REvolution: O Futuro escrita por Ceren


Capítulo 5
Filler 3


Notas iniciais do capítulo

Bom, poisé eu não consigo tirar esses momentos fluffs da minha cabeça, e que geralmente explicam pouco a história, mas enfim, aparentemente farei um capítulo e filler cada.



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A luz do sol incide sobre seus olhos com a promessa de um novo dia mas Bass não tem interesse nisso no momento. Ele abre um pouco os olhos mas logo os fecha ao sentir uma fincada como da vez em que Miles teve que cauterizar sua ferida com uma faca quente.

“Bass?”Jeremy perguntou.

Bass esperou alguns segundos e abriu os olhos novamente forçando-se a focar no capitão. O loiro está em frente ao espelho arrumando seu uniforme e o encarando preocupado. Bass sorriu fraco mas o capitão já o conhece a tanto tempo que tal truque não funcionará.

O capitão suspirou e se aproximou. Checou se está com febre e o olhou em resignação quando sentiu os tremores e calor excessivo.

“Fique aqui hoje. Vou mandar alguém para cuidar de vocês. Mas não se atreva a se mexer.”

Bass franziu o cenho tentando lutar contra a sonolência para entender o erro na frase. Ele se ergueu repentinamente com dificuldade, lutando contra Jeremy mas sem forças logo caiu exaustado.

“Jem, cadê o Miles?” ele perguntou friamente.

Ele pode estar morto em alguma vala. Bass precisa encontrá-lo. Eles prometeram que nunca deixaram um ao outro para trás não importasse o que, com a adrenalina correndo por suas veias ele logo tem um plano detalhado para encontrar seu general. Jeremy, no entanto, sorriu e limpou o suor da sua testa, roçando levemente seus cabelos desgrenhados e o distraindo de qualquer coisa a não ser a sensação de estar salvo.

“Ele está do seu lado, Bass. Vocês dois resolveram pegar a mesma coisa no mesmo dia. Eu preciso ir. Sem vocês dois eu que vou ter que lidar com esse zoológico mas não se preocupe logo alguém estará aqui para cuidar de vocês.”

Bass quer protestar, segurar o pulso do loiro e puxá-lo para debaixo da coberta com eles, agarrá-lo e beijá-lo para fazer com que fique. Mas não faz nada disso, ele sabe o quanto a República é importante para Jeremy, o quanto lutou para chegarem ali e não é uma gripe que o fará esquecer isso mesmo que Jeremy cuidando deles seja mais confortável. Como daquela vez em Geórgia.

Bass se despede e assiste Jeremy beijar Miles na testa. Logo são apenas os dois.

O frio é pior do que a dor de cabeça agonizante e mesmo agarrado a Miles como um polvo ele continua tremendo insistentemente. Ele precisa de água mas não tem forças para se mexer e logo seus lábios estão cobertos por pequenas feridas que ardem quando ele as lambe a procura de algo líquido.

Miles nem se mexe, dormindo profundamente o tempo todo em que Bass agoniza. Ele não sabe a quem agradecer então o faz a todos que conhece, Deus e Buda principalmente, pela trégua na rotina de dor dos Matheson.

Geralmente é Miles quem sofre enquanto ele dorme em êxtase. Ele sempre se sente culpado por ter passado o período dormindo enquanto o moreno agonizava sozinho, mas Miles sempre o beija e diz ser melhor assim. Mesmo quando tremores e bolsas negras debaixo dos seus olhos ainda resistem ele sorri e faz o mesmo como se a ideia de Bass passar por aquilo sem sofrer é uma dádiva a ser festejada. Talvez para ele realmente o seja.

Uma mulher apareceu entre um desmaio exausto e outro. Ela tem olhos grandes e negros mas seu sorriso é gentil quando retira o edredom e ele grunhiu no frio. Ela tirou sua temperatura, lhe deu água e uma sopa rala com gosto de batata. Ele obedeceu as orientações e ela sorriu satisfeita repetindo o processo em Miles.

O general dormiu a maior parte do procedimento mas quando ela tentou dar-lhe água Miles com um movimento ágil agarrou seu pescoço. Ela tentou gritar por ajuda mas ele tampou sua boca com um rosnado.

“Miles.” Bass sussurrou agarrando o dedo médio do moreno, tentando acalmá-lo com sua voz e presença.

Miles piscou confuso e deixou a menina cair. Olhou em volta e percebeu sua presença. O moreno voltou a cair na cama se aconchegando debaixo do edredom e logo dormindo. Bass o estudou por alguns segundos para ter certeza e sorriu para a menina horrorizada com as mãos sobre o pescoço avermelhado.

“Desculpe por isso. Ele sempre age violentamente antes de pensar.”Ela assentiu e saiu do quarto, um pouco mais rápido do que seria costumeiro. Bass riu baixinho. Satisfeito e medicado ele se aconchegou ao seu velho amigo e voltou a dormir.

“Ei, bela adormecida. Tá na hora de acordar.”

A voz sobre seu ouvido é como um zunido irritante e não importa o quanto ele tente fugir dela nada funciona. Bass abre os olhos finalmente irritado e com ideias de torturas para quem quer que seja mas sua fúria logo congela ao ver fios loiros opacos e um sorriso brilhante.

“Jem.” sua voz rouca saiu raspada e ele tossiu agravando sua garganta ferida e provocando lágrimas de dor.

Jeremy o observou preocupado e limpou suas lágrimas mas não saiu de novo. Bass olhou a janela e percebeu o sol ainda alto no céu.

“Jem, você não deveria trabalhar?” ele perguntou incrédulo.

O loiro deu de ombros trocando de roupa. Seu corpo é estranho. Uma parte é coberta por cicatrizes e morena enquanto a outra é pálida e flácida, como dois lados de uma moeda. Os anos debaixo do uniforme trouxeram a tona suas cores verdadeiras e até Miles é um pouco mais branco do que a parte exposta.

O capitão cai na cama com um baque provocando um rosnado de Miles e um sorriso de Bass. “Hoje é sábado.”

Bass franziu o cenho. “Não, não é.”

Jeremy não respondeu tentando encontrar uma posição confortável. Bass sabe que ele apenas não quer responder. Ele está faltando ao trabalho para ficar com eles. Ele não faz a mínima ideia de como dizer que se sente honrado por ter esse tipo de devoção ou como o ama.

E nem precisa.

Bass beija o pescoço do capitão que treme de desejo e cujo os olhos brilham com aceitação. Palavras são meras ferramentas impróprias na relação deles. Algo que vez ou outra eles mas sempre com resultados diferentes daqueles que esperam.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, qualquer crítica ou elogio é sempre bem-vinda.



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