Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Oii gente!! Sinto muito ter sumido por tanto tempo... Tava morrendo de saudade de vocês! :) Nesse meio tempo, escrevi uma one, também Cobrade, chamada "When I was your man". Os interessados sintam-se a vontade para achá-la no meu perfil. Caso a gente não se encontre até domingo, FELIZ PÁSCOA, POVO! Que Deus encha a vida de vocês de alegria e bençãos! Como demorei muito para postar, tentei escrever um pouco mais dessa vez. Então, chega de enrolação e vamos ao capítulo! Boa leitura! Ah, e comentem! É rápido, porém super importante!
LEIAM AS NOTAS FINAIS!



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Jade sentiu o celular vibrar. Irritada por ter que interromper a dança, pegou o celular com certa raiva, porém logo se desarmou ao olhar o remetente: Cobra. Mas por que ele estava mandando uma mensagem, se estava a poucos passos de distância? Pensando que era só mais uma brincadeirinha do rapaz, resolveu deixar para lá e guardou o celular novamente.

Seria uma pena se a curiosidade não deixasse. Mesmo sem entender nada, pegou o aparelho em mãos e leu o conteúdo da mensagem:

" De: Cobra

Para: Jade

Casa comigo?"

O coração acelerou, a mão tremeu e o queixo despencou, junto com o celular. Atordoada, ela pegou o telefone da areia da praia e procurou por Cobra com o olhar. De longe, o lutador observava cada movimento da morena com o coração na mão e o olhar esperançoso. Ela não seria capaz de lhe dar um fora... Seria?

Quando encontrou Cobra encostado em uma das pilastras do quiosque, Jade correu ao seu encontro, sorrindo. Na verdade, conforme ela chegava mais perto, Cobra pode perceber que ela ria. Ria descontroladamente.

– O que aconteceu? - Perguntou ele, sentindo que a ideia de casamento ia por água abaixo. Jade respondeu mostrando-lhe a mensagem. - Ah, é isso! E então? Por que você tá rindo?

– Isso é sério? - Perguntou a garota, parando de rir de repente. Até então ela pensava que aquilo era só uma bobagem. Muito sem graça, mas uma bobagem mesmo assim. Nunca lhe passou pela cabeça que o vagabundo talvez quisesse formar uma família. - Cobra, você quer mesmo casar comigo? Tipo... De verdade?

Cobra ficou pensativo. Afinal, a bailarina rir significava que ela não queria, certo? Ou então ela só estivesse nervosa, assim como ele. Pensar naquilo estava enlouquecendo o lutador, por isso ele resolveu não arriscar muito.

– Se fosse de verdade... Você aceitaria?

– Jogo baixo, vagabundo! - Ela riu, deixando transparecer sua insegurança. - Promete que não vai usar a minha resposta como chantagem ou que não vai brincar com ela?

– Prometo, eu acho... - Respondeu Cobra, sem entender.

– Eu aceitaria. - Ela respondeu, envolvendo o pescoço do lutador com os braços e falando mais sério do que nunca. - Mesmo sabendo nós dois ainda somos muito novos, e imaturos, e inconsequentes, e que a gente briga feito cão e gato... Se fosse de verdade, eu aceitaria.

– É muito bom saber disso... - Ele sorriu e acabou com o espaço entre os lábios dele e os lábios da bailarina.

Depois que infelizmente soltou a mulher, lembrou-se de uma coisa. Pensado rápido, arrancou o anel da sua latinha de refrigerante e puxou a mão da Jade, colocando o anel da latinha no menor dedo da morena.

– O que significa isso? - Perguntou ela, sem entender.

– Significa que você é minha noiva e que esse negócio esquisito, por enquanto, é a nossa aliança de noivado. - Eles acabaram rindo e Cobra terminou a sua explicação, meio envergonhado: - É que eu decidi casar, tipo... agora, então não deu tempo de comprar alguma coisa e...

– Fica tranquilo, vagabundo... Esse aqui tá lindo. Igual a você. – Acalmou ela, encantada pela atitude do lutador, e logo puxando-o para um longo beijo.

Eles sorriram um para o outro, mal acreditando no que estava acontecendo. Sério que eles tinham acabado de fazer aquilo? Olhando ao redor, perceberam que ninguém havia percebido aquela cena digna de filme de romance.

– Acho que isso merece uma comemoração. - Sussurrou ele, prensando a morena contra si. A bailarina apenas concordou com a cabeça, incapaz de dizer uma palavra.

O lutador pegou a bailarina pela mão e a conduziu até o carro que tinha alugado para os dias que ficaria no Rio, sem ao menos se despedirem de alguém. O caminho até o apartamento da morena foi rápido e silencioso. Assim que entraram no local, os beijos se tornaram mais intensos e desesperados. Os corpos pareciam estar em estado de ebulição e extremamente sensíveis.

De repente, Cobra parou todos os movimentos e olhou diretamente nos olhos da Jade. Colocando o rosto da bailarina em meio as suas mãos, ele analisava cada detalhe do rosto dela.

– Agora... - Disse ele, calmamente. - Você é minha.

– Não faça eu me arrepender, vagabundo. - Revidou Jade, provocante.

Aceitando o desafio, Cobra a conduziu até o quarto.

***

Quando acordaram no dia seguinte já passava do meio dia, mesmo assim o casal resolveu almoçar. Enquanto a garota preparava a comida, Cobra ficou andando em círculos ao redor do fogão, parecendo apreensivo.

– Fala, Cobra. - Pediu Jade, percebendo o desconforto do rapaz.

– O que? - Perguntou ele, se fazendo de desentendido. - Eu tinha que falar alguma coisa?

– Se não vai falar nada, sai da volta. Tá me deixando nervosa. - Confessou ela, com a costumeira delicadeza. - Por favor.

– Então, quando eu tô perto você fica nervosa? - Perguntou ele, inocente, enquanto beijava o pescoço da noiva.

– Já disse que você se acha? - Revidou ela, sorrindo. - Eu tô nervosa porque eu sei que você quer falar alguma coisa, mas não tem coragem. Qual foi? Desistiu de... casar comigo, vagabundo? - Perguntou ela, com medo da resposta.

– Não! Não foi isso, pode ficar tranquila. - Ele tomou coragem e resolveu falar o que estava tirando a sua paz. - É que eu queria te perguntar... Sabe, será que tem como eu não ir no seu espetáculo hoje?

– Cansou de me ver dançando, foi Cobrinha? - Questionou ela, fazendo carinha de triste.

– Nunca, minha dama. Acontece que o pessoal do Gael tá me olhando torto, pra variar. Deve ser por causa do negócio dos anabolizantes e tal... Queria ir direto pra praia e dizer pro Mestre que eu tô arrependido de verdade. Você vai ficar chateada?

– Vou! E nunca mais vou querer olhar na tua cara! - Cobra se assustou com a reação da morena, porém logo depois ela abriu um sorriso e ele entendeu a brincadeira. - É claro que não, vagabundo! Tá dispensado.

Então ele a beijou e ela esqueceu que estava cozinhando. Só se desprenderam quando um cheiro de queimado tomou conta da cozinha.

***

Jade havia terminado de se apresentar e se dirigia para o camarim. Quando chegou lá, viu que Edgard a aguardava, assim como no dia anterior.

Honey! Você estava deslumbrante! - O professor a abraçou com carinho. Em seguida, lembrou-se saudoso: - Se a Lu pudesse te ver, minha querida...

– Ela tá me vendo, Ed, eu tenho certeza. - Afirmou a bailarina, recordando a promessa que a mãe havia feito na última conversa das duas. Ela daria um jeito de assistir a filha lá de cima, afinal. - Bom, agora aparece um exército de repórteres armados de câmeras e microfones para me entrevistar. Se você quiser me esperar, tem um sofá ali, ó... - Disse ela, apontando para um canto da sala.

– Muito obrigada pela oferta, meu amor, mas eu prefiro a brisa noturna do que o calor infernal desse camarim. Te espero lá fora, Jade. - Ele se aproximou e beijou a testa da menina. - A Lucrécia não está aqui para te dizer isso, então a frase sobrou para mim... Eu estou muito orgulhoso de você, darling, e de tudo o que você conquistou.

– Pode ter certeza que se não fosse por você, Ed, eu não tinha chegado nem perto de onde eu estou agora. Ah, e muito obrigada por todos os puxões de orelha... Eles foram bem válidos. - Eles riram e o professor deixou o camarim, dando espaço aos repórteres.

Inúmeras entrevistas depois, quando Jade já havia encerrado o seu expediente de estrela e preparava-se para ir embora, ouviu a porta se abrir.

– Pensei que você fosse me esperar lá fora, Ed... - Ela virou-se sorrindo e levou um susto quando encontrou um homem alto, magro e grisalho a encarando. - Desculpe, mas o senhor não pode entrar aqui. Pode lhe ajudar em alguma coisa?

– Claro que pode... Minha filha.

***

Cobra tinha chegado a pouco tempo e estava se sentindo um pouco deslocado. Jade ainda não tinha chegado, Karina só tinha olhos para o Pedro e ninguém olhava na cara do lutador. Sentiu como se tivesse voltado no tempo, diretamente para a época em que era odiado por todos, e a sensação não era nada bia.

Assim que avistou o Mestre, que chegava junto com a Dandara, com o João e com a Bianca, foi falar com ele.

– Mestre... Posso falar com o senhor um instante?

– Claro, Cobra. - Respondeu Gael, já esperando por esse pedido. - O que você quer?

– Eu queria pedir desculpas... Eu sei que errei. Eu sei que manchei o nome do Muay Thai brasileiro e da Academia do Gael, mas eu tô arrependido. - Despejou o rapaz de uma só vez.

– Você tá falando dos anabolizantes, não é? - Cobra afirmou com a cabeça. - Olha, Cobra, quando eu soube, eu fiquei possesso de raiva com você. Fala sério! Você ferrou a sua estreia por alguns quilos de massa muscular? Coisa de amador!

– Eu sei, Mestre, e é por isso qu...

– Eu ainda não terminei. - Na mesma hora, o rapaz silenciou. - Mas se você diz que tá arrependido, eu acredito. Posso tá cometendo o maior erro da minha vida, mas eu aprendi a confiar em você, Cobra. Agora, pelo amor de Deus, vê se não faz fiasco lá fora! Representa bem a minha Academia, rapaz! - Gael riu e puxou o menino para um abraço apertado.

– É claro que eu vou, Mestre! - Respondeu Cobra, sorrindo, ainda dentro do abraço. - Quem já lutou na sua Academia é vencedor nato!

Cobra gostou daquela sensação. Fazia tanto tempo que alguém mais velho não o tratava daquele jeito... O último foi seu pai, e quando ele era mais novo. Cobra sentiu-se novamente acolhido, confiante. Enquanto recebia tapinhas nas costas, percebeu que o mais perto que ele tinha de um pai no momento, era o Mestre.

***

– Oi?! - A menina se assustou.

– Não vai dar um abraço no seu pai? - O homem sorriu, abrindo os braços.

– Não!! Quer dizer... Como assim? - Atordoada, Jade se sentou. - Você não pode ser o meu pai!

– Eu sei que pode parecer tudo muito estranho a princípio, mas é verdade, Jade. Meu nome é Sérgio e eu conheci a Lucrécia no final da década de 90 e nós nos apaixonamos. Ela acabou engravidando e eu, que não passava de um moleque irresponsável, acabei não entendendo o que aquilo significava. Então eu sai pra noite, bebi tudo que eu podia e acabei ficando com outras mulheres... A Lucrécia descobriu e terminou tudo comigo. Ela se afastou completamente. Não deixou que eu acompanhasse a gravidez e depois que você nasceu... Bem, eu tentei. Ofereci ajuda, quis me aproximar, mas ela disse que não precisava. Disse que de traidor a filha dela só queria distância. - Ele começou a ficar emocionado. - Mesmo assim, eu acompanhei o seu crescimento, minha filha... Eu sempre te amei, Jade. E hoje, ver você assim, famosa, rica... É um orgulho para o seu pai.

Jade percebeu que poderia ter alguma coisa errada naquela história. "Famosa e rica" não são as coisas mais importantes para um pai, certo?

– Espera... Como eu vou saber se você tá falando a verdade? - Perguntou a morena, receosa.

Ele lentamente tirou uma foto do bolso. Era bastante antiga e já estava meio deformada devido ao passar dos anos, mesmo assim ainda era bem clara. O homem estava abraçando a Lucrécia, os dois bem mais jovens, obviamente, e demonstrando muito carinho e intimidade.

– Essa foi a última foto que eu tirei com a Lu... Ela já estava grávida de você, mas ainda não tinha me contado. - Ele suspirou, mas Jade não se convenceu totalmente.

– Isso não prova nada... Quer dizer, a minha mãe tinha muitos amigos, você poderia ser apenas mais um deles.

– Eu sou o seu pai, Jade! - O homem perdeu a paciência. - Quer saber?! Chama a Lucrécia aqui! Eu duvido que ela negue que eu sou o seu pai na minha frente! Chama! Eu sei que ela deve tá por algum lugar... Ela nunca perderia uma apresentação sua!

Pronto, a verdade estava revelada. Ele poderia, sim, ser o pai da garota, afinal ninguém iria propor aquilo se não tivesse certeza do que estava falando. Mas acompanhado o crescimento da filha? Essa era boa.

Jade sentiu a raiva tomar conta. Como ele tinha coragem de mentir daquele jeito, ainda mais botando a culpa da sua ausência na mãe? Já com os olhos tomados pelas lágrimas, a bailarina começou a gritar:

– Você não tem vergonha?! A minha mãe morreu!! Posso ver como você me acompanhou, papai! - Debochou Jade, tentando não demonstrar o quanto aquilo doía. - Sabe, eu sempre quis conhecer o meu pai... Mas a minha mãe sempre fugiu, disse que não valia a pena. Naquela época eu ficava triste, me trancava no quarto e chorava, mas agora eu vejo que ela tinha razão. Gente como você não vale a pena! Eu passei a minha vida toda sem um pai! Você sabe o que é isso? Eu só queria atenção, seu canalha! Eu só queria o seu amor! Mas não... Você nunca quis saber de mim, não é? Durante todo esse tempo, foi como se eu não existisse para você, mas agora que eu tô famosa e rica... Aí você parece! - Jade riu com escárnio, o que fazia contraste com as lágrimas que jorravam dos seus olhos. Ela caminhou até a porta do camarim e a abriu. - Faz um favor pra mim? Some da minha vida!

– Não é nada disso, Jade, eu...

– Cala a boca! - Interrompeu a garota, aos gritos. - Some! Não deve ser tão difícil... Você já fez isso antes.

O homem calou-se. Lentamente, ele saiu do camarim, deixando Jade desolada. O sonho de conhecer o pai tinha se realizado e se tornado um péssimo pesadelo. Nunca pensou que o pai não passasse de um aproveitador, de um oportunista que se aproximou quando viu que era propício. Chegar a essas conclusões doía muito.

Então ela pensou no Edgard. Aquele sim era o seu pai. Quando lembrava das suas festinhas de aniversário ou nas celebrações do Dia dos Pais na escolinha, era ele quem estava lá. Muitas vezes, quando ela ia para a Ribalta durante as aulas da mãe e não tinha companhia, era com ele que ela conversava. Era o Edgard que a havia protegido de inúmeros ataques de fúria da Dona Lucrécia e era ele que cuidara das duas durante todo o tratamento da mãe. Era ele que estava ao seu lado no dia do enterro.

Jade pegou sua bolsa, enxugou suas lágrimas e correu para fora do Teatro. Encontrou o professor ao lado da sua pequena moto, a aguardando.

– Aleluia, Jade! Tava começando a achar que tinha acontecido alguma coisa com vo... Espera aí, você tava chorando? - A bailarina não respondeu, apenas o abraçou forte. - Jade, o que aconteceu?

– Ed, não importa o que o sangue diga... Você é o meu pai, tá? - Jade apertou o Edgard ainda mais forte, sentindo as lágrimas voltarem.

– Claro, meu amor... Mas o que aconteceu? - Insistiu o ator, soltando-se um pouco do abraço da menina e a fazendo olhar em seus olhos.

– Nada... Eu te amo, Ed. - Concluiu ela, enxugando novamente as lágrimas.

– Eu também te amo, Jade, você sabe disso. - Ele sorriu carinhosamente. - Você quer ir para casa?

– Não, me leva para praia onde tá rolando o show da Galera da Ribalta, por favor.

– É pelo show que você tá indo? - Indagou o professor, mesmo sabendo da resposta.

– Não exatamente... O Cobra vai tá lá. - Ela sorriu, estranhamente envergonhada.

– Ah, o amor... Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia. – Declamou o ator.

– Shakespeare?

– Divo! - Afirmou Edgard, entregando um capacete para a bailarina.

Em meio a risadas, os dois partiram rumo a praia.

***

Cobra se encontrava novamente sozinho. Gael e Dandara tinham voltado para casa, Bianca, João e Karina dançavam animadamente em frente ao palco, junto com os lutadores da Academia do Gael.

Foi então que ele ouviu uma voz. Uma voz feminina que lembrava um passado que ele preferia esquecer.

– Ricardo? - Ele virou-se e teve a certeza. - Lembra de mim?


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Notas finais do capítulo

Olha eu aqui de novo! Sim, tem personagem novo na história e essa moça vai ajudar a entender um pouco mais do passado do nosso querido Cobreloa. Reforço o convite para a minha one, vocês serão muito bem recebidos lá! Quero saber o que estão achando, portanto comentem, certo? Certo. Nos vemos nos reviews, meus amores! Beijinhos!



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