Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 91
Se não fosse amor - Último Capítulo: Sr. e Sra. Davis.


Notas iniciais do capítulo

Meninas :(
Último capítulo, buáaaaa.

Falo com vocês lá embaixo,
Boa leitura!



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POV Sophie Trammer

O sol no Caribe só poderia ser diferente do de Nova Iorque... Aqui ele era muito mais forte e intenso. E incrível, também. Apenas Matthew, Luke, Benjamin e eu estávamos já acomodados no hotel, Baby e Cristal estavam correndo em algum lugar. Viemos em um voo comercial e antes de todos para dar tempo ver todos os preparativos antes da festa. O resto dos nossos convidados viriam no jato da empresa e ficamos muito felizes por Ian ter aceitado nosso convite, assim como Black, Emily e todos nossos amigos, todas as pessoas que de alguma forma, fizeram parte da minha vida e de Matthew.

Ben estava mais do que contente, a primeira vez que entramos na piscina foi uma verdadeira luta para que ele saísse. Com a mínima menção de tirá-lo, ele já abria o berreiro, não queria sair de perto da água. Matthew que conseguiu roubar sua atenção e fazer com que ele finalmente entrasse para ir dormir. Eu não poderia estar mais feliz. O casamento iria ocorrer dali a dois dias e já estava tudo pronto. Decidimos fazer no fim da tarde, junto ao por do sol.

Eu tinha acabado de sair do banho, Matthew já havia descido com Ben e Luke. O resto do pessoal chegaria na noite seguinte e já tínhamos planejado um belo jantar para todos. Coloquei um biquíni branco, meus óculos de sol, um vestido rosa por cima e fui para a área da piscina, onde fiquei de me encontrar com meus meninos. Quando cheguei, Matt estava em uma espreguiçadeira, com Ben sentado em sua barriga se deliciando e se lambuzando com um picolé enquanto Matthew apenas o observava. Ao me ver, Ben gritou animado e rindo, fazendo Matt e eu rimos também.

“Alguém está fazendo uma festa com um picolé.” Sentei ao lado deles pegando uma toalha para limpar Ben.

“Ele adorou.” Matthew falou.

“Eu estou vendo.” Lhe dei um beijo rápido. “E Luke?”

“Só foi ao banheiro, já deve estar voltando. O pessoal do restaurante confirmou a degustação do menu da recepção para hoje.”

“Ah, ótimo... É a única coisa que falta para decidirmos e aí é só aproveitar as últimas horas antes de ser Sophie Trammer-Davis.” Disse e Matthew sorriu.

“Melhor se despedir mesmo, por que não vai ter volta.”

“Ainda bem que não.” O beijei e Ben começou a gargalhar.

“Tá rindo da mamãe e do papai Ben? Vai ficar de castigo.” Matt disse com diversão e Ben sacudiu o picolé o fazendo cair acidentalmente no chão. Ele olhou para o picolé, que agora era caso perdido e depois olhou para nós fazendo um beicinho de choro.

“Ow meu Deus, que crueldade!” Falei rindo o pegando no colo um pouco antes de ele começar a chorar.

“Eu vou comprar outro.” Matthew se levantou também rindo da situação e saiu enquanto eu consolava Ben.

“Papai vai comprar outro, meu amor. Calma...” Ele se agarrou no meu pescoço ainda chorando.

“O que fizeram com meu sobrinho afilhado?” Luke se aproximou e parou em pé ao meu lado.

“Ele derrubou o picolé que estava comendo no chão.”

“É seu filho mesmo. Dramático demais...”

“Muito engraçadinho.” Dei língua para ele, que sentou na espreguiçadeira ao meu lado. “Falou com Kenny?”

“Sim, já está quase tudo pronto para eles virem. Ele não vê a hora de voltar aqui.” Ele pegou uma garrafinha de água que estava em cima da mesinha, a bebendo. “E você? Tudo pronto?”

“Tudo pronto. Matthew disse que confirmaram o jantar de degustação para hoje, era a única coisa que faltava.”

“Então já escreveu seus votos?”

“Escrever meus votos?” Repeti e me toquei de que não tinha escrito absolutamente nada.

“Não acredito que não escreveu seus votos!” Luke me recriminou.

“Eu só estou esperando um momento de inspiração...”

“Você está num hotel luxuoso no Caribe para o seu casamento, não tem inspiração maior que essa!” Ele disse incrédulo.

“Prontinho garotão.” Matthew voltou com outro picolé na mão e Ben parou de chorar instantaneamente.

“Matt, você já escreveu seus votos?” Luke perguntou para ele.

“Antes de viajar, por quê?” Matthew respondeu e Luke me olhou com uma cara sarcástica.

“Nada não, só curiosidade.” Ele respondeu cinicamente e Matthew me olhou com diversão.

“Não escreveu os votos, não é?”

“Pode ser que ainda não...” Respondi sem graça.

“Relaxa amor. Na dúvida você só fala que vai me amar o resto da vida que já está de bom tamanho.” Matthew riu me dando um beijo na testa.

“Viu só? O noivo não está preocupado com os votos e você me enchendo!” Bati na perna de Luke.

“Ah, desculpem se eu quero que essa cerimônia saia perfeita!” Ele se fez de ofendido.

“Vai ser perfeito Luke, não tem como ser menos que isso.” Matthew pegou Ben e ficou segurando o picolé para que ele tentasse chupar, enquanto eles caminhavam ao redor da cobertura e eu fiquei olhando os dois, sorrindo igual uma tonta.

“Quer saber?” Luke disse e eu olhei para ele. “Não tem como não ser perfeito mesmo. Seus olhos brilham de uma forma que eu nunca tinha visto antes quando está perto deles.”

“Nunca fui tão feliz na minha vida como eu sou agora Luke.” Falei e ele sorriu. “Não sei se algum dia eu vou conseguir demonstrar o quão grata eu sou por eles dois existirem.”

“Acho que isso é mais uma daquelas coisas que você não pode falar, não dá pra descrever com palavras. Mas basta olhar pra você pra saber que aquilo ali...” Ele acenou com a cabeça na direção de Matthew e Ben. “Era tudo o que você queria ter.” Olhei para eles dois, dividindo o picolé e rindo.

“Era tudo o que eu queria ter.” Concordei sorrindo.

...

Nosso jantar correu perfeitamente bem, o chefe responsável pela comida que iria ser servida na festa entendeu todo o conceito que Matt e eu queríamos. Não queríamos nada muito refinado demais e sim, algo com um gosto mais de casa, afinal, era a nossa família que estaria lá para comemorar conosco essa nova fase das nossas vidas.

No menu ainda continham alguns frutos do mar, que ficaram maravilhosos e as sobremesas também... Estavam impecáveis. Tanto em apresentação, como em sabor. Era tudo muito leve, um gosto muito sutil, nada muito forte e sim, refrescante. Justamente o que estávamos esperando.

Luke e Matthew provaram alguns drinks e eu apenas tomei o gole de um, não quis me exceder, até por que, era a minha vez de colocar Ben para dormir e isso exigia que eu estivesse bastante sã de todos os meus movimentos.

O quarto dele ficava de parede colada com o nosso, o que era muito prático. Se ele chorasse nós conseguíamos ouvir perfeitamente e ir socorrer nosso pequeno. Me deixou mais confortável saber que se ele precisasse de mim eu poderia estar lá para ele em poucos segundos. Não que ele fosse uma criança chorona, na verdade ele dormia bem até demais para um bebe da sua idade, mas Ian sempre nos instruiu a tentar não deixar ele dormir o dia todo para que a noite ele sentisse sono e assim se acostumasse com o horário certo para dormir.

Matt parecia que nasceu para o cargo de pai babão, era só Ben colocar a chupeta e se recostar em seu peito, que ele caia no sono e era a cena mais linda de todas. Ele tinha todo o cuidado do mundo ao colocar ele no berço para que ele não acordasse e por vezes ficávamos o olhando dormir. Era muito mágico saber que eu o tive dentro de mim por meses e agora poder olhar para o seu rosto e ver Matthew e eu nele... Os lindos olhos azuis de Matthew e a maneira como eles fechavam ao sorrir, assim como os meus. As bochechas tão grandes quanto as minhas e o nariz de Matthew... Eram pequenos detalhes que acompanhávamos ser mais predominantes nele a cada dia.

Quando enfim nossos convidados chegaram, foi uma grande festa. Toda a família de Matthew veio, inclusive Mason. Eles estavam se dando bem na medida do possível, mas desde de sempre eles nunca se entendiam e isso não tinha mais nada a ver com o que aconteceu entre eles e Lindsay Demônia – sim, não importa o tempo que passe, sempre será a Demônia para mim – e se fosse em outros tempos, eu até ousaria dizer que eles nunca iriam conseguir se entender, que era uma causa perdida, mas baseado em como a minha relação com Richard vinha melhorando, eu tinha esperanças de que eles poderiam se entender de uma vez por todas algum dia.

Depois de todos se instalarem em seus quartos, nos encontramos para jantar juntos e eu comecei a sentir uma leve ponta de ansiedade. O casamento seria no dia seguinte, o que significava quem algumas horas eu seria uma mulher casada, era muito estranho ainda como em poucos anos minha vida tinha virado de ponta cabeça.

Antes eu nunca tinha tido um animal de estimação na vida e agora eu tinha dois cachorros, meu apartamento que era minha espécie de santuário tinha sido trocado por uma casa, meus feriados e outras datas comemorativas que eram sempre celebradas comigo estando sozinha ou no máximo com Luke, agora eram sempre grandes festas cheias de convidados e ao invés de sempre pensar em mim em primeiro lugar, agora eu tinha outras duas pessoinhas que eram minha prioridade. Foram muitas mudanças em um espaço pequeno de tempo, mas a verdade é que eu amava essa minha nova vida.

Eu havia aprendido muito. Por dentro ainda era a mesma Sophie cabeça dura de sempre, mas eu sabia como ouvir mais, ser um pouco mais flexível, a tratar as pessoas melhor, ter mais humildade e aprendi a dosar o trabalho que antes me consumia por completo. Eu vi meu melhor amigo encontrar seu grande amor e casar. Eu vi meu irmão, que sempre tratara mal por não considerá-lo parte da minha família, se mostrar um amigo fiel, que me defendeu inúmeras vezes e cuidou de mim sempre que precisei. Eu aprendi a respeitar as diferenças e a abrir meu coração para um ato muito nobre. O perdão. O perdão que eu havia dado ao meu pai. Meu pai legitimo. Não importa se tínhamos o mesmo sangue, isso era um detalhe que não me convinha mais. A forma que ele vinha se comportando comigo e principalmente com Ben, só me fazia ter mais certeza de que eu queria ele presente na vida do meu filho, eu queria que ele tivesse dois avôs e rodeado de pessoas que o amava.

Sophie Marie Evans Trammer estava mais do que pronta para ser Sophie Marie Trammer-Davis. E eu não via a hora de começar essa vida nova e ver o que ela iria trazer para nós.

...

O sol ainda brilhava, embora estivesse mais fraco. Dei a última conferida na frente do espelho e meu vestido estava impecável, eu o escolhi algumas semanas antes de ir viajar, depois de procurar em várias lojas diferentes e não achar nada que eu gostasse. Era tudo muito enfeitado, o tecido muito pesado ou muito bufante. Até que em um dos passeios com Eleanor e Mabel no shopping, enquanto elas estavam em uma loja escolhendo alguns biquínis, eu aproveitei para ir a uma loja de roupas infantis e comprar algumas coisas para Ben, foi quando passei em frente a uma pequena boutique com um lindo vestido branco, sem alças, um tecido fluído e delicado na manequim da vitrine. Eu o provei e sabia que seria aquele o meu vestido de casamento. Me neguei a mostrar ele para mais alguém, nem Luke sabia como ele era e acreditem, ele fez muita pressão psicológica para que eu mostrasse, mas eu bati o pé, ninguém iria vê-lo.

Até agora.

“Ai. Meu. Deus.” Luke disse quando entrou no quarto e me viu. “Você está perfeita.” Ele se aproximou me fazendo dar uma voltinha.

“Ficou lindo, não é?” Falei animada me voltando ao espelho para ajeitar meu cabelo. O deixei solto, com algumas ondas e uma tiara de pequenas flores brancas o enfeitavam.

“Lindo estou eu, você... Eu estou sem palavras. E olha que eu nunca fico sem palavras.” Ele riu. “Já estão todos esperando, só falta você.”

“E Ben?”

“Está no colo de Nicholas, na primeira fileira.”

“Certo e Matthew? Como ele está?”

“Acho que morrendo do coração nesse momento.” Luke debochou. “Richard já está te esperando para te levar ao altar, você lembra como combinamos né?”

“Sim, eu entro sozinha até Richard, ele me dá o braço e me leva até Matthew.”

“Isso mesmo. E então? Pronta pra ser a Sra. Trammer-Davis?” Luke perguntou e eu respirei fundo pegando o buquê.

“Mais do que pronta.”

“Então eu vou descer e te vejo já já.” Ele me deu um beijo na testa e me abraçou.

“Eu serei a de branco.” Falei com diversão.

“Todos estão de branco, engraçadinha.” Luke falou antes de sair.

Finalmente tinha chegado a hora e o frio na barriga estava pior, muito pior que antes. Calma Sophie, já fizemos discursos épicos na frente de milhares de empresários do todo mundo, é só ir lá e tentar não desmaiar na frente de todo mundo.

Desci para a praia, sentindo meu coração bater forte e minhas mãos geladas, avistei a todos de longe. Estavam todos sentados, descalços, assim como eu, usando branco e com roupas confortáveis, exatamente como eu sempre quis. Richard me esperava em pé antes das cadeiras com nossos convidados e quando parei de frente a ele, um pouco sem graça ainda, já que eu não tinha toda essa intimidade com ele, mas ele me deu um abraço breve e me disse ao ouvido.

“Estou muito orgulhoso da mulher que você se tornou.”

Eu o olhei completamente surpresa e sem acreditar no que eu tinha acabado de ouvir. Sorri abertamente, mas senti uma lágrima cair. Não era tristeza, era simplesmente toda a felicidade que não cabia mais dentro de mim.

Richard me deu seu braço e começamos a caminhar na direção de Matthew, por um caminho cheio de pétalas de rosas e quando nosso olhar se encontrou pela primeira vez, eu não tive dúvidas... Não teria outro lugar no mundo onde eu quisesse estar agora.

“Agora podem pegar as alianças...” O cerimonialista falou e Luke, que era meu padrinho junto de Megan me entregou a aliança para pôr em Matthew e Brian, que era o padrinho de Matthew junto com Marissa, o entregou a minha.

“Sophie...” Matt começou a falar seus votos e eu engoli a vontade de chorar. “Eu sempre soube o tipo de homem que eu queria ser e o que eu queria ter. Um bom trabalho, uma casa, uma pessoa para amar e uma família.” Ele parou por um instante e sorriu. “Eram sonhos simples e em exatamente todos eles, você esteve presente. Você me deu um lar e uma vida que eu não mudaria exatamente nada. Você me deu um motivo para acordar todos os dias e sempre tentar ser o melhor que eu puder para você e nosso filho.” Ele começou a colocar a aliança em meu dedo e nem adiantava mais eu tentar segurar minhas lágrimas, na verdade todos estavam chorando. “E eu prometo que vou amá-la, protegê-la e fazê-la feliz enquanto vivermos. Nunca faltará amor, ou respeito e eu jamais vou deixar que algo ou alguém te machuque.” Ele beijou a aliança que tinha acabado de colocar em meu dedo. “E prometo realizar todos os seus sonhos, da mesma forma que você realizou todos os meus.”

Eu não tinha escrito absolutamente nada para os meus votos, sempre que eu tentava pensar em alguma coisa, simplesmente não saia nada bom o suficiente. Mas estando ali agora, eu não me preocupei, sabia exatamente o que dizer.

“Matthew...” Sorri e ele sorriu para mim. “Não consigo pensar em palavra melhor para descrever esse momento que estamos vivendo agora que ‘Gratidão’. Eu agradeço todos os dias pela vida que eu tenho hoje, as pessoas que estão nela e principalmente por ter você.” Respirei fundo. “Não sabe como sou grata por nunca ter desistido de mim. De nós dois. E também por ter me dado a coisa mais valiosa que eu tenho hoje...” Olhei para Ben no colo de Nicholas. “Eu não tenho dúvidas de que você vai ser o melhor marido do mundo e o melhor pai pro nosso filho.” Coloquei a aliança em seu dedo. “Isso é apenas uma formalidade, eu sou sua a muito tempo.” Beijei em cima da sua aliança e demos as mãos.

“Então, pelo poder a mim investido...” O cerimonialista disse. “Eu os declaro marido e mulher.” Ele olhou para Matthew. “Pode beijar a noiva.”

“A melhor parte...” Matthew falou rindo e eu bati em seu braço rindo também, antes de nos beijarmos.

Peço a todos os presentes que se levantem para receber, pela primeira vez, o Sr. e a Sra. Davis.”

Todos os nossos amigos e família se levantaram batendo palmas animados e nós andamos até eles rindo, Matthew pegou Ben no colo e o beijou. Ele se recostou no ombro de Matthew, devia estar um pouco assustado por causa do barulho que todos estavam fazendo e sorriu quando eu alisei o seu rostinho com a mão e beijei sua bochecha.

“Eu te amo Sra. Davis.” Matthew sussurrou em meu ouvido e eu sorri.

“Eu te amo mais Sr. Davis.” Disse para ele.

Nossa festa de casamento foi incrível. Havia mesas espalhadas pela praia, grandes tochas com fogo e pequenas luzes para iluminar tudo. Uma mesa grande com vários aperitivos, frutas e nosso bolo de casamento. Uma música animada tocava e Matthew dançava comigo e Ben que ria alto cada vez que eu rodava com ele no braço ou quando Matt o erguia o mais alto que ele conseguia. ´

Quando joguei o buquê, Megan foi a grande sortuda a pegá-lo, mas Matthew tratou de ir lhe dar um sermão. Segundo ele, ela só poderia casar depois dos 30 anos, antes disso ele não aceitava. Depois de muita bebida, conversas, músicas, risadas, comemorações e discursos vergonhosos, nós finalmente iríamos poder deitar e descansar um pouco. Benjamin já estava dormindo há tempos, coitado. Matthew e eu o colocamos no berço do quarto ao lado e quando abri a porta do nosso quarto, ele me pegou no colo e entrou me carregando.

“O que é isso?” Perguntei com diversão.

“É uma tradição, a noiva tem que entrar no quarto carregada pelo noivo.” Ele riu e fechou a porta atrás de nós.

Matthew andou até o sofá e sentou comigo ainda em seu colo.

“Foi um ótimo casamento, não foi?” Perguntei alisando seu rosto.

“Foi o melhor casamento.” Ele beijou minha mão.

“Quem diria que aquele grosso que esbarrou em mim no parque ia acabar sendo meu marido...” Falei pensativa e ele cerrou os olhos.

“Olha só, sabemos que eu sou inocente nessa a história. A culpa foi toda sua!”

“Ah, claro... Tudo culpa minha...” Falei com ironia.

“Eu tenho recordações muito melhores...” Matthew falou.

“Tipo o quê?”

“Elevadores.” Ele sorriu maliciosamente e eu gargalhei.

“Sabe que eu até perdi mais o medo de andar de elevador...”

“Agradeça a essas boas lembranças, com certeza te ajudaram a superar o trauma.” Ele disse e ficou sério. “Mas só pode andar de elevador comigo, ninguém mais.”

“Eu prometo.” Levantei a mão. “E todas as comemorações do dia de ação de graças serão comigo.”

“Eu prometo.” Ele colocou a mão em minha nuca e me puxou gentilmente, me beijando,mas afastei-me dele um momento, com a testa franzida. “O que foi?” Ele perguntou confuso.

“É que agora parando para lembrar de tudo isso, eu me recordei de uma coisa muito importante.”

“O quê?”

“Você está me defendo um strip tease.” Falei e ele riu com vontade, mas me olhou com diversão quando percebeu que era sério.

“Não... Não mesmo. Você não tá falando sério.”

“É muito sério!” Me fiz de ofendida.

“Quer mesmo que eu faça um strip? Está tendo a cara de pau de me pedir isso?” Ele se fingiu de chocado.

“Sim, estou pedido ao meu marido que ele cumpra suas promessas e faça um strip para mim.” Cruzei os braços.

“Se eu me lembro bem... Você também me prometeu um strip. Exijo que minha esposa cumpra com as suas promessas também.”

“Por mim tudo bem.” Dei de ombros e levantei enquanto ele me observava surpreso.

Liguei o ipod escolhendo uma música lenta e quando me viro, apoiei-me na mesinha o chamei com o dedo. Ele balançou a cabeça rindo e veio até mim. Ele parou na minha frente e eu segurei suas mãos as colocando as minhas costas, sem desviar dos seus olhos que já estavam cheios de desejo, assim como os meus também deveriam estar. Coloquei minhas mãos em seu pescoço e me aproximei mais, até nossas testas se tocarem.

“Lembra quando eu disse que não sabia dançar assim, a dois?” Ele assentiu e comecei a mover meu corpo lentamente, no ritmo da música. “E lembra o que você me falou?” Ele beijou minha testa.

“Que toda mulher sabe dançar, só bastava encontrar o parceiro certo.” Sorri e coloquei a mão em seu rosto.

“Sempre foi você.” Falei e ele me beijou.

Quente e delicioso como sempre. Minhas mãos estavam em sua blusa, o puxando para mais perto, se é que isso era possível.

“Se você ainda tem alguma esperança de fazer e ganhar um strip, eu sugiro que comece logo tirando esse vestido antes que eu o arranque do seu corpo.” Ele falou entre o beijo, me fazendo rir.

O empurrei na cama e ele sentou com os olhos fixos em cada centímetro do meu corpo. Tirei a delicada tiara do meu cabelo e joguei para ele que a beijou quando pegou. Comecei a dançar conforme o ritmo da música e virei de costas para ele quando comecei a soltar o vestido, o olhando por cima do ombro.

“Devia ser proibido alguém nascer tão gostosa assim...” Ele mordeu os lábios rindo e eu deixei o vestido cair no chão, virando de frente para ele, só com a lingerie branca.

“Pra sua sorte...” Aproximei-me me abaixando a sua altura, com uma mão em cada lado do seu corpo. “É a sua esposa.” Sorri e mordi seu queixo.

Ele me puxou para a cama, ficando por cima de mim, apertando suavemente seus lábios contra os meus. Abri a boca e ele deslizou sua língua devagar, depois é mais forte e firme... Como uma montanha russa. Até que ele parou de repente e se levantou mudando a música para uma agitada e eu apenas fiquei observando curiosa.

Matthew começou a desabotoar a blusa, um botão por vez, mas não era nada sensual. Era óbvio que ele estava fazendo piada daquilo tudo e o pior é que eu estava me divertindo. Ele virou de costas rebolando e eu bati palmas e gritei lhe incentivando. Meu show de humor/strip particular de Matthew Davis. Quando por fim ele tirou a blusa, a girou no ar e jogou em cima de mim.

“Tá gostando da minha performance?” Ele perguntou sem conseguir conter o riso.

“Amor...” Levantei ainda aplaudindo. “Você nasceu pra isso. Devia ser o seu segundo emprego.”

“Ah é?” Ele me puxou pela cintura. “Vai me deixar, com toda essa minha sensualidade natural tão aflorada, dançar para outras mulheres?”

“Algo me diz que elas sairiam correndo. Mas não sei por que...” Dei de ombros e ele me levantou colocando em seu ombro e bateu com força em minha bunda me jogando na cama e começou a me fazer cócegas.

Assim terminou a nossa noite de núpcias, um marido ofendido com seu ego masculino machucado e assim começou nossa vida oficialmente a dois. Não que eu já não sentisse como se fossemos marido e mulher, mas é que agora era mesmo para valer e eu estava adorando.

Eu não sabia como as coisas seriam daqui pra frente. Se algo mudaria entre nós, ou não mudaria. O que aconteceria com a vida dos nossos amigos, como seria Ben quando ele crescesse mais... E para uma pessoa que sempre teve o costume de ter o controle sobre tudo, de sempre estar um passo a frente das coisas, era assustador. Mas eu também sabia que estava rodeada de pessoas maravilhosas que amavam a mim e a minha família, um marido incrível, um filho perfeito e a vida que eu nem sabia que eu sonhava em ter, mas agora eu tinha.

No fundo, amor é tudo o que procuramos. Ás vezes procuramos tanto que não percebemos que ele já está mais próximo do que se imagina. Nem sempre ele vem da forma mais fácil, na maioria das vezes existem obstáculos ao longo do caminho. Esses obstáculos podem ser sentimentos, pessoas, palavras, atitudes e o pior de todos. Você mesmo.

Saber ouvir, usar as palavras corretas, ter mais compaixão e respeito pelas pessoas ao meu redor e saber aproveitar o pouco tempo que temos, é o que aprendi de mais precioso. Não adianta perder a cabeça por besteiras, se cobrar demais e esperar demais. A vida vai se ajustando sozinha e quando a gente menos espera, percebe o quão feliz é e o quanto não damos valor as pequenas coisas, os detalhes... No fim são eles que importam.

Meses Depois

Nossa viagem de volta para casa foi bem tranquila e a vida seguia normalmente. Ben já estava começando a engatinhar e foi uma festa quando isso aconteceu, Luke filmava e tirava foto de todo e qualquer movimento ou som diferente que Ben fazia. Eu estava voltando aos poucos a participar mais diretamente das decisões da empresa e toda a dificuldade que eu sentia de ficar longe de Ben para trabalhar, havia me dado uma ideia que eu queria colocar em prática futuramente. Uma espécie de creche dentro do prédio da Trammer’s.

O fato é que eu não cogitava essa ideia de ter filhos, então eu não imaginava o quão difícil era. Quando eu precisava ir ao escritório, deixava Ben aos cuidados de Luke, na maioria das vezes. E apesar de confiar minha vida a ele, eu não conseguia ficar 100% tranquila, sempre ficava aquele sentimento de ‘Será que ele está bem mesmo? Será que ele não está precisando de mim?’ Então decidi fazer um projeto de implantação dessa creche para todos os funcionários com filhos. Seria um serviço gratuito para eles, as crianças teriam acompanhamento com nutricionista, um espaço para brincar, para dormir... Enfim, um segundo lar para que os pais ficassem tranquilos em saber que poderiam vê-los a qualquer momento e que eles estariam há apenas uns andares de distancia.

...

Era aniversário de Matthew e eu planejei um jantar surpresa para ele. Estava tudo pronto, todos já estavam lá. Brian, que inventou uma desculpa para sair mais cedo do escritório, Mabel, Ethan, Eleanor, Luke, Kenny e Richard. Ouvi o barulho do carro e quando olhei pela janela confirmei que era ele chegando.

“Anda gente, ele já vai entrar!” Falei pegando Ben, que estava no sofá com Richard mordendo um brinquedinho seu.

Baby e Cristal corriam de um lado pro outro, assim como todos nós. Fiz com que todos se calassem e apaguei as luzes, um pouco antes da porta se abrir.

“Sophie?” Matthew falou quando entrou e apertou o interruptor fazendo as luzes se acenderem.

“Surpresa!” Gritamos juntos dando um susto nele.

“Cacete!” Ele falou rindo e vindo cumprimentar a todos. “Tão de brincadeira comigo!”

Matthew foi com o pessoal para a sala de jantar enquanto eu fui conferir na cozinha se estava tudo como o planejado. Quando voltei, parei por um instante admirando a cena, encostando-me na parede. Meu pai, meu marido com nosso filho no colo e meus amigos todos reunidos, a vontade uns com os outros. Felizes. Era assim que eu queria ter minha casa sempre.

“Amor, vem sentar!” Matt me chamou e Ben começou a bater palmas rindo.

“Estou indo!” Falei indo sentar ao lado e lhe dei um beijo rápido. “Espero que esteja pronto para os próximos 50 aniversários.”

“Com toda certeza que estou.” Matthew sorriu.

Se não fosse amor, não haveria planos, nem vontades, nem ciúmes, nem coração magoado. Se não fosse amor, não haveria desejo, nem o medo da solidão. Se não fosse amor, não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você. Se não fosse amor, eu teria desistido de nós.

Vídeo: A história de amor de Sophie Trammer e Matthew Davis.

FIM.


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Notas finais do capítulo

Ai gente, esse dia tão triste e tão feliz ao mesmo tempo chegou e eu só tenho a agradecer.
Muito, mas muito obrigada por cada comentário, cada palavra de incentivo, cada puxão de orelha e ameças hahaha Eu fico muito realizada de estar colocando um ponto final nessa história e me sinto com a sensação de dever cumprido.

Choramos juntas, rimos juntas e conheci pessoas maravilhosas graças a isso aqui, então de novo, OBRIGADA!

Algumas meninas já sabem sobre um novo projeto que estou fazendo, se chama As Regras do Amor e eu postei o primeiro capítulo aqui: https://fanfiction.com.br/historia/647295/AsRegrasdoAmor/

Espero que vocês gostem, é algo bem diferente de PVMV, vai ser mais uma comédia romântica e estou realmente animada em escrevê-la.

O próximo capítulo a ser postado aqui, será o epílogo e depois, bye bye PVMV.

Um beijo enorme, fiquem com Deus e não vou me cansar de dizer como sou agradecida por ter conhecido vocês.

Suyanne Andrade.