Human World Observation escrita por Lady Pompom


Capítulo 7
Capítulo 06: Queda Livre


Notas iniciais do capítulo

Essa história não tem qualquer relação com fatos, pessoas ou acontecimentos da vida real. Qualquer semelhança é mera coincidência. Esta é uma obra de ficção sem fins lucrativos.



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[Homem acusado de assassinato é solto após cumprir menos da metade da pena...]

_Hum... –o alien bebericou um gole do café, enquanto olhava a TV- De que adiantam estas leis que tanto falam se não funcionam corretamente...?

_Como assim?

_Bem, se existe a lei, é para ser cumprida, uma vez que a lei dite algo, e outra ação seja feita, algo que a quebre, então é o mesmo que não haver lei. Estes noticiários estão sempre exibindo a quebra da lei... Não entendo a funcionalidade de algo que pode ser facilmente quebrado...

_Não é bem assim... Tudo bem que, nem sempre a lei funciona, mas não significa que devemos aboli-la, se não o mundo ficará de cabeça para baixo!

_Uma lei ineficaz não tem finalidade.

_Os homens precisam de leis para manter sua conduta correta, além disso, se um mundo com leis é assim, imagine se não houvesse leis!

_Está dizendo que haveria uma ruptura social...? –encarou-a arqueando as sobrancelhas-

_Lógico!

_No meu mundo, a lei é absolutamente inquebrável, deve funcionar sem questionamentos...

_Me parece mais uma ditadura do que um “mundo livre” pelo que você disse antes!

_Se a liberdade da qual fala é para infringir a lei, isso afeta a “liberdade” de terceiros, o que torna as ações deste indivíduo desrespeitosas.

A mulher franziu o cenho, não conseguia concordar com aquele homem, ou melhor, um alien que mal havia chegado a terra.

_... A lei tem suas falhas, óbvio... Afinal um sistema criado por homens sempre terá suas falhas, mas não significa que excluir a normas e leis da sociedade vai ajudar. Melhor uma lei falha do que lei nenhuma!

_ Particularmente, não defino diferença entre seu mundo e um “mundo sem lei” que tanto fala...–bebericou café- O homem faz a lei e a lei protege o homem, da mesma forma, o homem deve proteger a lei e a lei fazer o homem, se não há reciprocidade, o sistema de leis é ineficiente, falho.

Como sempre... Uma visão pessimista...

_ E espera que eu veja sua raça com bons olhos quando demonstram ser altamente agressivos e irracionais comigo e até mesmo com os de sua própria espécie? –sorriu sarcástico-

_...

Nesse momento, a mulher ouviu um barulho vindo de seu quintal, correu para ver o que era, tendo que deixar mais uma discussão fervorosa para trás...

...

_Siv... –a mulher o encarava irritada- Siv!

Ela chamava a mais de dez minutos, mas ele estava tão absorto no noticiário... Ou será que só a estava ignorando propositalmente?

_Que há humana? –ele voltou à atenção para a mulher furiosa-

_Eu estive te chamando por alguns looongos minutos... –respirou fundo na intenção de se acalmar- Não sei se percebeu, mas sua nave acabou de pousar no meu quintal...

_Ah, isso... –disse com desinteresse- Eles (o governo) estavam bisbilhotando demais minha nave. É extremamente deseducado, então eu a fiz vir aqui...

_Como assim “a fez vir”?! Não pode simplesmente fazer sua nave voar pelos céus como se fosse algo normal! E se alguém viu?! –dizia nervosa- Como podemos explicar uma nave espacial voando nos céus da cidade?

_Impossível.

_Não, não é, eu a vi!

_No início você mesma pensava que era uma aeronave militar... –replicou sem interesse- Além disto, sempre que está no piloto automático ela fica invisível, se adequa ao ambiente... Você só viu na hora que estava pousando, certo?

Bem... É verdade, quando saí de casa eu ouvi um barulho, e quando fui olhar era a nave espacial dele pousando no meu quintal...

_Então significa que o mecanismo de invisibilidade está em perfeitas condições... –ele pôs a mão no queixo-

_Ei, não me diga que você não sabia disso... Não iria mandar uma nave sobrevoar a cidade sem que um mecanismo tão importante estivesse funcionando, né?

A mulher tremia com a possibilidade de que ele fosse descuidado o suficiente para realizar tal feito.

_Na verdade eu não sabia... Tanto faz. –deu de ombros- O seu governo estava tentando desmontar meu veículo, tive que trazê-lo aqui... E ele está danificado, então eu terei que fazer alguns reparos...

_Espera... –contestou- Não pode simplesmente pousar uma nave no meu quintal e deixar lá!

_Contanto que ninguém veja, não há problemas, certo?

_Não, não é só por isso... Quero dizer... Não tem como ninguém notar uma nave no meu quintal!

_Não se preocupe, eu vou consertá-la, e uma vez que estiver funcionando bem, eu a enviarei para outro lugar...

_Não, não... O governo pode guardá-la, sério, dê pra eles... Eles podem te ajudar! –tentava convencê-lo-

_Não. –negou veemente-

_Mas...

_Não quero que vocês ponham seus dedos desastrados no meu veículo. Podem quebrar ainda mais se usarem seus cérebros de minhoca.

_Ah! Que insulto!

C-Como assim cérebros de minhoca?! Que imbecil! Reduzindo-nos a minhocas! E ainda ousa “estacionar” o veículo dele no meu quintal! Tomara que exploda!

... Pensando bem, não, tomara que não exploda, se a máquina explodir ele não poderá voltar para o lugar de onde veio... E vai estragar minha casa de novo...

_Não adianta negar... Vocês não fazem jus ao cérebro que possuem. São mais similares a seres que ficam rastejando por aí, fazendo buracos na terra do que bípedes com raciocínio.

Ele andava para fora da casa, mais precisamente, em direção ao quintal de Eileen, seguido pela própria.

...

Era um espaço grande, o chão coberto de grama verde, algumas roseiras e outras flores plantadas em canteiros, de cores variadas. E bem no centro do quintal, um objeto que não fazia parte daquela paisagem, uma nave espacial.

_Heh. Não fizeram um só arranhão... –o alienígena reprovou com a cabeça- Entende por que digo que nunca conseguirão me matar?

Alien convencido! Idiota! Babaca!

_Suas ofensas não me atingem humana.

E aproximando-se da nave, passou a falar numa língua desconhecida:

(Unidade de Transporte IV, Ativar)

(Desativar configuração defensiva)

A mulher abriu bem os olhos de surpresa. Enquanto observava a cena do extraterrestre em forma humana falando numa língua estranha. Não sabia se se desesperava ou considerava algo incrível.

Aquele que conversava com ela, e se gabava por ser melhor que os humanos e a pessoa que falava agora pareciam estar em um nível completamente diferente.

É a mesma pessoa...? Eu não entendo uma só palavra do que ele está falando... Será que está fazendo o relatório para seu povo e deu a desculpa de que quer consertar a nave...?

Sem conseguir pensar em outras opções, ela sentou-se na cama para observá-lo.

_... O que eu deveria fazer...? Chamar o comandante Gilbert...? –sussurrava pegando o celular, indecisa-

( Não quero ninguém por perto, vai me atrapalhar.)

Dizendo isso, o alien encarou a mulher, mas ela não conseguia compreender.

_Não entendi o que disse... –ela se levantou- Não entendo sua língua.

Ele suspirou, como se quisesse novamente pontuar alguma crítica sobre ela, depois fez um gesto com a mão, e o celular dela deslizou da mão.

_H-hein?

O problema era que o celular deslizou para cima e estava flutuando. Sim. Flutuou em direção ao alien que o pegou e fez um gesto negativo com a cabeça para a mulher, pondo o celular no bolso dele.

Hum... Ele não quer que eu use o celular? Não quer que eu chame o Comandante talvez...?

Isso mesmo, humana. Agora deixe-me em paz.

A-Ah! Esqueci que ele podia falar pelo pensamento!

(Fique quieta e não me atrapalhe.)

Concluiu sério voltando sua atenção para a nave enquanto a mulher mais uma vez se impressionava

_Hahaha, -riu sarcástica- Como se eu entendesse o que ele fala...

Siv disse algumas palavras, e então sua nave se abriu magicamente. Uma nave espacial que nem os melhores cientistas conseguiram tocar, abriu com apenas algumas palavras pronunciadas numa língua estrangeira.

Ele entrou. O espaço era largo dentro, um corredor todo branco. Passando pelo corredor havia três portas, entrou numa delas, na sala de dentro as paredes pareciam circuitos, havia telas na parede frontal e nas duas paredes laterais; um assento altamente sofisticado e grande, confortável. Neste lugar, havia apenas a porta pela qual havia entrado na sala.

(Ligar circuitos internos)

E com um comando de voz, uma luz azul passou por as paredes, ligando os circuitos da nave. Agora, podia-se ver que abaixo das telas havia um tipo de teclado feito de luz azul no ar, o qual Siv tocava com maestria, e à medida que ia tocando, alguns cálculos e palavras na língua estrangeira apareciam.

_Hum... –analisou os dados que apareciam na tela- Como eu pensava... Não está pronta para enfrentar a atmosfera terrestre mais uma vez... –suspiro- Era de se esperar, já que eles fizeram questão de me dar uma nave quebrada... –estreitou os olhos- Eu estou sendo testado aqui...? Vamos arrumar isto...

Começou a digitar rapidamente no “teclado” e dar comandos de voz, e a nave correspondia movimentando alguns equipamentos e reparando alguns circuitos.

...

Do lado de fora, Eileen estava sentada, arrancando grama. Vez ou outra olhava para a nave e esperava que Siv saísse. Não podia tirar os olhos dele, principalmente quando o mesmo começava a agir suspeitamente como agora.

Mas que podia ela fazer? Lógico que não iria sequer se aproximar daquela nave, imagina se o objeto começasse a se mover com ela por perto! Ou quem sabe se ela se aproximasse e fosse desintegrada por algum raio alienígena. Então ficar sentada arrancando grama e pedir explicações mais tarde era o que estava ao seu alcance agora.

Aaah! Que covardia a minha! Não adianta se valer das fraquezas da raça humana perante esse alien pra inventar desculpas! Se ele entrou na nave, por que eu não posso? Tenho que saber o que ele esta fazendo! Eu prometi pra mim mesma que faria o que fosse possível não foi? Pois bem, enquanto eu estiver viva não posso ceder para a minha covardia!

Levantou-se determinada e se dirigiu à nave. Passou a observar o local por onde o extraterrestre entrara. Ainda estava aberto, felizmente.

Ela se esgueirou, tentando não ser notada e hesitante, fechando os olhos esticou o pé descalço, colocando-o dentro da nave e encostando-o no chão de interior de metal, rapidamente e recuando. Era gelado, isso a assustou.

_Nada...? –abriu os olhos devagar-

Acomodou o pé na entrada da nave. E cuidadosamente pôs o outro. Uma vez que todo seu corpo estava ali dentro, sentiu alívio por nenhum mal ter lhe acontecido.

Ficou impressionada com o design do objeto, tudo parecia tão moderno, de fato vindo de outro mundo, os circuitos brilhantes de luz azul, vermelha e verde que passavam pelas paredes brancas eram fascinantes.

Imaginava como seria viajar para o espaço num veículo assim. Será que dava enjoo? E turbulência? Bem, pelo que Siv contara sobre como sua nave se danificara por passar pela atmosfera terrestre, não deve ter sido nada bom estar dentro nela durante a descida até a terra...

Andou pelo corredor largo e ficou indecisa em qual das portas procuraria primeiro, havia três. Uma em cada lado e uma logo à sua frente.

...

Na sala de controle principal da nave, Siv continuava digitando rapidamente no teclado.

(Inicializar sequência de partida, seguir as coordenadas designadas.) –disse sem tirar os olhos do monitor.-

...

Ksss, kssss

Era a segunda vez que Eileen ouvia este barulho, e apesar da memória debilitada, podia lembrar com clareza da primeira vez que o ouvira. Virou-se para trás imediatamente, como imaginava, aquilo era do barulho da escotilha mecânica por onde tinha entrado, se fechando.

_Hã?!

Ela olhou confusa e correu até a escotilha, batendo na intenção de abrir!

_Espera! Me deixa sair! Abre! –batia com força- Ai... –massageou os punhos avermelhados-

O próximo som que ouviu foi semelhante ao de uma turbina, no entanto, mais silencioso do que as turbinas de um avião.

T-Turbinas...? N-não deve ser só minha imaginação... N-não tem como ter o som de turbinas... Deve ser o vento lá fora, isso, o vento... Deve estar ventando MUITO. MUITO MESMO!

Inicializando partida– uma voz computadorizada ecoava pelo veículo falando na mesma língua que o alien.

_O-o que é essa voz? O que ela quer dizer? Não gosto disso, não gosto... –procurava a fonte do som-

E então, um súbito impacto a desequilibrou, fazendo-a cair no chão. E ela gritou tentando se segurar em algo enquanto o chão parecia deslizar e se inclinar.

Depois o chão foi se estabilizando, e voltando a um plano reto. Ela aproveitou, ergueu-se e saiu correndo até a primeira porta que sua visão podia alcançar.

Entrou quase caindo no chão pela porta que abria automaticamente. E de fato, caiu de joelho no chão, assustada. Olhou para trás, a porta já estava fechada e o chão não parecia mais oblíquo.

_A-ah! –pôs a mão no coração, aliviada por ainda estar viva-

_O que faz aqui? –uma voz masculina soou no lugar-

Voltou o olhar para cima, era Siv, em frente a ela, fitando-a com uma expressão nada agradável.

_... O-oi!

Ela acenou desajeitada, aquilo definitivamente não era bom. Longe dos olhares do governo e dentro de uma veículo alienígena de alta tecnologia.

_Oh, talvez eu deva abrir a escotilha para descartar o lixo... –ameaçou apertar num botão com seu sorriso falso-

_Não! Espera! –se levantou exaltada- Espera! –agarrou na gola do homem, agitada-

_... Invasão de propriedade privada, espionagem... Seu povo não tem mesmo modos. –dizia com uma expressão levemente irritada-

_Si-sinto muito. –desculpou-se arrependida por estar ali- Por favor... Me diga que nós não estamos voando...

_Sim. Estamos. –disse seco- Suponho que esteja com medo e terrivelmente arrependida por estar aqui agora.

_Sim, por favor, faz essa nave parar! –choramingava-

_Ora, não queria tanto entrar por curiosidade? –disse irônico- Porque não aproveitamos e damos um pequeno passeio?

Eu vou morrer! Sim, ele vai me matar aqui, ou me jogar de uma altura considerável para que eu morra... Sinto muito, pai, mãe, Sr. Gilbert!

_Não se altere. Te falei que não sou adepto a violência, será como uma volta num parque, você irá se divertir muito. –disse com um toque de sadismo no rosto sorridente

Ela gritou assustada, correndo até a entrada do local e batendo na porta que não abria, pedindo desesperadamente por socorro.

_Não se preocupe eu travei. Não tem como sair... –riso-

E vendo o descontrole da mulher que estava a ponto de chorar com a situação, ele ria.

(Gjallar, diminua a velocidade e continue seguindo as coordenadas, ative o modo de defesa quando chegar ao local, e ative o mecanismo de invisibilidade. )

O que ele disse agora? O que foi? Ele vai mesmo me matar?

_... –ele a encarou com seu leve sorriso habitual na face-

_H-hã? P-por que está sorrindo...?

Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele não respondeu. Meramente apertou o botão com o qual a havia ameaçado antes, e como dito, uma escotilha se abriu no chão.

Hã?

Foi seu último pensamento antes de cair em queda livre pelos céus, e o próprio alien caiu junto. Eileen começou a gritar escandalosa.

O ar era pesado, seu corpo não resistia, parecia que havia fagulhas de gelo lhe pinicando na pele, e quando tentava abrir os olhos, eles lacrimejavam, mas ainda podia ver o rosto sorridente do alienígena que caía perto dela.

Uma taquicardia começou, o ar se tornara irrespirável, seus órgãos sofriam uma pressão esmagadora. Gritou ainda mais alto.

_O quê? Não me diga que não gosta de aventuras!

Tentou “nadar” no ar, até se agarrar ao alien. Suava frio, e tremia de frio.

_FAÇA ALGUMA COISA! FAÇA ALGO!!! - clamava desesperada-

_Qual o problema? Não gosta de passeios?

_P-para, por favor! –choramingava- POR FAVOR!!!!

_Hahahha... –riso baixo- Não se sinta tão mau, são só dez mil pés de altura...

...

Se pendurou e agarrou-se ao corpo do homem que ria de sua desgraça, gritando desesperada e fechando os olhos.

Não há como escapar de uma queda assim... Não sei por que, mas ele caiu junto e nave foi para outro lugar. Nós estamos acima do mar, bem longe da cidade, para minha infelicidade se eu cair daqui morrerei com o impacto!! Não é bom, não é bom, não é bom!

Lentamente a pressão que o ar exercia pareceu parar. A mulher continuou tremendo em pavor por sua inevitável morte.

O quê...? Não tem mais pressão...? Ai... Meus músculos doem.

Hum? Por que está tudo num azul vibrante?

Huh? O que eu fiz semana passada...?

Ai, minha cabeça... Estou tão zonza...

Abriu os olhos relutantemente, já não se segurava mais tão forte ao homem, pois seus músculos estavam enfraquecidos.

Hã? Por que estamos no alto? Não estávamos caindo? Estávamos... Hein?

_Por que...? –olhava para o mar ainda distante-

_Puf... –ele pôs uma das mãos na boca, segurando o riso- O que achou da nova modalidade: salto livre sem paraquedas? Não é emocionante? –ria com sarcasmo-

_Gh... –grunhiu sem conseguir pensar em alguma palavra para xingá-lo-

Sua vista foi ficando borrada e escurecendo, seus braços e pernas já não se prendiam ao alien com tanta força, ela enfraqueceu e por fim, desfaleceu.

_Hum? –ele a segurou antes que caísse- ...?

Encarou por alguns segundos, surpreso, depois pôs uma expressão de desprezo no rosto.

_Mas que criaturas inúteis... Não conseguem nem mesmo suportar um pouco de pressão? –suspiro- Terei que por isto no meu relatório... Essa deficiência biológica...

...

Quando abriu os olhos, uma forte luz branca acometeu sua visão, fazendo estreitá-los, pela dor. Depois de alguns segundos, quando seus olhos finalmente se acostumaram com a luz, abriu-os completamente para passá-los por toda a sala.

_Senhorita?! –uma voz familiar chamou-

Ela olhou na direção, era Gilbert, de pé, e apesar dos óculos escuros ocultarem os olhos, as feições do homem indicavam sua expressão assustada.

_Ela acordou! –gritou para o lado de fora-

Imediatamente um homem e uma mulher que usavam jalecos brancos apareceram.

_Onde eu...? -Eileen tentava se sentar, mas seus músculos insistiam em limitar seus movimentos- Ai... –uma dor aguda atingiu sua cabeça- Ai...

_Onde dói? –o médico perguntou-

_Minha... Cabeça... –dizia ainda atordoada- E... O resto do corpo... Também...

_Senhorita, lembra o que aconteceu? –perguntou com uma dúvida na voz-

_Eu já lhe disse, ela estava desmaiada quando a encontramos... –Gilbert respondeu por ela-

_Se lembra de algo, Senhorita? –o médico perguntou preocupado-

_Queda livre... –respondeu sem pensar muito-

Todos na sala a encararam como se tivesse algo de errado com a cabeça dela.

_Queda... Livre... Sem paraquedas... –disse cansada perdendo a consciência-

...

Algum tempo depois, após a estabilização mental de Eileen...

...

Gilbert e Eileen conversavam, agora que ela estava finalmente acordada, sentava-se em uma cama numa instalação a qual o próprio Comandante a havia levado.

_Quando vocês foram ao quintal de manhã, lembrei que não instalamos câmeras lá, mas achei que não haveria problema, já que sempre relata tudo com perfeição... Mas quando vimos pelas câmeras da frente da casa aquela nave voando, e você não apareceu mais em nenhuma outra câmera... –hesitou- Eu corri até o quintal, infelizmente, não estava mais lá...

_Agradeço a preocupação, Comandante Gilbert...

_Não, o pior ainda não havia acontecido ainda neste ponto... –continuou a história- Eu acionei todos os contatos que pudessem rastrear a nave, a velocidade com a qual aquela coisa se move é além dos limites! Acima da velocidade do som! –contava chocado- E não demorou muito, nem meia hora, aquele alienígena retornou aqui, se a nave dele é veloz, imagine o quão veloz ele foi para voltar em tão pouco tempo! E pior, quando voltou, estava carregando você, sem consciência!

_...

_Ele simplesmente te largou no chão e disse que não devíamos nunca mais entrar na nave dele, ou iríamos acabar mortos de verdade. Eu gelei, Pensei que a senhorita havia passado para o outro mundo, teria sido terrível... –respirou fundo- Graças a Deus, ainda tinha sinais vitais, só estava desmaiada, mas não respirava. Eu a levei imediatamente para os médicos de prontidão da casa em que estamos instalados, e aqui estamos... Para sua sorte, temos todo o equipamento médico necessário para tratá-la.

_Obrigada... –suspiro- Eu só quis entrar na nave para saber o que ele planejava, mas não entendi muito do que ele falava lá, já que era o idioma do povo dele, creio eu... E de repente, a nave decolou... Ele ficou irritado por eu estar lá e abriu uma escotilha, e aí nós começamos uma queda livre a mais de dez mil pés de altura... Com meu físico e sem equipamentos, deve imaginar porque estou tão mal...

_Isso foi algo cruel... –o homem franziu o cenho- Um canalha! –esbravejou irritado e indignado-

_Sr. Gilbert... –a mulher fitou-o- Onde ele está?

_Ele entrou em sua residência, meus homens o estão observando...

_Bem... Ao menos descobrimos que ele aguenta a pressão em elevadas altitudes, pode voar e... É... Ele é um canalha. –ela riu-se- Ele nos testa de todas as formas possíveis, mas até agora, tudo que tem dito sobre nós é ruim... Imagino o que ele escreve nesses relatórios que envia para seus superiores...

Quanto mais descobrimos sobre ele, mais inalcançável nosso objetivo parece se tornar... É uma tortura... Porém, mesmo estando num pesadelo interminável, não significa que não se irá despertar para a realidade algum dia...

Precisamos continuar a ter esperança, e torcer para que enquanto achamos uma solução, seja lá o que ele estiver escrevendo em seus relatos sobre nossa espécie, não atraia seus companheiros para cá...

Parte I -A nova vida se inicia- / fim


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Notas finais do capítulo

E aqui acaba a primeira parte da história



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