Serial Killer - O Despertar. escrita por Caio V


Capítulo 7
Ep. 6 - Family Issues.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^



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Gabriela

Gabi estava tranquila, enquanto observava Rodrigo dormindo na ala hospitalar do palácio de Agatha; até que sua janela foi quebrada por sua querida irmã. Ela sorriu ao ver que Mirella carregava o pequeno Serial Killer pela blusa.

– Vejo que resolveu abrir a boca, cunhadinho – murmurou ela. O sorriso falso estampado no rosto. – Estava me perguntando quanto tempo demoraria.

– Do que está falando, Gabi? – Rodrigo acordou. A voz dele soava baixa e frágil.

– Ela seduziu um homem e encenou um estupro para que Caio despertasse os poderes – disse Mirella, sem tirar os olhos da irmã. – Eu sabia que faria algo assim, não deveria ter confiado em você.

– O que esperava, Mirella? – disse Gabriela. Ela fingiu estar indignada com as palavras da irmã. – Eu deveria mostrar ao Caio que sou uma feiticeira?

– Não zombe da minha paciência, Gabriela – murmurou Mirella. – Você quebrou as regras. Caio deveria...

Desbloquear os poderes quando estivesse pronto, já cansei de ouvir esse discurso, Mirella.

– Então por que insiste no erro?

– Ele está mais do que pronto – murmurou Gabriela. – Sabe disso. Não temos tempo para esperar os caprichos de uma criança.

– É realmente necessário me humilhar? – intrometeu-se Caio. – Não podem manter a discussão entre vocês?

– Calado – ordenou Mirella.

– Isso é verdade? – Rodrigo fazia o possível para não acreditar, ele sabia as consequências que teriam o ato de sua namorada. Passou-se um momento de silêncio, então o garoto refez a pergunta, um pouco mais impaciente. – Gabi, é verdade?

– Rodrigo... eu... – disse a garota, ela esforçava-se ao máximo para parecer arrependida. – Desculpe-me.

Rodrigo levantou da cama em um salto. Cambaleou um pouco, então voltou a encarar Gabriela.

– Você colocou a vida do meu irmão em perigo – murmurou o guardião. Ele encarava Gabi furiosamente. – Sua impaciência é mais importante que ele?

– Se ele continuasse sem saber de nada, o mundo poderia acabar – argumentou a garota. Ela olhou para Mirella. – É isso o que quer? Dane-se o mundo, contanto que a criança mimada esteja protegi...

Gabriela foi interrompida pela mão de sua irmã, que se chocara contra seu rosto, deixando a bochecha vermelha. Gabi levou a mão ao local em que levou o tapa, e encarou Mirella.

– Quem é você para chamar alguém de mimado? – murmurou Mirella. Os olhos dela brilharam em vermelho-sangue, o que intimidou Gabriela. – Você não tinha o direito de fazê-lo matar aquele homem.

– Mirella...

– Calada! – Mirella praticamente gritou, e a irmã calou-se. – Vá embora e não apareça mais na minha frente, ou eu juro que te faço em pedaços.

– Irmã, por favor...

– Vá!

O grito de Mirella fez com que Gabriela abrisse as asas e saltasse pela janela, voando para o mais longe possível.

***

Mirella

Mirella não sabia o que sentir. Mesmo depois de tudo que Gabriela tinha feito, de todas as pessoas que ela enganou, seduziu, matou... Mirella sempre achou que a irmã tinha um limite; ela sempre achou que era esse limite. Mas, o que Gabi tinha feito... aquilo ultrapassou qualquer limite imaginável; envolvia o trabalho de Mirella, o destino do mundo e, principalmente, o irmão de Rodrigo.

– Rodrigo, mantenha seu irmão aqui. Preciso ver Agatha – disse ela. As asas se abriram.

– Mirella – disse Rodrigo, que agora se sentara novamente. – Não conte...

– Não se preocupe.

Mirella fechou os olhos e saltou pela mesma janela que a irmã quebrou minutos atrás. Ela voou diretamente para a enfermaria, onde sabia que encontraria Agatha.

Chegando lá, ela encontrou Agatha em uma sala branca, olhando para Samuel caído sobre uma cama igualmente branca, coberto por lençóis ensanguentados. O garoto dormia e Mirella podia ver que Agatha havia chorado, ela se esquecera de manipular seu rosto para esconder as olheiras.

– Está tudo bem – disse Mirella, ao notar que Agatha estava prestes a usar a mágica. – Você não precisa esconder suas lágrimas de mim, sabe disso.

Mesmo assim, Agatha escondeu as olheiras e fez com que seu rosto parecesse perfeito novamente.

– Não faço isso por superficialidade, Mirella – disse Agatha. Ela desviou os olhos de Samuel e olhou para a garota. – Se eu mostrar fraqueza ao meu povo, como poderei esperar que sejam fortes?

– Compreendo.

– Diga, o que quer? – perguntou Agatha, voltando o olhar para o anjo ferido.

– Preciso falar com você sobre Caio – disse Mirella, sentando-se em uma cadeira branca ao lado de Agatha.

– Eu sei o que sua irmã fez, Mirella – disse a deusa. Ela nem piscava ao olhar para Samuel, o que não surpreendia Mirella, já que Agatha sempre tivera essa expressão vazia e indiferente. Ela só a vira chorar duas vezes: na morte de seus irmãos, e naquele momento, enquanto observava Samuel. – Eu sempre soube que ela o faria.

– Então por que não impediu?

– Não me intrometerei no destino – disse a deusa. – Uma série de eventos nos levaram a esse momento. O primeiro deles foi quando você, Mirella, deixou que sua irmã voltasse ao Rio.

– Ela disse que mudaria – disse Mirella, ela nem sequer conseguia encarar Agatha. – Prometeu que o passado não voltaria a se repetir.

– O passado, querendo ou não, sempre encontra uma forma de se repetir – disse Agatha, seus olhos voltaram-se para Samuel. – Quero que continue o treinamento.

– E o que faço com a Gabi?

– Diga ao Rodrigo que faça o trabalho dele – disse a deusa. Ela respirou fundo, como se tomasse fôlego para terminar a ordem. – Caso Gabriela aproxime-se do garoto, ele deve matá-la sem pensar duas vezes, ou... será julgado por traição.

– Mas...

– Sem “mas”, Mirella – disse Agatha. Ela olhou para a guardiã. – Sua irmã quebrou a nossa maior lei, desestruturou toda a profecia, modificou o futuro. Eu deveria mandá-la para o vulcão mais próximo, ao invés disso, deixarei que ela tenha uma chance. Que o bom senso dela a salve.

– Sim, senhora – disse Mirella. Seus olhos lacrimejavam.

Não eram ordens fáceis de dar; primeiro continuar o treinamento, sabendo que deveria estar ajudando no combate aos demônios; depois dar uma sentença de morte à sua irmã – e quem deverá cumprir essa sentença é o seu ex-namorado. Era difícil, mas Mirella teria de fazer; ela era uma guardiã e não deixaria de cumprir com sua obrigação – mesmo que precisasse matar sua própria irmã.

– Eu durmo por algumas horas e dão uma festa no meu quarto? – sussurrou Samuel, levantando lentamente da cama e ficando sentado sobre a mesma. Agatha sorriu e o abraçou. – Então é isso? Eu luto contra minha irmã, que é praticamente o braço direito do Diabo, e tudo o que ganho é um abraço?

– Ganhe da próxima vez e talvez eu possa beijar sua bochecha – brincou Agatha.

Samuel revirou os olhos.

– Ela tinha uma vantagem injusta.

– É, habilidade – Mirella entrou na brincadeira. Os três riram. – Acho que vou deixá-los sozinhos, preciso de um tempo para botar a cabeça em ordem.

– Conto com você, Mi – disse a deusa, sorrindo para ela. – Vá.

Mirella saiu do quarto, deixando os dois sozinhos. Ela caminhou para fora da ala hospitalar e abriu as asas, voando em direção à Terra. Sobrevoou as pirâmides do Egito com uma velocidade impressionante e continuou voando até que chegou ao Everest. Ela pairou sobre o pico do monte e, depois de algumas voltas, sentou-se sobre o mesmo. O frio cortante nem sequer a incomodava e a neve parecia fazer parte de seu corpo. Era como se ela estivesse em casa novamente.

***

Caio

– Você está bem? – perguntou Caio, sem tirar os olhos do irmão.

– Não importa, como foi o treinamento? – Rodrigo esquivou-se da pergunta. Caio preferiu não insistir, ele conhecia o irmão bem demais para saber a resposta: um grande e sonoro não, mesmo que ele não dissesse. – Mirella te machucou muito?

– Não tivemos tempo – disse o garoto. – Começou a chover sangue e corremos para te ajudar. A propósito, você quase morreu.

– A vadia da feiticeira me fez achar que você estava morto – disse Rodrigo, o ódio era mais do que notável na voz dele.

– Isso é muito tocante, irmão – comentou Caio, fingindo chorar. – Você é tão sentimental.

– Cala a boca – murmurou Rodrigo. – Eu só estava com medo de que a Agatha arrancasse a minha cabeça por ter deixado você morrer.

– Sei, sei – disse Caio. – Você me ama mais do que a Ga... merda.

– Tudo bem – disse Rodrigo. – Eu sabia que você ia tocar no assunto. Vá em frente, pergunte.

– Finalmente, eu já não sabia como enrolar. – A partir deste momento, Caio começou a esquecer de letras e quase palavras inteiras, mas o que ele quis dizer foi: – Agora que você descobriu que a Gabriela é uma verdadeira pira... digo, uma pobre feiticeira enganadora e trapaceira; como ficará a relação de você? Continuarão namorando? Ela já fez você matar alguém?

– Okay, são muitas perguntas e eu não sei responder nenhuma delas – murmurou Rodrigo. – Mas, certo, eu nunca matei ninguém.

– Então acho que sou melhor que você nisso.

– Pode apostar – concordou Drigo. – Minha vez. Como é ser um assassino?

– Divertido – disse Caio, brincando. – Foi muito legal mandar aquele cara direto para o Inferno.

– Torça para que ele não vá para lá – disse Rodrigo. – Se for o caso, ele vai virar um demônio muito irritado. Vai te causar problemas.

– Me causar problemas? – Caio sorriu e deu uns tapas leves no ombro do irmão. – Claro que não, o meu guardião vai me proteger.

– Não conte com isso.

Eles riram, e logo foram interrompidos.

– Aí está você, já estava ficando preocupada – disse uma garota. Caio não podia acreditar que estava ouvindo a voz dela; não ali, não naquela hora. – Você vai ficar parado aí ou vai me dar um abraço?

Caio sorriu e deixou o irmão observando, enquanto abraçava Gislaine.


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Notas finais do capítulo

Três narradores num capítulo só '-' Dio mio!
Bem, o próximo é o especial de natal ^^
Gostaram? Comentem!



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