Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Oláá gente bonita, tudo bem? Alguém desesperadamente desesperada para o próximo capítulo? hahaha :p Então, vim rapidinho nesse sábado de sol (não, eu não aluguei um caminhão) para bom entendedor de mamonas meia frase basta, meu deus, é o calor, desconsiderem a loucura, mas voltando ao assunto: vim trazer mais um capítulo quentinho de Segure minha mão para vocês, então, bora ler ;)

Boa leitura e divirtam-se!



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Capítulo 36 — Recuperação

 

Gabriel

 

O que aconteceu depois do acidente? Como eu sobrevivi? E onde eu estou agora? Isso eu não sei. Lembro do carro capotando e de ter ouvido a Luiza chamar meu nome, depois disso minha cabeça virou uma bagunça, tanta coisa passou nela, era como se eu pudesse rever uma vida antiga, de muitos e muitos tempos atrás, tantas pessoas diferentes, épocas diferentes, lugares distantes, estranhos, tudo nos meus sonhos parecia fantasia. De repente comecei a ouvir a voz da Luiza, ela me chamava de um lugar estranho, era como se fosse... outro mundo... mas... onde eu estou afinal? Eu via ela num quarto branco pedindo para eu voltar, pedindo que não a deixasse e foi isso que eu fiz, corri até ela, corri o máximo que pude, até alcançar sua mão.

— Doutor, ele está acordando! — Ouvi ela dizer.

— Moça, os aparelhos não mostram isso... — Alguém respondeu.

— Ele está acordando! — ouvi a voz dela bem próxima.

Comecei a acordar de um sonho estranho, olhei para cima e vi aquele teto branco e aquele cheiro estranho de hospital.

— Luiza... — minha voz saiu fina.

— Gabriel! — ela se soltou dos enfermeiros e correu até mim. — Gabriel! Eu sabia meu amor! Sabia que você não ia me deixar!

— Luiza... — continuei falando baixo enquanto ela me abraçava, eu estava cheio de fios, meu corpo doía.

O médico chegou na cama e me olhou incrédulo.

— Eu disse! Ele acordaria! — Luiza estava chorando.

— Co... como... — O doutor parecia confuso.

— Eu te amo. — falei baixinho, ela olhou nos meus olhos.

— Eu te amo! Por favor, me perdoa pelo que eu fiz?

— Tudo bem. — sorri, eu a perdoava, sabia que ela não tinha culpa, se fosse eu, eu também acreditaria.

— Eu te amo tanto! — Ela sussurrou.

Eu sorri e ela me abraçou, o médico continuava sem acreditar.

— Mas... mas...

— O senhor quer uma explicação doutor? — perguntei baixinho.

— Por favor...

— Eu amo essa mulher. — falei olhando ela que chorava.

O médico apenas sorriu.

— Acho que posso deixar vocês a sós por alguns minutos... — Falou.

— Obrigada. — Luiza sorriu e o doutor e os outros enfermeiros saíram da sala.

— Minha menina. — passei a mão no rosto dela.

— Tive tanto medo. — ela desviou o olhar.

— Eu estou bem agora.

— Eu sei... mas... fiquei com medo de te perder, eu... eu não sei o que faria.

— Você não vai me perder. — sorri e a abracei, ficamos assim até o médico voltar.

— Agora você precisa ir para o seu quarto, moça... Se meu supervisor souber eu posso perder o emprego... por favor... — o médico pediu.

— Mas...

— Vai amor, eu vou ficar bem. — ela me olhou e sorriu.

— Ok. Eu te amo.

Nos beijamos rapidamente e aquele beijo me fez tão bem. Eu a tinha de volta, minha menina, minha mulher. Quando ela saiu do quarto, me dei conta de uma coisa, todo meu corpo estava doendo, menos minha perna direita.

— Doutor... — chamei.

— Sim... — ele arqueou as sobrancelhas.

— Todo meu corpo está dolorido... — o doutor me interrompeu.

— Isso é normal, Gabriel... você teve algumas fraturas...

— Mas... na minha perna direita eu não sinto dor alguma... — falei meio confuso. — é como se... ela não estivesse aqui. — falei tentando mexer a perna, não obtive resultado.

— Deixa eu ver...

Ele pegou uma espécie de martelo e bateu no joelho esquerdo, senti.

— Senti.

Então, da mesma maneira ele bateu o martelo no joelho direito, eu não senti nada.

— Não... — falei olhando um pouco preocupado para o doutor.

— Vamos tentar assim... — O doutor pegou uma agulha e colocou na pele da perna direita. Não senti nada. — Estranho... como isso não foi diagnosticado antes... — ele perguntou para si.

— O que doutor? O que é isso? — perguntei um pouco assustado. — Por que eu não consigo mexer minha perna?

— Calma, amanhã nós faremos alguns exames com você, Gabriel... No momento, você parece estar com paralisia na perna direita.

— Mas por que só na perna direita? Como assim? Eu não vou ficar paralítico?

— Não, Gabriel... ou... não totalmente, mas isso é estranho... — o doutor disse confuso.

— Doutor, eu vou precisar amputar a perna? — Perguntei muito assustado.

— Espero que não... mas só poderei afirmar algo amanhã.

— Eu não quero... — falei balançando a cabeça, eu não queria ficar sem uma perna.

— Calma Gabriel.. amanhã veremos isso certo. Durma agora. — o doutor disse e se retirou do quarto.

Dormir? Como eu vou dormir depois dessa noticia? A Luiza não vai querer ficar comigo se eu estiver sem uma perna. O que ela vai aproveitar da vida? Com um cara que nem consegue caminhar direito ao lado dela. Ela não vai mais querer ficar comigo... talvez prefira o Marcos... Talvez ela deva ficar mesmo com ele... pelo menos ele vai poder cuidar dela, de todas as formas... dar carinho, atenção... Eu não sirvo mais para ela desse jeito.

Minha cabeça girava, esses pensamentos me dominaram a noite toda, só consegui dormir, depois que um enfermeiro veio me dar um remédio. Peguei no sono logo, mas já tinha tomado minha decisão. Eu terminaria com ela. Não seria um estorvo em sua vida.

Acordei no dia seguinte. Quinta-feira. Estava triste, tinha tomado minha decisão, eu precisava terminar com ela logo, não queria que ela me visse sair do hospital em uma cadeira de rodas. Eram dez horas da manhã, estava encostado na cama, praticamente sentado. Luiza entrou no quarto e veio até mim.

— Bom dia, meu amor! — ela sorriu, me deu um beijo e abraçou, aquilo era tão bom, perdi a coragem de fazer qualquer coisa, eu ainda tinha uma esperança... se eu conseguisse mexer a perna...

Fiz um pequeno esforço para mexer a perna, mas foi outra vez em vão.

— Bom Dia. — tentei sorrir para convencê-la de que tudo estava bem.

— O que foi? Você está estranho, Gabi...

— Nada não amor... é só que... — o médico entrou no quarto me salvando.

— Bom dia, Gabriel. — ele disse fechando a porta. — Luiza? Já está aqui de novo... — ele deu uma pequena risada.

— Claro, doutor, vim ver meu rapazinho. — ela sorriu mexendo nos meus cabelos.

— Ok. Vamos tentar de novo agora, Gabriel? — o doutor veio até mim referindo-se a perna.

— Tentar o que doutor? — Luiza perguntou curiosa.

— Mexer a perna direita do Gabriel, ontem ele não a sentia. — o doutor explicou e eu fiquei cuidando a reação dela.

— Amor... — ela olhou com pena para mim, aquilo era tudo que eu não queria naquele momento.

— Doutor, eu preciso conversar com a Luiza antes, tudo bem?

— Claro. Vou lá pegar minha prancheta enquanto isso.

Ele saiu. Olhei para a Luiza e ela continuava com aquele olhar de pena.

— Luiza... — desviei o olhar, não suportaria ver os olhos dela quando eu completasse a frase. — Eu... eu quero terminar.

— O que? — ela disse quase em sussurro.

— Quero terminar com você. — falei olhando para ela, vi os olhos dela marejando.

— Por quê? Eu já te pedi desculpas... eu não sabia...

— Não é por isso, Lu...

— É pelo que então? Você descobriu que não me ama mais?

— Não, eu te amo, te amo mais que tudo e é por isso que quero terminar.

— Eu não estou entendo. — ela disse balançando a cabeça.

— O doutor falou que talvez eu tenha que amputar a perna. Eu não quero que você fique comigo por pena. — falei com o coração doendo.

— Que besteira é essa? — ela disse segurando meu rosto e fazendo nossos olhos se fixarem uns nos outros.

— Eu vou estar... inválido... estranho... todas as pessoas vão olhar para você quando chegarmos juntos em algum lugar... e, no fim, você vai se arrepender de estar comigo.

— Para! — ela gritou. — Chega! — suas lágrimas caiam.

— Eu só não quero fazer você sofrer. — tentei consolá-la.

— E o que você está fazendo agora? — ela me olhou chorando.

— Mas... vai ser melhor para você.

— O melhor para mim é você Gabriel, você!

Ouvir aquelas palavras da boca dela me fez perceber o quanto ela me ama, o quanto eu a amo.

— Eu não quero te prender por pena... — Falei.

— Você não vai me prender “por pena”, porque eu já estou presa a você por amor.

A puxei para perto de mim e nos beijamos. Aquele beijo que só ela tem, que só ela sabe dar, cheio de amor e carinho e ao mesmo tempo intenso e caloroso. O doutor voltou.

— Interrompo? — ele disse e sorriu.

— Muito... — falei e fiz o doutor rir.

— Desculpe. Vamos fazer os exames?

— Sim.

Sentei numa cadeira de rodas que o doutor trouxe para o quarto e fomos para uma outra sala. Entrei, fiz uma bateria de exames e depois voltamos para o quarto. Luiza me ajudou a voltar para a cama, eu me sentia um pouco... inútil. O doutor voltou ao quarto pela parte da tarde.

— Gabriel, tenho uma notícia boa e uma ruim, qual você quer primeiro?

— A ruim, se existe algo piro que isso.

— A ruim é que você está com a perna direita paralisada. — meu coração sofreu um golpe.

— Mas...

— Calma, a boa é que isso é temporário. — o doutor sorriu.

— Doutor, o senhor gosta de ver seus pacientes infartarem? — perguntei rindo, ele tinha me dado um belo susto.

— Luiza que me recomendou a brincadeira... — o doutor disse enquanto minha menina linda entrava no quarto.

— Eu sou inocente. — ela me dando um beijo.

— Sei, sei... — sorri para ela.

— Bom, então é o seguinte Gabriel, você vai ter que fazer fisioterapia por algum tempo... e acho melhor te deixar aqui no hospital até a próxima segunda-feira, depois veremos qual o grau de melhora dos movimentos...

— Tanto tempo, doutor? O senhor gostou tanto assim de mim?

— Sua mãe e sua namorada que me deram essas ordens, elas disseram, e cito: “Só o tire de lá quando ele estiver realmente bem”. — o doutor riu lembrando do que minha mãe e Luiza tinham lhe dito.

— Mulheres... — suspirei.

— Difícil com elas, né? — ele disse.

— Muito.

— Mas pode ter certeza que sem elas é pior... — o doutor riu e eu concordei.

— Homens... reclamam, reclamam... mas não vivem sem elas... — Luiza falou meio que para ela mesma e fez eu e o doutor rirmos.

Então é isso, agora eu faço a fisioterapia e tudo vai ficar bem. Assim espero.


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Notas finais do capítulo

Ai você lê novamente as notas iniciais e se pergunta se realmente é certa, mas ok.

Quem estiver gostando, comenta lá, respondo sempre :D

Beeijo e bom final de semana!



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