Sentimentos não percebidos. escrita por Gabs


Capítulo 7
Conversas


Notas iniciais do capítulo

OI demorou um pouco, mas está aqui



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James Potter

Está na hora do almoço e eu ainda nem saí da cama. Não conseguia tirar as palavras da Lilian da minha cabeça. “Você é James Potter, agiu como o esperado”. Não sei porque, mas quando Lilian falou isso foi a primeira vez na vida em que eu não queria ser James Potter.

Algo no tom de voz dela me tocou fundo. O olhar dela, aquele olhar...

“Você é James Potter, agiu como o esperado”.

Por algum motivo eu não queria que ela esperasse de mim aquele tipo de atitude. Saber que ela me achava tão... Me doeu. Eu preferiria mil vezes ter decepcionado ela. Queria que ela tivesse expectativa sobre a minha pessoa, mas ela me tinha lá embaixo. E quem diria, ela tinha razão.

“Você é James Potter, agiu como o esperado”.

Merlim! De todos os seres humanos que eu podia ser, porque fui logo ser James Potter. A única pessoa do mundo que Lilian Evans não suporta. Ou melhor que ela ignora.

Merlim! Porque diabos eu estou querendo que a Evans se importe comigo? Eu não preciso dela. Quem liga se ela não esperava alguma coisa de mim? Eu não ligo. Não mesmo.

....

LILIAN EVANS

James não tinha aparecido em nenhuma aula hoje de manhã. Fiquei preocupada. Preocupada não, curiosa. Até parece que eu, logo eu iria me preocupar com o Potter.

Ele devia era está em algum canto com a Emily Duncan. Meu estomago revirou.

Queria perguntar a Remo o porquê da ausência dele, mas seria estranho demais. Nunca liguei para as faltas dele porque iria ligar agora. Logo agora.

Esperei ansiosamente para que alguém perguntasse, algumas das meninas, Sirius... sei lá, alguém. Mas nada. Ninguém ligou.

Por fim não aguentei de preocupação. Ops. C-U-R-I-O-S-I-D-A-D-E.

–O aconteceu com o Potter que não apareceu nas aulas hoje.

Pergunto como quem não quer nada durante o almoço.

Todos me encaram.

–Desde quando se importa se o Jay falta ou não as aulas?

Pedro pergunta.

–Eu não me importo. É que lembrei que as meninas o viram na enfermaria e perguntei, só.

–Ele não está doente. Só não levantou da cama hoje.

Sirius respondeu.

–Deve estar com ressaca de ontem.

Frank comenta.

–Acho que é só preguiça. Ele anda assim desde a briga com o Si...

Pedro comenta.

Olho para Sirius, mas me ignora e continua comendo.

–Nesse ritmo ele vai perder o ano.

Comento.

–Desde quando se importa se ele vai ou não perder o ano?

Pedro perguntou novamente.

–Eu não me preocupo. Só comentei. Não é porque eu comente algo sobre seu amiguinho que eu me importe com ele.

Mas eu me importava. Ele não estava sendo ele nos últimos dias. Quer dizer ele estava sendo James Potter o super pegador, mas já não andava mais com os amigos, não ia as aulas (não que ele assistisse), nem mesmo bombas de bosta ele anda soltando... E hoje na torre de Astronomia... James estava com um olhar.

Ele estava se sentindo sozinho, abandonado, perdido... eu sabia. Porque passei as férias vendo essa mesma expressão quando me olhava no espelho. Dependo do dia ainda podia ver.

Ele estava se martirizando, o tom dele quando falou da Duncan. James estava um caco, na merda, e para completar seu melhor amigo quase irmão brigara com ele.

Eu sabia como ele estava se sentindo.

Talvez por isso ele estivesse dormindo com qualquer uma ultimamente porque essa é a forma que ele achou para fingir que esses sentimentos não existem. Foi a forma que ele achou para se entregar.

Eu mesma passei uma semana vegetando no sofá. Não falava, não levantava. Não conseguia nem subir as escadas para ir para o meu quarto, era doloroso demais, solitário demais.

Eu não estava só, mas eu sentia um vazio (ainda sinto) tão forte, tão vivo que eu imaginava poder toca-lo.

Balancei a cabeça e afastei aqueles sentimentos, aquelas lembranças.

...

James Potter.

Marlene estava terminando algum dever. Sentei ao lado dela. Ela me olhou com ódio.

–Eu já estava de saída.

Disse ela pegando seus deveres e subindo as escadas.

Ótimo! Lene e eu fomos criados juntos, nossos pais são amigos, sempre a tive como uma grande amiga e agora ela não suporta nem sentar ao meu lado.

É. Isso porque ontem Remo me afirmou que eles também eram meus amigos.

Sinto o olhar de alguém me observando. É o dela. Me olha como se pedisse desculpas.

Ela não devia me olhar como se a culpa fosse dela. Era minha culpa. Porra Evans eu não preciso da sua pena.

Bufo irritado. Com a Lene. Com o Remo. Com a Lily. Principalmente comigo.

...

LILIAN EVANS

–Lene você não devia ter feito aquilo.

Digo sentando-me ao seu lado na cama.

–Aquilo com o James? O que deu em você Lily? Agora fica toda preocupada se ele está doente ou indo as aulas.

–Estou me sentindo culpada. Você, Sirius, Alice, todo mundo está tratando ele mal por causa daquele beijo que vocês armaram.

–Claro que estamos tratando ele mal. O que ele fez não certo.

–Foi comigo Lene e até eu já desencanei com essa. Ele sempre agiu como um cretino, não é ele foi um cretino comigo que todos têm que odiá-lo. Eu sou grandinha, não preciso de ninguém para tomar minhas dores.

–Lily. Você está gostando do Jay?

–Não é isso. Eu vi o olhar dele. Ele está mal. Os amigos o abandonaram.

–O abandonamos porque ele mereceu.

–Eu sei como é querer ter seu irmão do lado e só receber desprezo, ele sente falta do Sirius, e agora você também não quer a presença dele. James só vai ficar pior.

–Não quero ouvir você o defendendo. Não mesmo. Não depois dele ter te humilhado por todo castelo. Eu tenho todo direito de esta brava com ele, todos nós temos. Principalmente você Lily.

–Não posso passar minha vida inteira odiando o James por ser ele mesmo.

–Desde quando você o chama de James? Lily, por favor, não me diz que está sentindo alguma coisa por ele;

–Eu estou. Pena.

Digo saindo e a deixando sozinha no quarto.

Eu gostando de James Potter. Até parece. Nunca. De jeito nenhum. Impossível.

Então porque me preocupo com ele.

Não estou me preocupando só estou curiosa. Só isso.

E com pena.

Talvez eu o compreenda.

Mas gostar? Nunca. Jamais. Não sou idiota.

James Potter

Fiquei parado nas escadas esperando para onde elas me levariam. Saio no sexto andar. Ando um pouco e me jogo no chão. Não tinha ninguém andando por ali.

O olhar de desprezo da Lene ainda pairava na minha cabeça.

Minutos depois, ou talvez tenham sido horas alguém se sentou ao meu lado. LILY.

–Você está bem?

Perguntou ela depois de milênios em silencio.

Me assustei com a pergunta. Eu esperava algo mais agressivo.

Eu a olho. Ela está encarando suas mãos, seus dedos estão nervosos. Queria ver seu olhar, mas seus cabelos estavam na frente.

–Não sei.

Falo sinceramente. Ela me encara.

–Você devia me odiar.

Declaro ainda olhando naqueles olhos verdes.

–Eu devia.

–Porque não me odeia?

Pergunto curioso. Caramba eu estou me odiando nesse momento.

Lilian Evans vira o corpo em minha direção. Seu joelho encosta na minha perna.

–Não sei. Eu tentei, mas não consegui.

Me calei não sabia o que dizer.

–É impossível me odiar, é o meu charme. Um dos meus vários.

Brinco. E ela ri.

–Eu não creio que você tenha algum charme.

Foi a minha vez de rir.

–Essa doeu.

Digo colocando a mão no peito.

–Desculpa.

Falo. Ela me olha com dúvida;

–Pelo quê?

–Desculpa. Você é uma garota legal. Não merece que alguém saia gritando por todo castelo que te beijou. Não agi certo com você.

–Já disse que está tudo bem.

–Não, não está tudo bem. Você nem quis me beijar. Por Merlim! Eu andei me vangloriando por ter beijado você e só aconteceu porque você foi desafiada. Sou um idiota.

–Eu geralmente prefiro te chamar de cretino.

Sorrimos um para o outro.

–Sério, nunca escutei. Acho que estava preocupado demais desviando dos seus feitiços.

–Eu sou boa em feitiços. –Falou ela orgulhosa- é um dos meus vários talentos.

Ficamos conversando por um bom tempo. E pela primeira vez em dias eu estava feliz, realmente feliz. A tarde já estava acabando.

As pernas dela já estavam sobre as minhas, nossas cinturas estavam perto uma da outra, e enquanto ela sorria de alguma coisa idiota que eu tinha dito fiquei encarando aqueles lábios. Nao sei qual de nós dois deu o primeiro passo, mas logo estávamos nos beijando.

Puxo sua cintura para mais perto e Para a minha surpresa ela não me empurrou, não me deu um tapa na cara. Ela agarrou minha cabeça puxando os cabelos da minha nuca.

Ela se afasta e desgruda nossas bocas, me olha assustada e sai. Corre. E eu fico ali... sozinho.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer agora???



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