Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá gente mais linda, como está seu dia? Alguém aí ansioso (a) por mais um capítulo de Segure minha mão? Espero que sim u.u Ah, lembrando aqui gente, tenho um grupo para quem lê minhas estórias no facebook, quem quiser participar é só mandar convite que eu aceito, o nome é MIC & OP, tem a página e o grupo com esse nome :)

Então, Boa leitura e Divirtam-se!



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Capítulo 5

Luiza

O melhor beijo, a melhor pegada, a melhor sensação. Mas ele é só um amigo, ou quase isso, porque eu quero mesmo é ajudá-lo a sair da droga de vida que ele está levando! Porque ele faz isso? Tudo bem, o pai dele morreu, ele provavelmente era grudado com o pai, mas não é motivo. Não se resolve os problemas fumando, bebendo, ou fazendo qualquer outra coisa ruim. Ele precisa de ajuda e eu vou ajudá-lo.

O restante das aulas passaram rápido, notei que o Gabriel só ficava me olhando, mas disfarcei. Bateu e na saída da escola eu vi ele entrando no carro do Diogo, eles passaram por mim e pela Vic quase atropelando mesmo, faltou um dedo para não pegar na gente.

— Idiota! — eu gritei, mas não adiantou nada.

— Que merda cara! Agora que o Gabi estava voltando a ficar como antes! Droga, ele também não se toca! Eu desisto do Gabriel! De vez Luiza, de vez. Ele não merece ajuda de ninguém mesmo! — A Vic falava irritada.

— Calma cara, da um desconto né Vic... você sabe que essas coisas são difíceis.

— Difícil Lu? E toda a ajuda que a gente ofereceu pra ele? vai pra onde agora? Para o ralo! Ele deve ta indo lá pro beco e vai se drogar de novo!

— Beco? — falei pensativa.

— Não mesmo, Luiza! Eu te conheço bem, e essa cara não é boa coisa!

— Vamos pra lá, agora!

— Desiste. Não vou mesmo. Que se dane.

— Vai, Vic, vamos lá!

— Não insiste Lu, eu não vou para o beco.

— Só olhar... eu quero olhar bem para a cara dele...

— Não. Eu não vou.

— Tudo bem então. Vou sozinha. — Virei as costas e quando dobrei a esquina da escola a Vic apareceu do meu lado.

— Ué? Você vai? — perguntei parando junto dela.

— Não, vou deixar você se meter com aquele bando de maconheiros sozinha. — falou irônica.

— Ah, que fofa! Por isso você é minha best linda, eu sabia que você não ia me deixar sozinha.

— É, é. Tá bom. — ela falou ainda brava mais sorriu depois.

Dei um abraço nela e nós fomos em direção ao beco. Pelo caminho, falamos do Gabriel.

— O Gabi ta sendo um idiota. Estragando toda a vida dele. — Ela falou.

— Eu sei, Vic, mas ele vai sair dessa.

— Que esperança. Eu duvido.

— Ele vai mudar.

— Lu... sério, é inútil acreditar nisso, a gente está careca de saber que drogas é mundo quase sem volta.

— Exato. Quase sem volta.

— Me diz ai, de quem você herdou essa positividade toda?

— Acho que foi do meu avô. Eu ouvi uma vez uma história dele, minha avó tinha se perdido numa mata e ele disse que não voltava sem encontrá-la, ai ele andou a noite toda no escuro correndo no meio do mato até achar ela. — contei a história que meu avô sempre me contava quando eu era criança, para me incentivar a nunca desistir daquilo que eu queria, e ser pensar que tudo daria certo.

— Sério? Nossa...

— Pois é, mas é fofo. — dei de ombros. — Ele fez isso porque gostava dela.

— Muito fofo. — Vic concordou boba.

— Vamos, ali é o beco. — apontei para uma rua pouco clara e sem saída.

— Cara, isso não parece coisa boa, vamos embora Lu. Estou com medo.

— Não viaja, Vic, eles estão se drogando mas não vão mexer com a gente, é só não incomodar ninguém.

— Eu queria ter a tua coragem nesse momento.

— Fu falei só para te acalmar, to tremendo também. — rimos da situação.

— E mesmo assim você me fez vir, né!

— Psiu! Vamos olhar daqui se a gente não vê eles.

Nós paramos na entrada do beco e ficamos meio escondidas tentam ver se o Gabriel e a turma dele estavam por ali, mas não dava para ver nada, fomos um pouco mais para a frente e eu vi uma turminha de caras sentados numa rodinha no chão rindo muito de absolutamente nada, eles estavam drogados. Vi um outro cara escorado no poste logo ao lado fumando um cigarro, ele parecia que tentava se controlar só com o cigarro, mas os outros começaram a zoar ele e ele pegou um negocio da mão de um outro lá e cheirou, logo ele começou a rir com os outros de absolutamente nada.

— É ele, Lu. — Vic falou triste, eu ainda não tinha notado, mas era mesmo o Gabriel o cara que estava encostado no poste.

— Droga, tarde demais.

— Eu avisei! Ele não fica um dia sem aquilo!

— Eu vou até lá. — falei decidida.

— Você tá maluca?!

— Não. Eu vou dizer umas verdades para o senhor Gabriel!

— Esquece, eu não vou deixar, ele ta drogado agora, é capaz de querer te bater, Luiza!

— Ele não vai me bater. — Vic estava segurando meu braço, mas não adiantou nada, me soltei e fui em direção a ele.

Caminhei devagar, passando por outros garotos de todas as idades e meninas também, uma estava gravida e cheirava um pó branco deitada no chão. Foi uma das piores cenas que já presenciei, ela estava esperando uma criança que não tinha culpa de nada, o próprio filho. Se nascesse provavelmente a criança teria problemas para a vida toda, isso se nascesse viva. A garota estava suja, com marcas roxas pelo corpo assim como outros que estavam por ali. Porém não foi só isso que me embrulhou o estômago. A garota provavelmente não tinha família, ninguém que fizesse algo por ela, mas ali eu podia ver gente de todas as classes sociais, uns sentados no chão, perto de umas lixeiras, outros escorados na parede, limpos e bem-vestidos, com a aparência debilitada somente pelos olhos vermelhos e lacrimejantes. Passei por todos quieta e sem olhar ninguém nos olhos, se não mexesse com ninguém tudo ficaria bem, assim eu esperava. Cheguei na rodinha onde o Gabriel estava escorado no poste, ele me olhou assustado.

— Lu... Luiza. — gaguejou.

— Oi, Gabriel. — falei sorrindo ironicamente.

— O que você está fazendo aqui?

— “O que você está fazendo aqui?” Eu que te pergunto!

— Ih, qual é mina... ta querendo manda no cara agora? Olha a mina se achando ai, Chef. — Diogo falou para o outro cara ao lado dele.

— Cala a boca garoto, não to querendo mandar nele não. Só dizer umas verdades. — Respondi.

— Sujou Gabriel, vai apanhar da mina. — O tal que chamavam de Chef respondeu zoando.

— “Mina” é a tua mãe! — encarei ele.

O cara se levantou e eu fiquei com um pouco de medo, era alto, forte e estava me olhando com raiva.

— O que você disse, vadia? — ele me encarou de punhos fechados e parou na minha frente.

— Ei, ei, calma ai, Chef, ela tá meio perdida, deixa que eu resolvo. — Gabriel se colocou na minha frente antes que o Chef se aproximasse mais.

— Tira ela daqui então, ou eu mesmo tiro. — ele falou encarando o Gabriel com raiva e depois me encarou.

— Anda, Luiza. — Gabriel se virou para mim e passou a mão pela minha cintura me fazendo andar, depois continuou me guiando fazendo com que eu andasse um pouco a sua frente.

— Como você deixou ela entrar ai, Vitória?! — ele encarou a Vic que estava nos esperando na entrada do beco.

— Eu não deixei, seu idiota, e olha o tom comigo! — ela saiu andando.

— Luiza, nunca mais, nunca mais entra nesse beco, ouviu?! — ele mandou.

— E por quê?! — retruquei brava com ele.

— Porque eu to pedindo!

— Eu entro onde eu quiser, se eu não posso entrar por que você pode?!

— Eu não quero você lá, os caras são barra pesada ali, se eu não me meto no meio o Chef tinha te dado uma surra entendeu? Ele não faz o tipo “cavalheiro”, Luiza, ninguém faz esse tipo aqui, não é lugar pra você.

— E por que você anda com ele, Gabriel? — olhei ele nos olhos.

— Porque eu preciso do que ele me oferece. — ele olhou para o chão.

— Você precisa dele? Então fica com ele, volta pra lá, continua cheirando lá com eles e rindo de porcaria nenhuma, fica lá, vai, se droga, fica doidão! Volta pra lá! Não é isso que você estava fazendo? Eu te ofereci minha mão como ajuda e como você agradece? No outro dia volta a cheirar! De que adianta, Gabriel?!

— Eu não estava me drogando, Luiza. — ele disse baixo, mal ouvi.

— Anda, volta pra... O quê? Eu vi você...

— Eu fingi porque eles estavam zoando comigo. Peguei o negocio do Chef e fingi.

— Então você...

— É, eu não cheirei. Se eu tivesse cheirado eu teria te tirado de lá antes do Chef mandar e a tapas provavelmente.

— É, você ta normal agora... eu achei que... — não segurei, o abracei, ele estava sendo forte, era a primeira tentativa de mudança, era um começo.

Mas por que ele queria mudar agora? Será que é por que alguém finalmente lhe estendeu a mão, uma mão amiga? Ele precisava disso, eu sabia.

— Tudo bem, Lu, só me abraça forte vai, é difícil segurar a vontade. — ele me abraçou mais forte e eu me apertei mais contra o peito dele.

— Obrigada por não ter... — não completei a frase, ele havia entendido.

— Obrigado por ter aparecido, eu não sei se aguentaria ficar a tarde toda ali sem... — ele também não completou. — Mas me promete uma coisa? Não vem mais aqui. Por favor.

— Não vou prometer isso.

— Por favor, eu não quero que você se machuque. — ele olhou nos meus olhos.

— Tá, tudo bem. Prometo. — cruzei meus dedos atrás das costas.

Saímos dali e fomos atrás da Vic, ela já estava uma quadra distante de nós mas a alcançamos.

— Vic, espera! — gritei.

Ela parou e ficou olhando para o Gabriel enquanto nós chegávamos nela.

— Ué? E seus amiguinhos? — ela resmungou.

— Para Vic, ele não estava fazendo nada. — falei fazendo ela parar com aquele tom de ironia.

— Hã?

— Ele só fez, além do mais ele ta normal, então não cheirou nada.

— Sério, Gabi? — ela perguntou olhando para ele.

Ele sorriu de lado e afirmou com a cabeça.

— Que bom! Eu achei que você não tivesse aguentado.

— Não sei se eu ia aguentar muito tempo... mas ainda bem que vocês chegaram. Mas... — ele olhou um pouco brabo para a Vic. — Nunca mais venha aqui, nem você, nem a Luiza.

— Eu não venho mais mesmo, essa louca ai que me arrastou pra cá. — ela falou braba para mim.

— Ei, olha pelo lado bom gente, pelo menos você está limpo né Gabi?!

Os dois concordaram e nós fomos embora. Encontramos o Kauã no caminho.

— Oi, meu lindo! — Vic se derreteu toda.

— Minha linda! — ele pegou ela pela cintura e deu um beijo bem demorado nela, e já começaram se agarrando.

— Nossa, que cheiro de fogo é esse? — falei olhando para os lados.

— Não esquenta Lu, é só o Kauã e a Victória... — Gabi entendeu o que eu quis dizer e se adiantou, nós dois rimos.

— Engraçadinhos vocês. — Vic falou se soltando um pouco do Kauã, eles não são namorados, mas são quase isso.

Fomos para a minha casa e ficamos sentados lá na frente tomando coca e conversando enquanto o tempo passava...


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Notas finais do capítulo

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Beeijos!