Sayonaara Daarin escrita por Bishamon NekoPanda
Um primeiro toque
Quente…
Nunca sentira a minha cama assim tão quente. Não era incómodo, mas sim acolhedor, carinhoso e relaxante. Acordava aos poucos, lembrando-me do sonho daquela noite.
Mas espera… havia algo de estranho.
– Demasiado macio. – murmurei apalpando a cama.
– Tem cuidado com as mãos. – respondeu uma voz.
Levantei-me sobressaltada, deparando-me com Drako. Tinha os braços cruzados por trás da cabeça e seu tronco nu, sorrindo qual Deus grego. As minhas mãos haviam passado por ali, por todo o “ali”.
–Que raios fazes aqui? –
– Ouvi-te gritar no meio da noite e resolvi ficar aqui e afugentar os teus pesadelos. Já agora, linda camisa de noite. – disse num tom matreiro.
– Hmmmm… obrigada. – respondi, afastando-me constrangida pela proximidade.
Logo que retrocedi, Drako sentou-se num piscar de olhos e puxou-me mais para trás.
– Vê onde te sentas! Não te esqueças que não somos primos de sangue. –
– Desculpa. – levantei-me o mais rápido possível e fui por algo menos transparente.
– Heim contou-me que hoje é teu dia de folga.
– Hmmm
– Ouvi dizer que há umas quedas de água a norte. – continuou ele – importavas-te de me levar para lá?
Olhei por entre as cortinas que nos separavam.
– Se não tiveres nada para fazer é claro. – acrescentou, mostrando aquele sorriso parvo.
– Hmmm… tá, eu levo. – respondi - Não ia fazer nada mesmo.
………..
Montada sobre o dorso de Lucis, meu alazão, cavalgava em direção aos campos do Norte. Drako seguiu-me facilmente, era um exímio cavaleiro. Pouco depois chegamos ao nosso destino.
Drako desceu do seu cavalo e pôs-se a olhar a volta como se tivesse descoberto um ser inimaginável.
– Aaah! Olha só. – disse, apontando para a queda de agua, que exibia as cores do arco-íris.
Amarrei os cavalos e fui colocando a comida num pano sobre o chão, enquanto Drako corria de um lado para o outro procurando não perder detalhe algum sobre aquele sítio. Desapareceu por momentos. Onde será que se havia metido?
– És muito séria. – senti o ar quente da sua respiração na minha nuca.
Antes que pudesse virar-me, já corria ele em direção a água. Ora ai estava algo que me dava gosto, nadar.
Passamos o dia a nadar e a tarde a correr pelo campo nas milhares de brincadeiras que Drako propunha. Quando começou a escurecer, ele fez uma fogueira e pediu que ficássemos um pouco mais.
– Os teus olhos, refletem lindamente as estrelas. – disse Drako.
Ouvir a sua voz de repente assustou-me e fez-me tropeçar caindo sobre ele. Fomos os dois ao chão.
– Desculpa. – disse ele ao meu ouvido. Aquilo deu-me arrepios.
Tentei levantar-me, mas seus braços fortes mantinham os nossos corpos colados. Rolou para o lado para que eu ficasse por baixo e deixou a sua cabeça cair na base do meu pescoço.
– Deixa-me ficar assim um pouco mais. – pediu baixinho.
Não resisti e acabei por afagar seu sedoso cabelo. Drako cheirava tão bem
Pingos de chuva começaram a cair e Drako levantou-me com a maior facilidade.
– É melhor irmos. – disse ele, enquanto arrumava as coisas. Fui desamarrar os cavalos e voltamos para casa.
Ao chegarmos, Heim saiu a correr com toalhas.
– Entres logo, já estão todos encharcados.
Jantamos pertos da chaminé, enquanto Drako contava o que haviam visto. Mais tarde fomos dormir.
…….
Sonhava.
Havia neve por todo o lado, mas não sentia frio. Ao longe um homem a olhar para a lua. Aproximei-me e ele virou-se para mim sorrindo serenamente. Tinha cabelos prateados que brilhavam a luz da lua, os olhos vermelhos como os meus, mas mais brilhantes; aquele olhar lembrava-me algo. Levantou-se e veio ter comigo.
Era um elfo.
– Quem és tu? – perguntei.
– Já me viste de duas formas, mas esta é a minha verdadeira. – respondeu – só tu a viste.
– Mas porque eu?
– Porque tu fascinas-me Daarin. – disse ele abraçando-me – magoar-te –ei tanto, mas não tenho escolha meu bem. Juro-te.
– Não entendo. – aquilo era estranho, mas o seu abraço era tao acolhedor que quase parecia real.
– Entenderas logo… só te peco que me perdoes – disse o elfo, largando-me e desaparecendo na noite
Aquele sujeito era tao misterioso, estiquei a mão tentando segurar-me ao que restava dele, mas foi em vão.
Tudo ficou nublado e escureceu.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!