Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá gente bonita! Essa é mais uma estória minha que estou postando aqui no Nyah, originalmente é conhecida como MIC III, mas ela é independente da I e II, então vou postá-la com o nome "Segure minha mão". Quem quiser minhas outras estórias pode me pedir o link ou então participar do grupo MIC & OP no facebook, aqui: https://www.facebook.com/groups/271266463067203/

Agora, sem enrolar muito,
Boa leitura e divirtam-se!



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Capítulo 1

Luiza

Levantei da cama com um pulo quando meu celular tocou. Eram seis e meia da manhã. Nem sei como eu estava animada, meus pais e eu tínhamos chegado muito tarde da viagem de férias, ficamos as três últimas semanas em Búzios aproveitando aquele lugar maravilhoso! Abri a porta-janela do meu quarto e saí na sacada.

— Bom dia, dia! — Sorri abrindo os abraços. O céu estava clareando e eu podia ver os primeiros raios de sol, aquela imagem logo cedo sempre me encantava e eu tinha a mania de sair, abrir os braços e agradecer mais um dia maravilhoso na Cidade Maravilhosa. De repente ouvi alguém rindo, vinha da sacada da casa ao lado da minha.

— Que legal, tenho uma nova vizinha louca. A mina fala sozinha. — um garoto disse tirando sarro da minha cara.

Era um idiota. Como qualquer garoto, estava me olhando de cima a baixo, eu estava com uma camiseta do Led Zeppelin e o shorts do meu pijama, sem falar nos cabelos todos revirados e a cara amassada.

— A “mina” — respondi já rejeitando a palavra — tem nome. E qual o problema de falar sozinha? Afinal a vida é minha, a boca é minha, e eu falo o que eu quiser, para o vento, a água e até com meu cachorro, e daí? O que você tem a ver com isso?! — Mau humor é a consequência de bater de frente com um otário logo que se acorda.

— Problema nenhum. — Ele se defendeu erguendo as mãos — Só é estranho, agora se você acha super normal ficar falando sozinha, então tudo bem... — Deu de ombros, mas pude sentir o tom de deboche nele. — E se a ''mina'' tem nome, eu posso saber qual é?

— Interessa? — Falei levantando uma sobrancelha.

— Claro, se não interessasse eu ia perguntar por quê? Uma vizinha como você sempre interessa...

Eu realmente merecia aquilo logo pela manhã? O que os garotos hoje em dia têm na cabeça? Será que não sabem nem sequer dar em cima de uma mulher mais? O que ele pensa? Que vai falar comigo como se eu fosse uma qualquer e eu vou pular para a sacada dele e seremos felizes para sempre? Um completo idiota, era isso que eu via na casa ao lado.

— Vem cá, quantos anos você tem? Cinco?

— Nossa, que mau humor hein?

— Você fica rindo de pessoas que nem conhece e ainda por cima trata como se fossem... Ah, quer saber. — Joguei as mãos para o alto, não valia a pena discutir.

— Não vou nem começar a discutir... mas, caso queira saber... eu sou o Gabriel, ao seu dispor. — Piscou.

— Ao meu dispor? Me faz um favor então? — Melhorei minha cara no melhor gesto amigável que consegui.

— Claro, tudo que você quiser, princesa. — Ele falou com cara de safado.

— SOME! — Esbravejei. Virei as costas e entrei no meu quarto.

Não acredito! Que idiota! E foi ser logo meu vizinho? Com tanta casa aqui na rua, ele tinha que mudar para cá?! Tanta casa na cidade, no mundo e ele tinha que vir parar aqui?!

Tirei o pijama e coloquei uma calça jeans e a blusa do uniforme. Arrumei meus cabelos, dei uma ajeitadinha no rosto, coloquei meu all star, perfume, peguei minha bolsa e desci. Sentei na mesa para tomar café, meus pais ainda não haviam levantado, o horário de trabalho deles começa as oito horas, mas ficam até tarde no escritório, então aproveitam a manhã e eu tomo café sozinha.

Peguei um copo de leite e uma fatia de pão, olhei para o relógio e vi que já estava me atrasando, também, se não fosse aquele projeto de arma contra o bom humor eu estaria saindo de casa há cinco minutos e não chegaria atrasada. Me apressei e peguei minhas coisas, fechei a porta e saí no portão trancando-o em seguida.

— Aaah! — coloquei a mão no coração com o susto, quando virei o garoto da casa ao lado estava parado na minha frente.

— Nossa, eu sou tão feio assim? — Gabriel falou de frente para mim.

— Ai, garoto! É perseguição agora?!

— Calma, eu só queria saber o nome da gatinha... eu te conheço de algum lugar...

— Se eu disser meu nome você some?

— Talvez.

— Então não digo, você vai ficar me enchendo de qualquer jeito...

Saí andando e ele me seguiu, dobrei a esquina e logo cheguei em frente a casa da Vitória, minha amiga. Parei e peguei meu celular, dei um toque para ela. Logo ela apareceu no portão. O Gabriel tinha me seguido até ali. Virei os olhos, será que ele gostava de ser insuportável?

— Lu! Que saudades amiga! Ansiosa para o primeiro dia no terceiro? Cara eu to... — Ela fez uma pausa e olhou para o Gabriel confusa. — Gabriel? O que você está fazendo aqui?

— Hã? Você conhece essa anta? — perguntei a Vic.

— Priminha! — Ele passou o braço pelo ombro da Vic, mas ela logo tirou.

— Me solta, eu não quero mais papo contigo. — Falou fingindo estar brava com ele.

— Ah, Vic, vai, só por que você viu... — Ele parou de falar e abaixou a cabeça.

— Tá, espera ai. Vocês são primos? — Perguntei confusa. Aquilo ia virar pesadelo agora?

— Sim, o Gabriel estuda lá na escola há dois anos Luiza, vai dizer que nunca viu ele agora?

— Ah! Claro! É de lá que eu conheço esse idiota. Eu devo ter visto, mas nunca reparei. — Dei de ombros.

— Valeu, agora minha autoestima está no buraco, eu sou o cara mais pegador da escola e a mina não me conhece. — Falou se achando.

— E daí? Só porque é pegador eu tenho que me ajoelhar aos teus pés? Palhaço.

— Relaxa, gatinha...

— A gatinha tem nome! — Gritei. Odiava ouvir aquele tipo de coisa “gatinha, lindinha, amorzinho, princesa”, para o inferno com esse tipo de coisa!

— Mas ela ainda não disse! — Ele retrucou.

— Luiza! E se você me chamar mais uma vez de “gatinha”, “mina”, “princesa” ou qualquer coisa do tipo, eu te faço ver estrelas! — falei irritada.

— Faz é? como? Vai me dar um beijo para me levar para o céu?

Ele estava tentando fazer uma piada por acaso?

— Não, folgado, vou dar um chute no que você tem no meio das pernas.

— Nossa, deu medo até. — Falou com aquele jeito de dono do mundo e ainda encostou no meu cabelo.

— Cara, você é chato pra caramba, sabia?!

— Calma “Luiza”, não precisa se fazer de difícil para ganhar um beijo meu, é só pedir amor... — Ele foi chegando mais perto de mim e colocando a mão na minha cintura.

— Me solta garoto! — Dei um tapa na cara dele e a Vic não acreditava, ela estava totalmente de fora ali.

— Não mandei mexer com minhas amigas... — Vic disse e deu risada dele.

— Tapinha de amor não dói... — Ele falou e riu.

Virei os olhos e saí andando, Vic estava ao meu lado. Gabriel veio o caminho todo atrás de nós, até que chegamos na escola e ele foi cumprimentar o Diogo. Eu detestava aquele garoto, era metido com uma turma barra pesada, usava drogas e apostava rachas. Não era coisa boa.

— Ele é amigo do Diogo? — Perguntei surpresa.

— É sim... desde o ano passado.. cara não entendo o Gabi... ele era tão legal... e desde que começou a andar com esse Diogo e a turminha dele ele está muito diferente.

— Não é pra menos né, Vic, o Diogo se droga direto... olha lá a cara dele agora, eu aposto que ele está chapado.

—Eu sei... eu gostava tanto do Gabi, ele era o meu primo mais legal, mas desde o ano passado... A gente brigou uma vez, ele quase me bateu, estava drogado. Desde aquele dia não tinha mais falado com ele.. hoje de manhã que estranhei porque ele estava do seu lado.

— Ah, é... E adivinha.. é meu mais novo vizinho! — Fingi uma felicidade totalmente inexistente.

— Jura? Eu não acredito, deu azar, Lu... ah, já aviso, vai se acostumando com som alto, latas de cerveja na grama... e muita, mas muita folia.

— Rá-rá, mas não mesmo. Eu moro lá há mais tempo que ele, ele que ande nas regras da nossa vizinhança.

— Fácil falar... quase impossível de resolver. — ela deu de ombros.

— Ele por acaso tem pacto com o satanás?

— Não viu nada amiga... não sei como vocês nunca se bateram aqui na escola... mas também, isso aqui é gigante e a gente está sempre no pátio.. ele normalmente está na parte de trás da escola com o Diogo e sua turminha, ou fumando ou fazendo outras coisas totalmente escrotas.

Quando a Vic disse aquilo eu senti uma coisa dentro do peito, era pena. Cair nesse mundo é ser fraco. E como pode, ele é lindo, tem tudo para se dar bem com quem quiser, e apesar de irritante até que parece ser legal, se deixar levar por aquela turma é mostrar que não se importa com nada, isso sim. No fundo é só mais um que vai acabar morrendo por causa das drogas.

—Vic, esse Gabriel é o que estava na sua festa de 15 anos? — perguntei lembrando de um fato.

— É sim, lembra que ele só chegou e logo foi embora? Meu tio sofreu um acidente aquele dia e morreu. E depois daquilo ele ficou assim, todo quieto, era o final do primeiro ano... no segundo custou para ele passar, ele ficava só em casa, não saía nem nada e naquele tempo ainda era legal... mas na metade do ano passado ele ficou amigo do Diogo e começou a ficar com todas as meninas da escola... eu acho que já pegou mais da metade do colégio... Sem exagero.

— Nossa.. e foi ai que ele se viciou?

— É... eu vi ele atrás do colégio com a turminha... fumando. Ele me viu e tentou explicar, a gente brigou, ele ameaçou me dar um tapa aí eu mandei ele não chegar mais perto de mim, eu odeio isso... Desde aquele tempo eu não falei mais com ele... só hoje.

— Ele precisa de ajuda para largar isso.

— Não adianta, Lu... ele não para.

O sinal da aula tocou e fomos procurar a nossa sala, logo achamos. Entramos. Eu sentei na cadeira que sempre sento desde a oitava série, a última da primeira fila. Vic sentou na minha frente, logo o Gabriel entrou e venho direto até mim. Ele parecia... estranho.

— Hei, esse lugar é meu... levanta daí. — falou estupidamente como se fosse dono da cadeira.

— Eu cheguei primeiro, senta em outra. — falei seca.

— Anda garota, sai daí. — ele falou irritado.

— Não vou sair! — falei e botei meus fones.

Ele pegou no meu braço e me levantou da cadeira.

— Gabriel! O que acha que está fazendo?! — Vic parou segurando ele.

— Eu já disse que esse lugar é meu!

— E eu já disse que não saio! — falei olhando nos olhos dele.

Ele fumou, só podia ter fumado para estar sendo grosso daquele jeito, os olhos estavam avermelhados e semicerrados. Ele estava diferente de manhã, idiota sim, mas não a ponto de quase me agredir. Agora era outra pessoa. Fiquei olhando em seus olhos firmemente. Ele soltou meu braço e olhou para o chão, confuso. Depois sentou na cadeira ao lado da minha, na outra fila.

Sentei novamente e o professor entrou na sala. A aula toda o Gabriel ficou enchendo o saco e respondendo o professor, fazendo piadinhas idiotas e escrotas, quase foi expulso da sala. No intervalo não vi ele, só podia estar atrás da escola... Eu e Vic sentamos em baixo da árvore onde sempre sentávamos e ficamos lá conversando. Ela disse que ia comprar um lanche e já voltava, mas a fila estava enorme. Fiquei ali sentada e de repente Gabriel e mais um menino chegaram e pararam na minha frente.

— Oi, meu nome é Kauã. Tudo bem? — O garoto ao lado dele falou e sorriu.

— Oi... Luiza. — estendi a mão e ele cumprimentou.

— O Gabriel — apontou — você já conhece né?

— Infelizmente. — falei e dei um sorriso irônico.

— Eu disse, ela é muito brava. — ele parecia estar normal, como de manhã.

— Qual é cara? De manhã você chega e fica me dando cantadas bobas, aí passa meia hora e você quase me bate, depois chega e está um doce de novo?! Tenho cara de tonta ou alguma coisa assim?! — falei olhando séria pra ele.

Kauã pigarreou.

— Luiza... é por isso que ele veio aqui, ele quer pedir desculpas...

Eu fiquei olhando para o Gabriel esperando uma atitude e ele não dizia nada.

— Né, Gabriel, você quer pedir desculpas pra Luiza! — Kauã cutucou ele.

— Mas que merda, cara, parece minha mãe... ta, ta... desculpa ai Luiza...

— Tá, tudo bem. — aceitei de coração lembrando do que Vic tinha me contado.

Gabriel ficou me olhando, ele parecia não acreditar que eu tinha desculpado ele.

— Você... me desculpa? — perguntou sem jeito de novo.

— Sim, tudo bem.

— É, eu vou ali e já volto... — Kauã foi saindo e deixou o Gabriel parado na minha frente.

— Tudo bem, Gabriel, sério. — falei e sorri, a reação dele tinha sido engraçada, ele realmente achou que eu fosse soltar os cachorros, mas não sei porque, não quis fazer isso. Ele sentou ao meu lado.

— Sabia que você é a primeira pessoa que não vem com cinco pedras na mão depois de eu ter feito uma idiotice... — falou sem jeito. — Valeu por isso.

— É? E porque as pessoas não costumam te perdoar?

— Porque... Eu dou esses vacilos como dei contigo aquela hora... desculpa mesmo, eu não queria ter feito aquilo... — ele me olhou nos olhos e sorriu.

— Não esquenta, Gabi. — sorri também.

— Uau, outra novidade... há um ano que eu não escuto me chamarem de Gabi.

Eu ri. Aquilo parecia normal para mim, Gabriel normalmente a gente chama de Gabi...

— Mas então, gatinha...

— Hã? — fiz cara feia.

Ele pigarreou.

— Luiza... então Luiza... quer sair comigo hoje a noite?

— Hein? Eu? — falei meio sem acreditar, eu não queria sair com ele, ele podia estar sendo legal agora, mas ele ainda é um idiota.

— É... convida a Vic, estou com saudades daquela maluca. — ele sorriu um pouco e passou a mão no cabelo.

— Só nós três?

— Eu posso chamar o Diogo para ir junto...

— Ah... não.. não posso ir.

— Hã? Por quê?

— Desculpa Gabi, mas eu não quero andar com o Diogo e a turma dele. Não sou assim.

Ele me olhou e entendeu o que eu quis dizer. Eu ia me levantar para sair dali e ele segurou na minha mão.

— Espera... e se eu chamar o Kauã?

— É... — pensei por alguns segundos — tá, pode ser. Mas onde a gente vai?

— Uma balada, pode ser?

— Em plena segunda—feira? — eu ri.

— O que? Qual o problema?

— Gabriel, amanha tem aula... — falei como se fosse óbvio.

— Ah... então... uma volta no shopping?

— É, pode ser. — concordei.

— Tá. — ele sorriu e ficou me olhando. Vic chegou.

— Gabriel? Porque não está lá com o Diogo? — ela falou sem entender.

— Hum... eu vim convidar vocês para dar uma volta no shopping comigo de noite...

— Desculpa Gabriel, eu não to afim de ir. — ela respondeu logo.

— Vic... vamos? Eu quero ir. — falei e ela me olhou sem entender nada, ela sabia que eu não gostava do Gabriel.

— Se é assim... — ela deu de ombros. — Então ta...

— Vai na casa da Luiza então... as oito eu passo lá...

— Ok. — ela sorriu. Ainda faltavam uns cinco minutos para bater e o Gabriel foi levantando.

— Vou indo então...

Ele levantou.

— Não. Espera...

Vic me olhou e ergueu uma sobrancelha, ela deve ter pensado ''como assim espera?''.

— Hum.. quer que eu fique gatinha?

— Fica ai... — falei disfarçando minha irritação por ele ter me chamado de gatinha.

— Mas eu tenho que ir lá...

Eu tentei! Juro que tentei!

— Ta.. vai lá, Gabriel, fuma e depois quebra minha cara... tudo bem, pode ir.

Falei encarando ele. A Vic não acreditou no que tinha ouvido. Nem o Gabriel eu acho.

— Eu acho que posso ficar aqui hoje... — ele falou e sorriu, depois sentou ao lado da Vic, que estava ao meu lado.

Ele era muito irritante, admito, mas não sei porque, eu sentia que ele precisava de ajuda. Que bom que ficou ali.

Ficamos conversando e ele até pareceu legal, pegou a Vic no colo e começou a girar ela, ela sentia saudades de ter a amizade do Gabriel, eu percebi isso pelos risos histéricos dela. Depois ele colocou ela no chão e ficou olhando pra mim.

— Não... eu não... — falei me segurando no banco em que estava sentada.

— Sua vez, Luiza... eu sei que você quer ser girada... — ele falou rindo, todo bobo, nós parecíamos três crianças, e o pior? Todos estavam olhando.

Gabriel me pegou no colo e eu senti seus músculos me abraçarem pela cintura, ele ficou me encarando uns segundos e me girou, o pátio era enorme, então alguns prestavam atenção, outros nem olhavam, era um gramado gigante na frente da escola. Ele deu tantas voltas comigo que caímos no chão. Para mim não me bater ele se jogou em baixo e eu caí deitada em cima dele. Começamos a rir.

— Idiota! Eu disse que não queria! — falei rindo, ele era maluco, mas tinha sido divertido.

— Você gostou que eu sei. — Gabriel respondeu brincando, depois ficamos em silencio nos encarando.

O sinal do fim do intervalo soou.

— Gente, alô, vamos... bateu... — Vic disse quebrando o silêncio e nossos olhares.

— Eu vou se a Luiza sair de cima de mim... — Gabriel disse todo cheio de si.

Aquilo me irritou um pouquinho.

— E quem disse que eu estou em cima de ti?

— E não está? — ele ergueu uma sobrancelha.

Me levantei e ele puxou meu braço me fazendo cair por cima dele de novo, Vic, já estava indo, ele me deu um selinho.

— Eu não te dei permissão pra fazer isso! — encarei ele brava e levantei, ele ficou me olhando. Alcancei a Vic.

— Aff, ele me irrita, sabia?! — falei brava.

— Jura? Não parece... — ela respondeu normal.

— Hã? — eu falei sem entender.

— Nada, nada... esquece...

Entramos e fomos para a sala, sentei no meu lugar e logo em seguida o Gabriel entrou.

Ele veio e sentou olhando para mim e sorrindo como bobo, eu percebi então virei pra ele.

— O quê? — perguntei.

— Hã? O que o quê? — ele pareceu confuso.

— Você está me encarando.

— Ah, nada... — ele riu dele mesmo e sentou direito.

O resto da aula passou rápido e ele parecia outra pessoa, até fez as coisas que o professor mandou.

Bateu para o final da aula e nós fomos embora. Ele não veio com a gente, entrou em um carro rebaixado com pinturas radicais, era de racha, e eles arrancaram dali num piscar de olhos.

Fomos para casa, Vic e eu, e ficamos conversando sobre o Gabriel no caminho.

— Você está doida? Vai se envolver com o Gabi? — ela falou assustada.

— Vic, eu não vou me “envolver” com ele, eu odeio o Gabriel, mas alguém precisa ajudar ele a sair desse mundo, olha como ele é legal quando ta limpo... Ele precisa de ajuda.

— Lu... você pode sair muito machucada dessa história. E se você se apaixonar por ele?

Eu olhei assustada para ela.

— Eu não vou me apaixonar pelo Gabriel. Sem chances disso acontecer. — falei como se fosse óbvio, claro que eu não iria me apaixonar por ele.

— Lu... é perigoso... e se ele te bater algum dia? Olha como ele estava na sala... Sem contar o jeito como a Sandra te olhou no pátio, quando ele te abraçou e girou...

— A Sandra? Que Sandra? Aquela? Ela gosta dele?

— É, aquela... Até tá começando a fumar e andar com o Diogo só para ficar perto do Gabriel...

— Não acredito! Jura? Que estúpida! Agora mesmo que eu vou ajudar ele.

— Lu... sério amiga, pensa bem... você pode se magoar muito com o Gabriel.

— Vic, eu não corro esse risco, eu odeio ele, então em hipótese alguma vou gostar dele ao ponto de me magoar...

— Você quem sabe... mas não diga que eu não avisei... — ela fechou a cara.

— Eu também te amo. — dei um abraço nela e nós rimos.

Logo cheguei em casa, entrei fui tomar um banho, depois fiquei nos cadernos, arrumando meu armário, assistindo TV, a tarde toda até dar a hora de me arrumar para irmos ao shopping. As oito, Vic e os meninos viriam ali em casa. Coloquei um shorts e uma blusa preta, arrumei o cabelo, passei maquiagem de leve e usei uma sandália baixa, estava pronta.

Desci e fiquei sentada no sofá esperando, esperando e esperando.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou comenta õ haha
Postagens são feitas todas as terças-feiras, desde que tenhamos comentários, adoro responder todos *-*
Marquem a opção "acompanhar" também, assim vocês são avisados sempre que eu posto um novo capítulo, e quem gostar muito muito recomenda a estória e me faça uma escritora feliz *-*

Beeeijão, ótima semana e um super Feliz Natal! Muitos chocolates e delicias pra vocês.
PS: Aceito coca-cola e chocolate de presente ♥ Livros também ♥ AUEHAUEHAU



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