– Opa! Desculpe! – fechei a porta rapidamente e com o movimento brusco todos os meus livros caíram no chão. Começo a catar quando a porta de abre novamente revelando Christina com uma camisa social masculina (que suponho ser de Enzo), um micro short e descalça. Ela me encara com um olhar esnobe e com seu nariz “novinho” (recém-saído de uma plástica) empinado, desvia de mim e meus livros e sai andando rebolando os ossos que considera como bunda.

Ajeitei meus óculos ao meu rosto e voltei a arrumar minhas coisas, abri novamente a porta e entrei, vendo Enzo mexendo no seu celular. Ele transferiu seu olhar para mim por fração de segundos e voltou sua atenção pro que quer que seja que estivesse fazendo.

– Você deveria parar com isso! – aconselhei ajustando novamente meus óculos ao meu rosto.

– E, do que você está falando? – disse calmo e sereno como sempre, jeito que irrita profundamente. Virou novamente seu olhar para mim e colou seu celular ao seu lado na cama onde estava deitado sem camisa e com as calças lá em baixo mostrando grande parte de sua cueca. Desleixado!

– Talvez do fato de você ficar trazendo seus baldes de ossos para “ter relações” – fiz aspas com os dedos – no quarto o qual divide comigo. – disse apontando para mim.

Ele demorou um pouco para responder, mas depois disparou:

– Por que fez aspas com os dedos quando disse “ter relações”? – fez aspas assim como ela.

– Não importa! – fez um movimento brusco e objetivo com um levantar de mão. – O que importa é que você está tecnicamente me desrespeitando! – disse indignada. Safado!

– Pensei que não quisesse nada comigo. – Disse com uma sobrancelha arqueada e um olhar questionador.

– E nem quero! – respirei fundo para não socar a cara desse garoto e me sentei na minha cama ficando de frente para a dele. – A questão é que: Não quero ter o desprazer de encontrar você novamente com uma garota tendo relações toda vez que eu entrar nesse quarto.

– Então o que você quer? – falou como se estivesse entediado, como sempre!

– Quero que vá namorar com suas peguetes em outro canto! – disse como se fosse óbvio.

Ele me encarou por um tempo com seu rosto impassível, tentei de todas as formas que sei decifrar o que pensava ou o que queria, mas não consegui nada! Ele estava simplesmente imóvel me encarando com o rosto parado, nem suas íris se mexiam, encaravam meus olhos descaradamente.

– Tanto faz! – disse dando de ombros e levantando para ir ao banheiro, provavelmente para tomar um banho.

Eu não aguento mais essa situação. Já é a terceira vez que isso acontece, já é a segunda vez que converso sobre isso com ele e falar e nada acaba sendo a mesma coisa. Puff! Eu ainda vou matar esse moleque!

Acertei sobre o banho, enquanto ele tomava eu arrumava meus livros que estavam uma baderna e eu odeio, repetindo, ODEIO bagunça. Sim, tenho TOC.

– Olha, aproveitando que estou passando sermão, será que dá pra você parar de espalhar suas roupas pelo quarto e banheiro? Isso me mata!

– Sério?

– Sim.

– Ok, então! – ele que estava adequadamente vestido, tirou a camisa que vestiu e jogou sobre o chão enquanto pegava outra em seu armário para vestir.

Respire profundamente Diana. Respire profundamente.

~*~

– Um dia você ainda vai matar o Enzo, Di. – falou rindo minha amiga Serena que conheci quando descobri que seria minha parceira na aula.

Selena é linda. Exemplo de mulher que causa inveja às mulheres e desejo aos homens quando passa. Ela tem sua pele alva como se fosse banhada por neve, seus cabelos são pretos como carvão e seus olhos verdes como esmeraldas. Tinha um corpo não muito exagerado, mas também nada seco como as meninas que Enzo pega. Simplificando, linda!

– E eu não sei disso?! – disse bufando. – E o pior é que ele me irrita de proposito aquele babaca.

– Por falar em Enzo, Gabriel me falou que ele ficou com a Christina ontem, é verdade? – disse enquanto abria seu caderno e começava as anotações que o professor já havia escrito na lousa.

– Quase – ri – acabou que eu os atrapalhei. – rimos juntas pela minha vergonha e a deles também, embora, ele sendo como é, e ela sendo é, acho que não sentiram nem um pingo de vergonha.

– Ah, então foi eles que você atrapalhou.

– Exatamente! – intensificamos as risadas.