A Tara de Padfoot escrita por The Awesomest Girl on Earth


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Devido a diversos pedidos de lindos e maravilhosos leitores, decidi escrever um capítulo a mais. Espero que gostem :3 Pessoalmente, acho que eu precisava revisar a fic por mais uns 2 ou 3 meses (botando e tirando uns detalhes aqui e ali) antes de postar, já que ela estaria bem melhor. Maaaas, como seria muita maldade com vocês, que pediram tão gentilmente e com tamanha dedicação, decidi postar assim mesmo.
Ah, e agradeço imensamente a linda da Anne, do Staff, que permitiu que essa história deixasse de ser ‘concluída’, para ‘em progresso’. Você é super legal :3



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Remus passou o resto da semana usando os melhores e mais avançados feitiços de privacidade que conhecia em sua cama. Dissera a James e Peter que estava praticando, mas Sirius sempre o encarava com um olhar de entendimento e tristeza.

“Ele deixou de confiar em mim?” pensava, ao perceber que Remus sentava-se longe durante as aulas, fugindo à biblioteca nos intervalos. Acordava mais cedo para que Sirius não tivesse tempo de o manter no dormitório para uma conversa (e olha que era difícil acordar mais cedo que Sirius, já que este passava um bom tempo em frente ao espelho todas as manhãs, dedicando-se a seu cabelo), comia as refeições o mais rápido possível e, quando Sirius percebeu que Remus sumira na manhã de sábado mais ensolarada em meses, resolveu recorrer aos amigos.

– Vá atrás dele, se está tão preocupado. – disse-lhe James, deitado na grama à sobra de uma grande árvore, encarando as meninas que conversavam à beira do lago. Bem, encarando a menina, ruiva, próxima ao lago. – Já estamos na Primavera, ele deve estar se preparando pros NEWT’s. Eles são no ano que vem, mas você conhece Remus.

– Ir à biblioteca vai contra os valores em que acredito. – disse, fazendo uma careta. – E muito obrigado pela ajuda, viu? Foi suuuuper útil. – completou, usando ao máximo sua ironia.

Desde aquele extremamente constrangedor dia, não ficara com mais ninguém. Não era a primeira vez que passava um tempo na seca, já que sempre que tinha uma detenção longa, planejava e executava uma pegadinha mais elaborada ou Remus ficava excepcionalmente mal após uma lua cheia, ele dava um tempo com as ficadas. Porém, não lembrava-se de ficar tão triste ao ponto de desviar-se de todos os seus prazeres da vida como estava desde o início do ano letivo, quando fizera a brincadeira estúpida com Snivellus. Remus não falou consigo até quase o Natal.

Enquanto afastava-se dos amigos em direção ao castelo, relembrava, triste, da noite de bebedeira que antecedeu sua primeira vez com um cara. Johnson, ou algo parecido. Não se lembrava de seu primeiro nome. Passou um longo tempo encarando a parte do peito exposta do homem, onde percebia uma grossa cicatriz, que continuava por baixo da blusa. Olhava-a fixamente, e percebia como as cicatrizes de Remus eram bem mais irregulares, como se a de Johnson tivesse sido feita com uma faca.

Após tanto encarar o rapaz, este respondeu seu olhar. Sorriu-lhe, e se aproximou. Sirius respondeu seu sorriso. Perguntou:

– Como arranjou essa cicatriz? – o jovem riu, respondendo com uma pergunta.

– Não quer saber meu nome primeiro, Black?

– Preciso? – respondeu Sirius, com mais um pergunta.

– Não. – e, lançando ao Black uma piscadela, iniciaram uma conversa.

E, bem, Sirius se lembrava muito bem de como a noite terminara. Também se lembrava de, após Johnson dormir com a cabeça em seu peito, fechou os olhos e passou um bom tempo acariciando a cicatriz, imaginando como seria se esta estivesse cercada de outras mais finas e irregulares, em uma pele mais delicada. Por mais que tentasse negar, o que realmente queria era que fosse Remus deitado em seu peito, e não um viadinho qualquer.

Odiava saber que desejava um de seus melhores amigos. E, pelo aperto que sentia em seu tórax devido à tristeza, causada pela falta de Remus, percebia que estava apaixonado por ele. E odiava isso ainda mais.

Não sabia de onde tirara a coragem para falar com Remus na manhã seguinte, mas não se arrependia de seus atos. Falou sem pensar, contudo se alegrava por conseguir uma chance de tocar seu rosto, sentir as finas marcas em sua pele. Delicada, como imaginara, e bastante seca. Não era macia como a de uma menina, porém não era grossa e bruta como a de qualquer cara. Não sentia as pontas de uma barba por fazer, como sempre era a sua. E ele também não cheirava a algo doce, como as meninas. Cheirava a limão, e algo diferente, que nunca sentira antes. Também, completamente diferente de outro cara.

Após tamanha constatação, teve certeza: não teria paz em seu interior até que alimentasse seu desejo. E, definitivamente, isso seria um problema. Como pegaria Remus sem que sua amizade com ele fosse afetada depois disso?

–x- Sirem -x- Wolfstar -x- Sirem -x-

Sirius era um grande filho-da-mãe, por fazer isso com ele. Era de extrema maldade o provocar de maneira tão explícita, quando Remus já se sentia atraído pelo amigo há tanto tempo.

Bem, atraído não era a palavra certa. Apaixonado, infelizmente, se aplicaria melhor. Ou dependente, talvez, pois cada dia que fugia do amigo e cada noite que se trancava com feitiços lhe doía, já que o que realmente desejava era que Sirius, em suas atitudes impensadas, o prensasse contra uma parede e beijasse-o até que não conseguissem respirar. Mas, obviamente, ele nunca faria isso.

Remus percebera no início das aulas. O verão estava chegando ao fim, então curtiam ao máximo o sol que restava, deitando no gramado e jogando conversa fora. Lembrava-se de uma tarde em que houve treino de Quadribol, então James e Peter não apareceram nos Jardins, sendo que Wormtail fora apenas para assistir o treino. Remus deitou-se à sombra de uma grande árvore, com Sirius apoiando a cabeça sobre sua barriga, as pernas saindo da sombra e sendo cobertas pelo Sol. Conversavam e riam, e, enquanto acariciava os cabelos de Sirius, percebeu que algo em seu peito estava diferente. As risadas eram mais prazerosas quando acompanhadas às de Sirius. As conversas, mais interessantes, mesmo sendo uma discussão se existia ou não um sabor de bicho-papão entre os Feijõezinhos de Todos os Sabores.

Preferiu acreditar que era uma afinidade biológica, já que ambos eram caninos, mas foi tirado de sua ilusão quando Sirius o traiu, expondo seu segredo à Snape. Parecia que aquele algo diferente dentro de si tinha se quebrado, e feriu todo o resto lá dentro. Chorava baixo antes de dormir, e evitou Sirius até quase o Natal, quando foi convencido por James e Peter a perdoar o amigo. Mas o que mais pesou em sua decisão era a saudade que sentia dele. De suas conversas, brincadeiras, risadas, toques, tudo.

Às vezes, sentia que um abraço que Sirius lhe dava durava até demais, ou seus joelhos ficavam muito próximos dos próprios ao se sentarem, ou, até mesmo, sentia uma carícia distraída de Sirius em si. Mas suas esperanças acabavam ao vê-lo com alguma menina qualquer. Aprendeu a se contentar em sua posição de amigo, recebendo eventuais carícias distraídas e curtindo ao máximo os abraços. Poderia viver com isso, pois era melhor do que se arriscar e levar uma negativa, talvez acabando com todo o contato que tinham.

Saindo de seus devaneios, percebeu que era um belo sábado, o mais bonito e ensolarado em bastante tempo, e ele estava sentado no chão de um corredor, frio e desconfortável. Não conseguia parar de pensar nas palavras de Sirius. “Durma de olhos abertos.”.

“Ele não estava falando sério.” Pensou, finalmente. “Acho que reagi exageradamente. Vou pedir desculpas.” E, com este pensamento, levantou-se, em direção aos Jardins.

–x- Sirem -x- Wolfstar -x- Sirem -x-

À porta do castelo, Sirius quase caiu ao esbarrar em alguém. Estava extremamente irritado, por isso não percebera a pessoa se aproximando, e pretendia fazer Remus voltar a falar consigo na marra, se fosse necessário.

– Cuidado por onde anda! No quê você estava pensan... – interrompeu-se ao perceber que esbarrara em Remus, que, diferente dele, caíra no chão. – Remus! Desculpe-me! Meu Merlin, eu devo ter te machucado! Desculpe-me!

E, desesperadamente, ajoelhou-se e passou um dos braços do amigo em volta de seus ombros, ajudando-o a se levantar. Enquanto isso, Remus parecia em um estado de transe. Estava pensando tão intensamente no que diria ao amigo quando o encontrasse que, ao esbarrar em Sirius, assustou-se, caindo toscamente ao chão.

– Sirius! – disse, surpreso e risonho. – Calma! Não foi nada, sério. Estou perfeitamente bem, obrigado. – e, ruborizando ao perceber o quão próximo estava do amigo, soltou-se de seus braços, ainda risonho. – E, sobre esse tempo que eu fiquei, hum, é... Fugindo, de você... Desculpe-me.

– Eu que deveria pedir desculpas, Moony! – respondeu-lhe Sirius. Ainda estava extremamente exasperado e surpreso, e a queimação em suas bochechas dizia que estava lhe acontecendo algo que, há anos, não sentia: estava ruborizando. – Quer dizer, eu fui tão... Ah, sei lá, eu te constrangi, e... Me desculpe, sério. Só, por favor, não se afaste nunca mais.

“Merlin, ele está fazendo cara de cachorrinho abandonado. Isso é maldade, sinceramente.” Pensou Remus, encarando o amigo após seu pedido de desculpas, que parecera uma declaração aos olhos do licantropo. “Remus John Lupin, pare de alimentar esperanças.” Repreendeu-se mentalmente.

– Está tudo bem, Sirius. Sério. – e, ao perceber que ainda restava desconfiança no olhar do animago, completou: – Eu juro, solenemente, que nunca mais vou me afastar de você, Padfoot. – Sorriu-lhe novamente, e Sirius abraçou-o forte, sendo bem retribuído. E, surpreso, Padfoot recebeu um beijo no rosto, próximo demais de seus lábios, quase tocando-os com os cantos. – Nunca mesmo.

– E nem eu, Moony. – respondeu-lhe, retribuindo o beijo no rosto, também próximo demais.

“Droga, eu acho que estou apaixonado por ele.” Pensaram.


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Sim, terá uma continuação, mas só se vocês comentarem bastante :3
Ah, e caso não tenha entendido alguma parte da história, é só me perguntar no comentário ou por MP.
Beijos :3