A garota dá um pulo da cama assustada. “Mas que merda de pesadelo foi esse?” Foi seu primeiro pensamento aquela manhã. Diana abri um pouco a cortina e arregala os olhos com um susto, o sol resolveu mostrar todo seu poder aquela manhã pelo que parecia. A mulher trinca os dentes, esfrega os olhos, se levanta, coça o bumbum e vai em direção ao banheiro.

Após banho tomado e necessidades supridas a garota sai do banheiro e leva uma travesseirada na cara.

– Mas que merda é essa?

– Cala a porcaria desse celular que esta tocando há uma meia hora. Mais que bosta! – o rapaz brada e se vira de bruços colocando seu segundo travesseiro sobre a cabeça.

– Vai cagar Enzo! – diz a moça e pega seu celular debaixo do seu travesseiro. – Oi Serena... É eu vi a merda desse sol... Claro que é merda, ele quase me cegou mais cedo... Mas onde fica isso? ... É, até que seria uma boa nesse calor terrível que está hoje... É até porque isso é bem anormal, já que estamos numa passagem de outono pra inverno... Claro que sei! O nome pra isso é insustentabilidade...

– Diana cala a merda dessa boca, tô tentando dormir caramba! – a garota revira os olhos.

– Olha, daqui a 20 minutos estou aí, vou só arrumar minhas coisas aqui rapidinho... Okay, tchau. – a menina desliga o telefone e vai até a cama do rapaz puxando suas cobertas – e o senhor, para de me encher o saco e trate de levantar porque já são nove horas.

– Eu estou te enchendo o saco? – diz o rapaz levantando – Você me acorda as nove da madrugada e eu que te encho o saco? Vocês mulheres são impossíveis. – diz se dirigindo ao banheiro. A garota ri e começa a se arrumar.

~*~

O sol estava radiante. No momento Diana não o odiava mais, no momento ele estava realmente agradável. Primeiro, por estar lhe propondo um corpo sadio e bem mais moreno e segundo por tornar aquela água da piscina muito mais convidativa.

– Serena, acho que vou vim passar alguns dias na sua casa durante o verão. – diz Diana enquanto levanta seu rosto em direção ao sol.

– Minha casa nem é tudo isso Di, somos extremamente simples.

– Mulher só de ter uma piscina isso já é uma revolução nesse calor. – as duas riram.

– Não exagere!

–Me esqueci de te perguntar como anda com o Gabriel depois que vocês voltaram.

– Estamos bem, parece que isso veio pra nos fortalecer mais sabe.

– Legal.

– E você e o Enzo?

– Não existe eu e o Enzo.

– Poderia existir. – diz a moça com um sorriso convencido nos lábios.

– Não poderia não... – a amiga apenas a encarava com olhos esperançosos. Os olhos de Diana, porém, estavam focados na piscina, na verdade no profundo dela, dela Diana, não dela piscina. – Se bem que, ontem foi meio estranho.

– Ontem? Pensei que ele e Dante tivessem viajado.

– E viajaram. Mas ele voltou umas quatro e quarenta mais ou menos e mandou me arrumar que iriamos sair...

– Pera! – a interrompeu. – Vocês tiveram um encontro?

– Não foi um encontro.

– Me conte como foi e então eu direi se foi ou não um encontro, porquê sinto muito amiga, mas você é péssima com essas coisas.

– Se isso te faz feliz. – suspira – Nós fomos de moto até um restaurante muito fino e lindo, conversamos e jantamos só que teve uma hora em que ele sei lá, explodiu do nada, teve um ataque de pelanca e saiu do restaurante me deixando lá sozinha apenas com o dinheiro de pagar a conta.

– E aí?

– E ai quando sai do restaurante o encontrei sentado ali próximo e me sentei com ele, conversamos um pouco mais e eu pedi explicações sobre o que havia acontecido dentro do restaurante e ele me perguntou se eu não sabia, pois era óbvio, eu ao dizer que não ele riu e me deixou no vácuo. Foi isso que aconteceu.

– Okay, vamos aos poucos. Do que você estava falando quando ele deu esse suposto “ataque de pelanca”?

– Ah estava falando do Nick...

– Ah rá! Ele estava com ciúmes.

– Ciúmes? De mim? – a garota gargalha – Faça-me rir né Serena.

– Mas é linda, e tem mais o que ele te disse exatamente nesse final ai.

– Eu pedi uma explicação, ele perguntou se eu não sabia mesmo, perguntei se era tão obvio assim, ele desviou conversa e fomos embora.

– Ele esta gostando de você.

– Claro que não.

– Faz sentido.

– Vai cagar Serena. – a amiga ri e as duas se silenciam. – Na verdade, eu já pensei nisso. Esse noite mesmo tive um pesadelo, sonhei que nós dois íamos á casa dos meus pais porquê eu ia apresenta-lo a minha família e tal. Foi muito estranho.

– Diana você é linda, independente e confiante. Homens gostam de mulheres assim...

– Não, não, não. Enzo não gosta de mim, e já começa por eu não estar dentro dos padrões dos seus sacos de ossos, e quer saber mais, vou é pular nessa piscina que essa conversa já deu.

A garota se levanta da espreguiçadeira, tira sua canga azul e vai andando em direção à piscina quando para no meio do caminho e se vira para a amiga novamente.

– Como você sabia que ele viajou com o Dante?

– Gabriel me contou.

– É... Talvez não seja ruim eles espairecerem a mente mesmo.

– Espairecer? Não sei se é bem isso que eles foram fazer.

A mulher fica espantada e curiosa para saber o que na verdade teriam feito, mas ela sacode a cabeça, vira as costas e antes de pular na piscina diz:

–Tanto faz. Ele faz o que quer.

~*~

A menina está sentada em sua penteadeira penteando os cabelos e seus pensamentos estão na lua. Pra falar uma verdade, essa lua pode ser apelidada de Enzo. As atitudes dele na noite passada sem sombra de dúvidas foram estranhas, e a cada segundo se tornava mais estranho graças às insinuações de Serena durante aquele dia inteiro em sua casa. Sua cabeça estava a mil ela já podia sentir uma pontadinha de dor de cabeça, contudo, todos seus pensamentos foram embora quando ela sentiu um calor diferente em suas costas, um calor humano pra falar a verdade. Ela olha pelo espelho e vê Enzo atrás dela sem camisa tentando pegar seu carregador. A moça numa rapidez inesperada pelo moço segura seu braço antes que ele alcance o objeto.

– O que você pensa que está fazendo?

– Pegando seu carregador. – conversam se olhando pelo espelho.

– Não me lembro de ter lhe dado permissão.

– Não encontro o meu.

– Isso não é problema meu.

– O que custa?

– A bateria do MEU celular.

– Deixa de ser chata. – diz agora olhando para ela pessoalmente.

– Não. – diz ela fazendo o mesmo.

E pela segunda vez lá se encontravam os dois a centímetros de distancia, mas dessa vez com um clima mais tenso. Naquele momento toda a noite passada rebobinou na cabeça de Diana e ela logo se virou assustada para frente soltando o braço do rapaz.

– Pega ai! Mais tarde pego de volta pra carregar o meu, mas trate de achar o seu.

O garoto ainda a encarava, mas logo saiu de seu transe.

– Okay. Vai ser rápido. – disse saindo de trás dela. – Ele já está viciado mesmo.