Eu estava sendo carregada por Miguel enquanto David era carregado pelo Rafael. Misaki estava abalada por novamente perder o irmão, mas ela ergueu sua cabeça e seguiu em frente.

– O que faremos? – Disse David.

– Provavelmente Lúcifer deve estar invocando Morte para nos atrasar. – Disse Miguel. – Se ela já estiver sido invocada não sei como faremos para passar por ela.

Quanto mais fundo íamos à floresta, mais escuro ficava. As arvores fechavam a luz da lua e Miguel usou sua espada para clarear o caminho... Uma espada que brilha? Sim, uma espada que brilha.

– Finalmente chegaram garotos, eu estava esperando. – Disse uma voz feminina dentro da floresta.

– Quem esta ai! – Perguntou Rafael.

– Você sabe muito bem quem esta aqui Rafinha.

Todas as arvores ao redor morreram e uma nevoa preta esta a nossa frente. Dessa nevoa espadas flechas foram lançadas em nossa direção, porem todos desviamos. Rafael pegou sua espada e assumiu a linha de frente.

– Miguel, ela é minha. – Disse Rafael. – Cuide dos ferimentos de David e Julie, precisamos deles.

– Sim eu farei.

Rafael se posicionou exaltou na direção da nevoa negra que cobria aquele local, no entanto foi expelido e arremessado de volta para nós. Rafael se levantou e olhou para Miguel.

– É ela. – Disse Rafael.

– Precisa da minha ajuda?

– Não Miguel, mantenha seu foco. – Disse Rafael. – E você garota, quando vai ter a coragem de sair dessa nevoa e me enfrentar cara a cara? Esta com medo é?

– Medo? – Ela disse seguida de uma leve risada. – Eu não tenho medo de morrer, eu não posso morrer, eu sou a morte. – Ela disse saindo da nevoa.

Morte tinha uma aparência encantadora. Cabelos pretos e olhos azuis seguido de um lindo corpo; ela carregava consigo uma foice em suas costas; sua roupa era ousada e mostrava parte de seus seios além de sua barriga mostrando ter um corpo escultural. Morte puxou sua foice que continha uma corrente presa à base dela e a arremessou na direção de Rafael que desviou e tentou atacar Morte antes que a mesma pudesse puxar a corrente, porem ela puxou com tanta força que a Foice voltou muito rápida e cortou as costas de Rafael que rolou e bateu em uma arvore morta.

– Continua sendo um bebe... O jovem Rafinha, um dos Arcanjos de Deus... Ou devo o falso Deus.

– Como ousa falar assim de Deus? – Disse Rafael.

– Deus não existe mais seu tolo. – Disse Morte. – Ele morreu a mais de 1900 anos... Aquele loirinho lindo ali, Miguel se não me engano é o mais próximo de um Deus.

– O que quer dizer? – Disse Rafael.

– Se Deus estivesse vivo, ele poderia destruir o Cálice a qualquer momento e assim evitar a invasão do inferno, mas ele se foi há muito tempo.

– Impossível, àquela presença que sinto sempre que estou no céu... De quem é então?

– O que restou de Deus. – Disse Morte enquanto segurava sua foice pelo cabo. – O poder dele rescinde no céu mesmo que ele não esteja mais lá... Agora me diga como é ser enganado por Miguel por 1900 anos?

– Eu estou com raiva. – Disse Rafael enquanto se levantava. – Mas se isso for verdade, não tem problema, Deus nos fez prometer que cuidaríamos dos humanos acima de tudo e Miguel é o Arcanjo que mais tenta compreender os humanos. Eu o respeito por isso, não estou com raiva dele. Deus se foi porque ele achou que era hora de partir.

– Ingênuo. Bem, tanto faz. – Disse Morte enquanto começava a rodar sua foice se preparando para lançar a mesma novamente.

Morte arremessou sua foice e Rafael rolou para fugir. Rafael bateu suas asas e voou a pelo menos uns duzentos metros e em seguida caiu em cima da Morte onde ambos chocaram laminas.

Uma cratera se abriu no chão e Morte ficou com um arranhão no rosto enquanto Rafael ficou com suas asas danificadas. Rafael se levantou e novamente atacou Morte onde a mesma soltou sua foice no chão e desferiu um soco no estomago de Rafael e em seguida o levantou pelo pescoço.

– Para de ser idiota Rafael, você não pode me derrotar. – Disse Morte olhando profundamente Rafael. – Eu existo há mais tempo que o próprio Deus talvez, a mulher que é conhecida pelos humanos foi inspirada em mim. – Ela disse enquanto apertava a garganta de Rafael mais forte. – Eu tenho mais de 20 trilhões de anos; o universo é apenas uma criança perto de mim, um bebe como você deveria se ajoelhar perante a minha presença.

– Você fala de mais pra uma coroa.

– Como é que é?

Rafael deu um chute no estomago da Morte onde ela recuou e soltou a garganta de Rafael. Rafael aproveitou a oportunidade e avançou com sua espada e a fincou no peito da Morte, porem a mesma é imortal e não sutil efeito. Rafael pareceu desapontado, mas continuo de cabeça erguida e novamente atacou. Morte pareceu firme durante a luta manteve a postura ofensiva que era impossível de se quebrar... Pois uma foice de uns três metros tem uma defesa e ataque bem eficiente. Ela novamente arremessou a foice que pegou no estomago de Rafael o prendendo a uma arvore.

– Pra uma velha... Você é bem forte. – Disse Rafael cuspindo sangue.

– Velha... A única coisa mais velha que eu, é o Tempo, porem faz muito tempo que não o vejo.

– Então a lenda é verdadeira? – Disse Miguel. – A trindade... Morte, Deus e Tempo, a trindade realmente existiu? – Acrescentou.

– Sim, mas isso é outra historia. – Ela respondeu. – Quero que saibam de uma coisa, não estou feliz sendo controlada e forçada a lutar por Lúcifer, ver um pirralho mimado querendo mandar em mim me irrita então por gentileza acaba comigo logo. – Ela disse enquanto puxava sua foice.

– Entendo... Eu já enfrentei você no passado, mas até hoje não sei como derrotar você. – Disse Rafael.

– Eu gostaria de te dizer isso, porem não consigo... Provavelmente coisa do Lúcifer.

Rafael ficou em pé e levantou sua cabeça e começou a sussurrar algo como se estivesse rezando. Em seguida, ele se preparou para uma nova investida só que dessa vez parecia mais determinado.

– Eu sei como derrotar você. – Disse Rafael. – Eu lembro que li um dos livros que Deus escreveu com ajuda de Metatron.

– Metatron... O Anjo supremo... Realmente acha que ele sabe meu ponto fraco? – Disse Morte com um sorriso no rosto. – Ande garoto, acabe com isso, não importa o quanto tente eu vou voltar um dia, pois um trilhão de anos é como um piscar de olhos.

Morte atacou Rafael onde o mesmo ficou parado e uma aura verde acumulou em volta dele. Portais como os da materialização de Caim apareceram, no entanto ao invés de sair espadas saíram correntes douradas que prenderam os braços e pernas de Morte.

– Entendo. – Disse Morte com um sorriso no rosto. – Corrente dos Céus, o golpe de Deus. É impressionante que você tenha conseguido usar o golpe daquele homem.

– Eu li muito sobre esse golpe; ele foi feito para selar divindades que não podem ser mortas. Mais especificamente para parar deuses.

– Você esta esgotado Rafael, é verdade que nada pode fugir das correntes do Céu, mas como você esta enfraquecido...

Ela quebrou as correntes e saltou na direção de Rafael que ficou sem reação e outros três portais com correntes apareceram atrás da Morte e as três correntes perfuraram seu corpo sendo duas em seu peito e uma em sua garganta. Essa corrente a puxou para dentro do portal onde a mesma sumiu com um sorriso no rosto.

– Quem fez isso? – Disse Rafael. – Quem fez a corrente.

– Desculpa amigão, mas não existe nada que eu não possa fazer. – Disse David sorrindo , porem o mesmo caiu no chão em seguida cuspindo muito sangue.

– Seu idiota, esse golpe requer muita aura, você é imbecil?

– Cala boca, salvei sua vida.

– Ah, você me irrita até antes de morrer.

– Há, vai bater suas asas pra longe daqui Fadinha.

– Fa o que?