Em teus braços escrita por Isabella Cullen


Capítulo 3
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Bom meninas nesse capítulo é revelado a idade do Edward, por isso não respondi aos comentários, nesse mesmo capitulo a Bella vai saber de toda a verdade.



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Há muitos anos atrás – Isabella Swam

Os dias passaram e eu sentia cada vez as coisas mais estranhas. Papai esteve um pouco mais calado e minha mãe chorosa, não conseguia entender muita coisa, mas as provas finais estavam me sugando e cada vez mais eu e Alice nos dedicávamos mais e mais em ter boas notas para terminarmos o ano bem. Eu queria fazer medicina, talvez enfermagem, mas eu não tinha ainda muita certeza de qual área me encaixava. Peguei minha mochila da cama e fui descendo, só que meu pai estava no final da escada e me olhava apreensivo.

– Bom dia pai.

– Eu e sua mãe precisamos falar com você antes que vá... se não quiser ir depois disso...

– O que está acontecendo?

– Venha...

Nós fomos andando até a sala. Minha mãe estava lá sentada olhando as mãos. Eu sentei na frente deles já que meu pai sentou do lado dela segurando sua mão.

– Você lembra daquela viagem que fizemos há uns anos atrás? – eu assenti querendo apenas ouvir o resto da história. Algo em mim se remexia e me fazia não querer ouvir. Eu não iria gostar. – Sua mãe precisava ser operada e fazer um tratamento, nós não tínhamos como pagar algo desse tipo.

– Mas vocês usaram um dinheiro que era meu lembra? A herança da vovó?

Minha mãe estava chorando e eu fiquei com medo de sua pressão subir ou algo assim.

– Não há nenhuma avó rica Isabella. – meu pai falou triste e até mesmo decepcionado. – Sua avó morreu pobre e não havia nada de valor que ela poderia te deixar ou me deixar...

– Nos perdoa... nos perdoa.. – minha mãe suplicava e eu queria entender o que tinha acontecido.

– Mãe por favor, olha sua pressão. Se acalma, eu vou pegar um copo de água.

Eu fui para cozinha e peguei um copo de água colocando um pouco de açúcar e tentando nesse meio tempo me recompor. Se não havia dinheiro de herança tudo que vivíamos era uma mentira, o dinheiro vinha de algum lugar todo mês e como mantínhamos meu carro, a casa e mais as despesas para minha escola? A explicação de investimentos bem sucedidos com o dinheiro também não era mais válida. Quando eu voltei eu sabia que seja lá o que tivesse acontecido nessa época não era algo fácil de contar e muito menos eles tinham orgulho disso.

Minha mãe pegou o copo com as mãos tremendo e eu olhei meu pai com olhares que variam de medo a preocupação. Seja lá o que fosse eu precisava ser forte, por eles também, eles não mereciam mais tristeza.

– Continua pai.

– Filha eu sei que isso não vai ser nem um pouco fácil de aceitar, mas na época era tudo confuso... eu fiquei sozinho com você e sua mãe doente, eu não queria perder ela e muito menos você. Eu nunca faria algo que te fizesse mal, entende isso?

– Claro pai.

– Um rapaz me procurou, na época ele tinha vinte anos, ele estava no mesmo hotel que nós. Ele a viu algumas vezes.

Meu corpo todo gelou nessa hora.

– Ele, filha ofereceu pagar o tratamento de sua mãe e todas as despesas que se seguissem. Ele era herdeiro de uma grande fortuna, tinha suas responsabilidades...

– O que ele tem haver com nossa vida hoje pai?

– Ele disse que você era a única coisa que ele poderia desejar.

– O que? – eu não conseguia nem ao menos tentar entender tudo aquilo, era quase monstruoso.

– Eu e ele? Como.. eu sou dele ou algo assim? Vocês me venderam?

– Não foi uma venda! – mamãe gritou desesperada. – Ele realmente gosta de você.

– Gosta? Uma pessoa que compra a outra gosta? Eu tinha dez anos como ele poderia ao menos saber de algo assim? Isso é repugnante!

– Não teríamos sua mãe se não fosse por ele. Não teríamos nada. – papai disse derrotado.

– Como nada?

– Eu a princípio não aceitei, nós voltamos e o banco em que fizemos a hipoteca foi comprado, o novo banco queria garantias que poderíamos arcar com a dívida, mas eu vendi meu carro para pagar uma parte do tratamento e depois algumas coisas como um brinco de brilhantes para ajudar, mas nada disso era o suficiente e com a viagem tínhamos tido despesas como a do hospital.

– Ele reapareceu não foi?

– Sim, ele reapareceu quando sua mãe entrou em coma. Eu estava desesperado, você ficava o dia todo no hospital porque os médicos diziam que ela tinha tido várias complicações inesperadas e você só chorava... chorava... ele pagou a cirurgia, o tratamento e pagou a hipoteca e nós conversamos sobre você. Ele passou um mês aqui.

– Eu nunca o vi. – tentava relembrar de algum fato, mas não conseguia. Nessa época eu fui encaminhada para uma escola internada, eu vivi lá pelo menos um ano porque papai se dedicou a minha mãe. Eu a visitava no hospital nas férias e em feriados. Cada ano ela parecia mais recuperada.

– Ele pediu que não se vissem até... até o casamento.

– Casamento? – me levantei assustada.

– Ele é um árabe... um sheik...

– Como assim? Eu estive noiva esse tempo todo?

– Mais ou menos filha...

Olhei para minha mãe que agora soluçava nos braços do meu pai. Eu estava ainda tentando entender o que estava acontecendo.

– Eu nunca o vi, você e ele se falaram depois disso?

– Sim, ele sempre pergunta por você e suas necessidades...

– Deus meu pai! ele é mulçumano! Já pensou como isso será difícil? Pensou que eu não quero sair do país? Não o conheço e talvez nunca goste dele. Eles batem nas mulheres! Casam com mais de uma! O que você acha que vai acontecer comigo?

– Nada disso vai acontecer você! Ele não é assim!

– Você não o conhece para saber como ele é!

– Ele sempre se mostrou respeitador Isabella, não fez ou disse nada todos esses anos que me dissesse o contrário, ele é metade inglês. Sua mãe é inglesa e até onde eu sei o pai dele respeita as mulheres, ele concedeu o divórcio a mãe de Edward quando ela achou que aquilo não era mais o caminho dela.

– Você está recontando o que ele disse para você, não conhece nada sobre ele papai. Pode ser um terrorista procurado pela Interpol que para mim dará no mesmo. – paramos de falar e fiquei pensando o que aconteceria dali por diante. – Se eu não quiser ele ou sair do país o que vai acontecer? Ele vai matar vocês ou algo assim?

– Ele não é assassino. – meu pai disse contrariado. – Eu assinei um contrato Isabella, você precisa ir.

Olhei assustada para os dois sentados na minha frente.

– Um contrato?

– Você quando completou 17 anos estava automaticamente casada com ele.

Eu ia completar 18 e estava casada. Casada.

– Como assim casada?

– Sim. Ele se comprometeu a cuidar de você...

– Eu estou casada. – disse sem acreditar. – Eu saí com Mike, casada com outro homem...

– Ele permitiu, achou que seria bom...

– Deus! O que seria bom?

– Você conhecer alguém, ter um encontro.

Quase gritei deixando minha revolta sair em forma de gritos, mas eu me contive. Eu não iria gritar mesmo querendo e sabendo que isso seria o certo. Eu era filha de Charlie e como ele, eu sabia que nada disso resolveria nada. Minha mãe que esteve calada até então se levantou chorosa e me abraçou. Não a abracei de volta, mas deixei ela me abraçar.

– Você pode voltar se quiser. – ela disse me olhando.

– Voltar? Então eu vou?

– Ele disse que se você passasse dois anos e não se acostumasse você poderia voltar e ficar com a guarda de seus filhos, está no contrato.

– Filhos? Ele está achando que vou para cama com ele?

– Filha... é difícil...

– Eu não quero ter filhos com ele. Eu não quero nada dele!

– Mas precisa passar dois anos, se não quiser ficar você volta e tudo continua. Nós estaremos aqui.

– Vocês vão... o bebê estará com um ano quase dois, eu não vou poder te ajudar com ele... eu não vou para faculdade...

– Claro que vai querida, lá tem faculdades também.

– Eu preciso ir.

E então eu saí para andar um pouco, a casa e toda essa história estavam me sufocando.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês mais tarde!