Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 90
Se não fosse amor - Penúltimo Capítulo: Benjamin Derek Trammer-Davis.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meninas!
Nyah resolveu voltar, AMÉM haha
Capítulo mais que especial, já que é o penúltimo :( Sério, não tô com psicologico pra terminar essa história, mas enfim, prometo que vem muitas surpresas boas por ai.
E também hoje é aniversário de uma pessoa que eu conheci graças ao Nyah e que eu simplesmente amo, BRUNA SUA VACA, meus parabéns. Você tá velha, mas eu ainda sou sua amiga mesmo assim tá?! hahaha
Um beijo enorme pra vocês e preparem os corações para o último capítulo!



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POV Sophie Trammer

“Com licença, grávida de oito meses passando!” Falei me metendo entre Luke e Brian que estavam impedindo que eu fosse para a sala.

“Como você se aguenta em pé?” Brian perguntou zombando obviamente do meu tamanho GGG.

“Eu não me aguento em pé, por isso estou sempre deitada.” Revirei os olhos e sentei no sofá esticando as pernas em cima da mesinha.

Meus pés ficavam inchados o tempo todo, mas ao menos eu estava conseguindo controlar a minha pressão. Eu a media três vezes, todos os dias e ao mínimo sinal de alteração, eu tomava o remédio para mantê-la estável. Eu não sentia mais enjoos e as únicas dores que me perturbavam eram as das costas, mas era extremamente normal. Apenas um sinal de que o pequeno Ben estava cada vez mais próximo de chegar.

Eu queria muito ter um parto normal, da primeira vez precisaram fazer uma cesárea e a recuperação era simplesmente horrível, então eu preferia do modo tradicional, mas Ian achava melhor optar pela cirurgia, por que ele não sabia se eu aguentaria devido ao problema da minha pressão. Então em exatos 14 dias, teríamos mais um membro na nossa família.

Baby e Cristal pareciam entender o que acontecia, eles sempre estavam do meu lado e para minha surpresa, quietinhos. Era como se eles soubessem que um irmãozinho chegaria em breve.

Tudo já estava mais do que pronto para a chegada de Benjamin. O quarto tinha ficado perfeito, Matthew cuidava pessoalmente de cada detalhe e não tinha um dia sequer que ele chegasse em casa sem um brinquedo novo para nosso filho. Três paredes do quarto tinham um tom de azul bem claro e somente uma com um tom mais escuro, onde fizemos uma decoração e colocamos vários quadros que ainda estavam em branco, estavam reservados para as fotos que tiraríamos de Ben com todos.

Embora eu estivesse feliz de a gravidez estar chegando ao fim, também estava um pouco preocupada. O parto tirava meu sono, eu não sabia o que iria acontecer, nunca imaginei que ficaria grávida novamente e a última vez tinha sido muito traumatizante.

“Que caixas são aquelas?” Falei quando notei as caixas em cima da poltrona.

“São de Richard...” Luke disse se aproximando. “Mas não sei o que tem nelas, ainda não as abri.” Ele as trouxe para mim e eu as coloquei ao meu lado, as abrindo.

“Ai meu Deus!” Falei incrédula tirando um pequeno terno de dentro da caixa. “Olha que coisa mais linda!” Entreguei para Luke e Brian se aproximou para ver também. Tirei a gravata de dentro da caixa admirada com tudo.

“Será se ele é um avô babão?” Brian disse rindo e eu abri a última caixa com sapatos sociais pretos que cabiam na palma da mão.

“Ele já trouxe várias coisas, você tem que ver.” Luke falou.

“Acho que não tem mais nem espaço para tanta coisa.” Falei rindo. “Matt tem uma gravata parecida com essa! Eles vão poder combinar, não vai ser muito fofo?”

“Não.” Luke franziu a testa. “Só vai ser fofo quando eu comprar uma gravata igual a essa e sair combinando com meu sobrinho.”

“Não mesmo. Eu que vou sair combinando com o meu sobrinho.” Brian resmungou.

“Eu estou começando a me preocupar com o nível de mimos que meu filho vai receber, vocês vão estragar ele!” Disse com diversão.

“Eu vou ser o tio preferido dele!” Brian falou e Luke o olhou feio.

“Eu que vou!”

“Querida, cheguei!” Matthew berrou entrando em casa.

“Até que enfim! Não aguento esses dois!” Falei para ele. “Estão brigando para saber quem vai ser o tio preferido de Ben.”

“Não diga!” Matthew riu e me deu um beijo rápido, sentando ao meu lado. “Mas o importante é que nosso pequeno pode ter muitos tios, mas pai ele só tem um.”

“Idiota...” Luke jogou uma almofada nele.

“Golpe baixo!” Brian falou, fazendo Matthew e eu cairmos no riso, enquanto eles dois voltavam para a cozinha.

“O que é isso?” Matt pegou o presente de Richard.

“Meu pai que mandou, imagina nosso filho usando terno e gravata!”

“Vai ser um bebe de muito bom gosto.” Matthew riu. “O que me faz lembrar...” Ele me entregou uma sacola e eu cerrei os olhos.

“Amor, não tem mais espaço para brinquedos naquele quarto, é sério.” Disse rindo.

“Não é um presente para o Ben, é para você.”

“Para mim?” Perguntei animada e ele assentiu.

Abri a sacola e tirei uma caixinha que continha um pingente de coração prateado dentro.

“É para aquele seu bracelete.” Matt disse e o pegou da minha mão, o abrindo.

Em um dos lados do pingente, havia uma foto de nós dois, tirada na nossa viagem para o México. Matthew e eu sorridentes olhando um para o outro, mas o outro lado do coração estava vazio.

“Quando Ben nascer, vamos colocar uma foto dele aí dentro. Pra você saber que tanto eu quanto ele estamos sempre com você o tempo todo.” Ele explicou e eu peguei o pingente de sua mão sem conseguir conter meu sorriso.

“É lindo.” Falei e o beijei. “Muito obrigada.”

“Não por isso.” Ele sorriu e se levantou indo para perto dos rapazes. “Brian, aquela obra da 5ª avenida estourou o orçamento pela terceira vez...”

E assim eles começaram a discutir sobre trabalho e Luke veio sentar comigo para assistir televisão. Estávamos assistindo um programa de confeitaria em que os participantes tinham que fazer o bolo de chocolate perfeito. O problema é que ver todas aquelas massas e coberturas de chocolate eram demais para mim.

“Olha só...” Falei. “Qual a possibilidade de vocês fazerem um bolo para mim?”

“Um bolo?” Matthew perguntou com diversão.

“A não ser que você queira que seu filho nasça com cara de bolo.” Disse com ironia.

“Ok, qual dos dois sabe fazer bolo?” Matt perguntou para Brian e Luke.

“Cara, eu sequer sei ligar o forno.” Brian respondeu.

“Eu acho que eu sei... Mais ou menos...” Luke olhou para mim rindo.

“Seu bolo é péssimo.” Falei zombando dele. “Mas pra sorte de vocês, eu sei fazer bolo, então vocês só precisam fazer o que eu mandar.”

“Como se a gente já não fizesse isso...” Brian resmungou para Matthew.

“Eu ouvi isso!” Gritei. “Não se irrita uma mulher grávida.” Levantei com a ajuda de Luke e Matthew me ajudou a sentar no balcão da cozinha. Que era o meu lugar preferido desde sempre.

Comecei a dar as instruções para eles e a bagunça foi instalada naquela cozinha. Era impressionante como eles conseguiam fazer uma completa baderna usando poucos ingredientes. Mas meu desejo de comer bolo de chocolate falava mais alto do que o surto de querer tudo limpo em casa, então apenas fingi que estava tudo em ordem.

“Dá pra tirar essa mão daí?” Matthew recriminou Luke que estava metendo o dedo na massa do bolo.

“Massa de bolo crua é uma delicia, o que eu posso fazer?” Luke provou da massa e fez uma careta.

“Que foi? Tá tão ruim assim?” Brian perguntou.

“Doce demais.” Luke disse.

“Mas coloquei a medida de açúcar que você disse para por.” Matthew me olhou com a testa franzida.

“Deixa eu ver...” Peguei um pouco da massa no dedo e experimentei. “Tá perfeito.” Disse e ele sorriu vitorioso, mesmo com o olhar confuso de Brian e Luke.

“Eu já desisti de tentar entender os gostos dela.” Matthew deu de ombros.

“Agora é só jogar na forma e colocar no forno. Em uns vinte minutos fica pronto.” Falei e franzi a testa sentindo uma leve pontada no pé da barriga.

“O que foi?” Brian perguntou.

“Nada não, só cólicas. Ian disse que é normal nessa fase.” Expliquei.

“Não quer ir ao hospital? Só pra garantir?” Matthew perguntou.

“Não, eu estou bem.” Sorri. “Já senti outras vezes, não é nada demais.”

“Mas se piorar...” Luke disse.

“Se por acaso piorar eu aviso aí nós vamos para o hospital.” Falei e eles concordaram.

Matthew pôs o bolo no forno e eles começaram a limpar toda a bagunça que fizeram enquanto eu fui me deitar um pouco no sofá. Benjamin estava quieto, quieto até demais. Ele geralmente não parava de se mexer dentro de mim, mas até o momento, eu não havia sentido nada, o que me deixou um pouco preocupada, mas preferi acreditar que ele apenas estava dormindo um pouquinho.

Quando meu bolo finalmente saiu do forno e eu pude comer, me senti realizada, estava uma delicia. Mas acho que só eu pensei assim, baseado nas caretas que eles fizeram quando comeram um pedaço do bolo. Mas estava do meu gosto, isso que importava e inclusive, estava tão do meu gosto que comi humildes três pedaços.

“Nossa, to muito cheia.” Disse respirando fundo.

“Não é pra menos.” Luke falou.

“Eu como por dois, não me recrimine.” Bati em seu braço.

Matt e eu subimos para nosso quarto, por que eu sentia como se tivesse pesando uma tonelada a mais, depois de tanto bolo. Ele se trocou e deitamos um pouco, mas ainda sentia as cólicas, não eram dores como as que eu senti alguns meses atrás, quando passei mal. Não chegava nem a ser uma dor, era mais um desconforto... Só que eu estava enorme, era normal que eu sentisse tal desconforto. Na gravidez de Annie foi a mesma coisa, embora eu não lembrasse de ficar com a barriga assim tão grande, mas pelos exames, Ben era maior que Annie na mesma época.

Levantei-me para ir ao banheiro e como estava com um gosto ruim na boca, resolvi escovar os dentes e passei uma água no rosto. Foi então que aconteceu o que eu menos esperava que acontecesse.

“Matthew!” Gritei e em poucos segundos ele estava na porta do banheiro me olhando assustado. “A bolsa estourou.”

“A bolsa estourou? O que quer dizer com ‘A bolsa estourou’?” Ele perguntou perplexo e eu revirei os olhos.

“Quero dizer que seu filho vai nascer!” Falei e ele continuou parado me encarando. “Se mexe criatura!” Gritei e ele concordou saindo correndo para a porta do quarto gritando por Brian e Luke e voltou para o banheiro para me ajudar a sair de lá sem que eu escorregasse.

“O que foi?” Brian perguntou quando me viu.

“A bolsa estourou.” Matt respondeu.

“O que houve?” Luke entrou correndo no quarto.

“Aconteceu um vazamento na caverna do dragão.” Brian disse para ele e eu joguei um travesseiro na sua cabeça.

“Não é hora para piadas!” Matt falou nervoso.

“Isso, é hora de colocarmos o plano em ação. Podemos começar com uma roupa limpa para mim.” Falei e Luke entrou em meu closet. “A bolsa com as coisas do bebe estão no quarto dele, também vamos precisar.” Brian assentiu e saiu para buscar.

“O que eu faço?” Matthew me olhou.

“Você tenta não entrar em pânico.” Beijei seu rosto.

Luke me ajudou a me trocar enquanto Matthew e Brian entravam em contato com o hospital e com o resto de nós para avisar que eu estava entrando em trabalho de parto. Para a minha surpresa, eu estava tranquila. Não estava nervosa ou com medo, acho que estava mais ansiosa para ver o rostinho de Ben e logo poder voltar para casa com ele.

Estava descendo as escadas com Matthew do meu lado e a cara dele de puro pânico era muito engraçada, eu me contive diversas vezes para não rir.

“Respira amor, respira.” Ele repetia o tempo todo.

“Amor, se eu não estivesse respirando, eu estava caída morta no chão.” Falei com sarcasmo e ele me olhou feio. “Fica calmo tá?” Disse impaciente e parei nos últimos degraus sentindo uma contração. “Nossa... Essa foi das boas.” Falei.

“Ian disse para medir os intervalos entre as contrações, quando for ter outra você me avisa.” Matt disse e eu assenti terminando de descer, finalmente, as malditas escadas.

E ai foi uma correria sem fim. Eu apenas sentei na poltrona observando tudo, os três patetas tentando resolver coisas tão simples que eles acabavam complicando tudo.

“Pegaram tudo?” Matthew perguntou para Luke e Brian e eles assentiram. “Ótimo, vamos.” Ele disse e os três saíram, me deixando completamente abandonada dentro de casa.

“Ben...” Alisei minha barriga. “Nós vamos precisar ter muita paciência com esses três. Dá pra acreditar que esqueceram a gente?” Disse rindo. “Mas eles vão se dar conta logo, logo. Em 3, 2, 1...”

“Pelo amor de Deus!” Matthew entrou correndo vindo até mim.

“Eu tô feita nessa vida com vocês viu...” Falei e ele riu sem graça, me ajudando a ir até o carro.

Quando entrei no carro, senti outra contração e ao longo do caminho até hospital, mais duas vezes. Eu mal podia acreditar que tinha chegado a hora, mas agora que eu estava dando entrada no hospital, o medo chegou até mim. Fique bem Benjamin, venha com saúde meu bebe.

POV Matthew Davis

Sophie já estava internada, os planos eram de ser feita a cesárea, mas após Ian a examinar ele concluiu que ela já estava prestes a ter Benjamin e que não daria mais tempo fazer uma cesárea. Sophie estava aliviada notoriamente, ela preferia o parto normal desde o começo, embora Ian tivesse sugerido a cesárea. O fato é que a recuperação de parto normal era muito mais rápida e Sophie já vinha passado por tantas cirurgias, que ela estava com medo de passar por mais uma.

Liguei para meu pai para contar que já estávamos no hospital, esperando Benjamin nascer e ele disse que pegaria o primeiro voo para Nova Iorque. As contrações eram mais frequentes a cada minuto que passava e mais fortes, eu via como Sophie se esforçava para não demonstrar como estava doendo. Ela apertava os lençóis a ponto dos dedos ficarem vermelhos de tanta força. Passamos toda a tarde assim, apreensivos. Toda nossa família estava lá conosco, mas na hora do parto só poderiam ficar no máximo duas pessoas. Luke bateu o pé e disse que iria ficar dentro do consultório, eu sugeri que Richard entrasse, mas ele preferiu esperar do lado de fora, o medo era visível em seus olhos, então seriamos só Sophie, Luke e eu no fim das contas, nós três, como toda essa história havia começado.

“A dilatação está ok.” Ian disse para a enfermeira e olhou para nós. “Prontos para conhecer o pequeno Benjamin?” Olhei para Sophie, emocionado e segurei sua mão.

“Não vou sair do seu lado, eu prometo.” Falei e ela assentiu chorando.

“Me ajuda filho.” Sophie falou com os olhos fechados.

Ficamos apenas nós três, Ian e duas enfermeiras na sala. Elas deram luvas para mim e Luke e mascaras para evitar que o bebe pegasse qualquer tipo de bactéria ou vírus. Luke segurou a mão de Sophie e eu segurei sua outra mão.

“Quando sentir uma contração Sophie, eu quero que você faça o máximo de força que conseguir fazer.” Ian explicou para ela.

“Tudo bem.” Ela sussurrou e começou a fazer força.

“Isso, muito bem.” Ian disse. “Vamos lá, outra vez.”

Parecia que estávamos ali a uma eternidade, vi Sophie começar a ficar fraca, a cada vez que ela tentava fazer força, ela enfraquecia. Eles aplicaram um medicamento nela para ajudar, mas mesmo assim estava sendo difícil.

“Eu não consigo...” Ela disse chorando. “Não dá, não dá mais.”

“Amor.” Tirei a mascara. “Você consegue, eu sei que consegue.” Beijei sua testa.

“Estamos aqui com você.” Luke falou e ela, aos prantos, respirou fundo e fez força mais uma vez.

“Vamos lá Sophie, de novo!” Ian disse e ela obedeceu. “Eu já estou o vendo! Preciso de você mais uma vez.”

Sophie respirou fundo, tirando forças que honestamente eu não sabia de onde vinham. Ela apertou minha mão com força, em uma última tentativa de fazer nosso filho nascer, até que eu ouvi um choro. Não era meu, de Luke, ou de Sophie. Era Benjamin.

“Nasceu!” Falei respirando aliviado e Sophie suspirou pesado, soltando minha mão.

Eu me aproximei das enfermeiras que agora estavam dando banho em Benjamin e observei tudo de longe. A sensação era incrível. A prova mais bonita de meu amor por Sophie e vice-versa, ali na minha frente e aos berros.

“Ele é lindo!” Luke falou emocionado e me abraçou.

Olhei para Sophie, mas ela estava imóvel e de olhos fechados.

“Sophie?” Chamei por ela, mas ela não se moveu.

Olhei para Ian assustado e ele se aproximou dela, a examinando. Parecia que Benjamin estava bem, as enfermeiras faziam os exames de sempre, eu lembro que fizeram isso com Megan e com Mia, então eu sabia que estava tudo em ordem. Agora só faltava ter certeza de que Sophie estava bem.

POV Sophie Trammer

Abri meus olhos lentamente, me sentindo ainda com muito sono e como se meus músculos pesassem o triplo do que realmente pesavam. Pisquei algumas vezes até me situar de onde estava. Um quarto todo branco, com algumas flores na mesa ao meu lado. Flores? Argh... Quem raios trouxe isso para cá?

“Olha quem resolveu acordar!” Matthew falou sorridente quando entrou no quarto. Tentei me sentar melhor, mas estava muito dolorida para isso. “Eu te ajudo.” Matt ficou ao meu lado, me ajudando a sentar.

“O que aconteceu?”

“Aconteceu o de sempre. Você quase me matou do coração de susto.” Ele sorriu e eu franzi a testa confusa, não lembrava com clareza dos fatos. “Sua pressão caiu bruscamente devido ao esforço que você fez e segundo Ian, juntando com o cansaço das noites mal dormidas, você simplesmente apagou por algumas horas. Literalmente desmaiou de cansada.”

“Horas? Mas que horas são agora?”

“São...” Ele olhou no relógio. “1:38 da manhã.”

“E onde estão todos?”

“Luke e Kenny foram comer alguma coisa, Brian, Richard e Mabel foram buscar meus pais e Megan no aeroporto e Ethan foi levar Eleanor em casa, por que ela entra aqui cedo de manhã e precisava dormir um pouco, mas ele volta, não deve demorar.”

“Tá, mas...” O olhei receosa, querendo saber do mais importante. “O que aconteceu com Benjamin? Onde ele está? Como ele está?” Perguntei preocupada. Não vi nada dele no quarto, era como se ele sequer existisse. “Onde estão as coisas dele? Por que só tem essas flores idiotas aqui? Aconteceu alguma coisa?” Falei exasperada.

“Hei, calma!” Ele sentou de frente para mim. “Achamos melhor deixar você descansando um pouco aqui e...” Ouvimos alguém bater na porta. “Pode entrar.” Matthew disse e umas das enfermeiras que estavam comigo na hora do parto apareceu com um bebe no colo.

“Olha quem já saiu da incubadora.” Ela falou sorrindo e Matthew ficou em pé, o pegando. “Ele está ótimo, é todos de vocês.”

“Obrigado.” Matt falou e a enfermeira saiu do quarto. “Quer conhecer seu filho?” Ele me perguntou e eu senti todo o peso e dor do meu corpo simplesmente desaparecer.

Matthew sentou ao meu lado e eu pude finalmente ver aquelas bochechas rosadas lindas.

“Oi...” Falei emocionada pegando em sua mão, tão pequenina e ele segurou meu dedo. Nem ousei tentar conter meu choro de alegria. “Ele estava em uma incubadora?”

“Sim, como esse apressadinho aqui resolveu vir antes do tempo...” Matthew riu. “E como Ian havia dito que era melhor você não amamentar, ele ficou esse tempo em observação. Se alimentando e ficando saudável, mas parece que já está tudo bem.” Assenti ainda sorrindo. “Consegue segurá-lo?”

“Consigo, com toda certeza consigo.” Disse animada e Matthew me entregou Benjamin. Pela primeira vez eu pegava meu filho no colo. “Ele é tão lindo...” Alisei seu rosto e Matthew colocou seu braço ao redor de mim.

“Estamos fazendo apostas quanto os olhos. Luke, Ethan, Brian e Mabel acham que serão verdes, o resto acha que serão azuis.” Ele falou com diversão.

“Ele não abriu os olhos ainda?”

“Você sabe, ele não é um bebe muito ocupado, então ele dorme muito.” Ele riu, me fazendo rir também.

“Então você é um preguiçosinho Ben.” Beijei sua mão.

“Eu estou muito orgulhoso de você.” Matt disse e eu voltei meu olhar para ele. “Nós dois estamos, não é Ben?!”

“Só tentei mostrar que estava tranquila, mas na verdade fiquei com tanto medo...”

“Eu imagino, eu estava também por vocês dois. Só queria que você acordasse logo pra ter certeza de que tudo estava bem e queria que visse logo como nosso filho é perfeito.” Ele falou e eu o beijei.

Ficamos babando pelo nosso pequeno, lindo e amado Benjamin. Depois Matthew me ajudou a levantar e trocar de roupa, havia escolhido um vestido e ele foi comigo para o quarto em que eu iria realmente ficar enquanto estivesse no hospital. Quando entrei, fiquei maravilhada... Eles haviam decorado tudo com balões azuis e todas as roupas de Ben estavam lá, com chupetas, brinquedos e coisas que ele provavelmente nem usaria.

Luke, Kenny e chegaram pouco depois de nós e estavam muito felizes por Benjamin já estar no quarto conosco. Depois chegaram meu pai, com os pais de Matthew, Megan, Brian e Mabel. Todos estavam apaixonados pelo nosso bebe, mas não tinha como não estar, ele era a coisinha mais fofa desse mundo. Até minha querida e amada futura sogra se derreteu quando o viu e pasmem, até me deu um abraço. Eu tinha certeza que Benjamin tinha vindo para unir essa família de vez.

Passei, ao todo, cinco dias no hospital. Eu havia recebido alta no dia seguinte de ter dado a luz, muito diferente da recuperação da cesárea. Eu me sentia ótima, estranhamente disposta e só havia tomado alguns remédios para dor, mas nada demais. Porém, por Ben ter sido prematuro, ainda ficamos esses dias com ele até ter certeza absoluta que nada daria errado quando o levássemos para casa e quando enfim ele recebeu alta, foi uma verdadeira festa em casa.

Eu estava bem menos inchada e Matthew insistia em dizer que eu estava linda. Ben era um anjinho, muito calmo e nas poucas vezes que ele chorava e não eram por fome ou por precisar trocar a fralda, era só ir para os braços de um de nós e ele se acalmava. Nas primeiras semanas ele acordava ao longo da noite como que umas três vezes, mas ele foi perdendo esse hábito aos poucos. A propósito, ele herdou os belos e maravilhosos olhos azuis do seu pai.

POV Matthew Davis

Mais um longo e cansativo dia de trabalho. Dirigi direto para casa, parando apenas para comprar o jantar do restaurante japonês que Sophie gostava. Os meses passaram voando e em alguns poucos dias estaríamos viajando para nosso casamento, nada mais e nada menos que no Caribe. Essa era a ideia de festa simples que Sophie tinha em mente. Mas todos, inclusive eu, estávamos muito animados para ir aproveitar o sol e a praia. Seria a primeira viagem de Ben e a primeira vez que ele veria o mar, além de poder ver de camarote o casamento dos seus pais.

Abri a porta de casa e me deparo com Sophie sentada no chão brincando com nosso pequeno. Ela sempre estava bonita, eu não sabia se ela fazia alguma coisa em especial ou se simplesmente ela era linda e ponto final. Mas a verdade é que ela nunca deixou de se cuidar, mesmo em casa ela sempre fazia questão de estar bem penteada, bem vestida... Eu sabia que era pra me agradar e me deixava feliz que ela pensasse assim, por que eu fazia tudo para agradá-la também. Acho que esses pequenos detalhes é que fazem com que os relacionamentos durem. Eu não podia chegar em casa com flores, se não ela iria me fazer engoli-las, mas levá-la para jantar fora sempre que possível e trazer mimos todos os dias a fazia ficar feliz. Mostrava que eu pensava nela sempre.

Nós dois achávamos importante não deixar que nosso relacionamento caísse na rotina, por que embora Ben tenha sido um verdadeiro presente e amassemos passar cada segundo que tínhamos com ele, também gostávamos de ter nosso tempo como casal e Luke e Kenny estavam se saindo ótimas babás, confiávamos cegamente deixar Ben com eles dois.

“Olha só quem chegou!” Sophie o pegou no colo, ficando em pé e Ben sorriu ao me ver.

“Oi filhão.” O peguei nos braços e entreguei a sacola com o jantar para Sophie, lhe dando um beijo.

“Comidinha pra mamãe.” Ela riu quando abriu a sacola e viu o que tinha dentro.

“Para o papai e os titios também.”

“Eu vou pôr a mesa.” Ela foi andando para a cozinha.

Fiquei a observando concentrada no que estava fazendo, pegando pratos e talheres para todos nós. Ben ficou tentando puxar minha gravata, o que me fez rir.

“A mamãe é uma gata, né?” Falei e beijei seu rosto. “Eu sei, seu pai é um homem de sorte.”

Chamei Luke e Kenny, colocamos Ben na cadeirinha deitado e ele aproveitou para dormir. Quando terminamos, subi com ele, o colocando no berço enquanto Luke e Kenny tiravam a mesa. Entrei no quarto e Sophie já estava com uma camisola preta e sorriu quando me viu.

“Ele não acordou, está dormindo tranquilamente.” Falei enquanto ela vinha em minha direção e colocou as duas mãos em meu rosto, me beijando. Não os beijinhos que a gente dava quando eu ia trabalhar ou quando voltada. O beijo bom. A puxei pela cintura mais para perto e depois de só Deus sabe quanto tempo, nos separamos e ela começou a beijar meu pescoço, passando os dentes pela minha barba.

“Sabe que dia é hoje?” Ela falou entre os beijos, enquanto eu tentava manter uma linha de raciocínio. Ok... Tô ferrado. Esqueci alguma data importante.

“Não exatamente... Mas parece que é um dia bom.” Falei desconfiado alisando suas costas e beijando seu ombro e ela mordeu minha orelha.

“Faz exatos 40 dias que Ben nasceu.” Ela me encarou e eu sorri triunfante. “Isso significa...?”

“Significa que acabou a seca, graças a Deus!” A puxei, voltando a beijá-la.

E logo quando começamos as nos beijar, o calor começou a se espalhar por todo o meu corpo como uma corrente elétrica, me atiçando, fazendo com que eu sentisse o quão verdadeiro era aquilo que tínhamos. Logo a tirei do chão, com uma mão minha em sua nuca e a outra em sua bunda, enquanto suas pernas estão ao redor da minha cintura. Sua língua deslizou na minha e suas mãos puxam meus cabelos, de algum modo, quando menos percebo, já estamos na cama, lado a lado. Minha mão deslizando sobre seus peitos, por sua barriga e suas pernas. Nunca quis tanto alguém como eu a queria. Ela estava debaixo de mim quando deslizei as alças da camisola delicada pelos seus ombros e calor transcorria dela e de mim, era como se estivéssemos literalmente pegando fogo. Sophie enfiou seus dedos na frente da minha camisa e a arrancou, apenas ouvi o barulho de botões caindo espalhados no chão. Ela simplesmente rasgou minha camisa... O quão excitante isso poderia ser? Meus dedos passaram por todo seu corpo, enquanto beijava seu queixo e seu pescoço... Ah, como eu amava aquele pescoço e a julgar pelos seus gemidos, ela gostava de sentir minha boca em sua pele. Ela puxou meus lábios para os dela, a fim de me dar outro beijo antes de se afastar e estamos sem ar, nos encarando. Praticamente nos atacando com os olhos. O mesmo desejo que existia desde o primeiro dia em que nos vimos, continuava ali, intacto, depois de anos. Eu diria até que estava maior.

Eu não conseguiria descrever com palavras o que eu estava sentindo, por que palavras não eram suficientes para aquele momento. A conhecendo, eu sabia que ela queria que eu comandasse o nosso ritmo e eu queria muito que fosse doce e delicado, por que tinha medo de machucá-la por ser a nossa primeira vez depois de ela ter nosso filho. Mas meu auto controle não permitia isso... Era brutal, quente, maravilhoso e perfeito. Minha boca já estava na sua outra vez, abafando nossos gemidos e suspiros. Era como se fosse a nossa primeira vez e ao mesmo tempo como se fosse a nossa última. Suas unhas arranham minhas costas sem o menor pudor e quando nossas mãos se encontram, nossos dedos se entrelaçam e eu os levei até acima de sua cabeça. Cada palpitação e respiração se misturavam e se combinavam. Seus quadris se moviam com os meus, iam e voltavam em uma harmonia frenética.

Sophie me tinha de corpo e alma. Eu faria qualquer coisa por ela, qualquer coisa que ela pedisse. Era a única coisa em que eu conseguia pensar durante todo dia e era a única que eu desejava dividir todas as minhas noites. Ela não era apenas perfeita, ela era perfeita para mim.


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