Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Hey bonitas, como estão?

Capítulo direto do forno hein ;)

Boa leitura e divirtam-se!

PS: Dedicado as lindas: Juliana, Lia, Carla e Iamara, obrigada pelo carinho sempre ♥



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Capítulo 44 — Como viver sem você?

 

Gabriel

 

Saí correndo daquele lugar, aquilo não podia estar acontecendo, eram três horas da tarde, fui na casa dela, tudo estava fechado, peguei o carro, fui até a casa da Vic e tudo estava fechado, tentei ligar mas ela não atendeu então, liguei para o Diogo.

Diogo, me ajuda, cara você não sabe o que aconteceu! — falei desesperado.

…..

— Como assim você sabe? — Perguntei sem entender.

…....

— Aeroporto? O que ela está fazendo aí?

…...

— O quê?? — perguntei assustado pensando ter ouvido errado, Diogo acabara de me dizer que ela estava indo embora.

— Não. Eu estou indo aí, agora!

…..

— Ela não pode me deixar! Eu não fiz nada!

….

Eu não fiz nada! Foi tudo armação!

….

— Já estou chegando , portão oito?! — Entrei no carro e arranquei.

Dirigi como nunca, andei mais rápido que qualquer outra vez, passei sinais vermelhos, e quase bati em cheio em um caminhão, mas consegui desviar, cheguei no aeroporto, saí correndo do carro, Diogo tinha me dito que ela estava no portão oito, corri por entre as pessoas, estava cheio de gente ali.

— Luiza! — Gritei colocando as mãos em concha nos lábios enquanto as pessoas me olhavam.

Cheguei ao portão oito, Vic estava sentada em uma cadeira e Kauã estava abraçando-a. Diogo me viu, veio ao meu encontro.

— Onde ela está? — perguntei olhando desesperado para ele.

— Ela...

— Onde? — Gritei.

— Ela já foi. — Senti meu corpo estremecer.

— Não... — falei sem acreditar.

Ele apontou as grandes janelas de vidro do salão, eu olhei, um avião levantava voo naquele momento.

— Luiza! — gritei e outra vez todos me olharam.

Vic veio em minha direção.

— Gabriel! Seu idiota! Já não bastou estragar sua vida? Tinha que estragar a dela?

— Eu não fiz nada Vic! — Falei chorando.

— Você a traiu!

— Eu não fiz isso. — Falei com as lágrimas caindo. — Vic, eu não a traí!

— E o que foi aquela cena?

— Ela foi no banheiro, como estava demorando, eu fui procurar.. mas eu estava bêbado... alguém me segurou por trás, falou alguma coisa do tipo “vou cuidar de você, amor” eu achei que fosse a Luiza, entramos num quarto...

— E você transou com a Cecilia achando que fosse a Luiza? — ela disse sem piedade.

— Eu não traí a Luiza! Não aconteceu nada! Eu deitei na cama e apaguei, eu dormi, apaguei mesmo! Não aconteceu absolutamente nada entre eu e aquela vadia!

— Gabriel... desculpa, mas não da para acreditar em você.

— Vic, — segurei ela pelos ombros — eu amo aquela mulher, eu a amo mais do que a minha vida, eu preciso dela, eu nunca faria nada para magoar a Luiza, eu dei minha vida, eu parei com tudo, ela me ensinou tanta coisa, ela me fez ser alguém melhor, eu amo ela! Você consegue entender isso?! — falei chorando — eu não a traí, eu nunca a traí!

Depois das minhas palavras, depois de eu estar no chão ajoelhado, chamando por ela, Vic se ajoelhou na minha frente.

— Desculpa não ter acreditado, se você não a amasse não estaria aqui agora. — Vic me acolheu em seus braços.

— O que eu vou fazer sem ela? Eu preciso dela!

— Eu vou contar tudo para ela.

— Ela não vai acreditar.

— Eu vou dizer que você a ama, que aquilo tudo foi armação da Cecilia e do Marcos.

— Marcos? — Olhei para a Vic.

— Foi o Marcos que levou a Luiza até o quarto.

— Eu vou matar esse filho da mãe. — Já estava em pé.

— Isso não vai trazer ela de volta. — Vic disse segurando meu braço, seus olhos estavam vermelhos assim como os meus.

— O que eu faço, Vic?

O pessoal estava todo ali, ao nosso redor, mas ninguém sabia o que dizer, só Vic que agora tentava me consolar. Os pais da Luiza estavam vendo toda a cena e sabiam de algum modo que eu a amava, que aquilo havia sido mesmo uma armação.

— A Luiza está magoada, Gabriel, sinceramente, quando te vi chegar aqui, me deu vontade de dar uns tapas em você, mas, agora eu sei que você diz a verdade. — A mãe dela disse colocando a mão no meu ombro.

— Ela vai voltar, Gabriel, se você estiver disposto a esperá-la. — O pai dela disse.

— Eu vou esperar, mas eu não vou saber viver sem ela aqui. — Falei isso, virei as costas e saí daquele aeroporto, eu precisava ficar sozinho.

Entrei no carro e dirigi sem atenção nenhuma. Eu não me importava, por mim, que eu morresse. Fui até a praia. Subi na pedra grande, logo que cheguei lá lembrei de todos os momentos que passei com ela naquele lugar.

Como vou viver sem ela?

Sentei lá e fiquei vendo as horas passarem, lembrando de cada detalhe, desde o início, desde que a vi pela primeira vez acordando e dando bom dia ao dia, ao lembrar disso eu sorri, o jeito dela agradecer, o jeito de ficar braba, cada palavra, cada carinho, cada sorriso, cada beijo, cada noite de amor.

Ela é a mulher da minha vida caramba, como esquecer?

Assisti ao sol se pôr, sozinho.

Voltei para casa e me atirei na cama, eu não tinha força para nada.

Os dias foram passando, eu já não sabia mais o que fazer, não tinha notícia alguma dela. Falei com os pais dela todos os dias, ela ligou uma vez e disse que tinha chegado bem, a mãe dela tentou falar de mim, mas Luiza não quis ouvir. Vic também falou com ela uma vez, Luiza também não a ouviu.

Uma semana se passou, duas semanas se passaram, um mês se passou.

Notícias dela? A mesma coisa, que está bem, que a faculdade é legal, ela mora com a família da Nanda e está trabalhando meio turno com crianças, ela ensina eles a pintar.

Eu estou fazendo um cursinho para fazer a faculdade, mas não tenho interesse nenhum, também arrumei um emprego. Três meses depois dela ter ido e eu estou cada dia mais sem vida. A saudade dentro do meu peito era insuportável.

Depois de sair do serviço, fui até a casa da Vic, como eu fazia todos os dias.

— Ela ligou? — Perguntei quando Vic chegou no portão. Já estava pronto para ouvir outro “não”, ela raramente ligava.

— Sim. — Meu coração disparou.

— Como ela está? Ela falou de mim?

— Eu tenho uma notícia, mas não é boa. — Vic me olhou séria.

— Fala logo.

— A Luiza está grávida.

Meu coração parecia ter parado de bater.

— Como assim...? — Perguntei transtornado.

— Ela conheceu um cara, ele ajudou ela...

— Eu não quero ouvir mais nada. — Falei duramente.

— Gabriel... — Ela falou como se pedisse desculpas.

— Esquece. — Falei, virei as costas e saí dali.

Como ela pode ter me esquecido tão rápido? Eu aqui chorando por ela, fazendo cursinho, me preparando para vestibular... Tudo para ela voltar um dia e eu poder dar uma vida a ela.... e ela... ela simplesmente... me esqueceu.

Comecei a andar rápido, fui parar naquela rua estreita que eu não via há muito tempo. O beco. Naquele momento nada mais importava. Me acabei lá, queria morrer. Devo ter dormido uns três dias na rua, só sei que acordei na casa do Diogo, com minha mãe sentada ao lado da cama.

— Onde eu estou? — Perguntei com uma enorme dor de cabeça.

— Na minha casa. — Diogo disse.

— O quê?

— Desde quando você usa drogas, Gabriel? — Minha mãe perguntou chorando.

— Mãe...

— Desde quando?

— Quando o pai morreu... eu... mas eu tinha parado... a Luiza...

— Tudo bem. Eu sei. Diogo já me explicou tudo na verdade. — Ela disse.

— Eu perdi meu pai... perdi a Luiza... eu não quero mais viver mãe.

— Eu estou aqui, eu preciso de você, Gabriel. Você é a única coisa que eu tenho ainda. E isso simplesmente não significa nada?

— Desculpa mãe, eu só queria ela perto de mim... —Senti meu peito se abrir outra vez com as palavras da minha mãe, é claro que eu a amava, só que eu amava Luiza também e não ter ela perto de mim doía muito.

— Nós vamos te ajudar cara, eu estou aqui, sua mãe, a galera está lá embaixo, todos estavam preocupados.

Depois desse incidente, e de ver que todo mundo realmente estava lá preocupado comigo, resolvi esquecê-la, ela estava com outro, ia ter um filho de outro.

 

Novamente o tempo foi passando. Fez um ano que ela foi embora. Seu filho já devia ter nascido aquela altura, mas eu parei de perguntar por ela, Vic sabia, claro, mas eu não quis mais ouvir nada sobre ela, ela estava com outro, teria o filho de outro.

Comecei a namorar uma menina que conheci na praia, mas ela não se comparava a Luiza, nenhuma mulher me fazia esquecê-la. Depois de dois meses, terminei o namoro, não adiantava iludir ninguém, muito menos tentar me iludir.

Fazia exatamente um ano que eu não a via mais, um ano sem ela do meu lado, um ano sem seu beijo, seu abraço, seu sorriso. Minha mãe, Diogo e o restante da galera me ajudaram pra caramba, eles inclusive me apresentaram a Ana, que era a menina com quem eu namorei os dois meses, fui a algumas baladas, fiquei com algumas mulheres, mas não adiantou nada.

Então, em um final de semana a galera me convidou para ir a praia, eu não estava afim, mas como sempre, eles foram até lá em casa e eu acabei indo.

— Vem, vai ser legal, bora lá surfar. — Diogo disse.

— Estou sem ânimo. — Falei mexendo em algumas coisas no computador.

— Você sempre está sem ânimo, anda logo, vamos. — Vic disse me pegando pelo braço.

— Tá, tá. Eu vou.

Fomos para a praia.

Estávamos Vic, Kauã, Diogo, Pati e eu, Pi e Lê chegariam depois.

— Vamos fazer o que na virada de ano? — Kauã perguntou.

—Eu queria passar na praia, vamos vir todos pra cá? — Vic sugeriu.

— A virada do ano está longe ainda... — Comentei.

— Longe? Mais duas semanas e está aí... — Pati disse.

— Acho que vou ficar em casa mesmo. — Dei de ombros.

— Nada disso, você vem com a gente pra cá! — Vic falou.

Nessa hora o celular da Vic tocou, ela recebeu uma mensagem.

— Gente é a... — ela gritou eufórica mas parou antes de acabar a frase, só podia ser a Luiza.

— A Luiza? — Perguntei com o olho brilhando, eu sentia tanta saudade dela e apesar de ter pedido para a Vic nunca mais me falar dela, eu queria saber como ela estava, como estava seu filho, se ela vivia bem, a faculdade como ia... eu queria saber dela. Mas ainda me sentia magoado, traído.

— É, a Luiza, Gabi.

— E como ela está? — Fingi não dar importância.

— Ela diz que está bem e me mandou uma foto do filho. — Vic disse meio sem jeito.

— Deixa eu ver! — Pati pegou o celular. — Como ele é lindo!

— Eu também achei, muito fofo. — Apesar das meninas não terem se tocado, aquilo doía em mim, mas eu queria conhecer o filho dela, ou filha... mesmo sendo de outro cara.

Diogo e Kauã também olharam.

— Posso ver? — Pedi sem jeito.

— Claro, pega. — Vic me estendeu o celular.

Olhei para a foto e senti uma dor no peito, na foto a minha menina, segurava um bebê tão lindo quanto ela, ele estava vestido de azul e tinha um sorriso realmente fofo, aquela criança me encantou. Continuei baixando, para ver o que dizia a mensagem.

“Estou bem, com muitas saudades, de todos. Esse é o Matheus, meu menino. A faculdade está legal, dois anos pela frente ainda... sinto sua falta amiga. Beijos, Luiza”.

— Matheus. — Sorri falando o nome do menino.

— Ele é tão lindinho. — Vic disse.

— Puxou a mãe. — Pati riu.

— Aos dois eu acho. — Vic disse sorrindo, olhei para ela sem entender.

— Como assim, aos dois? — Perguntei, ela sabia quem era o cara?

— É que... O pai, eu conheço... — Ela disse e meu coração sentiu ser apunhalado pelas costas.

— Então... Ela já conhecia o cara?

— Ela? Eu não sei... é que eu conhecia, mas ela não sei...

— Ah, tá bom... é, eu tenho que ir embora gente... Até mais. — Falei levantando da areia, dando uma desculpa qualquer e indo para casa.

O filho dela é muito bonito, tão pequeno, tão inocente... não tem culpa de nada, na verdade, a culpa de tudo é minha. Se eu não tivesse bebido tanto...

Cheguei em casa e fui para o chuveiro, fiquei parado enquanto a água levava minhas lágrimas, era difícil aceitar que a mulher da minha vida estava com outro, tinha um filho e uma vida feliz, eu não conseguia acreditar que tudo tinha se perdido.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários? Venham discutir comigo o que estão achando, let's go girls!
:D

Beijos e boa semana!



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