encontrar alguém como você, nem que seja uma única vez, já é o suficiente para guardar alegrias para uma vida toda.

Ao ouvir aquelas palavras, Jack parou de acompanhar os passos apressados de Fay. Como ela estava puxando o braço dele, quando ele parou, ela também parou de súbito, quase caindo.

– Mas o que – Fay ia começar a falar, mas perdeu o rumo de seus pensamentos ao perceber as duas mãos de Jack na mão que antes estava puxando as mangas o menino.

– Obrigado Fay – interrompeu Jack, sorrindo enquanto fitava os olhos da menina

Fay, depois de ficar segundos paralizada e boquiaberta sentiu suas bochechas queimando de dentro para fora. E de repente parecia que o verão havia chegado novamente.

– N-Não foi nada... – Respondeu a garota, desviando o olhar – Agora vamos logo, antes que minhas tias briguem comigo – e virou-se, correndo como se pudesse deixar para trás a vergonha que estava sentindo. E Jack voou atrás dela.

– Gente, voltei! – falou Fay enquanto fechava a porta da frente.

Jack estava com ela, mas provavelmente ninguém ia perceber. Ele havia explicado antes de entrarem que apenas aqueles que acreditavam nele poderiam vê-lo, por isso quase nunca era notado por adultos.

– Faith Bennet! Você sabe que é perigoso para alguém como você ficar tanto tempo lá fora! Por que demorou tanto? – perguntou Wanda um tanto quanto zangada, pondo suas mãos nos ombros de Fay.

– Ah eu... Eu me distraí com a neve – respondeu Fay, sem dar muita importância para o sermão da tia, e subiu as escadas até se quarto

– Mas esse é o... – disse Jack ao entrar pelas portas do quarto

– Sim, é o antigo quarto do meu pai – completou Fay, sentando de pernas cruzadas em sua cama depois de tirar as botas – Eu não moro aqui, mas uso esse quarto quando venho pra cá.

Jack ficou ali de pé, se lembrando da primeira vez que havia falado com Jamie, a primeira vez que alguém havia acreditado nele. Mas logo afastou aqueles pensamentos nostálgicos de sua cabeça.

– Então, o que tanto você queria perguntar – Disse Jack finalmente, sentado na escrivaninha em frente a cama, brincado de girar seu cajado no ar.

– Ué, não é óbvio? Como você conheceu meu pai? Como ele era? – perguntou Fay com sua ansiedade, fitando os olhos de Jack em busca de uma resposta

– É uma longa, longa história... – disse Jack, achando graça da ansiedade de Fay – Tem certeza de que quer ouvir tudo? Pode ficar chato.

Jack agora arqueava uma de suas sombrancelhas e a encarava de um jeito desafiador. Mas novamente, é claro que ele já sabia a resposta.

– Jack Frost, você pode ser muitas coisas, mas chato não é uma delas. Eu adoraria ouvir sua história – falou Fay, agora segurando sua cabeça com as mãos, e os braços apoiados em seus joelhos dobrados. A posição perfeita para se ouvir uma história.

As palavras gentis da jovem pegaram Jack de surpresa novamente. Por um instante ele não sabia o que dizer. Logo depois, respirou fundo e começou a contar a história. Sobre os guardiões, sobre o homem na lua, sobre como Breu estava estragando os sonhos das crianças. E é claro, sobre Jamie, sobre como eles se conheceram e como aquele encontro havia sido importante para Jack.

Horas se passaram. Os dois conversaram até o sol se por e riram até ficarem com dor de barriga. Repentinamente, Sophie abre a porta do quarto, encontrando um casal de adolescentes deitados na cama.


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Notas finais do capítulo

Feliz 2015!