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Anteriormente em “It’s About Us”:

– Talvez. – mordo o lábio e ele passa as mãos pelo meu rosto.

– Você sabe de uma coisa Kate. – ele morde meu pescoço lentamente. – A casa pode ficar para depois.

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Rick POV.

Estou quase dormindo quando sinto o corpo de Kate se movimentar ao lado do meu e de olho fechado consigo observar quando ela levanta da cama e dá alguns passos em direção a janela do nosso quarto. O nosso novo quarto, em uma nova casa.

Assim que ouço a porta se fechando lentamente eu abro os olhos e confirmo a minha suspeita: estava sozinho no quarto. Brinco com os lençóis amassados pela bagunça que eu e Kate fizemos e consigo ver o vestido preto jogado no chão junto com os meus sapatos e com minhas calças. Sorrio ao me virar para o lado e ver meu celular sendo coberto pela gravata escura que mais cedo havia servido de algema para nós dois. Tiro o objeto e percebo que ele está molhado, provavelmente do meu suor ou do dela... – um sorriso malicioso toma conta do meu rosto. – Na tela do Iphone 5 mensagens aparecem.

“ Aproveitem a noite”. – minha mãe.

“ As crianças já dormiram”. / “ O que ela achou da surpresa?” – Lanie.

“Pai? / Kate já lhe contou?” – Alexis.

Kate me contou o que? Alexis e Kate estavam de segredos desde aquele dia na casa da ruiva. A curiosidade toma conta do meu corpo e eu coloco uma bermuda qualquer e resolvo sair do quarto e acha-la.

– Perdeu o sono? – pergunto assim que entro na sala e vejo ela enrolada em uma coberta encarando a vista noturna.

– Eu te acordei? – ela se vira para mim e consigo ver as lágrimas nos olhos dela.

– Não. – me aproximo dela. – O que aconteceu? Está tudo bem?

– Está tudo ótimo. – ela sorri para mim.

– Então o porquê disto? – passo meu polegar pelo rosto dela secando as lágrimas.

– A pulseira. – ela levanta o braço onde a pulseira prata estava.

– Você conseguiu identificar cada um deles? – pergunto e ela só concorda com a cabeça. Eu me aproximo de Kate e passo meu braço atrás das suas costas fazendo nossos corpos pararem lado a lado. A observo por instantes e consigo ver que ela quer me falar algo, e algo muito importante.

– Você pode me contar sabia. – digo e ela se vira para mim com os olhos arregalados.

– Desde quando você é tão bom em me ler? – ela pergunta.

– Tempo leva a perfeição. – brinco e ela sorri agarrando minhas mãos e mexendo na pulseira.

– Acho que nós devemos sentar para isto . – ela fala séria e eu nego com a cabeça.

– Eu aguento de pé. – sorrio e ela se afasta um pouco de mim.

– Bom... – ela começa e posso ver que ela divide o olhar entre mim, as paredes e a vista do Central Park. – Há alguns dias atrás eu recebi uma proposta... – ela continua. – Eu sei que devia ter contado no dia, mas sabia que nosso aniversário estava se aproximando então decidi esperar mais alguns dias.

– E isto é algo relacionado ao fato de você não estar mais indo a delegacia? – pergunto e ela concorda com a cabeça.

– A verdade é que eu fui promovida a capitã. – ela fala e meu coração começa a bater mais forte. Eu não tenho palavras para descrever o que eu sinto agora, é como uma mistura de orgulho e alegria. – fico estático enquanto Kate começa a andar freneticamente de um lado para o outro da sala. – Eu sei que devia ter te contado antes, e eu ainda nem aceitei porque não quero ter que passar longe de vocês, mas Cas... – ela caminha da esquerda para a direita. – Quando eles me ofereceram algo surgiu dentro de mim, algo gritou, será que eu tenho capacid...

A interrompo em um momento e colo nossos lábios com a intensão de cala-la. No primeiro instante sinto o corpo de Kate ficar rígido ao meu toque, no entanto passam-se segundos e eu consigo sentir ela me beijando de volta. Ficamos algum tempo assim, só envolvidos pelo cobertor que Kate vestia até que eu resolvo solta-la.

– Nunca pense que você não tem capacidade para fazer algo! – eu pego a mão dela e brinco com os pingentes da pulseira. – Você pode fazer tudo que quiser! E eu acho que Nova York está prestes a conhecer a melhor capitã de toda a sua história.

– Até melhor que Montgomery? – ela pergunta baixinho e eu já entendo o porquê das lágrimas.

– Kate... – a puxo contra meu corpo. – Montgomery era um ótimo capitão e um grande amigo, inclusive era uma das melhores pessoas que eu já conheci em toda a minha vida, e eu sempre estarei em dívida com ele. Se não fosse pela ajuda dele talvez nós nunca estaríamos aqui.

– Eu sei. – ela fala e abaixa o olhar.

– Porém você também tem um pedaço de Montgomery dentro de você. – eu digo. – Eu acho que todos nós temos na realidade. Desde aquele dia no hangar eu guardo ele comigo onde quer que eu vá Kate, e se você se tornar capitã com certeza será tão boa ou até mesmo melhor que ele.

– Você acha? – ela sorri.

– Eu tenho certeza. – sorrio e ela ri. – Katherine Castle é a nova capitã da cidade.

– Você sabe que eu ainda não aceitei a proposta né? – ela ri.

– E VOCÊ ESTÁ ESPERANDO O QUE? – solto um gritinho tentando tirar o clima pesado do cômodo. – Pegue seu telefone e disque o número.

– Acho que não tem ninguém acordado as 5:30 da manhã amor. – ela ri.

– Érgh... – resmungo baixinho e ela começa a rir. A risada dela ecoa por todo o apartamento me fazendo ficar encantado com o poder que ela ainda tinha sobre mim. Só de ver Kate solta meu coração começava a amolecer aos poucos.

– Eu tenho que lhe contar outra coisa. – ela morde o lábio e aponta para o sofá.

– Ok... – a puxo pela mão e nós dois sentamos lado a lado no sofá. Eu só de bermuda e ela só com o cobertor por cima do corpo.

– Ah Rick... – ela começa e posso ver que Kate está confusa. – Eu não sei como lhe contar isto na realidade...

– Conte do seu jeito. – eu digo sorrindo.

– Semana passada nós estávamos conversando e eu fiquei encarregada de te contar... – Kate respira fundo. – AalexisestágrávidaCastle.

– O que? – pergunto confuso. – Kate fale mais devagar.

– Ok... – ela respira. – Alexis está grávida Castle, é isto.

– O QUE? – grito e me levanto em um salto do sofá.

– Cas... – ela levanta e toca no meu braço. – Calma.

– EU VOU SER AVÔ? – pergunto incrédulo. Sentia meu mundo se mexer e parecia que eu ia desmaiar a qualquer momento.

– E eu avó. – ela fala sorrindo e eu sorrio também. – Por favor diz que você não vai matá-la.

– Mata-la? – eu solto. – Porque eu faria isto?

– Todas nós sabemos o quão protetor você é em relação a ela. – Kate fala.

– Isto não deixa de ser verdade. – sorrio me sento novamente. – Mas talvez esteja no momento de algumas mudanças acontecerem não é mesmo?

– Algumas? – Kate solta. – Nós mudamos de apartamento, eu vou ser capitã e Alexis está grávida, eu acho que são muitas mudanças!

– É verdade. – sorrio e mexo nos cachos dela. – Mas todas elas são maravilhosas.

– Isto é verdade. – ela me dá um selinho e já se levanta deita ao meu lado no sofá. As buzinas e barulhos dos carros ecoam distantes enquanto um turbilhão de pensamentos passa pela minha cabeça. Alexis estava grávida e prestes a construir uma família, minha menina já era uma mulher agora, e em um futuro próximo ela teria outra menininha ou menininho para si própria. Além de quase ter um ataque cardíaco só de saber sobre Alexis ainda tinha a notícia de Beckett: ela ia se tornar capitã do seu próprio distrito. Desde que nós nos conhecemos eu sabia que mais cedo ou mais tarde isto iria acontecer, e depois de tantas ofertas de Washington eu tinha consciência de que este futuro estava cada vez mais próximo, e isto era algo maravilhoso.

– Eu ainda vou poder ir na delegacia ajudar nos casos? – pergunto cortando o silêncio.

– Vou ter que pensar nisso. – ela responde me fazendo rir.

– Acho que a nova capitã irá adorar minha presença. – eu brinco.

– Não infle tanto o seu ego amor. – ela dá um beijo na minha bochecha. – Não se esqueça que agora sendo capitã eu posso controlar cada passo seu.

– Abusando do poder já? – eu brinco.

– Não que seja uma novidade. – ela olha para mim e abre um sorriso sapeca.

– Anda me vigiando Kate? – eu pergunto e ela morde o lábio tentando não rir.

– É para você ficar ligado. – ela ri.

– Eu vivo ao seu lado mesmo. – dou de ombros.

– É engraçado. – ela fala e depois para.

– O que? – pergunto.

– Dizem que parceiros no trabalho não conseguiriam manter uma relação saudável fora dele. – ela responde.

– O que? – rebato surpreso. – E como eles explicam estes 15 anos de parceria?

– Mágica eu acho. – ela responde e eu arqueio as sobrancelhas.

– Ok ok... – levanto do sofá e ela se mexe também. – Quem é você e o que você fez com a minha mulher?

– É meu lado Castle falando mais alto que a razão. – ela responde.

– Seu lado Castle? – pergunto. – E o que seria isto?

– É aquele lado das coisas inexplicáveis sabe? – ela brinca e se levanta do sofá indo em direção a porta que levava ao escritório. – Ele ainda está tentando raciocinar esta noite.

– Eu também. – abraço ela e giro a maçaneta abrindo a porta e deixando Kate entrar primeiro no cômodo.

Kate POV.

Se o escritório de Castle no loft já era um dos meus espaços favoritos para pensar, este aqui com certeza bate qualquer expectativa. Nas paredes estão penduradas algumas fotos da delegacia e até mesmo da nossa família. No meio cômodo a famosa mesa de madeira onde nossa relação passava da vida real para a fictícia, quer dizer, não tão fictícia agora...

– O que isto está fazendo aqui? –pergunto apontando para minha guitarra. Fazia anos que eu não a via.

– Seu pai achou junto com algumas das suas antigas caixas. – ele responde sorrindo.

– Você está se superando mesmo em writer-boy. – eu o provoco e arranco uma gargalhada de Castle. Encaro as estantes onde clássicos da Idade Média encontravam os livros de J.K Rolling e estes encontravam os diversos best-sellers de Castle. Na primeira parte da estante os livros de Derrick Storm ao lado do prémio da Academia Nova Iorquina e dos pequenos troféus pela escrita excepcional. As outras 3 estantes eram ocupadas pelos prêmios e aventuras de Nikki e Rook, e sem querer me gabar, Nikki Heat tinha muito mais prêmios que Derrick.

– Admirando a sua versão fictícia? – ele pergunta se aproximando.

– Você já ganhou muitos prêmios as minhas custas né? – brinco e ele balança a cabeça rindo.

– O que eu posso fazer? – ele fala. – Meus fãs amam aquele casal.

– Eu não sei... – sorrio e entrelaço minhas mãos na cintura de Castle. – Prefiro a versão real.

– Você sabe detetive que eu também. – ele brinca e eu o encaro. Detetive? Eu não iria mais ser detetive de Nova York. Eu iria ter meu próprio distrito, ou até mesmo comandaria o 12th. Era uma mudança e tanto.

– Opa, grande erro! É capitã agora. – ele morde o lábio e sorri para mim. – E o que você acha de nós continuarmos a nossa visita pela casa?

– Ótima ideia. – o puxo pela mão saindo do escritório e invadindo o quarto de visitas que ficava em um canto mais afastado do apartamento.

– Cerca de 30 minutos depois –

O relógio já marca 6:30 da manhã quando eu e Castle saímos da cozinha e voltamos para a sala novamente. Depois de conhecer os quase dez cômodos da casa eu já tinha selecionado os meus favoritos, e entre eles estava a janela onde nós estávamos parados agora olhando o nascer do sol atrás da muralha de ferro que eram os prédios do Upper East Side.

– Será que eles estão acordados? – pergunto assim que Castle senta ao meu lado e eu apoio minha cabeça no seu ombro.

– Duvido muito. – ele ri. – Afinal, são só 6:30 da manhã.

– E nós não dormimos nada. – falo rindo.

– Quer ir dormir? – ele pergunta.

– Não tenho sono. – respondo sincera. – Você conseguiu tira-lo do meu corpo.

– Você também. – ele fala malicioso e depois torna a olhar através dos vidros para as árvores do Central Park que agora ganhavam a coloração verde. Conforme o Sol vai aparecendo por de trás dos prédios cinzentos a cidade toma uma nova cor. O vento espanta as nuvens e o céu se torna um azul celestial nesta manhã. Dentro de minutos meus pés começam a ser aquecidos pelos raios solares que invadem o apartamento deixando este com um ar mais mágico ainda.

– Kate? – ele solta meu nome com aquela voz rouca que eu amava.

– Fale amor. – me viro para ele.

– Deixa para lá. – ele desvia o olhar.

– Cas... – passo a mão pelo seu rosto e dou um selinho. – Eu já volto.

– Onde você vai? – ele pergunta e eu o ignoro seguindo em frente e levando minha roupa comigo, ou melhor, levando o cobertor comigo.

Rick POV.

Kate volta ao cômodo trazendo bem mais que um simples cobertor. Junto a colcha bege que cobre o corpo dela nas mãos ela traz 5 sacolas, cada uma de uma cor distinta. Ela reclama de mim, no entanto quando se trata do que eu quero esta mulher sabe no mesmo instante.

– Isto tudo é para mim? – pergunto e ela concorda com a cabeça. Abro um sorriso e puxo a sacola preta primeiro. Posso ver os papéis brancos cobrindo o presente dentro da sacola e o sorriso de Kate assim que minha mão toca na caixa preta. Isto era o que eu estava pensando?

– Eu sei que não é um apart... – ela começa a falar e eu a calo com um beijo. Sinto Kate sorrir em meio ao beijo e acabo sorrindo também.

– É perfeito. – digo sorrindo.

– Você gostou? – ela pergunta e eu arregalo os olhos.

– Tinha alguma chance de eu não gostar? – pergunto e ela ri. Seguro o objeto preto na mão e solto um pequeno riso. Eu tinha fascínio por relógios, e Kate sabia muito bem disso. Eu sempre estava com um no pulso, inclusive, estou com um neste exato momento.

– Acho que deveríamos fazer uma troca. – digo sorrindo e tiro o objeto do meu pulso.

– Precisa de ajuda? – ela pergunta agarrando minha mão e prendendo o novo relógio envolta do meu pulso.

– Fiquei bonito? – brinco enquanto estendo o braço para ela que começa a rir.

– Você ainda não abriu os outros. – ela morde o lábio e eu rio.

– Você vai ter que trazer um cardiologista depois de tudo isto. – brinco e ela começa a rir.

– Se eu não precisei duvido que você vai. – ela diz sorrindo enquanto brinca com a gargantilha do coração dourado. – Mas se você precisar eu acho que ainda tenho o número do Josh.

Assim que ouço o nome dele eu fecho a cara e encaro Kate. Ela esta se divertindo com isto, posso ver pela gargalhada que ela solta.

– Muito engraçadinha Beckett. – digo emburrado e ela se aproxima de mim me roubando um beijo.

– Eu estou brincando amor. – ela sorri. – Ciumento!

– Sou mesmo! – pego a sacola e puxo Kate pela mão trazendo-a mais para perto do meu corpo.

– Você faz as honras? – estendo a sacola para ela.

Kate POV.

Levanto do chão da sala com um sorriso no rosto. Ele havia amado todos os presentes, eu podia ver pelo brilho nos olhos dele a cada sacola que eu abria. Tomando cuidado para não tropeçar no amontoado de sacolas eu agarro o pulso de Castle e o puxo junto.

– Onde nós estamos indo? – ele pergunta e eu permaneço em silêncio enquanto o puxo através do corredor. Ele sabia muito bem onde eu estava levando ele, só não queria falar.

– Já se passa das sete horas. – sussurro no ouvido dele enquanto empurro a porta atrás de mim. – Daqui a pouco as crianças vão estar aqui.

– Então eu sugiro nós aproveitarmos. – ele mexe nos meus cabelos e coloca a mão na minha cintura. O contato dos dedos gelados com a pele por debaixo do cobertor causam um arrepio no meu corpo.

– Ótima sugestão. – puxo o lábio inferior dele e ele me empurra em direção a cama. Assim que Castle morde meu pescoço eu não consigo deixar de toca-lo e minhas mãos agarram suas costas e seu cabelo derrubando o cobertor aos meus pés. Lentamente ele me segura pela cintura e me deita na cama colocando as pernas ao redor do meu corpo. O calor transmitido pelos raios solares que entram no quarto através da janela não é nada comparado ao calor que emana dos nossos corpos neste momento.

Final dos POV.

Na sala as sacolas permanecem jogadas durantes horas. A cozinha que antes estava limpa agora tem uma bancada totalmente bagunçada, e o quarto... Bom, o quarto ainda está com a porta fechada e sem previsão nenhuma de abrir. Quanto as crianças.... Eles esqueceram dos gêmeos por um momento e resolveram aproveitar um pouco o fim da aposta. A nova casa dos Castle já estava “batizada”.

“Não quero que as boas lembranças se repitam. Quero novas histórias melhores e maiores. ”