Código Informacional para o Senpai te notar escrita por Jotaile


Capítulo 4
Capítulo 4 - Luzes, Machados, Ação


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tomei forças para escrever o mais rápido que pude, depois de ver como vocês amaram os capítulos anteriores. Aproveitem a história.



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4 de abril de 2014

Querido diário de pesquisa experimental #7232,

As atividades escolares estão a se complicar, bem como as relações sociais. Eu me questiono cada vez mais como esse sistema caótico de ensino apresenta até mesmo baixas taxas de sucesso, quando deveria, na verdade, estar fadado apenas ao fracasso. Suponho que a composição que possibilita tal recorde seja a participação social do colégio. Os alunos se preocupam em procurar certos papéis, alguns extremamente comuns, como os "excepcionais" (como Karma) ou aqueles como Draven. Eu me lembro de ter mencionando sobre Draven e sua trupe, porém eles não são o grupo mais poderoso desta escola. Foi um pouco complicado identificar quem era.

Pelo que eu ouvi dos rumores, são a Luz da Vida, ou coisa assim. Até onde eu sei, o nome da líder é Leona, de cabelos loiros, um bronzeado artificial e enfeites típicos de patricinha em seu uniforme. E ela tem o estranho costume de entrar brilhando nos lugares. Literalmente. As aulas estão prestes a começar, os alunos estão nos corredores, e ela chega com a luz do sol. Os alunos são forçados a se contorcer e se ajoelhar para se esconder da luz, e com isso, ela se mostra superior. Ela é acompanhada de dois outros alunos: uma estudante planta e um aluno alto e dourado, com cara de pombo.

Antes de ontem, eu e Lee Sin estávamos discutindo qual dos alunos ajudantes da cantina faziam a melhor refeição: Lulu, Morgana ou Pantheon. Lee defendia completamente o Pantheon, e eu não acho que era só pela comida. Estávamos perto da entrada principal do colégio, e vimos (na verdade, só eu vi, o Lee não consegue) que os alunos estavam fugindo de algo. Eu tentei identificar o que os gritos dos alunos significavam, mas o Lee continuava tagarelando mesmo com um tentáculo tapando sua boca.

Eu notei a claridade aumentando através das portas e paredes de vidro da entrada da escola. Os alunos não só fugiam da luz, mas também da Leona. Tinha aquela mulher meio enraizada e o pombo dourado com ela.

– Hohoho! Pensa que fugirá de novo, sua farsa? - Leona agarrava Lux (aquela doida das conspirações) pelo braço. Ela tentava fugir, se debatendo no chão e se protegendo do brilho com uma mão.

– Bem que eu gostaria de novos nutrientes. Apenas a luz do sol não é suficiente! Hiahahaha! - disse a aluna planta.

– Calada, Zyra. Não podemos acabar com todos os súditos. Principalmente uma com potencial, como essa aqui. Shurima reacenderá sob a luz do Sol da Justiça. - Interrompeu o pombo esquisito.

– Ô Azir, fica quieto com esse papinho, ok? Só porque você é estudante de intercâmbio, desse seu país esquisito, não precisa ficar se gabando. Só preciso de alguém que faça meu dever de casa. - disse Leona, se virando para Lux. E jogou uma caderneta. - Você tem até o intervalo pra me entregar isso, pirralha.

A conspiradora mundial saiu correndo e chorando, enquanto murmurava algo sobre a vingança da revolução. Mais uma de suas imaginativas histórias. Sinto até que piedade dela. Mas como dizem os humanos, pelo menos ela tem saúde. Saúde física, ao menos.

Leona e seus companheiros passavam pelo corredor, através dos poucos alunos que restavam encolhidos no chão. Ela estava na minha frente quando parou.

– Ei, por que você está de pé na minha presença? Eu te dei permissão e esqueci? - Ela se virou ao homem-pássaro e riu.

– Eu duvido que você esqueça. Qualquer conversa comigo humilharia seu baixo intelecto e você jamais esqueceria essa vergonha pública. - notei que Zyra tentou esconder um riso e Azir soltou uma tosse falsa. Leona se zangou.

– Você sabe quem nós somos? Eu sou Leona, a Alvorada Radiante. Este é Azir, o Imperador das Areias Distantes, e essa é Zyra, alguma coisa dos Espinhos.

– Eu já disse que é Ascensão dos Espinhos! Eu sou importante, ok? Só porque não estou diretamente relacionada ao Sol, você não pode ficar se esquecendo de mim. - reclamou Zyra.

– Querida, pouco me importa. Você não é tudo isso aí não, ok? Você precisa do meu glamour e brilho, então fica quietinha. - Zyra ficou quieta, mas incomodada depois disso.

– Vocês sabem o quão idiota vocês soam se apresentando desse jeito? - Questiono, cruzando os braços. - Vocês só estão se envergonhando.

– Aé? Segura essa vergonha aqui. - E ela começou a brilhar mais que um daqueles vampiros que as garotas de colegial gostam. A luz era impressionante, mas além do calor, o poder dela não surtiu nenhum outro efeito satisfatório em mim ou no Lee. Ela tentou esconder em vão o espanto. - P-por que vocês não estão se protegendo?

– Os fotorreceptores da minha retina estão acostumados à intensa luz. De que outra forma eu conseguiria soltar raios pelos olhos? Dã? - Eu adoro essa interjeição.

– E eu sou cego. - Lee completou, mesmo com ninguém se importando. Sua cara tinha um sorriso tão idiota que poderia ser confundido com um cachorro pequinês. Nós o encaramos um pouco, como se a afirmação não fosse óbvia o suficiente para que tivesse necessidade de comentar. Leona tomou de volta sua raiva:

– Que tal se eu meter esse escudo aqui no meio da tua fuça? Sua retícula vai te proteger? - Eu suponho que ela quis dizer retina.

Eu estava prestes a responder quando me aparece o Draven, se apoiando nos ombros de duas alunas com um decote proibido pelas regras do colégio.

Karma corria atrás deles:

– EI! Você não pode me ignorar no meio de uma advertência! Você não pode entrar no banheiro feminino! - Gritava Karma.

– Eu posso fazer o que eu quero ok, querida? Draven tem assuntos mais importantes para resolver. - Respondeu ele sem sequer olhar para trás. E se virando para Leona: - Você aí, lâmpada ambulante, tá discutindo com meu irmãozinho?

Tirei o dedo que ele apontava na minha cara.

– Posso saber desde quando sou seu "irmãozinho"? - Muito desaforo dessas pessoas querendo a intimidade que nunca dei para elas.

– Que isso, brô? Desde que você humilhou aquele tal de "Kola'Mato" que fica babando por aí.

– Eu não preciso da sua...

Eu parei no meio da sentença porque ninguém mais estava me ouvindo. Draven encarava Leona por trás de seus óculos escuros com as sobrancelhas arqueadas, mostrando cara de pouco interesse. Já ela parecia ter sido possuída por algum demônio do Vazio, de tanto ódio que exprimia. Uma guerra de egocentrismo. A tensão crescia, e Karma estava desesperada. Os companheiros de ambos se encaravam. Menos Azir, ele encarava o busto dotado das alunas de decote.

Leona estendeu sua mão para trás, e mandou Zyra entregar a espada Zênite dela. Enquanto a planta procurava dentro de sua bolsa-broto, ela acertou o Lee com um cotovelo.

Digamos que o Lee, por ser cego, tem um costume de reflexos peculiar. A cotovelada o fez dar um chute alto que acertou o rosto de Leona. Ela voou alguns metros. Quando ela bateu com a cabeça em um dos armários na parede do outro lado do corredor, Draven estava sem ar de tanto rir.

Leona rugiu alto. Ela começou a brilhar fortemente, que nem os óculos escuros dele aguentaram e racharam. Surgiu uma armadura dourada por todo seu corpo, bem como uma coroa de sol sobre sua cabeça. Seus companheiros entenderam o recado: Zyra se posicionou com diversas plantas e Azir seus soldados de areia.

Eu, Lee e Karma recuamos. Eu não queria participar da briga para não me desgastar nem humilhá-los tanto publicamente. Mas não era possível que o Draven e duas profissionais do sexo vencessem essa vantagem numérica.

Até que ele assobiou.

Um exército de alunos seguidores apareceu. Pude identificar diversos integrantes de Noxus, e alguns alunos curiosos para se juntar à Draven.

Eu me animei. Essa é uma clássica briga de colegial? Com armas, sangue, explosões? É uma ótima oportunidade para entender esses alunos inúteis e suas necessidades de provar seu poder.

Mas é claro que minha diversão tinha que ser estragada. Por ninguém menos que Karma, isso mesmo. A moralista chegou com o vice-diretor, Professor Rengar. Ele é como um felino musculoso, de terno, garras comprimidas, cabelo penteado para trás e um monóculo de tecnologia avançada para os seres deste planeta. E com um rugido surpreendente. Todo mundo se silenciou.

– Que bagunça é esta? Permitiram partidas no meio dos corredores e eu não fui noticiado? As suas aulas já deviam ter começado, vão para suas salas de imediato! - Os alunos se retiravam. Eu estava indo com Lee para a sala quando o vice-diretor nos impediu. - Vocês não. Vocês vêm comigo. Você também bigodudo e você, glitter humano. Ah, venha também, dedo duro.

– O QUÊ? EU? MAS EU NÃO FIZ NADA! - Karma ficou indignada quando foi chamada de dedo duro. - EU SOU UMA ALUNA EXEMPLAR.

– Alunas exemplares não questionam ordens nem gritam. Venha comigo agora.

Não vou comentar o que aconteceu na sala do vice-diretor, porque a única coisa interessante foi a Karma resmungando sobre seu histórico escolar perfeito. Adoro ver ela irritada.

Todos nós tivemos que ir para o castigo, ou seja, ficar a tarde, ao invés dos clubes, limpando salas, refeitório, pátios e corredores. Graças a senhorita perfeitinha e seu dedo duro, além de ter perdido a diversão de ver uma guerra escolar, perdi dois dias para ficar junto de minha Senpai na aula de balé. Obrigado, Karma. Mas eu vou me vingar.

Ficamos ontem e hoje limpando as salas. Eu, Leona, Draven e Karma ficamos com o refeitório e as salas do segundo e terceiro ano, enquanto Lee, Zyra, Azir e Shen (não sei de onde ele veio, ele apareceu no meio da briga, brilhando roxo) ficaram com o primeiro ano e os corredores.

Por incrível que pareça, não tivemos brigas durante o castigo. Karma limpou resmungando o tempo todo, então pude ignorá-la. Leona se acalmou, porque, mesmo sendo durona, nem ela resistiu às cantadas do Draven. Acho que vou pedir umas dicas para ele mais tarde.

Mas eu fiz uma incrível descoberta essa tarde.

Digamos que eu "acidentalmente" me ofereci para limpar sozinho a sala da Orianna-senpai e vasculhei as carteiras e armários da sala. Além de conseguir uma nota da moeda local, uma lapiseira e uma borracha, eu consegui achar um caderno de adivinha quem? Da Orianna-senpai. Meu coração se estremeceu todo, e eu tenho certeza que se eu tivesse pelos, eles estariam arrepiados.

Não consegui identificar uma matéria específica no caderno, então suponho que seja um caderno de anotações. Além de alguns conteúdos, eu achei detalhes sobre o Clube de Balé.

Ela anotou sobre uma possível peça que vai ser apresentada, juntamente com o clube de Música, de Teatro e de Artesanato. Ela falou sobre o Corki como um bom ator galã (depois do que vi, não duvido nada, com aquele corpo...) , e até sobre o Lee Sin como um dançarino de fundo. E aí eu vi meu nome, e fiquei chocado. Ela pretende que pode me negociar com alguém do Clube de Artesanato, porque não sirvo para dançar.

Eu tive que parar um pouco. Não conseguia acreditar. Ela me achava útil para fazer o cenário. Além de ser modesta sobre minha maravilhosa capacidade de dança e negar que se sente ameaçada por causa disso, ela quer me confiar uma função na peça para ficar calado sobre a política de não negar participação de alunos. Ela também me ama. Isso é uma prova de amor. Orianna-senpai me ama.

Quando eu contei isso pro Lee Sin, ele disse que eu devo estar iludido, mas é porque ele não conhece o amor de verdade.

Falando na sua vida amorosa, ele até que estava gostando de uma tal de Sona, uma muda, que tinha auxiliado com a música em uma reunião de Balé. E se apaixonou pela música dela. Ele achava que ela correspondia, mas não falava porque estava envergonhada. Eu até ri, mas tadinho, ele levou um tapa por tocar no instrumento dela. E eu ainda tive que distrair, porque no final da aula, eu vi a Sona beijando outra garota. Eu ia comentar com ele, mas como dizem os humanos: "O que os olhos não veem, o coração não sente". Ele vai arranjar outro alguém, e parece que ele fez amizade com o Shen, ou coisa parecida. Estava distraído pensando no que falar para devolver o caderno a Orianna.

Estou tão feliz. Preciso me preparar, segunda-feira eu preciso devolver para ela, e então terei conquistado seu coração.

Eu te disse, diário, que o sucesso estava em minhas mãos. Está sendo a melhor experiência que já fiz em minha vida.

Boa noite, relatos da minha felicidade.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler! Espero que tenha gostado dessa guerra de personalidades. Eu estou preparando uma surpresa pro Lee, ele merece um pouco mais de atenção, tadinho.
Mas já falei demais, continuem acompanhando os próximos capítulos, para saber!



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