A História de Nora e Filch escrita por Argonauta


Capítulo 1
Capítulo Único




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–Seu garoto imbecil! – Gritou a mãe de Nora, batendo cruelmente em seu irmão Filch. Cada vez que sua mãe levantava a mão para bater em Argus, Nora encolhia-se e fechava seus olhos verdes e brilhantes,que estavam encharcados com lágrimas. O garoto permanecia quieto, e não mostrava nenhum sinal de dor.

Há pouco tempo, Filch chegara em casa dizendo ser um aborto. A Mãe dos garotos ficou enfurecida, e mandou o garoto tentar executar magias com a sua varinha. E,infelizmente, as magias que o garoto tentava executar não emitiam efeito algum. A varinha parecia apenas um pedaço de graveto para Filch. Já Nora, a irmã gêmea do garoto, era exemplar com sua varinha. Um orgulho para sua mãe.

–Eu não vou aturar uma raça suja como a sua aqui, Argus. Quero que saia da minha casa. Agora! – Gritou a Mãe dos garotos. Filch subiu as escadas íngremes de sua casa, pegou um pouco de roupa e colocou em uma velha sacola de pano. Lembrou-se de tudo que tinha passado nessa casa. Até o momento,a única coisa boa fora o nascimento de sua irmã. A Mãe abusava das crianças, fazendo-os trabalhar e fazer os serviços domésticos. Ele e seus quatro irmão sofriam muito nas mãos de Tiana,sua mãe. A mulher negava,mas admirava bastante as ações do Lorde das Trevas.

Argus arrumou uma trouxa de roupa e colocou em uma sacola de pano. Observou pela última vez o seu velho quarto. Era o único garoto porta to podia ter um quarto sozinho. No canto, havia uma pequena mesa de madeira que caía aos pedaços, ao lado uma pequena cama de madeira com um colcha azul-escura umas três vezes maior que a cama, mas bem dobrada. E, ao lado da cama uma foto de seu pai com o garoto. O homem tinha uma grande barba escura e olhos grandes e curiosos, de cor preta. Um sorriso largo estava estampado na foto, que se movimentava. Uma lágrima escorreu pelo rosto magro do garoto. Ele a limpou, e prometeu pra si mesmo que não choraria mais.

Ao descer as íngremes escadarias, sua mãe estava sentado em um sofá com costuras mal feitas, olhando fixamente para Nora. Logo se assustou, pois a pequena garota estava com uma trouxa de roupa nas mãos.

– É exatamente isso que você entendeu. – Disse Nora, com lágrimas rolando no seu rosto branco e fino. –Eu vou com Argus. – O garoto se espantou. Sua irmã não podia segui-lo! Ela seria, em breve, uma grande bruxa! Entraria numa ótima escola. Hogwarts. Quando ia protestar, sua mãe o interrompeu, num berro estridente.

–SAIAM LOGO DAQUI! – Gritou a mulher,exaltada. O garoto saiu correndo de casa, e seguiu um caminho incerto. Logo, sua irmã apareceu atrás dele. Suas mãos sangravam.

~~

–O que houve,Nora? – Perguntou Filch referindo-se a mão de sua irmã.

–A mamãe...Ela...Jogou um feitiço aqui. Nada grave.

–Por que me seguiu? Você não pode ,Nora...Tem um ótimo futuro pela frente, não pode desperdiçá-lo com um Aborto.

–Cala a boca, seu bobo. – Nora deu uma risada. – Não importa se você é um Aborto. Eu amo você mesmo assim,não importa o que aconteça. – O garoto deu um sorriso de lado. Amava sua irmã igualmente, mas sentia quase medo de admitir. – E não é só com todo o meu coração que eu te amo. Um dia meu coração irá parar de bater. Eu te amo com a minha alma, que é eterna. – Filch sentiu um grande aperto no coração, e apertou brevemente a mão de sua irmã.

~~

Depois de um tempo andando sem rumo, os garotos se cansaram e resolveram sentar,para descansar. Nora bocejou e disse:

– Argus, pra onde nós estamos indo?

–Ahn...Nora, estamos sem rumo. Sem destino. – Confessou Filch, envergonhado.

–Como assim?! Você não está de acordo com um mapa,ou algo do tipo?!

–Meus mapas são as estrelas, pequena Nora. E,vou te contar um segredo : Não existe uma mapa mais brilhante que esse. – Disse o garoto, apontando para as estrelas que brilhavam intensamente naquela grande imensidão azul. Olhou para sua irmã, que estava com um sorriso no rosto. Seus cabelos lisos e pretos iam até a cintura, sues olhos verdes brilhavam e breves olheiras estavam em baixo daquela imensidão verde. Um verde esmeralda. Um sorriso grande e branco estava estampado no rosto delicado da garota.

–Ui, desculpa, Senhor Filósofo. – Brincou Nora. – Hey, por que não vamos para Hogwarts?! A floresta não é tão longe daqui, e o diretor é super legal. Dumbledore, se não me engano. – Filch pensou naquilo. Até que não seria má idéia. Até porque, não iriam aceitá-lo lá, mas pelo menos sua irmã estaria em segurança. E esse sempre fora o seu objetivo. O garoto assentiu. Mas eles teriam que ir rápido, geralmente bruxos não muito bons vagavam nas ruas durante a noite.

~~

Os dois entraram na Floresta Proibida por um caminho que Nora conhecia. Argus ficou um pouco inseguro, e sua irmã conhecia muitos caminhos para uma garota de 11 anos. Acho que tinha descoberto o que a garota tanto fazia em suas “andanças pelas ruas”.

Os dois passavam por galhos e folhas caídas, a cada estalo as crianças pulavam de susto. E a cada barulho, Filch ficava com agonia, e sempre tinha em mente que iria conseguir tirar sua irmã desse labirinto segura.

De repente, Argus viu um vulto e segurou a mão de sua irmã, que tirou a varinha do bolso. Aquela ação foi um pouco inútil, pois a garota ainda não sabia fazer muitos feitiços, mas toda forma de proteção era válida. Outro vulto, dessa vez mais perto. Nora murmurou alguma coisa, e os dois ouviram barulhos de galhos rachando ao meio. Uma luz verde emanou a oeste de Argus, e logo em seguida aquilo foi em direção do garoto. Nora pulou na sua frente e caiu no chão. Sua irmã estava morta.

Argus sentiu um aperto o coração, e abaixou para ver sua irmã. Parece que tudo havia desabado em cima dele. Quando colocou a mão no coração da garota, viu que este já não batia. Sua visão começou a ficar turva, e seus dedos, que estavam tremendo, procuraram a varinha da menina. Encontrou a superfície gélida da varinha e tentou fazer alguns feitiços, sem resultado algum.

Sua visão escureceu e o garoto sentiu lágrimas brotando de seus olhos escuros. Dessa vez, não teve como resistir. O choro saiu de forma devastadora e desesperadora. Sua promessa não foi concluída.

~~

Argus acordou em uma cama macia e cheirosa. Abriu os olhos e viu um velho homem barbudo, acompanhado de uma senhora de roupa branca. Quando notou que aquele era Dumbledore, recordou de tudo que havia acontecido ontem, e algo como dor e medo preencheu não só o seu corpo,ou o seu coração. Mas sim sua alma.

–Qual é o seu nome? –Perguntou Dumbledore, com compaixão.

–Argus. – Respondeu o garoto, com a voz embargada. – Argus Filch.

–A garota que te acompanhava... – Dumbledore começou a falar, e um sentimento de medo preencheu todo o corpo de Filch. E não era algo normal, era algo profundo, muito difícil de ser descrito. Era dor,mas não aquela física, era uma dor na alma.

–É minha irmã. Nora. – Filch fez uma pausa e tentou ignorar o medo que sentia. – O que aconteceu com ela,Senhor?

– Argus...Você está em Hogwarts. Nosso guarda-costas te encontrou hoje pela manhã, deitado ao lado da garota. Fizemos curativos em você, e pelo que vejo, esses surtiram efeito. – Dumbledore fez uma pausa e encarou o garoto com curiosidade. – A sua irmã...não tivemos como revivê-la. – Aquilo foi como um baque para Filch. Sentiu os olhos arderem e o coração apertar. O que faria sem ela?

–Senhor, eu sou um Aborto. Eu deveria poder salvá-la...É tudo minha culpa! – Disse Filch, extremamente desesperado. Lágrimas brotavam em seus olhos.

– E quem disse que não a salvou? – Disse Dumbledore, pegando uma linda gata. Seus pelos eram pretos e sedosos, e seus olhos pareciam esmeraldas, de tão verdes e brilhantes. –Somente um amor verdadeiro seria capaz de salvá-la. E pelo que vejo,você a ama de verdade. Obviamente,ela não sobreviveu, mas transformou-se em um outro ser humano. E tenho certeza que este será muito grato. – Dumbledore soltou o animal, que saltou em direção ao garoto. Quando Filch olhou dentro da imensidões verdes, teve quase certeza de que sua irmã estava lá, ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

E aí,gostaram? Comentem,please ^^