Alexandra reclinou-se na cadeira enquanto disfarçadamente olhava para o relógio em seu pulso. Faltava só quinze minutos para a aula de Química II acabar e ela finalmente ir para casa. A garota sorriu e girou o pingente em seu pescoço. O colar de sua mãe, o único presente que a deixara antes de morrer. A mãe de Alexandra, Aella ( sim, um nome estranho, não? ) havia falecido minutos depois de dar a luz a garota. Mas Alexandra não pensava muito sobre isso.

O sinal que indicava o fim da aula tocou e ela se levantou, jogando a mochila por sobre o ombro e saindo. Estava começando a chuviscar, mas mesmo assim resolveu usar o atalho de sempre para ir para casa. Ao invés de seguir pelas ruas, a garota se esgueirou por entre as folhas úmidas e árvores do bosque que ficava atrás da escola.

Tudo estava bem, como todos os outros dias, apesar do caminho escorregadio. Porém no meio do caminho o ar passou a ficar mais denso.

Alexandra ficou tonta; pareceu que o mundo girou 360 graus e o vento rodopiou a sua volta. Ela caiu de costas no chão, enjoada e com a visão desfocada. Fechou os olhos por alguns segundos, até sua cabeça parar de girar, e os abriu novamente.

O bosque em que ela estava não era nem de longe o bosque de trás de sua escola. O céu estava escuro, já era noite; ventava. Um vento que com certeza prometia uma tempestade.

Alexandra se levantou rapidamente, ainda um pouco tonta. Olhou para os lados, mas nem sinal de sua mochila, nem de seu celular. Ela começou a tremer, de medo e frio. Já havia percebido que não estava mais tão perto de casa.

O vento soprou mais forte e frio; a garota apertou a jaqueta mais contra o corpo e mordeu os lábios tentando fazer os olhos não lacrimejarem.

Tudo bem, tudo bem, pensou, Eu preciso sair deste bosque, ou floresta, não tenho mais certeza de nada.

Alexandra começou a caminhar, sem um rumo especifico, apenas para sair de lá. Mas parecia que a floresta não tinha fim, quanto mais andava mais parecia não sair do lugar. Suas pernas começaram a ficar dormentes, mais ela se forçava a continuar; afinal, não gostava dos uivos que ouvia atrás de si.

Uma luz. Sim, uma clareira a sua frente. Parecia que estava chegando ao fim da floresta. Mas barulhos de cascos a fez parar aonde estava.

A jovem arregalou os olhos quando percebeu uma dúzia de cavaleiros medievais vindo em sua direção. Suas armaduras eram belas e suas lanças e espadas intimidadoras. Um deles a viu, gritou algo para outro e logo a cercaram.

O que é isso? O universo de O Senhor dos Anéis?

- Quem é você e por que invade o reino de Breanainn?

- Vamos leva-la para Lorde Edwin decidir o que fazer com ela.

- Provavelmente é apenas uma mulher da noite...

As vozes se misturavam. Alexandra sentiu quando vendaram seus olhos e amarraram suas mãos. Ela sabia que seria pior se resistisse, havia lido vários livros medievais. Por pior que fosse, seria melhor ser levada a esse tal de Lorde Edwin.

Não demorou muito até que chegassem ao destino. Ainda vendada, a garota foi levada para dentro do palácio, sem saber para que lugar.

- Meu senhor, nós achamos essa garota andando pelos seus domínios. Usando essas vestimentas estranhas. Não sabemos de onde ela veio. - disse uma voz, que ela reconheceu como sendo de um dos cavaleiros.

Alexandra foi posta de joelhos. Retiraram sua venda para que ela pudesse encarar o rei.

Wow. Foi tudo o que ela pensou. Aquele rapaz sentado no trono parecia ter a sua idade, dezesseis anos, dezoito no máximo. Seus cabelos eram claros e seus olhos gélidos. Tinha um rosto muito bonito, com traços arrogantes. Não usava coroa, mas não precisava; seu porte e expressão diziam que apesar de muito novo era um líder respeitado.

Impetuoso, mau e intimidador.

Lorde Edwin arregalou levemente os olhos quando a encarou.