REvolution: O Futuro escrita por Ceren


Capítulo 1
Filler


Notas iniciais do capítulo

Haverão mais dois capítulos de filler tanto para a apresentação dos personagens quanto para um pouco de explicação do porque há diferenças deste universo para o canon. Espero que gostem.



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O que você está fazendo?”

Miles ergueu os olhos do caderno e tirou a caneta da boca. Bass levantou as sobrancelhas e se aproximou, arrancando o caderno do moreno e ignorando o grunhido irritado.

Lista de coisas que eu não vou fazer?”

Não é nada. Devolve.”

Bass até acreditaria se não fosse Miles coçando a nuca. Uma mania nervosa que tem desde que eram crianças, e muitas vezes a única forma de saber se o general está nervoso sobre algo. Bass sorriu e entregou o caderno de volta, voltando a sentar na poltrona.

Eles têm escritórios individuais mas preferem trabalhar juntos em um só lugar, trocando ideias e atrapalhando um ao outro. Se antes já eram inseparáveis, gêmeos siameses segundo Ben, agora é ainda pior, o medo de que um sairá ferido é esmagadora. Cada vez mais eles alcançam novos inimigos e a morte de um é também a do outro, e eles não podem fazer isso, não agora.

"Estou pensando em atacar a Federação da Geórgia."

Miles sorriu. Não alegre e cheio de vida como no começo mas com sede de sangue, esses dias a única coisa que o faz sentir algo. Bass sempre soube que seu irmão de criação tem uma paixão doentia por violência e que acha ser o único meio o qual pode proteger aqueles que ama.

Ele ignorou o aperto no coração.

"Você não devia me apoiar." Miles deu de ombro e voltou a atenção ao seu caderno.

Um recruta esbaforido apareceu na porta, e abaixou a cabeça, desconfortável com a nudez de Miles. O moreno levantou uma sobrancelha para Bass que balançou a cabeça. O presidente se ergueu e indicou para que o menino falasse.

Senhor. O rei está aqui.”

Òtimo, mande-o entrar. E chame Capitão Baker, por favor.”

Sim, senhor.” ele disse correndo para fora.

Que novas histórias Jeremy inventou para deixar os recrutas com tanto medo?”

Miles riu baixinho. “Aparentemente eu como crianças.” Ele ergueu os olhos mostrando a fome pouco escondida ali. “Acho que meu gosto é outro.”

Uma sensação como lava quente correu por seu corpo se acumulando em seu membro, transparecendo seu desejo e com um sorriso torto Miles se ergueu ignorando o caderno, beijando-o ternamente. Muitos duvidariam que o assassino de milhares de pessoas poderia ser terno, mas com Bass ele tem todo o cuidado. A porta se abriu e um tossido os separou, provocando um grunhido irritado do General, que olhou por sobre sua cabeça.

Nós estamos ocupados, sabia?”

A voz de Jeremy soou resignada. “Miles, nós temos visita, se controla aí um pouco. E põe uma roupa por favor.”

Miles o soltou e sentou folgadamente na poltrona com os pés sobre a mesa de vidro. Bass se voltou para Jeremy com um sorriso.

Hoje está calor, você realmente acha que vai conseguir fazê-lo pôr alguma coisa além de uma calça?”

Jeremy suspirou e jogou uma calça na cara de Miles, que mostrou a língua. Miles colocou a calça contrariado e os ignorou, voltando a escrever no caderno.

O visitante?” Bass perguntou.

Ali fora. Eu sei como vocês são e resolvi vir primeiro, não quero traumatizá-lo no primeiro dia.”

Bom pensamento. Me lembra porque a gente não te promove, mesmo?”

Jeremy sorriu. “Eu sempre recuso.”

Ah, bom, eu podia fazer com que fosse uma ordem.” Miles respondeu da poltrona.

Bass revirou os olhos e bateu na cabeça dele, que grunhiu e pediu desculpas diante do olhar horrorizado de Jeremy. O homem nunca quis poder como Bass ou violência pura como Miles, ele gosta de trabalhos escondidos, descobrir os rebeldes infiltrados e trazê-los para a luz. Proteger a pequena família que formam das sombras onde eles mais podem se ferir. É por isso que são tão bem-sucedidos, cada um faz a sua parte e no todo formam uma barreira impossível de se transpor.

Traga-os para dentro, Jem. E se comporte, Miles.”

Eu sempre me comporto.” Miles respondeu distraído.

Jeremy bufou e saiu, desviando por pouco da almofada. Bass arrumou seu uniforme diante do espelho e voltou a se sentar. Miles se ergueu no momento em que o bando de pessoas entrou, ficando atrás de Bass. Ele quase pode sentir os olhos castanhos do seu general estudando cada um e os analisando como ameaças. Aparentemente satisfeito ele balançou levemente a cabeça e Bass se acalmou.

O homem na frente se aproximou parando a alguns passos dele quando Jeremy retirou a espada da bainha e a depositou sobre seu coração. Ele tem cabelos castanhos escuros e olhos da cor do carvão. Suas roupas coloridas são cheias de costuras e tem algumas manchas que Bass prefere não olhar mais de perto. A fama do Rei Affleck é conhecida mundialmente, ou tão mundial quanto se pode ser depois do apagão.

Presidente.” ele diz com um sorriso gélido e uma reverência.

Miles do seu lado se move desconfortável. Se pudessem eles nunca fariam negócio com a califórnia mas suas terras não foram feitas para a plantação, e mesmo com a volta da tecnologia eles ainda preferem não cair na mesma armadilha e portanto a troca de sementes é importante.

Rei.” Bass respondeu, colocando um copo de uísque diante dele e entregando a garrafa para Miles.

O rei olhou com desaprovação o longo gole do general mas não comentou. Da última que disse algo sobre a competência dos seus soldados Miles sorriu torto e pediu para que o melhor dos presentes lutasse contra ele, o Rei vendo uma oportunidade de impressioná-lo aceitou. O menino chorou por duas semanas. Depois disso o Rei nunca mais comentou sobre a bebida. Ou outras manias.

O que o fez viajar até aqui, Affleck?”

Primeiramente, obrigado pela carona. Segundo, estou interessado na troca de tecnologia. Vocês fizeram o que nós tentamos por anos mas sem sucesso, porque não dividem tal conhecimento?”

O contrato não é esse. Além disso nós já os ajudamos demais.”

O rei pareceu constipado. “Nós permitir ligar luzes, televisões, computadores e rádios não é uma troca muito justa. Não acha? Afinal vocês têm helicópteros, humvees e todo tipo de arma elétrica. Além disso não seremos um perigo, todas as nossas armas foram entregues a célebre República Monroe. Ninguém se atreveria a lutar contra o senhor. “

Então para que precisam de mais energia? A que fornecemos é o bastante para manter suas estufas e motos. Do que mais precisam?” Miles perguntou.

O rei desconcertado olhou para o lado. Seu conselheiro fechou os olhos e balançou a cabeça. Affleck assentiu e se ergueu da cadeira. Ele é pequeno, menor em muitos centímetros diante dos 1,85 de Bass, mas tentou parecer imponente, sua mão sobre a espada e o peito estufado.

Se não aceitarem o nosso contrato está acabado.”

A califórnia é um importante aliado mas não e o único com capacidade para alimentar a população da república. Entretanto ele tem certeza que se aceitar terá uma guerra nas suas mãos e apesar de tempos de paz trazerem o pior em Miles é melhor do que viver com medo. Bass deu de ombros e retirou um papel da gaveta. “Tudo bem.”

O rei balbuciou confuso diante do papel a sua frente. “È só assinar na linha pontilhada.” Bass disse indicando-a.

Affleck vermelho voltou a se sentar balançando as mãos gordas, um grande contraste para com os outros com a exceção do seu conselheiro que parecem desnutridos e prestes a desmaiar. “Não, não. Foi uma brincadeira, Presidente, só uma pequena brincadeira, por favor, me perdoe.”

Tudo bem.” Bass ergueu a mão parando a resposta animada do homem. “Entretanto se tentar fazer isso de novo, eu te mato, entendeu?”

Affleck tremeu assentindo manicamente com a cabeça. “Sim, sim. Me desculpe. Brincadeira estúpida.”

Ele se ergueu indicando irritado para que os outros saíssem da sala. “Espere.” Bass disse.

O rei o olhou com terror mas o presidente o ignorou, olhando o grupo de quatro mulheres desnutridas. Ele indicou para que se aproximassem. Elas olharam para Affleck em busca de comandos, que o encarou com raiva mas sabe não ter poder para agir e indicou para que fizessem o que ele mandou.

A primeira e mais corajosa se sentou com uma careta. Bass pôs o queixo na mão direita as observando por alguns segundos. Miles e Jeremy provavelmente vão matá-lo por isso mas a situação é inaceitável.

Vocês estão seguras e quando ele se for podem ficar se quiserem, aqui não precisarão se vender e podemos encontrar um emprego decente para vocês.”

As meninas o olharam com admiração e seu coração apertou ao pensar nas suas irmãzinha enterradas na terra. Nem deve haver nada mais delas. Miles como esperado o olha com irritação mas não diz nada. Apesar de reclamar por ter mais civis para proteger ele nunca as deixaria voltar.

O rei, no entanto, bufando agarra o braço de uma delas. Morena de cabelos castanhos cacheados descendo até o peito e um vestido beje rústico, seus olhos lacrimejam mas ela não produz um som mesmo que seus olhos gritem de pavor.

Elas são minhas. Você não pode tê-las. O que vai fazer com elas, seu veadinho? Aposto que enfia nesse aí toda noite.” Affleck gritou.

Todos dizem que Bass é o mais imprevisível dos três, ele ri e fornece mais álcool entrando na brincadeira. Mas mal sabem eles como estão certos. Normalmente ele pensa antes de agir e é sempre um cavalheiro mas quando ouve rumores sobre Miles ou Jeremy é como se uma alavanca fosse puxada. Seus olhos se tornam um azul-escuro, imitando um mar furioso diante da tempestade e ele aperta a mandíbula. Quando entra em um modo desses nada além da voz de Miles pode acorda-lo, ele mata e tortura com um sorriso no rosto, destroçando aqueles que oferecem perigo a sua família.

E neste exato instante, Affleck cometeu esse erro. O rei o vê erguer a arma e atirar. Rápido, instintivo, sem chance de reagir.

A dor é intensa e queima, fazendo-o cair com um berro e soltar a menina que correu para as outras. Bass apareceu sobre ele com a arma casualmente apontada para o seu coração e um sorriso que promete dor.

Pode dizer o que quiser de mim, Rei, mas nunca toque o nome do meu general ou o próximo você nem sentirá.” ele diz com enganadora calma.

Affleck assentiu novamente e se ergueu com dificuldade saindo da sala rapidamente em companhia do seu pálido conselheiro. Miles, logo que o homem desapareceu riu alto e bateu jovialmente no ombro de Bass.

Você não é tão frutinha quanto pensei, irmão.”

Bass rolou os olhos e beijou Miles violentamente, mordendo seu lábio e marcando-o como dele, o moreno assobiou mas não reclamou. Ele sabe que Bass precisa disso.

Ele sempre sabe do que Bass precisa.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Bom? Ruim? Qualquer crítica construtiva é bem vinda. Obrigada pela atenção.



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