James Potter.

Passei o dia inteiro pensando no que Alice havia me dito. Lilian era orgulhosa, e eu havia magoado ela, ou seja, ela não iria facilitar para mim. Eu precisava de um plano, mas não podia contar com nenhum dos meus amigos para isso, eles, mesmo tendo me perdoado, ainda não haviam engolido o ultimo plano deles.

Não fui ao salão principal fazer nenhuma das refeições, mas na hora da jantar fiquei em um corretor na saída do salão, na espreita esperando ela sair.

Ainda não tinha ideia do que iria fazer, mas queria vê-la. Graças a Merlim ela saiu sozinha, segui atrás dela pelo caminho da Torre da Grifinória discretamente. No corretor que levava a Mulher Gorda ela virou-se rapidamente, me encarando com curiosidade.

—Vai me seguir por todo caminho?

Perguntou com um sorriso confiante.

—Quem sabe.

Dou de ombros.

—O que você quer James?

Aproximei-me dela. Até ficarmos há alguns metros. Minha respiração fica mais pesada e me xingo por demonstrar o quanto ela mexe comigo.

—James fala o que tem para falar logo.

Diz ela impaciente.

—Duas vezes você me beijou obrigada...

—Sobre isso...

—Deixe-me terminar. – Corto-a –Por duas vezes você me beijou obrigada, a terceira não vai ser.

—Como?

Estranha ela.

Sorrio antes de puxá-la para um beijo. E nossa , como o beijo dela era gostoso. Comecei lentamente, mas logo ela puxou os cabelos d aminha nuca me puxando para si exigindo profundidade e não me fiz de rogado e aprofundei.

Escuto alguém arranhando a garganta atrás de mim, e nos separamos rapidamente. Era Sirius. Lilian olha ele e depois para mim, seu rosto está vermelho de vergonha. Passo as mãos no meu cabelo também nervoso, e antes que eu consiga proferir alguma frase sinto a palma da mão de Lilian no meu rosto.

Quando me dou conta do que aconteceu vejo somente seus cabelos passando pela passagem. Sirius correu atrás dela, e eu fiquei ali tentando entender porque ainda estava tentando alguma coisa com ela. Estava na cara que ela sentia alguma coisa por Sirius. E, eu idiota imaginando que tinha chance.

Depois de alguns minutos absorvendo o tapa que levei entro no salão comunal, ela estava lá abraçada em Sirius. Aquela imagem me machuquei , subi calado para meu quarto, deitei na minha cama e desisti.

...

—Pontas!

Sirius entrou no quarto furioso.

—Vai ficar fechado aí na sua cama, ou vai me encarar como homem?

—O que quer Sirius?

Pergunto com impaciência.

—Sua amiga não contou?

—Ela falou que não tinha sido nada, que não tinha significado nada.

Aquelas palavras doeram mais que o tapa.

—Foi exatamente isso que aconteceu.

Digo saindo do quarto antes que ele se desse conta das lágrimas em meus olhos

...

Que droga! Penso quando a encontro na Torre de Astronomia. Vou saindo, mas ela percebe minha presença.

—James? Como sabia que eu estava aqui.

—Não sabia. Gosto desse lugar.

Digo indiferente. Saber por Sirius que meu beijo, mais uma vez, não tinha significado nada, me feriu.

—Gosto de vim aqui para pensar.

Declara ela após um momento em silêncio. Não digo nada, só aceno com a cabeça.

—Desculpa pelo tapa, eu só não sabia o que fazer...

—Relaxa. Não significou nada, certo?

Ela demorou um pouco para entender a referência. Quando entendeu me deu um olhar compreensivo, e sorriu.

—Depois nós mulheres que somos fofoqueiras.

Exclama. Não digo nada novamente. Ela respira fundo.

—Eu confirmei para ele que não significou nada, então não precisa se preocupar.

Ela ri.

—Ainda com a ideia estupida que Sirius e eu temos alguma coisa?

—E não tem?

Pergunto tentando não demonstrar interesse.

—Sirius, é um irmão para mim, nada mais.

Meu coração dança com essa declaração, pelo menos por alguns segundos, logo meu cérebro me lembra de que isso não significa necessariamente que ela sente algo por mim.

—James, eu a única vez que te beijei por obrigação foi a primeira vez.

—Mas você disse...

Digo confuso.

—Eu sei o que disse. Eu estava mentindo. Da mesma forma que menti ao dizer para Sirius que o que aconteceu agora pouco não tinha significado nada. A verdade é que eu não sei o que significou, nem se significa nada. A única coisa que sei é que deveria te odiar com todas as minhas forças, e não ficar te beijando pelo castelo.

—Lilian, eu também não sei o que é isso, mas eu gosto. Eu me sinto bem quando estamos assim juntos, mesmo que seja conversando. Não gosto de te vê toda carinhosa com Sirius, assim como nunca gostei quando era com Remo...

—Isso... Essa coisa entre nós não pode acontecer James, nunca!

—Porque não?

—Porque estou falado que não. Então porque não esquecemos? Porque não fingimos que não nos conhecemos?

—Eu acabo de insinuar que estou me apaixonando por você e é isso que me diz?

—Sim. Eu e Você não pode acontecer.

—Porque não?

—Eu não tenho coração James. Pode me deixar em paz, por favor.

—Me odeia tanto assim?

—Eu não odeio você, James. Esse é o maldito problema.

—Então me diz o que é?

Digo puxando –a para perto de mim.

—James, por favor.

Diz ela choramingando. Eu tento me afasta, mas a boca dela me chama. E eu a beijo mais uma vez naquela noite.

—Porque me quer longe, se também gosta disso entre nós?

—Justamente por isso, James, me deixa, por favor.

—Lilian...

—Por favor.

Pede ela chorando. Eu sei que devia fazer o que ela pedia e ir embora, mas não podia deixa-la sozinha ainda mais chorando. A puxo para mais perto e a abraço.

Depois de vários minutos minha camisa já estava toda molhada só do choro dela.

—Lilian, me diz o que está acontecendo.

Imploro. Porque percebo que não se trata de nós dois. Sei que é algo mais grave.

—Não importa o que isso entre nós signifique. Não posso me envolver com você, nem com ninguém.

—Você tem alguém na sua vida trouxa, é isso?

—Não.

Diz ela e começa a chorar novamente. Quero continuar meu questionário e saber porque ela realmente me quer longe, mas alguma coisa me diz que preciso ir devagar com ela. Uma pequena frase da conversa com Alice, que antes passou despercebida, surge no meio dos meus pensamentos: ‘Querendo ou não, você, James Potter, a magoou, e a Lily é orgulhosa, e acima de tudo está em um momento muito delicado’.

Lilian estava em um momento delicado? O que aquilo significava?