Ctem - Homens de Branco escrita por Anna_Rosa
Notas iniciais do capítulo
Desculpem pela demora,eu me perdi nos capitulos mas aqui estou de volta...
Ah,antes que eu esqueça,o CTEM esta caminhando para o final, faltam poucos capitulos agora... *-*
Paz, essa era a palavra ideal para definir o clima no BOSB, o local estava estranhamente quieto, as costumeiras brigas e discussões entre Gregoryo e Raffiane pareciam fazer parte de outro mundo, ate mesmo as crianças estavam anormalmente calmas – graças a Rafael que havia liberado o porão para eles, com a condição que não se machucassem – mas o que mais assustava era a atitude do CTEM, pareciam estar recuando, sofriam perdas diariamente e, no entanto, permaneciam em silêncio.
-Eu estou falando – disse Luis certa tarde na sala de reunião – esta tudo calmo de mais... Isso não é normal!
-Ué – falou Gregoryo - vai ver não pareis para nós e desistiram...
-Nós quem espertinho, você nem saiu daqui!
-Nem você Tati – respondeu Raffiane asperamente – ele se refere a nós bruxos!
A mulher rolou os olhos e deixou o cômodo com cara de nojo
-Ainda acho que estão tramando algo!
-Credo Luis – comentou Ketlin assombrada – ate parece que você esta esperando uma guerra.
-O Luis tem razão – falou Anna – eles estão quietos de mais...
-Mas estão sofrendo perdas diárias, bases importantes estão sendo invadidas e destruídas. – argumentou Raffiane
-Eu sei – continuou Anna – mas quantos nomes importantes você ouviu dizer que perderam e dessas bases, o que foi encontrado de realmente comprometedor ao CTEM?
-Estão tramando algo! – concluiu Luis batendo os punhos na mesa
A sala caiu em completo silencio, e antes que alguém pudesse dizer algo, gritos vindos do jardim foram ouvidos, seguidos por um forte clarão. Os adultos presentes na sala empunharam as varinhas e saíram o mais rápido possível para o exterior da casa.
-Este tudo bem... – disse Rafael todo chamuscado assim que os outros chegaram ao jardim – eles só estão brincando com meu canhão levitador.
Ao dizer isso, tombou para trás, deixando a vista duas bolas enormes que se chocavam a dois metros do chão, dentro delas Tiago e Hugo gritavam muito, apostando qual bola estouraria primeiro.
-Finite Encantatem! – bradou Raffiane, no entanto o feitiço não surtiu efeito – Porque não esta funcionando Contrabando?
-É que eles usaram no modo “escudo”- respondeu o rapaz se recompondo apreensivo – eles não vão se machucar...
-Onde estão os menores? – perguntou Ketlin
-Vou procurar – disse Gregoryo correndo em direção a casa.
-Puxa! – exclamou Luis observando as bolas se chocarem – Eu realmente admiro os avos deles – e ao ver que Ketlin o observava confusa – se é difícil controlar cinco, imagina como é no almoço de domingo...
* * * * * * * * * * * * * *
Dentro do BOSB Gregoryo corria pelo corredor deserto e cheio de portas do segundo andar, já praguejando os pequenos, quando avistou por uma janela ao fim do corredor, as crianças brincando próximo ao lago. O homem sorriu ao ver o menininho moreno atirar uma pedra contra o lago.
-Espera ai – disse ele para si próprio, ao notar que só haviam duas crianças no jardim – esta faltando uma...
-Ola senhor Gregoryo, o que faz aqui?
-ROSA!!! – exclamou ele quase caindo da janela – ficou maluca menina!
A ruivinha lhe sorriu encantadoramente, e ele prosseguiu
-O que estão fazendo lá fora? – e vendo que ela o observava, indicou o terreno próximo ao lago.
-Estamos brincando com umas plantinhas.
-Sei – disse Gregoryo sarcástico – e o que veio fazer aqui então?
-Vim pegar uma coisa para brincarmos – disse Rosa como se aquilo fosse obvio – eu vou indo tá...
-Ei – chamou ele ao vê-la se afastar – viu a bolha em que seu irmão está?
-Humhum, depois eu, o Al e a Lily é que vamos brincar nelas, só que na água...
Gregoryo observou a menina desaparecer de vista, imaginando o que estaria acontecendo no jardim agora.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Próximo ao lago Lilyan já estava impaciente, Alvo puxava algo de dentro do lago. Havia um caldeirão de aparência muito velha perto da menina, e frente ao mesmo se encontrava um livro tão ou mais velho.
-Você demorou! – exclamou Lily assim que Rosa chegou – Foi fazer o conta-gotas ou o que?
-Encontrei o senhor Gregoryo...
-Ah, claro – continuou Lily – ela para pra conversar enquanto os primos correm o risco de ser pegos...
-Pelo visto a Senhora Rabugenta esta louca com as bolhas.
-É mesmo? – perguntou Alvo interessado
-Nós não temos o dia todo –exclamou Lily – vamos começar ou não?
-Eu peguei isso da cozinha – disse Rosa erguendo um pequeno frasco translucido – o único ingrediente que faltava.
-Vão matar a gente – disse Alvo sorrindo com certo brilho no olhar
-Como você pegou isso? – questionou Lily cruzando os braços
-Com as m... – mas controlou-se ao receber um olhar do primo – o armário estava aberto, ai eu peguei.
-Então? – perguntou Alvo – Podemos começar!
-Claro – disse Rosa sentando próxima ao caldeirão e correndo o dedo pelos ingredientes do livro – temos tudo?
-Com o ingrediente que você pegou sim – disse Lily ainda emburrada – já pensou em como vai devolver isso?
Alvo encarou a irmã como se não acreditasse no que ouvia
-É claro que pensei – respondeu Rosa colocando um liquido púrpura dentro do caldeirão.
Lilyan apenas balançou a cabeça, prevendo a confusão que viria, mas, sem resistir se juntou aos dois na brincadeira.
Meia hora depois o caldeirão borbulhava, exalando um cheiro doce e enjoativo, fazendo baforadas de fumaça multicolorida serem expelidas de seu interior. Rosa segurava o livro bem próximo de si, Alvo misturava a poção com certa dificuldade e Lily tamborilava os dedos impaciente.
-Anda Rosinha! – disse a menina – Eu quero por as gotas de gengibre ainda hoje sabe...
-Calma Lily – pediu Rosa virando o livro de lado – esta tudo embaralhado aqui e... o que é Luz de Lantus?
-Luz de o que? – questionou Alvo parando de mexer a poção
-Lant...
-Me da isso aqui! – exclamou Lily tomando o livro da prima – cinco gotas de gengibre, mexer três vezes no anti-horário.
A menina seguiu as instruções do livro, e ao devolvê-lo à Rosa acrescentou:
-Viu, foi difícil?
-Onde leu sobre a Luz do sei lá o que? – perguntou Alvo pegando o livro – Só tem a poção aqui.
-Estava bem ai no meio – respondeu ela em voz baixa – escrito...
-Ei – disse Lily – podem continuar as instruções.
Alvo e Rosa se sentaram ao lado de Lily, que a passou a função de mexer o caldeirão ao irmão.
-Vou por o ultimo ingrediente – disse ela pegando o frasquinho que Rosa havia trazido.
-To bom – falou Rosa trocando um olhar com Alvo que rolava os olhos – mas ponha uma gota só.
-Lily – exclamou Alvo largando a colher – uma gota só!
-Uma gota a mais uma a menos... – disse ela virando meio frasco dentro do caldeirão.
-LILYAN!!!! – gritaram os dois
No instante seguinte tudo pareceu parar a fumaça sumiu e a poção se tornou rosa berrante, Lily mal teve tempo de dar um meio sorriso, quando do nada, o rosa deu lugar ao verde acido e explodiu, se espalhando pelo chão, derretendo tudo por onde passava. Os pequenos ficaram acuados a um passo do lago, Lily gritava muito pulando no mesmo lugar.
-O que esta acontecendo aqui? – gritou Luis ao se aproximar do local
-Minha mão! – gritava Lily – Minha mão, ta doendo!!
-Sua mão... – exclamou Raffiane – mas?
-Eu coloquei... – gritou ela – no caldeirão, foi sem querer...
-Você o que??!! – exclamaram Alvo e Rosa ao mesmo tempo.
Raffiane lhes lançou um olhar mortal, pegando Lily pelos ombros, a conduziu, aos berros, para dentro da casa.
-Luis – disse em meio caminho – tire as praguinhas dali.
Luis a observou partir e se virou para as crianças, a sobrancelha erguida e um meio sorriso no rosto.
-Então resolveram brincar de fazer poção... – disse Luis – Sabem, eu adoraria ver ate quando ficam ai.
-A poção vai corroer a gente! – exclamou Alvo a milímetros do rio.
-Eu sei – respondeu o homem – mas agora que falou me lembro claramente de um dragão, molho de tomate, balas com poção...
-Não fomos só nós dois...
-Que é isso, tem um rio atrás de vocês.
-Não sabemos nadar! – exclamou Rosa
-Ah, mas essa é a melhor forma de aprender – disse Luis sarcástico, se controlando para não rir.
-Aonde o senhor vai? – perguntou Alvo desesperado ao ver o homem se afastar – não pode deixar a gente...
-E por que não? O que eu ganho em tirar vocês daí?
Alvo já ia preparando a resposta, quando os passos apressados e barulhentos de Gregoryo foram ouvidos.
-Meu Deus – gritou ele passando batido por Luis – eu vi a mão da Lily, achei que podiam ter se machucado – e com um aceno da varinha criou um caminha seguro e longe da poção para as crianças passarem – Estão bem?
-Por favor Gregoryo! – exclamou Luis indignado indo em direção a casa – Não da nem para se divertir nessa casa...
-Estamos bem. – disse Alvo rindo da cara que Luis havia feito.
-Rosinha?
-Ham? – Rosa havia parado a meio caminho, olhava fixamente para o livro, que permanecia intacto no meio da poção derramada, como se um escudo o protegesse – Eu, to bem.
Assim que Rosa se juntou a Alvo, Gregoryo os mandou para dentro, esperou que desaparecessem de vista e com muito cuidado apanhou o livro, que permanecia aberto na pagina intitulada “poção corrosiva muito potente”.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
As nuvens já se tingiam de dourado e uma estranha nevoa tomava conta dos jardins, indicando que mais um dia chegava ao fim.
“Hoje os Guardiões da Magia, novamente mostrando seu trabalho invadiram a maior base do CTEM já vista ate esse momento, a base localizada no Leste da Inglaterra foi invadida por nossos heróis de guerra, com a ajuda do nosso Ministro...”
-Agora sim – disse Luis preocupado – eles tocaram em um ponto frágil. Haverá um contra ataque muito em breve.
-Porque o senhor acha isso? – perguntou Hugo.
-É o que faríamos. – respondeu Luis com simplicidade.
-Mas, se atacarem agora – continuou Hugo – vão estar admitindo que algo importante veio a tona e que o Ministério da Magia está no caminho certo.
Luis encarou o menino impressionado, não era normal um garoto de dez anos falar daquele jeito.
-Pode ser Hugo, mas eles podem argumentar que já planejavam um ataque quando a primeira base foi invadida...
-Ei – exclamou Tiago – é o tio Rony!
As crianças e Luis se voltaram para TV onde um homem ruivo e sardento explicava algo.
“Sim – disse Rony – essa foi a maior e mais importante base do CTEM já invadida.
-Sr Weasley – perguntou uma bruxa gordinha – o senhor confirma a identidade da bruxa que trouxe o CTEM de volta a vida?
-Confirmo – respondeu o ruivo – o nome da bruxa em questão é Ericca Zillá e o Ministério da Magia está oferecendo recompensa para informações verdadeiras sobre o paradeiro dessa mulher e por sua captura.
-Sr Weasley, o senhor gostaria de dizer algo, a sua família caso eles estejam nos vendo agora?
-Mamãe, papai estamos vivos! – disse Rony com seu costumeiro sorriso – Hugo e Rosinha estou morrendo de saudades e a Mãe de vocês também. Tiago, Lily e Al os pais de vocês estão tão chatos quanto antes, se tudo correr bem, voltamos antes do natal.
-Obrigado pela entrevista senhor Weasley – agradeceu a bruxa – Eloise Midgen para o Dragão Verde.
-”Obrigada Eloise, e agora a previsão do tempo...”
-Esse é o papai – disse Hugo sorrindo – nem acredito que eles vão voltar antes do natal.
-Papai... – disse Rosa sonhadora, os olhos brilhando – eles estão bem mesmo, é de verdade...
-E os meus pais estão ótimos! – exclamou Lily sorridente
-É – concordou Alvo – chatos!
-Eles vão pegar todos eles! – gritou Tiago pulando do sofá – Eles vão pegar, e vão bater e, e...
-Se você não sentar nesse sofá agora – disse Anna – eu juro que te amarro nele Tiago.
Tiago, muito a contra gosto, sentou no sofá, a mulher sorriu ao lhe entregar um pedaço (bem grande) de bolo de chocolate, o menino tinha o pé e ate metade da perna enfaixados e um corte quase sarado no rosto. Resultado da explosão de sua bolha a três metros de altura no meio do jardim.
-Ai, ai – disse Lily olhando a mão machucada enquanto comia o bolo – quando será que essa maldita dor vai passar.
- Já passa Lily. – disse Gregoryo afagando os cabelos da menina enquanto observava Anna entregar o bolo as crianças – A gente não ganha bolo?
-É descer na cozinha e pegar – respondeu ela sentando no sofá e comendo um pedaço do bolo.
-Você não era assim Aninha...
-Achei! – disse Rosa apontando para o livro que segurava.
-Hum... – falou Alvo pondo-se em pé – vamos comer lá no quarto então...
Rosa concordou e ficou em pé para acompanhar o primo.
-O que estão lendo? – perguntou Anna.
- Fungos e Ervas mais raros da Europa – respondeu Rosa.
-Meio avançado para vocês não! – disse Raffiane lançando-lhes um olhar furioso.
-Bobagem – respondeu Alvo – é sempre bom aprender algo novo...
Anna sorriu ao ver os dois se afastando, Raffiane os acompanhou com o olhar.
-Eles estão aprontando alguma coisa! – disse ela
-Por favor Raffiane – contestou Gregoryo – deixe eles em paz!
A bruxa o fuzilou com o olhar, mas não pode conter o sorriso ao vê-lo estender um prato de bolo a ela.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * *
-Hum... – disse Rosa comendo um morango coberto por chocolate – o bolo esta bom né?
-Está sim – respondeu Alvo sentando na cama de Lily – mas o que você achou sobre a tal Luz?
-Esta aqui oh – disse a ruiva apontando o pé de uma página – fala só um pouquinho e tem uma indicação.
-Luz de Lantus – leu o moreno em voz alta – fungo extremamente raro, nasce sob o caule de uma árvore de vida longo encontrada em todo o mundo. De difícil manuseio, sozinho pode anular qualquer veneno, assim como em dosagem errada pode envenenar qualquer antídoto... Hum, não da para ler o nome do livro.
-”Humhum, mas deve ser algo como “Fungos Assassinos da Europa” ou” Como Salvar ou Matar: Fungos Mágicos”.
-Eu fico com o segundo, é mais típico, faz drama. Mas e agora, o que vamos fazer? Será que tem um livro desses no porão?
-Deve ter, mas, temos coisas mais emocionantes para fazer né – Alvo sorriu agradecido, queria muito saber o que era aquilo, mas ficar enfurnado em livros quando a neve ameaçava chegar não era seu objetivo – E sempre tem a biblioteca da mamãe, tem todo tipo de livro lá.
-E o Hugo pode nos ajudar, podíamos até para a titia...
-E se ela não responder, vamos brincar na biblioteca e procuramos o livro...
-Vocês não se cansam né! – exclamou Raffiane parada a porta, com cara de nenhum amigo – Parem de se meter no que não é da conta de vocês...
-Do que você ta falando? – questionou o menino
-Não se faça de burro garoto! – Falou ela alterando a voz – Como se já não bastasse mexer nas coisas dos outros, ainda planejam invadir a minha biblioteca!
-Sua biblioteca!? – exclamou Rosa, sua voz normalmente tímida e doce repleta de sarcasmo – tem certeza que ouviu a conversa toda?
-Esta insinuando que eu estava ouvindo conversa...
-Ela não precisa insinuar – disse Alvo mais alto que o normal – você estava! E não mexemos no que não é nosso.
-Então o que faziam com as coisas do porão, o caldeirão do Gregoryo e esse livro.
-Rafael deixou a gente brincar com as coisas do porão – retrucou o menino – e o Gregoryo emprestou o livro para nós. Acorda Raffiane, veja onde o galo cantou antes de dizer o que não sabe...
-Olha como fala comigo pirralho! – gritou a mulher – Se arrependimento matasse... devia ter deixado vocês morrerem naquela maldita floresta!
-Não pedimos pra nos trazer pra cá, pedimos? – disse Rosa – Só perguntamos o caminho para a Toca!
-E se você esta tão arrependida assim – disse Alvo serrando os olhos – É só nos entregar aos Homens de Branco, afinal o que um assassinato a mais na sua ficha criminal!
-Saia... desse... quarto... agora!! – gritou ela brandindo a varinha ameaçadoramente.
-Me obrigue!! – disse o moreno friamente.
No instante seguinte uma faísca intensa iluminou o quarto e uma força invisível obrigava Alvo a se retirar do quarto o empurrando para o corredor.
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No andar de baixo foram ouvidos os berros de Raffiane, seguidos pela voz um tanto alterada de Rosa.
-Rosinha! – exclamou Hugo pulando da cadeira ao mesmo tempo em que Gregoryo o segurou – O que está fazendo!?
-Você não vai subir lá e piorar o que quer que esteja acontecendo. – respondeu o homem
- É a minha irmã!
-Não importa quem ela é – disse Luis levantando – você vai ficar aqui!
-Solta ele Gregoryo – falou Anna em tom autoritário
Gregoryo soltou o menino e antes de partir atrás de Luis, falou em um tom que apenas Hugo pode ouvir.
-Se da valor a paz existente nessa casa fique aqui.
-O que esta acontecendo? – perguntou Tiago assustado assim que Gregoryo saiu
-Não sei – respondeu Anna colocando a mão no ombro de Hugo – mas não se preocupe Hugo, a Raffiane não ousaria fazer nada a sua irmã.
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-VOCÊ SÓ ESTÁ VIVA PORQUE EU NÃO QUIS REALMENTE TE MATAR AINDA!!! – gritava Raffiane a centímetros da menina.
-NÃO QUIS OU NÃO CONSEGUIU!! – exclamou Rosa
-VOCÊ NÃO TEM IDEIA DO NÚMERO DE VEZES QUE EU ESTIVE PRESTES...
-Você não tem capacidade Raffiane Lestrange! – a ruivinha baixou a voz, a mantendo em um tom calmamente frio – Me diga quando foi a ultima vez que enfrentou um bruxo adulto e que empunhasse uma varinha. Melhor, alguma vez na sua vida já tentou enfrentar alguém que não tenha menos da metade da sua idade, ou você sempre foge...
Raffiane ergueu a mão, cortando o ar com toda força que conseguiu, não estava preocupada se ia machucar ou não, ninguém falava com ela naquele tom, muito menos uma Weasleyzinha qualquer. Entretanto sua mão parou a milímetros do rosto da garotinha, o motivo, nem ela sabia.
-Raffiane!! – exclamou Luis sem entender a cena.
A mulher baixou a mão sem tirar os olhos da menina, Rosa nem sequer piscava, os cabelos ruivos balançavam como se uma leve brisa pairasse no local.
- Eu te detesto pirralha! Detesto!!
Dizendo isso, a mulher bateu a porta do quarto, com um “e não me saia daí”, e desceu para a cozinha.
-Vai deixá-los sem comer! – exclamou Gregoryo, afinal Alvo permanecia preso em seu quarto – Ficou maluca!
-Tenho certeza que você se encarregar de não deixar que eles morram de fome!
-O que foi aquilo? – perguntou ele no que foi ignorado por uma Raffiane que, literalmente, cuspia fogo e por um Luis indiferente que optou por voltar para a cozinha.
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Na manhã seguinte, Rosa acordou assustada, sem nem tirar o pijama saiu apressada em direção a porta, entretanto sua saída foi barrada por algo invisível e duro.
-Você não vai conseguir sair – disse Raffiane encostada a porta do banheiro, a varinha na mão – esta de castigo.
-Que?! – exclamou Rosa surpresa – Você não pode me manter presa aqui...
-Ah não, – respondeu a mulher sarcástica, se aproximando da menina – Me de um motivo para não fazer isso, como eu disse você está de castigo.
-Tá, mas isso não te da o direito de me manter presa em um quarto – disse a garota dando um passo para trás. Raffiane continuou a se aproximar, a varinha apontada para o coração da menina – Qual é o seu problema, será que já não é o suficiente o que já nos fez e pretende fazer depois que sairmos daqui...
-Vejam só, – disse Raffiane se inclinando ate ficar da altura de Rosa – que pena que seu medo te reencontrou, eu estava prestes a procurá-lo para você. Sabe eu podia te prender lá em cima, já que você não gosta daqui.
Por um momento os olhos da ruivinha perderam o foco, e cenas escuras vindas de longe tomaram conta de sua mente, haviam gritos apavorados, uma plantação de arroz, a escuridão ao redor, um local familiar e tinha uma varinha, apontada para ela, ate que a voz de Hugo a trouxe de volta a realidade.
-E ela pode armar o maior escândalo.
-Não acho que ela tenha condições para isso, por tanto não tente bancar o heroizinho.
-Ela pode não ter, mas eu tenho! – disse Hugo entre dentes – Solta ela agora!
-Fedelho, minha paciência já está acabando – exclamou Raffiane em voz alta – some daqui antes que sobre para você também.
-Deixa ela sair!!
-O que está acontecendo aqui – questionou Anna surgindo do nada – a essa hora da manhã?
-Ela não quer deixar a minha irmã sair! – disse Hugo indignado apontando para porta.
-Raffiane, por favor! – disse Anna incrédula
A bruxa fechou a cara e murmurou algo incompreensível.
-Anda Rosinha – falou Anna com um aceno da varinha – saia daí.
A menina vacilou por um momento, e por fim atravessou a porta deixando atrás de si uma Raffiane furiosa.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
-Você está bem? – perguntou Hugo à Rosa assim que chegaram à salinha
-Humhum... – disse a menina de cabeça baixa.
-O que aconteceu – perguntou o menino levantando o rosto da irmã – Rosa?
-Nada é só que... – começou ela, mas acabou por abraçar o irmão – o que houve aquele dia na Toca, há três anos?
-Do que... do que esta falando Rosinha? – disse ele afastando a irmã e encontrando seus olhos, tinha uma certeza do que ela perguntava.
-Hugo, por favor, me fala – pediu ela – a mamãe nunca fala...
-Nem você – disse ele – nunca fala sobre isso, porque quer saber agora...
-Eu só lembro de tudo estar escuro e aquela varinha...
-Eu... eu não gosto daquele dia, ela tentou... ela realmente queria... – Hugo parecia nervoso com o rumo da conversa, estava pálido, o olhar fixo em um ponto acima da cabeça de Rosa – ela ia te...
-Rosa! – chamou Anna surpreendendo os dois – Esta tudo bem aqui?
-Está – disse Hugo aliviado – o que ia dizer?
A morena o encarou com a sobrancelha erguida, mas continuou...
-Então – ela pareceu avaliar o que pretendia falar – pelos ocorridos... bom, você vai passar a dormir no meu quarto. Tem certeza de que esta tudo bem?
-Humhum – respondeu Rosa sorrindo, e sem se conter acrescentou – ate que demorou né, pra gente tentar se matar.
Anna riu com o comentário e conduziu a menina ate o quarto de Raffiane, – que estava vazio – para que ela pegasse suas coisas e de lá a levou para o novo aposento. Hugo permaneceu na salinha o olhar perdido em um lugar muito longe dali.
O quarto de Anna era tão grande quanto o de Raffiane, entretanto completamente diferente. As paredes eram de um tom lilás claro que contrastava estranhamente com as cortinas azuis escuras. No extremo a porta havia uma janela enorme, e logo abaixo dela estava uma cama de solteiro e ao lado desta um pequeno guarda roupas. Perto da porta tinha um guarda roupas muito grande, com uma cama embutida, entre as duas camas havia uma escrivaninha repleta de fotos e uma televisão, o centro do quarto era livre e tinha um tapete felpudo no chão, próximo a porta que levava ao banheiro.
Anna observou a garotinha se aproximar da janela e abrir um largo sorriso.
-Anna – chamou Rosa – eu posso ficar nessa cama? – perguntou apontando a cama próxima à janela.
-Claro – respondeu ela com naturalidade – porque não poderia?
-É que a vista daqui – explicou ela desnecessariamente – para o pomar e o jardim e o laguinho... me lembram a minha casa... entende não é nada contra você...
-Ai Rosinha – disse Anna sentando na cama – só você mesmo. Sabe, eu também amo essa vista, me lembra outro lugar, mas ele não existe mais e pertence a um tempo, não muito distante, que não volta mais – Rosa a olhou curiosa, a morena sorriu novamente e afagou o cabelo da menina, antes de levantar e se dirigir a saída.
Na porta o menino de cabelos castanhos e olhos azuis observava a cena um tanto apreensivo. Anna bagunçou-lhe o cabelo antes de sair do quarto, Hugo se aproximou da irmã que lhe deu um sorriso encantador, ao que ele retribuiu aliviado por ela ter esquecido a conversa que tinham antes de Anna interrompe-los.
Do corredor Luis observou os irmãos, se eles não fossem quem eram, teria achado a cena bonita e ate esboçaria um sorriso. Entretanto optou por simplesmente ignorar e seguir seu caminho. Na salinha o jornal anunciava mais um desaparecimento depois de semanas sem reação do CTEM.
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Espero que gostem e por favor comentem *-*