Agente Romanoff escrita por Gabe Nick


Capítulo 24
O Soldado do Inverno


Notas iniciais do capítulo

Eu to desesperada kk
Eu to com um terrível caso de bloqueio criativo, por favor sejam pacientes ;)



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Memorias vieram correndo pela sua mente aquela voz era com um pesadelo distante que ela tentava esquecer, da última vez que ela a ouviu ele estava atacando ela com os punhos, Nadia não pensou que essa seria a sua primeira memoria ao encontra-lo, ela achava que ficaria feliz, animada e aliviada, mas não ela estava se esforçando para não ter um ataque de pânico, ela se lembrou da dor e do medo por sua vida, enquanto ela caiu do porta-avião e tinha certeza que era seu fim ela achava que já tinha sua cota de estresse pós-traumático, mas aparentemente ela estava errada. Aquela voz a assustou, mas ela engoliu o medo e virou lentamente, a moça ao seu lado copiando seu movimento como um espelho e deu de cara com o Soldado.

Já Lilian, ela estava nas nuvens, a voz não era nada como ela imaginava, era muito mais forte porem quebrada ela viu como Nadia ao seu lado estremeceu e começou a se virar como disse o homem atrás delas, ela copiou o movimento da agente e se deparou com o homem, ela já observou todas as fotos dele, todas os vídeos de segurança ou imagens na internet, jornais e bancos de dados, antes e depois de se tornar quem ele é, e agora ela estava aqui olhando para ele vendo sua roupa bagunçada, cabelo longo cobrindo o olho e seu braço de metal, apesar de sua voz ele parecia amedrontado e um tanto confuso, ela teve uma vontade de caminhar em sua direção e tocar em seu rosto para ver se ele era real.

— Soltem as armas – Bucky falou novamente

Nadia soltou a dela e se virou para Lily, ela ainda segurava sua arma em frente ao seu corpo, olhos arregalados boquiaberta, olhando para o homem em sua frente como se ele fosse de mentira, Nadia tocou em seu braço e ela olhou para ela, Nadia então olhou para sua arma na mão da garota e essa entendeu jogando a arma no chão e chutando ela para longe de si, o Soldado que segurava também uma arma em frente do corpo abaixou ela lentamente e seu rosto vagou entre as duas jovens parando na ruiva.

— Nos conhecemos – Ele disse – Eu não atirei em você?

— Na verdade eu sou a filha dela Nadia Romanoff

— A Ultima Vingadora – Ele disse para si mesmo.

Depois de ter salvo a agente e seu parceiro do porta-avião Bucky andou pelo país por um tempo e ele tirou uns momentos para ir até um tipo de galeria chamada de Museu dos Herois, onde falava dos Vingadores, alguma coisa sobre aquele escudo e o nome Capitão America lhe chamou atenção, chegando lá, ele reconheceu a foto desse rapaz o que disse as mesmas palavras que Nadia falou quando ele a machucava “Ficarei aqui até o fim”, as mesma frases que ele sabia já ter dito, talvez em outra vida, ou o que lhe restou dessa.

Ele passou por cada Vingador absorvendo tudo o que podia e ao chegar no Rogers ele viu uma matéria em memoria de um rapaz Bucky Barnes, Nadia cismava de chama-lo assim, e sim o rapaz na foto era idêntico a ele, então por que ele não se sentia com esse rapaz, aquele rapaz não teria feito o que ele fez, não teria se juntado a Hydra como ele se juntou, não podia ser ele, mas era. Era como olhar uma foto quando bebe, é confuso, tem uma duvida na ponta de sue olhar e medo no fundo de sua garganta, mas você sabe que é você

Ele não conseguiu acreditar no que tinha se tornado. Então fugiu, passou anos fugindo e deu certo, até que sua cabeça começou a ser caçada com recompensa, agora ele vive escondido da civilização, ele tem medo de sair de seu esconderijo de ser descoberto por que ele fez coisas que merecem sua prisão e se nem ele pode se chamar de inocente, como podem outras pessoas.

— Você conheceu o Steven Rogers? – O Soldado falou

— Você se lembra dele? – Nadia perguntou depois de acenar com a cabeça

— Melhores amigos desde a infância Bucky Barnes e Steven Rogers eram inseparáveis na academia e no zona de batalha.

— Barnes entregou sua vida em nome de seu país – Lily terminou a frase

Só naquele momento Barnes tomou conhecimento da jovem ao lado de Nadia, ela era de altura média, muito próxima de Nadia, negra, cabelo alto, cacheado e solto, ela estava usando roupas urbanas com toque chique, e olhava para ele com uma admiração de uma criança. Ela era muito bonita, e parecia que estava realizando um sonho seus olhos brilhavam ela estava o encarando como se ele fosse um prêmio que ela esperou a vida toda, pouco ele sabe que esse era mesmo o caso.

— Onde esta aquele garoto que sempre te acompanha?

— Peter? Ah ele ficou em casa – Nadia falou guardando sua arma

— Ta de castigo? – Barnes falou colocando sua arma em uma mesa próxima

— Sim – Nadia falou – Nós dormimos juntos, mas ele esqueceu de dizer que ainda tinha coisas não resolvidas com ela

Nadia falou apontando para Lily, Bucky seguiu seu olhar

— Desculpa, e você é? – Ele perguntou

— Lilian Carvalho – Ela deu um passo para perto dele – E é um prazer 

— Calma Lily, ele não é um astro do Rock. Podemos conversar?

A vida de Bucky deu um 180º nos últimos anos, os fãs, a imprensa e a internet estavam divididos, ele deveria ser indiciado por seus crimes, ou a Hydra foi a culpada de seus atos. Um dos motivos de Nadia voltar foi esse, ela tentou por um bom tempo não ouvir nenhuma noticia, mas ouviu pessoas comentarem sobre o homem com o braço de metal que estava sendo caçado. Juntando isso com a saudade da SHIELD e de Peter ela tinha muitos motivos para voltar para casa.

O soldado estava realmente com medo, a vida dele estava na reta.

Lily se lembrou quando foi interrogada pelo FBI, ela foi posto em custodia por 3 semanas, eles chegaram a tortura-la perguntando se ela já teve algum contato com o Soldado, ou se ela sabia onde ele estava, agora olhando para ele, ela nem se lembrava da dor tudo valeu a pena, ela tentou prestar atenção em tudo o que acontecia para se certificar de descrever corretamente nas páginas de seu livro. Nadia estava contando para Bucky sobre as investigações do governo contra ele, se a SHIELD e a Hydra já não fossem o suficiente o governo também estão atrás deles.

— Como seria minha captura? – Barnes perguntou

— Eles provavelmente atirariam e depois perguntariam – Nadia respondeu

— Então estou condenado? – Ele perguntou

— Quando não estivemos? – Ela disse com um pequeno sorriso

O celular de Nadia começou a apitar e ela virou sua atenção para o aparelho, ela disse aos dois que se tratava de uma ligação de Nicolau, provavelmente se perguntando como ia as coisas. Ou querendo saber se Nadia não tinha matado Lily e estava no meio do processo de se livrar do corpo, Nadia atendeu e se afastou dos dois para conversar com ele em privado. Só sobraram juntos Lilian e Bucky, Lily ainda olhava para ele e ele tinha que ser sincero ao dizer que estava começando a se sentir um pouco incomodado.

— E quanto a você? Por que não está com sua família?

—Minha família não sabe que estou viva

— Por que? – Ele perguntou verdadeiramente curioso

— Você – Ela simplesmente  respondeu

Depois de começar sua carreira, Lily foi caçada pelo governo, Hydra e até mesmo SHIELD, era como se a sua mente e as coisas que ela guardou eram como um banco de dados e todos queriam ter acesso a ele, e ela aprendeu com a história do Capitão América, ou no fim trágico dos Vingadores que para te atingir seus inimigos jamais irão pelo ataque mais obvio, eles não vão para o seu pescoço, eles tiram o mais te importa, e quando ela apercebeu que poderia colocar seus irmãos menores e seus pais em perigo ela se afastou. A cada 3 meses ela manda uma carta de um lugar diferente dizendo que ela estava bem e que ela os amava, e que não sabia quando voltaria para casa.

Ela se sente sozinha e culpada por tê-los abandonado, mas esse é o preço que se paga por levar a vida que ela escolheu levar, dói, alguns dias são melhores que outros, mas ela está conseguindo viver uma vida descente, logo Bucky não precisava saber da verdade se isso significava que ele se sentiria ainda mais culpado. O Soldado ficou confuso por um segundo, mas antes que ele pudesse perguntar o que ela quis dizer com a sua declaração, Nadia se aproximou novamente, o resto do que parecia ter sido um sorriso ainda em sua boca enquanto ela desligava e guardava o seu celular.

— Eu tenho algo para você – Bucky disse

— Pra mim? – Nadia disse confusa

— Sim – E com isso ele se afastou por um segundo.

Nadia viu quando o Soldado foi até uma mochila que estava encostada na parede grande e cinza, ela aproveitou para olhar ao lado, era um lugar enorme era como um armazém abandonado, com nada literalmente além de armas, a mochila de Bucky e um colchão velho jogado ao chão, Nadia sabia viver com o mínimo possível, mas tão pouco já era de mais, pouco ela sabia que aquele colchão foi a melhor coisa onde ele dormiu a anos, era muito mais confortável do que as camas que ele dormiu durante a guerra ou a caixa onde ele era congelado entre as missões.

Bucky achou o que ele estava procurando e colocou em sua mão fechando sua palma, ele olhou para trás e começou a andar em direção das meninas novamente, ao parar na frente de Nadia ela abriu o punho e descansando no meio de sua mão estava a pulseira de Nadia aquela que caiu de seu pulso durante a queda dos Hellicarriers, no dia em que ela mais se aproximou da morte, ela tinha certeza absoluta que ela nunca mais iria encontrar seu bracelete de metal, então quando Barnes abriu a mão ela teve que fazer um Doble Take para ter certeza de que aquilo era real.

Nadia precisou se conter e manter enterrada a vontade que ela sentiu de pular no Soldado e enrolar seus braços em seu pescoço, ela estava muito feliz, mas manteve um olhar calmo com algumas pinceladas de orgulho e felicidade, aumentou seu sorriso e esticou o braço abrindo sua mão com a palma para cima ao lado da dele, Bucky virou o pulso e depositou o bracelete em cima da mão dela, Nadia fechou a mão sorrindo por sentir aquela joia mais uma vez, era algo material e pra alguns sem sentidos, por que ela daria tanto importância a algo que ela ganhou em seu aniversario, é tudo o que lhe restou de real sobre os Vingadores.

Não era nada manipulado pela mídia, nem arrumado para se encaixar em algum ideal, e junto com o colar de esmeralda e a aliança na corrente ao redor de seu pescoço aquele bracelete era a única coisa que restou de sua família e ela não se preocupou em esconder o seu alivio de ver aquilo de novo, muito menos sua gratidão.

— Obrigada, muito obrigada – Ela disse sorrindo – Como você conseguiu?

— Quando eu te puxei pra fora da agua, o fecho quebrou

— Você arrumou – Ela perguntou ao ver o fecho intacto

— Sim, eu esperava te ver de novo e devolver

Nadia sorriu

— Eu vou te abraçar agora

E antes que ele pudesse responder ela já tinha envolvido seus braços em seu corpo, ela sentiu cheiro de queimado, misturado com o suor e com o metal de seu braço e não se importou, já Bucky assustado com a súbita demonstração de afeto demorou um pouco, mas eventualmente colocou seus baraços atrás do pescoço da jovem e a apertou um pouco tomando bastante cuidado com a sua força, fazia literalmente décadas que ele não sabe o que era contato físico, ao menos que conte as vezes que ele lutou.

Fazia anos que ninguém envolveu os braços nele num gesto de carinho, na verdade fazia anos que ele não sentia o toque de alguém que não quisesse mata-lo, ele não acreditava que merecia aquilo, ele não era merecedor de carinho e nem de amor, ele era um assassino, pelo menos era assim que o chamavam, ele só estava esperando pela sua prisão e com certeza execução. Mas qual seria a próxima vez que ele se sentiria daquele jeito? Talvez seja essa a última vez então ele abraçou alguém, então ele queria sentir cada segundo, ao fechar os olhos para aproveitar mais a sensação ele sentiu algo cair em sua bochecha, e percebeu que estava chorando.

Nadia começou a ficar sufocada, pois ele estava a apertando, mas ela não podia se afastar, era obvio que aquele momento era importante para ele, principalmente quando ela sentiu as lagrimas no topo de sua cabeça. Então um flash de luz fraco e pequeno, eles se separaram e se viraram em direção a Lilian que estava com o seu celular apontado para eles, ela estava sorrindo até ver o olhar deles.

— Desculpa – Ela disse baixinho

Nadia sorriu e se virou para Bucky dando um segundo pra ele se recompor

— E agora? – Ele perguntou

— Agora voltamos para a capital e tentamos limpar seu nome – Nadia disse

— Isso é ridículo – Lily falou – Ele estará morto, antes de vocês conseguirem

— Tem uma ideia melhor Lily eu estou aberta a sugestões?

— Você está fugindo a 3 anos, sua vida está bem por que quer mudar?

— Quer saber, vamos voltar, eu quero falar com Peter antes

Dentro do carro, Bucky apagou em segundos, ele parecia bastante cansado, fazia sentindo já que ele sempre estava inquieto e tendo que cuidar de suas costas, mas ali ele por algum motivo sabia que estava em segurança. Nadia estava no banco do motorista, Lily ao lado dela com os fones de ouvido escutando o áudio que ela tinha gravado desde que chegaram no local, Nadia olhava para a rua irritada dava para ver que ela estava irritada. Lilian conseguia sentir a tensão no ar, justo ali que ela achou que as duas podiam ser amigas, ela não sabe o que fez de errado.

O silencio não a incomodava, mas a pressão da atmosfera sim, então suspirando pesadamente ela tirou os fones e se virou olhando em direção de Nadia, ela sabia que a jovem conseguia sentir o olhar dela em si mesma, mas Nadia não virou ficou encarando o fundo da rua, até que Lilian se arrumou na cadeira, ela olhou pelo retrovisor para ter certeza de que Barnes estava dormindo e depois de ficar satisfeita olhou de novo para Nadia que tinha copiado seu movimento e estava observando o Soldado.

— Ta bem vá em frente – Lilian disse para Nadia

— Sabe esses 3 anos que você disse que ele deveria continuar

— Sim – Ela disse– Eu disse isso, por que sei que vai salvar a vida dele

— Você também sabe que isso não é vida? Que provavelmente esses foram os piores 3 anos da existência dele? Eu vivi esses 3 anos conhecendo todos os lugares possíveis, fiz tudo o que eu já tive curiosidade e eu trocaria tudo aquilo pelo o que eu tenho dentro desse carro.

Ligação emocional, ela trocaria aqueles 3 anos num piscar de olhos pela ligação emocional que ela sentia, por menor que seja, ela foi feliz por 3 anos e ela precisou daqueles 3 anos, mas viver em hotéis, não era o ponto alto de sua vida.

— Aquele abraço foi a única demonstração de afeto que ele teve em décadas e pra você a melhor solução é fugir, isso não é vida Lilian, isso é sobreviver e eu te garanto que ele está cansado de sobreviver, por que não vale a pena sobreviver sem estabilidade. Acredite eu sei eu tentei e quer saber o resultado?

Nadia falou e levantou um pouco sua blusa e Lilian olhou para baixo encontrando um corte cicatrizado, e então ela entendeu. Antes de se apaixonar por Nicolau, Nadia passou um longo tempo vivendo só pelo seu trabalho, ela não tinha ninguém por quem voltar para casa, e isso a destruiu, não ter proposito, fugir, a destruiu, ela só começou a se curar quando ela se estabeleceu, começou a criar vínculos, quando ela encontrou um lugar que ela pudesse chamar de lar, quando ela permitiu que alguém se aproximasse.

Ela abriu sua vida para Nicolau e o processo de cura começou, ela conseguiu se colocar de pé e viver novamente, e por isso é que ela sabe que se Bucky fugir, se ele tentar escapar, ele vai acabar morrendo.

— Você passou tempo demais procurando o Soldado Invernal, que acabou esquecendo que existe uma pessoa por trás da sua pesquisa.


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