Edwin voltou a franzir o cenho.

– Pois bem, suas canções ganharam meu respeito. Agora cante outra. - ordenou ele, se ajeitando no trono.

Internamente Alexandra se agradeceu por ler livros e assistir filmes medievais, porque senão...

A garota se sentou no chão com cuidado, mas o vestido era surpreendentemente confortável.

– Upon a New Year's day

A host of knights pray

That from the anvil one could draw the sword

As each knights took his turn

They found the anvil, held it firm

None worthy of a future King and Lord

Sir Kay the bravest Knight

Appeared to try his might

He dreamed of being King, as all the rest

To Arthur Sir Kay called to search

And bring for him a sword

In earnest Arthur set about his quest...

Edwin fechou os olhos. A voz da estranha garota Alexandra o fazia se sentir tão bem, de um modo que ele nunca se sentira. Havia feito uma ótima escolha a nomeando menestrel. Sua voz era a mais bela que ele já ouvira; não era aguda demais nem grave demais, era suave e encorpada, forte e melodiosa. Combinava com ela.

Ele abriu os olhos e olhou para a garota; ela não percebeu, pois olhava para a janela que dava vista para o reino. Não que ela conseguisse ver muito dali. Alexandra era muito bonita, seus cabelos eram longos e muito escuros como o céu a noite, seus olhos gentis e misteriosos. Sua pele era branca como a neve que caia no inverno. Mas com certeza era o cabelo o que mais chamava a atenção nela, ele não estava acostumado a ver mulheres com cabelos escuros, a maioria tinha cabelos loiros ou castanhos claros. Alexandra parecia ser nova, talvez com sua idade, dezessete anos. Ele ainda precisava interroga-la, mas iria esperar ela terminar de cantar.

A churchyard in the wood

The sword and anvil stood

And Arthur Drew the sword out of the stone

The anvil now defeated

His quest for the sword completed

A sword that was to place him on the throne

Sir Hector and Sir Kay saw the sword

And knelt to pray

Then gently took it from Young Arthur's hand

They marvelled at his quest

Proclaiming to the rest

Arthur is the King of all this land.

Alexandra estendeu um pouco a nota final e olhou para o rei Edwin que agora a olhava.

– Quantos anos você tem? - perguntou ele, a pegando de surpresa.

– Tenho dezesseis, Majestade. - respondeu.

Edwin a encarou pensativo.

– Cante mais uma música, Alexandra.

A garota pigarreou, já começando a torcer para que Edwin tivesse algum compromisso e a mandasse se retirar. Mas cantou mesmo assim, porque quando cantava não se lembrava de que estava em um mundo desconhecido e não ficaria com vontade de chorar.

– When the cold Wind is calling

And the sky is clear and bright

Misty mountains sing and beckon

"Lead me out into the light"

I will ride, i will fly

Chase the Wind and touch the sky

I will fly

Chase the Wind and touch the sky

Where dark woods hide secrets

And mountains are fierce and bold

Deep Waters hold reflections

Of times lost long ago

I will hear their every story

Take hold of my own dream

Be as Strong as the seas are stormy

And proud as an eagle's scream...

Nesse momento a música de Alexandra foi interrompida; um homem de armadura e cabelos loiros claros entrou na sala do trono. Ela parecia ser importante.

– Desculpe-me entrar assim, meu senhor mas é uma emergência. - disse o homem depois de se curvar - Um problema na cidadela.

Alexandra olhou para Edwin e viu que o rei corara de raiva. Ele se virou para ela.

– Vá para os seus aposentos. - em sua voz havia fúria contida.

Alexandra se levantou rapidamente e saiu da Sala do Trono.