A dor no peito, o nó que castigava minha garganta e as insistentes lagrimas que vinham aos meus olhos, mas não as deixava cair.

Já estava acostumado com toda essa dor que me preenchia por dentro.

Não havia um dia no qual eu não o olhasse, passava horas a adimirar o que nunca seria meu.

O coração bate forte no peito ao vê-lo chegar, minha vontade é de sair correndo em sua direção e abraça-lo, talvez se o fizesse nunca mais o soltaria, por medo de não o ter mais por perto.

A dor que sentia só almentava quando me sentava sozinho no banco do pátio. Podia observa-lo aos beijos com o namorado russo.

Eu via tudo. Cada beijo, cada carinho e cada palavra apaixnada que trocavam entre si.

No fundo sabia que o chinês nunca seria meu. Nunca poderia toca-lo como o russo o toca, nunca poderia dizer-lhe o quanto o amo.

A cada dia que passa sinto-me mais desgastado pea dor.

Ela dilacera meu coração, se infiltra em minha mente e a cada dia me deixa mais insano.

Não aguentava mais essa vida. Já tomei minha descisão.

Voltava para casa, o coração batendo loucamente em meu peito, não iria voltar atrás.

Abri lentamente o portão, a cada passo, mais fraco, mais insano e fora de mim. Anestesiado pela dor e pelo sofrimento.

Caminhei até a cozinha, peguei o faqueiro do meu pai e escolhi a com a lamina mais afiada. Tomando todo o cuidado para que não fosse a sua favorita.

Guardei o faqueiro, olhei atentamente a lamina em minhas tremulas mãos, serviria exatamente para o que eu queria.

Andei a passos firmes até meu quarto, a faca sendo segurada com força.

Meu quarto... O único lugar onde podia expressar o que realmente sentia. Nele haviam inumeros desenhos, colados na parede, no teto, na mobilia e pelo chão.

Em todos só eram representadas duas pessoas. Eu e o lindo asiatico que roubara meu coração.

Cada momento que desejava passar ao seu lado estava representada ali. Não importa o quão impudico fosse.

Peguei o desenho do qual mais gostava.

Sentei-me na borda da cama com calma, e o coloquei sobre meu colo, queria que essa fosse a ultima coisa que eu visse.

Apertei mais a faca em minha mão direita, apenas um golpe e todo o meu sofrimento iria embora.

Levei-a até meu pescoço e posisionei na veia certa, agora falta pouco para tudo acabar.

Finalmente fiz a lamina cortar minha pele, rapida e agil.

Sorri, teria paz logo.

O corpo caiu desfalecido na cama, um ultimo suspiro foi ouvido.

E no meio do ambiente vazio só se pode ouvir uma fraca e rouca voz.

- I love you, Yao Wang...