Jogos.

— Xeque mate! — era a vigésima terceira vez que a grisalha repetia a mesma frase, isso em apenas uma hora de jogando. E também era a vigésima terceira vez que Atsuya resmungava alto por conta disso.

Mas quem mandou jogar contra a garota-gênio do Japão? Derrota mais que merecida.

— Você nunca vai me deixar ganhar? — perguntou na esperança de receber um 'sim'. Resultado? Recebeu um olhar congelante. — Teria sido melhor dizer não logo. Devia ser um pouco mais simpática, Stéfanni.

— Não estou nem aí para o que você diz, Atsuya. — um rosto delicado e sem expressões. Mesmo assim ela disparava o coração do rapaz. — Devia desistir logo, não pode me vencer.

— Te dou um beijo por cada peça que eu puder comer. — abriu um sorrisinho safado. Sem ter qualquer resultado positivo.

Stéfanni suspirou com a 'oferta caridosa' partindo do Fubuki mais novo e se levantou, indo em direção ao seu computador. Definitivamente não seria naquele momento em que o rosado iria conseguir algo com ela.

— Vai para o computador em plena manhã de Natal? — perguntou emburrado. Mas hein?

— Vou voltar aos meus estudos, não tenho tempo de brincar com um idiota como você. — rebateu sem olhar para trás. Foi como uma flechada no coração do maior, que logo de recompôs.

— Ah, só mais um pouquinho... — fez uma carinha pidona. Nada. — Poxa, Stéh... — murmurou. Fora mais uma vez derrotado pela dama de olhos escarlate.

Bem, se assim a dama queria, assim a dama iria ter. Atacou-a pelas costas, envolvendo seus braços no pequeno corpo, fazendo a menina saltar imediatamente, surpresa. Com cuidado e delicadeza desceu os lábios frios até o pescoço da jovem, os selando ali por divertidos dez segundos.

A sensação fora um tanto indescritível, assim como a dor sentida logo depois, devido ao tapa na cara. Contudo, não podia negar que fora bom.

O rosado se arriscou a sorrir, e também se arriscou a aproximar-se novamente. Desta vez foi mais cuidadoso e carinhoso, beijando a testa de Stéfanni com calma e doçura. Só assim para ela largar a postura fria, pelo menos um pouco.

— Podemos jogar de novo agora? — brincou, recebendo um tapa de leve. Riu com a ação da moça, levando seus dedos aos lábios quentes da menina, esses que saíram um pouco sujos pelo brilho labial. — Hm, de que sabor é?

— Por que quer saber, idiota? — franziu o cenho, sem entender de primeira a pergunta, apenas o fazendo quando Atsuya lhe beijou finalmente. Um único gesto que não precisaria de palavras para explicar o que estava sentindo.