You're Always Here - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 10
Capítulo 10 - O Anúncio


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, meus amores!!!

Meu surto de inspiração me rendeu dois capítulos de uma só vez! To amando demais e quero que isso continue até o final da fic xD

Bom, depois daquele final fofo do capítulo anterior, vamos adiantar a história, né? Vamos colocar tudo mais para frente, correr um pouquinho, porque o título já diz sobre o foco deste cap lindo.

Vou deixá-los aqui e não vou ficar mais falando, porque né xD

Boa leitura! ;)



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CAPÍTULO X

O despertador toca exatamente às oito horas da manhã e eu acordo de imediato. O trem sairá às onze, digo para mim mesma. Estico o braço para desligar o despertador e me viro para acordar Haymitch, que está esparramado de qualquer jeito na cama. Mas quando me aproximo para acordá-lo, percebo que os seus olhos já estão um pouco abertos.

– Já acordou? - pergunto.

– Não - ele diz. - Estou dormindo com os olhos abertos.

Bufo e me viro para sair da cama, mas mesmo ainda com seu ar de sono, Haymitch consegue ser mais rápido que eu. Sinto suas mãos me abraçarem por trás, o que me faz soltar um breve grito com o susto, e então ele se senta atrás de mim, servindo como apoio.

– Não, Haymitch! - protesto quando ele aperta o abraço. - Para! - sem querer, a cotovelada que dou nele o atinge um pouco forte nas costelas e ele geme, caindo novamente na cama. Suas mãos vão até o local onde meu cotovelo bateu e lá ficam, como se fosse servir de solução para aliviar a dor. Faço uma careta e, hesitantemente, tento me aproximar dele - Me desculpe - sussurro, arrependida.

– Deixa pra lá - ele resmunga e começa a se levantar da cama. Continuo sentada sobre os meus pés, acompanhando-o com o olhar. - Eu vou... vou começar a arrumar as minhas coisas.

Suspiro e mantenho o olhar baixo.

– Você não vai voltar - digo e quando levanto o olhar, vejo-o já parado na porta. - Vai?

Haymitch respira fundo e me olha por alguns instantes, até que sai sem responder e fecha a porta, me deixando sozinha no quarto, começando a sentir as lágrimas encherem os meus olhos.

Não trocamos uma palavra até chegarmos a estação. Antes de sairmos do centro de treinamento, Cinna, notando minha infelicidade, veio até mim dizendo que aquilo não era resposta, logo após eu contar o que aconteceu. "Tente falar com ele quando forem se despedir", ele disse.

Faltam apenas quinze minutos para as onze e as portas do trem já foram abertas. Chego hesitantemente em Katniss e a abraço. Quando a sinto retribuir, acabo apertando-a um pouco mais.

– Nos vemos no ano que vem, querida - digo baixinho no ouvido dela. - Me farão companhia - digo agora um pouco mais alto, logo após tomar um pouco de distância da garota em chamas. Olho dela para Peeta e sorrio. - Não farão?

– Claro, Effie - Peeta diz e vem me abraçar. Sinto-me um pouco mais confortável por saber que, ao menos eles, não irão me deixar só nos próximos jogos. Esbanjo um largo sorriso e desta vez puxo os dois para um abraço.

– Ótimo - digo, soltando-os. - Nos vemos no ano que vem, então. E enquanto isso, aproveitem bastante. Terão grandes, grandes, grandes dias pela frente!

Me despeço dos dois novamente e eles olham para Haymitch. Tento não fazê-lo, mas acabo olhando também.

– É... - ele começa a dizer, passando uma mão no queixo. - Vão indo primeiro que encontro os dois lá dentro. Preciso falar com esses três aqui - ele diz e os garotos assentem com a cabeça, entrando no trem logo em seguida. Troco rapidamente um olhar com Cinna antes de Haymitch continuar. - Effie, posso falar com você?

Meu estômago imediatamente é tomado por uma sensação estranha. Encontro os olhos de Haymitch e abro a boca, mas nenhum som sai dela, então apenas balanço a cabeça num sim.

– Portia, você está com a sua vela aí? - Cinna se vira para ela e pergunta.

– Acho que esqueci no carro - ela diz, com um sorriso brincalhão. - Vamos lá buscar?

– Não, querida, eu tenho aqui, vem - ele diz e a conduz até a porta por onde Katniss e Peeta entraram no trem.

Sinto a mão de Haymitch segurar o meu braço e me conduzir até um pouco mais a frente, até ficarmos a uma distância favorável. Mas sequer tenho tempo de falar qualquer coisa que seja, pois Haymitch se adianta e me envolve num beijo do qual eu não tento fugir. Ele aperta o abraço e intensifica o beijo, curvando-se um pouco mais.

Apesar de tudo, não demoramos até tomarmos um pouco de distância, mas continuo com os meus braços envoltos no seu pescoço.

– O que isso quer dizer? - indago.

Haymitch me observa por alguns segundos antes de responder.

– Você não vai dar conta sozinha daqueles dois nos próximos jogos - ele diz e um alívio toma conta de mim. - Mesmo que eles sejam mentores, ainda precisam aprender muita coisa e eu vou ajudar.

– Então você... você vem? - pergunto e um sorriso esperançoso surge nos meus lábios. Haymitch assente com a cabeça e então o abraço novamente, sentindo-o me envolver em seus braços mais uma vez. Um surto de alegria toma conta de mim e não consigo evitar uma risada enquanto o abraço. - Obrigada - sussurro.

– Cinco minutos! - Cinna avisa e isso nos faz tomar distância novamente. Olho para Haymitch e memorizo cada traço do seu rosto, desejando que todos esses dias até os próximos jogos passem rapidamente.

– Bom - ele diz - agora eu preciso ir. Então, até o ano que vem.

– Até - respondo. Haymitch se curva novamente e sela os lábios nos meus. Então segue seu caminho até entrar no trem, após se despedir de Cinna e Portia logo próximos a porta por onde ele entra. Ficamos, os três, aguardando o trem dar partida e, quando este o faz, finalmente voltamos para a nossa rotina pós-jogos. Passo os braços pelos de Cinna e Portia e saímos juntos, preparados para o que virá pela frente.

~*~

Assim os dias vão se tornando semanas, depois meses, até finalmente chegar o dia do anúncio da 75º edição dos Jogos Vorazes e também 3º Massacre Quaternário, algo que eu só percebi quando chegou o grande dia. Havia chamado Cinna e Portia para assistirem ao anúncio comigo e eles chegaram cedo no apartamento. Enquanto a abertura para o anúncio passa na TV, Cinna vai até a cozinha e traz alguns biscoitos.

– Eu não sei vocês - ele começa a dizer depois que volta e se senta no sofá - mas eu não tenho um bom pressentimento desse massacre.

– Por que, Cinna? - indago, pegando um biscoito e entregando outro para Portia. - Acredito que será como o outro... Com o dobro de tributos - percebo a forma que Cinna me olha e tomo isso como um "não". Realmente. Cada massacre tem suas regras. Eles não iriam repetir.

– Você assistiu aos jogos do Haymitch? - Portia pergunta, se direcionando a mim.

– Assisti - digo. - E no ano passado acabei assistindo novamente porque estava apresentando algumas edições aos garotos.

– Nossa - ela diz. - Eu não tive coragem de assistir ao massacre. Dizem que foi horrível.

– Todos os jogos são horríveis - Cinna afirma. - Um dia você vai saber a causa. Se bem que - acrescenta - a única razão para você estar ansiosa para este massacre tem nome e endereço.

Abro a boca para protestar, mas só consigo lançar um olhar de indignação para Cinna e então pego mais um biscoito. O hino de Panem começa a tocar e, assim que termina, Snow aparece na TV, começando a fazer o pronunciamento, falando sobre os dias escuros que se seguiram dos primeiros Jogos Vorazes. Logo após informa sobre a cada vinte e cinco anos haver uma edição especial, para relembrar os mortos da rebelião. Ele fala sobre a vigésima quinta edição, quando cada distrito teve que eleger os tributos que iriam representá-lo.

– Nossa - comento. - Dessa eu não sabia... achei que os massacres tinham sido iguais.

– Deve ser horrível, não é? - indaga Portia. - Ser escolhido pelos seus próprios vizinhos...

"Na quinquagésima edição" ele continua a falar "foram enviados o dobro do número de tributos para os Jogos, relembrando, assim, que dois rebeldes morreram para cada cidadão da Capital."

Troco um olhar nervoso com Cinna antes que Snow prosseguisse. Então essa edição seria diferente também, mas o que poderia ser?

"E agora estamos honrando nosso terceiro Massacre Quaternário!" sua voz soa com bastante entusiasmo enquanto as palavras saem sem esforço. Um garotinho se aproxima do presidente, entregando-lhe uma caixa com um envelope que Snow pega e abre para lê-lo. "Neste septuagésimo quinto aniversário dos Jogos Vorazes, como um lembrete para os rebeldes de que nem o mais forte deles pode vencer o poder da Capital, os tributos masculinos e femininos de cada distrito serão escolhidos entre os vencedores existentes."

Vencedores existentes...

Vencedores...

– Haymitch! - exclamo e ponho a mão na boca, sentindo os meus olhos começarem a encher de lágrimas. Balanço a cabeça repetidamente, tentando acreditar que tudo isso não passa de um pesadelo, mas não é. Realmente está acontecendo. Só existem três vencedores do Distrito 12 e Haymitch pode, claro, ir no lugar de Peeta.

– Não pode ser - Portia sussurra ao meu lado, mas não vejo absolutamente nada. Apenas me levanto e saio correndo em direção ao meu quarto, ouvindo Cinna me chamar apenas uma vez. Passo pela porta e me tranco, escorregando por ela até sentar no chão e abraçar as minhas pernas, deixando-me ser consumida pelo meu pranto.

Tento encontrar alguma saída, mas parece impossível. Ele não vai conseguir enfrentar mais uma vez os jogos. Ele já se acaba com bebida todos os dias por causa disso. Ele não vai aguentar.

Eu preciso vê-lo.

Imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Effie já pode procurar uma cigana pra ler a sorte dela, porque a vida não ta fácil, colega xD

Bom, prometo deixar as coisas ainda piores daqui pra frente porque to planejando uma surpresinha entre o casal