P.o.v Melody

–Oque vamos fazer agora ? -a Vitoria perguntou encostando a cabeça no vidro.

E um silencio tomou conta daquele carro, todos ficaram parados esperando que alguma soluçao chegasse até nós.

A Lizz respirou fundo pegou o arco na mão abriu a porta e saiu andando pela estrada.

–Talvez seja a unica saida - o Rafael disse me olhando e pegando uma bolsa, saindo do carro .

O Vitor respirou fundo e desceu tambem , todos nós fomos atras. Entramos pela floresta.

Depois de muito tempo andando nós encontramos uma cidade , aparentemente abandonada como qualquer outra em um Apocalipse , o caminho todo nós nao falavamos uma palavra . Andando muito ainda na floresta chegamos áos arredores de uma casa ,Era bem grande e linda alias. Eu olhei para o Rafael e ele estava um pouco estranho:

–Melody -ele cochichou -esta é a minha casa... meus pais eles..

Ele foi em direçao da porta e quebrou as barricadas juntamente com o Vitor e o Jump. Nós entramos e um homem de sobretudo preto apareceu e apontou uma escopeta direto pra mim:

–Quem está ai ? -nos encarava fixamente.

Mas quando este homem viu o Rafael gritou um nome de uma mulher ela apareceu e os dois foram correndo pra abraça - lo.

–Rafael meu filho , voce esta vivo , como chegou até aqui?!

O Rafael ficava quieto , parado, porem dava para ver as lagrimas descendo do seu rosto.

–Voce nao lembra de mim filho ? -a mulher disse.

–Como posso esquecer de voces. -ele disse dessa vez abraçando eles.

O Rafa havia nos contado que o pai dele era muito rigido , quase que um Vitor da vida, a palavra imperfeiçao nao existia no seu dicionario. Ele disse isso imitando a voz do seu pai que se chamava Leonardo Fernandes. Foi engraçado , imitamos as vozes dos nossos pais , um momento que nao ouvia nada sobre a palavra "zumbi".

–Rafael , vem aqui,agora. -a voz despresivel e ignorante do Leonardo soou da sala de estar.

–Ok , Ok , estou indo .

–Traga seus amigos tambem -ele ordenou.

Nós descemos as escadas porque estavamos no quarto até chegar á sala, e o pai do Rafa literalmente jogou armas nas nossas mãos ensinando como usa-las.

–Vocês não sabem oque tem ai por fora , são só crianças.

–Sabemos , Zumbis ,Pacificadores e bla bla bla -a Liz disse observando pela mira da arma . O Vitor sorriu com a ironia dela.

–Exato , mais há mais do que isso- ele disse caminhando até o Vitor e nós o encaramos pensando sobre oque ele falava.

–Rafael Fernandes , nao é assim , ja te expliquei 5 vezes , quer que eu desenhe ? -ele praticamente ia voar no pescoço do filho.

–Ei, nao precisa gritar com ele - porque me atrevi á encara-lo.

Ele chegou até mim e ficou me encarando por uns dois minutos , eu vi a Liz carregando a arma , como se fosse ameçar a mirar na cabeça dele , ele virou o rosto pra ela e viu que o Vitor havia barrado a mao dela , para que ela esperasse e se acalmasse.

– a senhorita vai mesmo querer me ensinar á como edu car meu proprio filho? - ele disse voltando á olhar para mim.

...

–Foi oque pensei -ele disse rangendo os dentes e saindo do cômodo.

A noite caiu bem rápido, eu fui me lavar, finalmente um banho , eu ia me deitar finalmente quando ouvi vozes vindas do corredor, eu fiquei observando pelas frestas da porta.

–Pai , isso nao é necessario , Me escuta!! ...

De repente ouvi um barulho parecido com um soco , e tudo ficou quieto, os unicos sons que ouvi foram de portas se fechando.

Abri a minha porta e coloquei a cabeça pra fora observando o corredor vazio. Fui até a porta do quarto do Rafael e bati de leve na porta.

–Quem é ? -o Rafael cochichou.

Eu entrei sem mais sem menos no quarto .

–Melody , oque faz aqui ?!!- tentou nao falar alto.

–Desculpa , mas tenho que falar com você. -falei encostando a porta do lado de dentro.

–Nao podia esperar até amanha ? -ele disse se alterando.

–você ta 'Vitorizando' -revirei os olhos.

–'Vitorizando? -ele riu.

–É , agindo como o Vitor -dei de ombros.

– Se foi pelo que viu ou ouviu no corredor agora pouco , nao se meta , isso é entre eu e a minha familia Melody -ele respirou fundo retomando á paciência.

–Você pode confirar em mim e sabe disso -passei a mao no seu rosto mais ele nem percebeu porque estava muito aflito.

–meu pai gosta de tudo perfeito voce sabe..- foi nessa hora que percebi que ele dormia só de cueca.

–Nao é motivo pra ele te bater. - respirei fundo.

–Na cabeça dele , é assim que se ensina o jeio certo.Bom se me der licença , vou dormir , quero estar em forma para ao menos conseguir levantar. Boa noite Melody , e alias é melhor voce voltar para o seu quarto. -ele disse se deitando de costas pra mim.

Eu tinha que sair mais Era mais forte que eu entao eu deitei ao lado dele e o abracei. E ficamos parados durante os segundos que pareciam minutos. Eu acabei pegando no sono e ele tambem, resumindo, dormimos juntos. No dia seguinte eu acordei e ele ainda nao havia acordado sai do quarto para me lavar e esbarrei com o Tyler no corredor , ele passou direto como se eu nao estivesse ali.Já era 12:00 eu desci até a cozinha e a Liz tava sentada em um banquinho de frente pra bancada tomando uma xícara de café.

–Liz , posso falar com você ? -perguntei encostando na pia.

–Bom dia pra você também sua impura - ela disse sendo irônica e rindo.

–Liz eu não fiz nada.

Ela fez uma cara de malicia que me faz rir.

–Eu só dormi com ele , ele tava mal- eu acho que eu me entreguei

–Então você adimite?- ela ficou balançado na minha cara a unha com o esmalte azul-escuro quase preto que ela amava.

–Eu não admito nada -disse pegando uma maçã. -Então , oque o Tyler tem?

–Alem de ele ter visto tudo aquilo ta de boa. - ela sendo sempre irônica.

–Então ele viu ? - eu meio que me importava com o Tyler.

–TUUdinho. -ela arregalou os olhos.

–Não tinha nada pra ver -revirei os olhos. -Sabe como é o pai dele.

–Alem de ele estar só de cueca ? -ela bebeu um gole do café enquanto dizia.

–Oque queria que eu dissesse ? : Rafael vista uma calça.

–Melody , admita que você gostou daquilo mais que qualquer um - ela me encarou ironicamente .

–Hahaha , muito engraçado Elizabeth , sabe de uma coisa ? Vá se f...

–Bom dia Melody - O Rafael chegou interrompendo oque eu ia dizer.

–Opa - a Liz disse bebendo outro gole de café.

–Ah bom dia Rafa, está melhor ? - disse sorrindo de orelha á orelha

–Claro que ele está.. - a Liz disse ainda bebendo café.

–Sim , e.. Obrigada por ontem -ele bagunçou o cabelo da Liz e saiu da cozinha.

–Por nada - sorri

Parecia estar tudo bem com ele , talvez a minha "visita" no quarto dele o fez sentir-se melhor . Ele subiu as escadas e eu resolvi ir atrás dele.

–Ih , já foi - a Liz disse se referendo á mim que ia atrás do Rafael.

Eu o segui , ele havia subido umas escadas que o levava para o sótão e lá havia mais uma porta no teto que levava para o telhado da casa , e lá estava ele sentado , pensando na vida.

–Aqui é um ótimo lugar pra cometer suicídio não acha ? -falei me sentando ao seu lado.

–Ah Melody , oque faz aqui?

–Nada só vim empurrar alguem que esta na ponta do telhado .

Ele deu um sorrisinho sem graça e volta á olhar pra frente.

–Sabe Mel, quando eu era pequeno , achava que pular daqui seria divertido.

–Oi ?!? - arregalei os olhos.

–Eu achava que iria ser livre.. Mas , esquece disso. To falando muito do meu passado , agora é a sua vez , me fale um pouco do seu.

–É uma historia meio lon...- falei me levantando -Aaah!

Eu acabei escorregando numa poça de agua suja que ficava parada no teclado por conta das fortes chuvas que haviam ultimamente.

–Te peguei! Foi por pouco - ele havia me segurado pelo braço , nós estávamos muito próximos um do outro.

–Valeu. -Eu estava ofegante , e tenho certeza que ele sentiu que meu coração acelerou de tao próximos que estávamos, tomara que ele pense que foi por causa do susto.

–Se acalma, eu não vou deixar você cair .

Eu sorri sem graça e senti minhas bochechas corarem.

–Eu sei.