Break My Heart escrita por Selenis


Capítulo 1
A Carta




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Tudo começou numa fria manhã de inverno.

Flocos de neve caiam do céu, cobrindo toda a mansão Phantomhive e seu extenso jardim de branco.

O conde, Ciel Phantomhive, estivera há quinze minutos esfregando impacientemente a mesma orelha, depois de ter chamado pela terceira vez o seu mordomo; que já estava atrasado para lhe trazer uma simples bandeja de chá.

Quando sua cabeça já estava lotada de pensamentos sobre Sebastian e sua incompetência, a porta da sala se abre lentamente, provocando um leve rangido aos ouvidos do conde e um belo homem trajado de um fraque preto elegante surge, trazendo consigo uma bandeja de prata com um bule, uma xícara e biscoitos descansando em cima.

Sebastian se aproximou de Ciel com um belo sorriso nos lábios, pondo a xícara com o chá na frente dele. Depois foi o bule e os biscoitos.

- Peço perdão pelo atraso, jovem mestre. - disse Sebastian, recuperando a calma - Tive que cuidar da escada.

Ciel não deu atenção e levou a xícara aos lábios, bebericando daquela bebida um pouco amarga.

- Da escada? O que houve?

- Meyrin estava descendo os degraus com caixas pesadas nos braços e não pôde suportar o peso, e caiu.

Ciel bufou. Sebastian deixou um suspiro de cansaço escapar.

- Consertei o buraco que ela causou e depois fui cuidar do chá.

- Não precisa esclarecer a incompetência dos outros. - disse Ciel, friamente.

Sebastian ficou calado.

O mordomo tirou da bandeja um bolo de cartas amarradas por um barbante e as entregou ao conde, tirando a xícara já vazia de sua mesa.

Ciel passava os dedos de carta em carta, apressado. Parecia que todas eram sobre contas que ele tinha que pagar, convites de bailes importantes que ele provavelmente não apareceria, entre outros.

Mas havia uma que chamou-lhe a atenção. Esta não era referida a ele, mas a outra pessoa. Viu o verso e leu o nome do destinatário:

- Meyrin.

Sebastian abriu um pouco mais os olhos vermelhos e Ciel entregou a carta a ele, dizendo:

- Entregue à ela.

- Sim, jovem mestre.

E depois de fazer um reverência, Sebastian saiu silenciosamente da sala, com a bandeja debaixo do braço e os olhos fixos na carta em sua mão.

Perguntava-se o motivo de uma empregada receber uma carta. Pelo o que ele sabia, Meyrin não tinha família ou amigos que pudessem enviar-lhe cartas. Não vivos.

Ele vagou pelos extensos e tordos corredores da mansão e alcançou a cozinha. Encontrou ali a empregada, desequilibrando em cima de uma cadeira e com uma enorme pilha de pratos de porcelana em suas mãos, tentando alcançar a prateleira mais alta. Meyrin tremia e se apoiava na ponta doa pés, quase caindo da borda da cadeira.
Sebastian pôde imaginar o desastre que estava prestes a acontecer.

Meyrin caiu e os pratos de porcelana que o jovem mestre tanto adorava voaram pelo ar. De repente tudo pareceu estar em câmera lenta.

Sebastian agiu rápido. A bandeja em sua mão serviu como auxílio para apanhar a louça que caía levemente como uma pluma.

Movia-se rápido e com destreza, nunca perdendo a postura.
Sebastian a viu caída no chão e franziu o cenho, entregando-lhe de uma vez a carta.

- Para você. - disse ele.

Meyrin hesitou, mas logo a pegou entre os dedos vacilantes. Avaliou o envelope e o levou até o nariz, inalando o seu delicioso cheiro. Imediatamente veio lembranças oufativas em sua mente. Meyrin sentiu um tremor percorrer seus braços e se levantou, saindo da cozinha e ignorando o que Sebastian disse.

Sebastian foi cuidar de seus diversos afazeres, preparando tudo nos mínimos e perfeitos detalhes como sempre fazia; apesar de a carta e a expressão de Meyrin não saírem de sua cabeça.

E por pensar nela, notou que não a tinha mais visto em nenhuma parte da mansão. Ele se irritou por ela não estar fazendo suas tarefas e a procurou em todos os cantos.
A única sala na qual não havia procurado, era justamente a de Ciel. Ele foi até lá e de fato Meyrin realmente estava lá, conversando com o patrão sobre um assunto que fora encerrado ao abrir a porta.

Ciel apenas fez que sim com a cabeça e Meyrin curvou-se, deu a volta , passando reto por Sebastian e saindo da sala , deixando um ar de mistério para trás.

Sebastian notou que havia uma leve pontada de tristeza nos olhos de Meyrin, que ele mesmo achou desconfortante.
Dirigiu o olhar para o conde, batendo os papéis na mesa, ajeitando-os. Se atreveu a perguntar:

- Jovem mestre...

- Sebastian, - disse Ciel, interrompendo-o - trate de fazer um anúncio no jornal afirmando de que a Mansão Phantomhive estará oferecendo uma vaga de emprego para o cargo de faxineiro.

A notícia veio como um tiro certeiro para Sebastian. Inesperadamente ele recebeu aquilo e sem entender a razão para o jovem mestre despedir Meyrin, ele teve que aceitar mesmo contra a própria vontade.

- E me traga mais um chá. - disse Ciel estendendo a xícara vazia em direção ao mordomo - Aproveite e faça alguma coisa doce para acompanhar.


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