Vermelho.

Natal lembrava vermelho. Mas vermelho não lembrava o natal, pelo menos não para Goenji. A cor vermelha lembrava os cabelos dela, os tão macios e cheirosos cabelos que tanto amava.

Passou a mão pelo rosto delicado, sorriso ao ver que quase despertara de seu sono por conta do toque. Doía um pouco ter que deixa-la agora, mesmo sabendo o quanto era preciso. Suspirou pronto para se levantar, sendo prontamente impedido pelos braços finos.

Parou. Ambos encontraram o silêncio, o tão doce silêncio. Com um suspiro cansado levou suas mãos até as delas, recobrindo-as, e logo as levantando até seu lábios, onde delicadamente as beijou, percebendo a surpresa da dama.

— Eu tenho que ir. — ele murmurou após alguns segundos, sua voz soava de uma maneira contraditória. Precisava ir, mas não queria ir. — Me solte, Malina.

— Não quero que você vá. — a jovem mulher apertou ainda mais o abraço por trás, afundando sua cabeça na dobra do pescoço do rapaz. — Não quero ficar sozinha. Não quero ficar sem você.

— Sabe que eu sempre volto. — tentou, mesmo já imaginando que iria falhar.

— Quem me garante que dessa vez não vai perder o caminho? — a insistência da ruiva era grande, fazendo-o respirar fundo, pensando em algo para convencer a jovem mulher. Contudo, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Malina puxou-o de volta para cama.

O peso do louro sobre si não era nada comparado a sensação que lhe causava, uma sensação carinhosa, na qual não podia negar estar adorando. Este, por sua parte, parecia pressiona-la contra o colhão, tudo por que se virara na momento na queda.

Verde e castanho se encontraram, o brilho dos olhos trocavam mais palavras do que a boca poderia proferir. Repousou uma testa sobre a outra, e ali ficaram por poucos segundos.

— Por que não me deixa ir? — a pergunta veio cheia de dúvidas e indecisão. Ele queria saber.

— Por que eu te amo, e quero-te aqui comigo, Shuuya. — levantando a cabeça alcançou a boca do maior, roçando seus lábios doces nos dele. — O Endou me contou que iria me comprar um presente... — riu ao vê-lo arquear uma sobrancelha, provavelmente xingando o melhor amigo mentalmente. — Disse que queria encontrar um presente perfeito para mim... Mas... Ora, Shuuya! Eu... Eu não preciso de nada...

— Sei bem disso! — aumentou o tom, tentando se justificar. — Mas entenda... Você sempre me trás felicidade, quero recompensa-la por isso! — ouviu mais uma vez os risos divertidos da garota. Por acaso a ruiva o estava fazendo de idiota? — Por que você está rindo?

— Shuuya, seu bobinho... — mais uma vez os braços delicados o envolveram, porém desta vez fora apenas o pescoço de Goenji. Um sorriso doce riscava sua face serena, enquanto aproximava seu rosto do dele. — Meu presente é você. — e, dizendo isto, o beijou.