The phoenix escrita por estrelinha


Capítulo 6
Deaton


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos e queridas. Eu sei que demorei mais do que devia para postar, mas aí está o capítulo, espero que gostem! Um beijão.



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Fiquei alguns segundos pensando sobre o que significava aquilo, quem deixou aquele pacote em cima do balcão? Ah, claro que foi Marjorie, só pode ter sido ela, ninguém mais tem acesso à casa. Mas de qualquer maneira, eu estava louca para ler aquilo. Peguei o café, sentei à mesa e abri a primeira página do diário.

07 de Outubro de 1997

As pessoas não acreditariam em mim, mas de qualquer maneira, eu preciso falar, ou nesse caso, escrever, por esse motivo comprei este diário estúpido. É uma maneira de desabafar e revelar todos os meus segredos sem ser chamada de louca.

Tudo começou a um mês atrás, Max, meu namorado, ou melhor, ex namorado me traiu. Pode parecer idiota, porém, eu o amava e me entreguei ao sofrimento e profunda depressão, naquele momento eu achava que nunca mais seria feliz. Eu estava errada, é claro, mas foi durante os dias de sofrimento e ingenuidade que tudo começou a acontecer: Meus olhos começaram a mudar de cor e os meus sentidos evoluíram de tal modo que agora eu consigo ouvir e enxergar coisas a longo alcance, isso sem falar dos reflexos involuntários que me renderam o título de capitã do time feminino de basquete do colégio Devenford. Foi por causa dessas mudanças que a minha alto-estima se regenerou e Max passou a ser insignificante. Eu me sentia o máximo, principalmente quando percebi que o meu corpo curava-se rapidamente, um músculo tensionado ou um osso quebrado demoravam segundos para voltarem ao seu perfeito estado. No entanto, toda essa situação surreal me remetia a dúvida, afinal, o que estava acontecendo comigo?

Foi quando eu conheci Deaton!

Virei a página me deparando com um monte de nada! Apenas a primeira página estava escrita, as outras estavam em branco, entre elas algumas páginas estavam faltando, como se tivessem sido arrancadas. Aquilo me fazia ter vontade de chorar, a minha vida tornou-se uma bagunça cheia de mistério, onde incêndios inexplicáveis acontecem, coisas aparecem no balcão da cozinha e adolescentes viram lobisomens!

Mas de qualquer maneira, a frase ‘’ Foi quando encontrei Deaton! ‘’ me parecia uma pista, isso sem falar do nome Katherine Thommas.

Fui para o meu quarto e me coloquei diante do computador, digitei o nome da dona do diário no google, apareceram diversos resultados até que um me chamou a atenção, abri a página e me deparei com a notícia.

KATHERINE THOMMAS ESTÁ MORTA!

Após semanas de busca, o corpo foi encontrado na floresta de Beacon Hills, o mesmo parecia intacto e sem sinais de violência, especula-se que a jovem de vinte anos tenha tido um ataque fulminante do coração. A família não quis dar depoimento, o funeral será marcado por uma cerimônia simples apenas com pessoas da família e amigos mais próximos.

[...]

– Ivie, acorda menina! – minha tia batia na porta. Eu estava com o modo zumbi ativado quando levantei e caminhei derrubando tudo pelo caminho. Eu definitivamente ainda não estava acordada, apenas meu corpo cambaleava com dificuldade, mas meus olhos continuavam pregados.

– Oi... – falei abrindo a porta. Fiquei a madrugada acordada tentando encaixar as peças do quebra cabeça que tinha se tornado a minha vida.

– Por que ainda não está pronta? Esqueceu que tem aula? – questionou com os braços cruzados.

– Huum... eu sei, já vou me arrumar. – murmurei fechando a porta novamente. Meu cérebro mandou que eu despertasse, mas meu corpo sugeriu que seria uma boa ideia me jogar na cama. É claro que eu segui o conselho do meu corpo.

– IVIE, EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ DEITADA NA CAMA!! – berrou Marjorie do outro lado da porta. Isso fez com que eu levantasse em um sobressalto. É, talvez as habilidades paranormais dela sejam verdadeiras.

De qualquer maneira, naquele dia eu não estava nem um pouco afim de me arrumar. Por isso, depois do banho amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e vesti uma calça jeans acompanhada de uma camiseta preta e um casaco que me deixava quentinha e confortável, para finalizar, calcei meu par de all star velho e surrado.

– Não fale nada! – avisei me arrastando pelas escadas enquanto Marjorie tomava o café da manhã. Ela tentou reclamar do meu visual mas acabou balançando a cabeça e dando de ombros. – De onde você tirou o pacote que estava em cima do balcão ontem? – indaguei.

– Que pacote?

– Um pacote amarelo com o meu nome escrito.

– Ivie, acho que você sonhou, não havia pacote nenhum aí. – retrucou me encarando com certa preocupação. – Você está bem? Talvez queira algumas sessões com a psicóloga, conversar vai te fazer bem e...

– Não! Eu estou bem, só estou... cansada! – exclamei exausta. – É apenas isso. – falei antes de dar as costas e sair dali.

[...]

O professor de economia falava algo sobre Capitalismo, mas eu não estava prestando atenção, eu estava rabiscando em um bloquinho de papel itens como:

1. Oque eu sou?

2.O quê ou quem é Deaton?

3.Afinal, quem é Katherine Tommas e como aquele diário foi parar em casa?

4.Quem ou o quê tem causado os incêndios na cidade?

5.Quem é essa garota que fica de conversa fiada com o Liam? (Não que isso me incomode!)

6.E por qual motivo, causa ou consequência esse professor grita tanto!?

Aqueles eram alguns dos meus questionamentos. O sinal tocou, entretanto, antes que eu pudesse dar o fora dali e me entupir de carboidrato no refeitório, um garoto negro de aparência alegre e amigável sentou ao meu lado, eu já o tinha visto algumas vezes com o Liam, eles pareciam ser muito amigos.

– Oi, eu sou Mason. – se apresentou simpático.

– Sou Ivie. – repeti o gesto.

– É, eu sei o seu nome, Sam não para de falar em você. – comentou e eu o encarei com dúvidas. Afinal, quem era Sam? Mason deve ter entendido o meu olhar confuso pois apontou disfarçadamente o rapaz de aparência latina. Ele era muito bonito, eu tinha que admitir.

– Ah sim, ele é da minha turma de espanhol. – lembrei que o garoto em questão sempre sentava atrás de mim e sempre me fazia algumas perguntas sobre a aula, porém nunca se apresentou.

– O que acha dele? – perguntou Mason com um olhar interrogativo.

– Bonitinho. – respondi naturalmente.

– O quê? Fala sério, ele é muito mais que bonitinho, ele é... gostoso! – anunciou e eu ri.

– É, você está certo! – concordei olhando de soslaio para o tal de Sam. O amigo de Liam mordeu o lábio inferior.

– Então... você vai fazer algo hoje à noite?

– Talvez eu precise estudar economia. – falei lembrando que não havia prestado atenção na aula.

– Ah, que pena! Eu queria convidar você para jantar lá em casa, quero dizer, estamos todos em casais e sei que Sam vai se sentir deslocado entre mim e Martin. – disse dando uma piscadela para um outro rapaz. Seu suposto namorado eu presumi – Além disso, Liam vai com Chelsie. – comentou conseguindo o meu interesse imediato.

– Chelsie? – perguntei sutil.

– É, a namorada do Liam...bem, ele diz que não estão namorando, mas isso é só questão de tempo, eu acho. Mas e então... você vai? Seria realmente muito bom se fosse. – sugeriu com olhar pidão. Lembro que da última vez em que eu aceitei esse tipo de convite, fui encurralada por meia dúzia de pessoas que me acusavam e ameaçavam de algo que eu não sabia no dia do meu aniversário. Mas de qualquer maneira, resolvi arriscar.

– Ok... eu vou! Só não sei onde é a sua casa.

– Ah, não tem problema, eu peço para o Liam te buscar, ele comentou que foi na sua casa uma vez. – mencionou Mason.

– E por que ele disse que foi até a minha casa? – eu quis saber.

– Ah, ele só disse isso para fazer ciúmes no Sam, o cara tá caidinho por você. – esclareceu me lançando uma piscadela camarada e levantado em seguida. – É isso! eu vou nessa. Te vejo mais tarde. – se despediu e eu assenti.

Chelsie! bem, pelo menos o item 5 da minha listinha estava em andamento, agora eu precisava esclarecer os outros mais importantes. Saí da sala de aula em busca do X bacon com batatas fritas que eu pretendia consumir no intervalo.

E foi assim, eu estava sozinha em uma das mesas do refeitório, saboreando minhas batatas fritas e crocantes enquanto rabiscava um nome no meu bloco de anotações: Deaton.

– Por que está sozinha? – ouvi alguém falando enquanto sentava ao meu lado. Virei o rosto para encarar o rosto do indivíduo, se tratava de Stiles, é claro.

– Porque talvez eu queira ficar sozinha. – retruquei deixando cair sem querer o meu bloco de anotações. Eu poderia pegá-lo do chão, mas é claro que Stiles era hiperativo e sempre estava pronto para ajudar, então foi ele quem pegou o objeto e ‘’sem querer’’ leu o que estava escrito.

– Está apaixonada pelo veterinário? – indagou com a sobrancelha arqueada e um meio sorriso irônico.

– Como assim? Que veterinário?

– Ora, Deaton! – respondeu apontando para o nome que eu escrevi. Encarei Stiles com o olhar semicerrado.

– Pode me dar o endereço dele? – pedi com desespero.

– Claro, mas por quê? – questionou desconfiado.

– Vou ficar te devendo essa resposta, mas acredite, é algo muito importante para mim.

[...]

É claro que para sair da escola eu tive que fingir que estava me sentindo mal, eu sabia que era uma péssima mentirosa, mas naquele momento o desespero fez com que eu me saísse bem na arte de atuar. Cheguei até a clínica veterinária e praticamente invadi o consultório do tal Deaton.

– Quem é você? – perguntou um homem baixinho de aparência robusta, ele estava usando um jaleco, então eu tive a certeza de que aquele era o veterinário.

– Preciso que me diga tudo o que sabe sobre Katherine Thommas.

Notas Finais


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