Três descendentes da sabedoria e do mar

Antes de completar 18 anos, terão

Que o vácuo encontrar

Pois se não o derrotar,

O mundo acabará em escuridão

Todos do acampamento estavam tranquilos aproveitando o final das férias depois da derrota de Gaia. Havia um alívio maior pelos delfos estarem calados e a reconstrução dos livros sibilinos não terem nem começado. A última coisa que queria era me preocupar com uma nova profecia, mas não podia mais continuar escondendo o que tinha descoberto no laptop de Dédalo. Não podia revelar antes, pois havia a profecia de Cronos e logo depois veio a dos Sete, mas havia chegado a hora naquele momento.

Estava na casa grande com Quíron sentando em sua cadeira em volta da mesa de ping pong e Percy sentado ao meu lado, com a camisa do acampamento de bermuda e chinelos, estávamos no lado oposto de Quíron na mesa. Marquei essa reunião com apenas nós três, pois não queria preocupar os outros campistas por enquanto. Os dois olhavam apreensivos pra mim.

– Chamei vocês dois aqui, pois quando estava estudando o lapto...

Um barulho de explosão me interrompeu logo no começo da explicação, com olhar disse para Percy que precisamos ver o que está acontecendo e instantaneamente estávamos correndo na direção que veio o som da explosão, Percy com a contracorrente na mão e eu com minha espada de Drakon. Ao chegarmos no local vimos que foi a fonte que fica no meio dos chalés foi destruída e já havia um circulo de campistas em volta da explosão todos falavam ao mesmo tempo, muitos armados e apontavam as armas para o centro do círculo. Logo meus olhos encontraram no que, ou melhor, em quem estavam observando e apontando suas armas. Dois jovens, um menino e uma menina, aparentemente 17, 18 anos, vestidos com armaduras gregas completas, mas logo fiquei paralisada, antes de chegar ao local da explosão, quando percebi tamanha semelhança. O menino era idêntico ao Percy a não ser pelo cabelo e os olhos, que eram loiros e cinzas como os meus. Já a menina era o meu reflexo, que vejo toda vez em que me olho no espelho, porém com olhos da cor verde mar e cabelos pretos. Ambos possuíam marcas no ombro, o garoto um tridente no máximo 5 cm de comprimento e a menina uma coruja da mesma proporção.

Percy parou junto a mim e me fitava com os seus olhos que como sempre diziam que não estava entendendo nada, Piper a me ver, saiu do meio dos campistas e correu em minha direção, comecei a pensar no que deveria fazer e na melhor maneira de agir.

– Alguém já se comunicou ou estão todos analisando a situação ainda? – Perguntei antes de ela ficar ao meu lado.

– Segunda opção – Piper me respondeu encarando, compreendi seu olhar, ela também tinha percebido as semelhanças.

– Então você e eu iremos conversar com eles, você usará seu charme no diálogo – Piper entendeu minhas intenções e acenou com a cabeça, me virei a Percy – Você nos acompanha para nos dar cobertura, mas creio que não será preciso, além do mais é praticamente o acampamento inteiro contra os dois.

Aproximamo-nos com calma e logo os campistas abriram caminho para chegarmos até os jovens, embaíamos nossas espadas, devíamos evitar mais hostilidade, além de vários semideuses os cercando e apontando suas armas.

– Pessoal abaixem essas armas - disse em voz alta e autoritária, todos atenderam meu pedido, alguns filhos de Ares reclamando. Olhei para Piper e ela entendeu que era hora do charme.

– Quem são vocês? – perguntou ela com a voz carregada de charme – Por que destruíram a fonte?

– Pode poupar o charme não funciona conosco – disse a menina rapidamente com indiferença – nos desculpem pela explosão foi um acidente – ela acrescentou com sinceridade na voz.

Piper e eu nos olhamos perplexas pelo charme não fazer efeito já que ele colocou Gaia para dormir. Então tomei à dianteira.

– Tudo bem, arrumamos isso depois – olhei para meu meio irmão que saiu correndo para o chalé para começar um mini projeto para uma nova fonte – mas quem são vocês?

– Meu nome é Damásen – disse o menino me olhando com curiosidade.

– Zöe – disse a menina dando um pequeno sorriso para mim.

Okay, isso acabou definitivamente comigo, não podia ser o que estava pensando isso era impossível.

– Todos dispersando – Gritei ordenado para todos, com a voz e a cara impedindo qualquer objeção – Percy e vocês dois vamos para casa grande agora, Piper muito obrigada, depois comunico você.

Sei que Piper ficou um pouco decepcionada comigo, mas queria confirmar minhas suspeitas primeiro, para depois todos ficarem sabendo. Caminhei apressadamente para casa grande torcendo para Quíron estar exatamente como estava antes de sairmos correndo, não precisei olhar para trás para saber que os três me acompanhavam tentando manter meu ritmo.

Graças aos deuses Quíron estava lá como antes, esperei todos entrarem não dei nem tempo de eles respirarem, muito menos de se sentarem.

– De qual deuses vocês são descendentes? – acrescentei rapidamente lembrando que Quíron não viu o que aconteceu lá fora - A explosão foram eles, porém foi um acidente.

– O certo não seria de quem são filhos Annabeth? – Percy perguntou me olhando com a cara mais confusa possível.

– Ela está certa pa.. Percy – disse Damásen.

– Somos legados – disse Zöe se sentando à mesa de pin pong e foi seguida por todos nós, Percy ao meu lado, é claro.

– Filhos de semideuses, não de diretamente de um deus como nós – eu acrescentei explicando para Percy.

– Entendi, mas então, são desentendes de qual deus ou deusa? – Percy perguntou se virando para os meninos que sentaram um de cada lado de Quíron que só observava com atenção.

– Atena – disse o menino – e Poseidon – acrescentou a menina.

– Somos gêmeos bivitelinos – Continuou o menino.

– Ou seja, não nos parecemos um com outro – disse Zöe.

– Mas idênticos aos pais? – perguntei apreensiva, admito, com medo e pensando em todas as probabilidades de isso ser realmente possível, um turbilhão de sensações dentro de mim, perambulando em minha mente inquieta. Mas fiquei de boca aberta quando os dois entraram em ataque de risos, fiz companhia a Percy, fiquei sem entender o porquê das risadas - podem me explicar as risadas? – perguntei com irritação e impaciência na voz.

– Desculpa, mas sabíamos que você logo entenderia, principalmente depois dos nomes – disse Zöe tentando se recuperar da risada.

– Annabeth? – Percy me chamou pedindo explicação com o olhar.

– Cabeça de alga, meu querido, repare nela ponha meus olhos e meu cabelo nela e me diz com quem ela parece e depois faça isso com ele, mas com seus olhos e cabelo.

– Você e eu – disse Percy inicialmente sem dar importância, mas depois de ligar tudo o que foi dito – Eles são... eles são...

– Ai papai, desembucha logo – disse Zöe.

Foi informação demais para a cabeça de Percy ainda não acredito que ele desmaiou ouvindo a palavra papai de Zöe, realmente não acredito que ele fez isso.

– Acho que está na hora de você continuar a reunião Annabeth – aconselhou Quíron.

– Agora tudo faz sentindo – disse em meios pensamentos, começando a entender tudo ou quase tudo – A profecia que encontrei, junto com o começo de um projeto... Fiquei intrigada por estarem juntos, achei que eu que coloquei juntos sem perceber... Mas espera...

– Acho melhor você dizer a profecia primeiro – disse Quíron.

– Três descendentes da sabedoria e do mar

Antes de completar 18 anos, terão

Que o vácuo encontrar

Pois se não o derrotar,

O mundo acabará em escuridão

“Encontrei junto com inicio de um projeto de uma máquina do tempo no laptop, como já estávamos no meio de profecias achei melhor guardar comigo até tudo se resolver, já tínhamos problemas demais.”

– Posso levar o papai para o chalé? – Damásen perguntou – ele já esta babando.

– Acho melhor por no quarto aqui mesmo, se não vão achar que foi você que o deixou assim, e tentaram de matar – disse Quíron – Sabe onde ficam os quartos?

– Sei sim – falou Damásen – Pode por em qualquer um?

– Pode sim

– Mamãe a senhora e o tio Léo terminaram o projeto e a senhora nos mandou apenas dizendo para encontra-la e contar quem éramos.

Ouvir a palavra mamãe me deu um aperto no coração, e foi algo muito bom e ao mesmo tempo estranho de se ouvir de uma menina da minha idade, agora ouvir a palavra Léo me encheu de alegria, queria dizer que o moleque estava vivo!

– Espera o Léo? O Léo dos Sete?

– O Léo gostosão? – disse a menina dando risada – esse mesmo.

– Por que aquele ordinário não voltou até agora? - disse com raiva – todos acham que ele esta morto!

– Creio que não posso contar sobre o futuro – disse ela se encolhendo na cadeira assustada comigo.

– Desculpa, não queria...

– Estava pensando na profecia – disse Damásen me interrompendo e sentando de volta em seu lugar, ainda bem! – Três descendentes da sabedoria e do mar, isso é fácil descendentes de Atena e Poseidon, nós dois... então apenas dois, quem seria o terceiro?

– Só tenho dois filhos?

– Sim, e mesmo assim tem muito deuses irritados com isso – disse Zöe

– Apesar de todos acharem que legados são mais fracos que semideuses, somos mais fortes – disse Damásen com olhar humilde e envergonhado – como temos 75% de nascer com os alelos dos deuses, entre esses, 25% podemos nascer homozigotos com alelos Dominantes dos deuses... (lei de Mendel)

– Ela sabe sobre genética é a nossa mãe! – disse Zöe – e também sabe que todos possui medo de nós, pois não somos legados comuns, somos netos de POSEIDON E ATENA, e como se só isso não fosse o bastante somos filhos dos maiores heróis do Olimpo, okay tem esse fato também que estamos nesse 25%...

– Humilde como sempre - disse Damásen como um sussurro.

– O que você disse?

– Vocês dois parem agora – disse brava.

– Nas histórias e lendas antigas dizem – Quíron começou a falar depois de observar tudo o que falávamos e pensar – que quando duas pessoas se casam elas se transformavam em uma só carne, uma só pessoa. Elas deixam de ser duas pessoas independentes e se tronam uma só, uma dependendo da outra para viver.

– Quíron eu entendi isso certo? – perguntei...