Presente de Natal escrita por FaonLV


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Primeiramente vou desejar um feliz natal adiantado, que vocês inflem de tanto comer, que ganhem muitos presentes, que se divertam, que aproveitem o momento com a família e amigos em harmonia e sem criar inimizades.
Essa fic é um presente meu ao grupo de fãs de yaoi e Percy Jackson do face, mamãe ama vocês seus viados ♥ .



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Era natal. Eu não consigo entender ate agora o motivo de semideuses comemorarem o nascimento de cristo, mas acho melhor não perguntar e me deixar levar pelas festividades. Leo esta vestido de elfo e correndo atrás de Percy por ter roubado um dos presentes de de baixo da arvore, eu apenas observei. Aqueles dois tem muita coisa em comum e parece que perceberam isso depois da derrota de Gaia. Piper e Annabeth estão servindo a mesa, Hazel esta montada em Frank - que se transformou em dragão- pondo a estrela no topo da arvore gigante do acampamento. Nego coma cabeça sem entender ainda o motivo de tudo isso.

- Deveria ir ajudar Jason. – comentou Nico ao meu lado. Ele estava sentado sobre a mesa que não seria usada abraçando os joelhos, usava um sobretudo negro por cima de um suéter tricotado por Reyna. Eu também usava um. Na verdade, TODOS NÓS ganhamos um.

Acho que arrumar uma namorada e adotar Nico como irmão mais novo fez esse lado materno de Reyna se sobressair. Piper fala estar amando ver Reyna assim, que acha que ela esta cada vez mais fofa... para falar a verdade, a culpa é dela, por isso ela defende! Mas eu fico assustado. Olhe só o meu lado, estou acostumado a ver uma pretora quando olho para Reyna, um companheiro de batalhas, uma estrategista, alguém que eu respeito e obedeço cegamente... ai ela vira de uma hora para outra uma garota doce, carinhosa, sorridente, protetora, gentil... cara... isso foi de mais para minha cabeça. Me sinto meio Percy com isso. Balancei a cabeça desviando o olhar do suéter de Nico.

- Você também devia ajudar, e esta aqui só olhando. Não cobre nada de mim. –respondi voltando a acompanhar a corrida de Leo e Percy, que agora estavam lutando com bolas de fogo e água. Suspirei. - Isso vai terminar mal. – comentei e Nico assentiu, mas não se mexeu.

- Dou cinco minutos para a Annie intervir.

- Três. E ela vai dar um soco em Percy. – ele esticou a mão em punho e eu bati selando a aposta. Não deu outra, Annabeth recebeu água na cara trinta segundos depois , correu atrás dos dois e por fim os agarrou pela camisa dando um soco em cada.

- Quatro minutos. – comentou Nico suspirando decepcionado. – Ela costumava demorar um pouco mais.

- Eu esperava que ela fosse mais rápida dessa vez... – comentei batendo o dedo no queixo. Nico riu dando um soco de leve em meu braço. – E então, vai ficar?

- Bem... sim. – ele voltou a olhar para a arvore que agora estava se acendendo. Ao contrario das arvores de natal normal, a nossa tinha estrelas de verdade como pisca pisca... ou pelo menos uma miniatura delas feitas pelos filhos de Hefesto. Eu prefiro nem saber como eles fizeram aquilo ou o perigo que elas representavam. Afinal, eram pequenas explosões dentro de uma cápsula em uma arvore cheia de enfeites, o risco era enorme! - Eu passaria com Will, mas... – ele fechou os olhos. – Ele foi passar com os tios no Havaí. – me sentei ao seu lado e passei o braço sobre seus ombros de leve.

Will e Nico “namoraram” por algum tempo logo depois de Gaia cair – ou voar, entenda como quiser- e depois desse tempo os dois chegaram a conclusão de que não foram feitos para ficarem juntos daquele jeito . Eram diferentes de mais... ou pelo menos foi o que ele me disse. A boa noticia e que eles continuam amigos, muito... ate de mais para o meu gosto. Sim, eu sinto certo ciúme, afinal, eu fui o primeiro amigo de Nico, mas ele considerava Will seu melhor amigo. Tudo bem que eu tinha Leo, mas era diferente! Leo é meu irmão praticamente e... bah! O caso é que eu deveria ser considerado o melhor amigo de Nico. Não o Will!

- Você preferia passar com ele que com a gente? – perguntei torcendo para não deixar transparecer meu desagrado, ele negou com a cabeça.

- Não é isso. – Nico respirou fundo e abriu os olhos. – O problema não é ele ter viajado, ou a gente terminar. O problema foi o que aquele imbecil me disse antes de ir. Agora to com isso na cabeça e não posso nem dar um soco nele por dizer aquilo!

- Posso saber o que exatamente ele disse? – Nico desviou o olhar e eu bufei. – Odeio isso.

- O que exatamente?

- Você. – ele me olhou e depois desviou.

- Me desculpe então.

- Não foi o que eu quis dizer. Você sabe que eu te adoro, mas você nunca me conta essas cosias mais profundas. Eu guardei seu segredo sobre o Percy, por que não confia mais em mim? – Nico esticou as pernas e se inclinou mais para trás, o abracei com mais força o dando estabilidade, basicamente eu o estava mantendo sentado. – para de fazer força para trás! – ele riu e se inclinou mais. Desisti de o manter sentado. Deixei meu corpo cair junto ao dele sobre a mesa e ficamos deitado ali, olhando o céu com ele usando meu braço como travesseiro.

- Acho que tenho mais facilidade de me abrir com o Will por que ele entende mais minha cabeça que você... eu acho... pelo menos na medida do possível. – ele virou o rosto para mim. – Você é importante para mim Jason, mas Will... digamos que o tempo que a gente namorou fez uma ligação forte nascer entre nós, e não acho que será algo que eu conseguirei com você...

- Então para que você se abra comigo terei de namorar você? É isso? – Nico riu e encarou as estrelas. – É isso?

- Hum... não. – suspirei cansado. Ele sempre da essas voltas. – Eu não conseguiria ser só seu amigo se a gente namorasse e terminasse Jason... – ele completou tão baixo que eu mal escutei.

- Mas você é com o Will...

- Como eu disse, ele é um caso a parte. Aquele idiota. Duvido que eu conseguiria ser amigo de algum ex-namorado como sou dele. – bufei e ele riu de novo. Ele passou a fazer muito disso.

- Hey! – disse Percy se jogando sobre minha barriga e a de Nico, que perdeu o ar e começou a dar tapas na cabeça de Percy.

- Idiota! Sai!- Percy saiu de cima de Nico e continuou sobre minha barriga, Nico o fuzilou com o olhar. – O que foi?

- Ah, desculpa, esqueci que eu não faço seu tipo e não posso te tocar!- disse Percy dando de ombros e virando o rosto para Nico que o encarou de boca aberta pela infantilidade. Eu virei o rosto controlando a risada. – Então, Jason, vim avisar que já esta quase na hora as ceia, então venha rápido! – ele se levantou e se foi em direção a arvore, abraçando Annabeth pela cintura ao passar por ela e a arrastando com ele ate as mesas que seriam usadas.

- Se la Nico, mas acho que ele ficou magoado com o fora que deu nele...- Nico me encarou e tentou me bater, protegi meu rosto com os braços.

(...)

- Então amigos, eu quero agradecer a todos vocês por me darem os melhores presentes que eu poderia querer. – começou Reyna ao se levantar de seu lugar e erguer a taça de vinho. – Obrigada por me darem uma casa, amigos, uma família... - ela olhou para todos que assentiram sorrindo e depois seu olhar caiu sobre Nico. – Mas queria agradecer a esse garoto por me dar a chance de ter um irmão de verdade, um que eu posso cuidar e estar ao lado... - Nico sorriu constrangido e eu dei tapinhas em seu ombro. – Queria agradecer a Jason também. – a encarei surpreso. – Obrigado por me ceder a sua namorada... - todos riram e eu os acompanhei. – Piper foi, sem duvidas, o melhor presente que eu poderia querer este ano... – Piper esticou a mão para Reyna que a segurou com força sorrindo.

- Bem, não é como que se eu tivesse escolha não é mesmo? – ela e Piper riram. – Fora que entre mim e você, eu também te escolheria. – levantei a taça de vinho. – Eu desejo vocês duas só o melhor Reyna... - Piper sussurrou um obrigado e Reyna assentiu voltando a se sentar.

- Jason, sempre dando apoio aos casais GLS... - comentou Percy rindo junto com Leo enquanto tomava um gole de sua taça.

- Pelo menos não levei um fora e faço o tipo de Nico... - Percy cuspiu o vinho e começou a engasgar. Leo caiu na gargalhada batendo a mão na mesa, Annabeth cutucou Percy no ombro.

-Acabou de levar um fatality cabeça de alga! – disse rindo.

- Ate você?

- Eu também faço o tipo de Nico. – Percy a encarou de boca aberta incrédulo enquanto ela dava de ombros e batia um high-five comigo. – Pena que sou mulher...

- Traidora! – brigou ele fazendo bico.

- Eu ate te defenderia Percy, mas você foi infantil comigo há alguns minutos... - comentou Nico bebericando o vinho.

- De todo jeito... - começou Hazel dando um tapa de censura no ombro de Nico. – Devemos agradecer por podermos fazer esta festa hoje. Agradecer por termos sobrevivido para poder passarmos o natal juntos...

- Só uma pergunta...- Começou Leo.- Por que só tem a gente aqui? Só os sete da profecia e os coadjuvantes da missão? - perguntou olhando para os lados. – O acampamento ta sempre cheio, por que só a gente aqui?

- Bem, nessa área que estamos só tem a gente mesmo. O resto do acampamento ta na praia, soltando fogos e fazendo festa... – disse Percy levando o copo à boca.

- Então... O que que a gente ta fazendo aqui? – perguntou Leo e eu olhei para Hazel que tinha encolhido os ombros. Por ser de outra época, ela considera natal uma data muito importante para se passar com a família e amigos, e deu a ideia de fazermos a festa tradicionalmente este ano, só com os sete da profecia, Reyna, Nico e Calipso.

- Se sente com vontade de sair?- perguntou Nico áspero. Coloquei a mão em seu ombro.

- Tenho certeza que não é isso que ele quis dizer Nico... – olhei para Leo que me encarou.

- O que? Que que eu fiz agora? – olhei para Hazel e ele seguiu meu olhar, só então entendendo. - Oh, Hazel...

- Tudo bem Leo... – disse a garota apertando a mão de Frank. – É só que eu achei que ia ser um momento legal, todos nós juntos... compartilhando memórias e essas coisas...mas acho que era assim só na minha época... desculpe...

-Não! Não, Hazel! – se apressou Leo em se levantar. – Não é isso! Eu só achei estranho os outros não estarem aqui, não que eu não goste... - Leo olhou para baixo. – Desculpe... – Hazel assentiu. - Serio Hazel... eu... o ultimo natal de verdade que eu tive foi com minha mãe, e tem tanto tempo... eu nem lembrava mais como era passar o natal com uma ceia rodeado de amigos e pela família...- Hazel abriu um sorriso e Leo sorriu constrangido também.

- Que momento fofo... – comentou Calipso. – Mas que tal comermos? Já estou babando nesse peru! – começamos a rir e nos servimos da comida.

(...)

- Hey Nico... – chamei quando já estávamos atacando o bolo de frutas e as tortas doces. – Tem uma sujeira no seu rosto... - ele levantou a mão tentando limpar o chocolate, mas só espalhou mais. – Hum... não... ai pra esquerda...- ele tentou de novo, mas não deu muito certo, suspirei e peguei o guardanapo e limpei eu mesmo.

- Obrigado... – disse abaixando os olhos para a comida.

-Nada. – voltei a comer e ouvi uma explosão, olhei para cima e os fogos começaram a explodir no céu. – Nossa... - suspirei ao ver as imagens se formando. Era como ver as estrelas dançarem e se juntarem ate tomar a forma de alguma coisa, desde flores a heróis famosos.

- Cada ano eles melhoram mais...- comentou Nico abandonando os talheres no prato e olhando o céu assim como eu, os outros continuavam comendo e conversando. – Não é estranho?

- O que? – perguntei distraído ainda olhando os fogos.

- Estarmos todos juntos assim, como uma família de verdade... comendo e rindo...- abaixei o olhar para ele e depois olhei ao redor. Era verdade, éramos como uma família ali, com direito ao tio “pavê ou pa cume” que seria o Leo, a avó carinhosa que seria a Reyna, a tia/mãe que coloca ordem que seria a Annabeth, o primo lerdo que seria o Percy... Um sorriso se abriu no meu rosto ao ver a Calipso se levantar e ir fazer uma trança no cabelo de Annabeth, Percy olhou para o meu lado e sorriu antes de se voltar para Frank e o forçar a comer um bolo de frutas.

- Somos uma família Nico. – respondi o olhando e pegando sua mão. – Somos todos uma grande e maluca família... – Nico me olhou e sorriu apertando minha mão.

- Esse e o melhor presente de natal que eu podia ter... – disse suspirando. – Tanto tempo que eu não me sentia tão... calmo... em paz...

- Então quer dizer que eu não preciso te dar mais seu presente? – ele me lançou um olhar divertido antes de me abraçar. Não o que eu já estava acostumado receber dele, mas um cheio de carinho e apertado. Correspondi escondendo meu rosto em seus cabelos e o apertando contra meu peito.

- Obrigado... - sussurrou em meu ouvido e o apertei mais. – Você foi o primeiro de fora a querer me entender... – soltei uma risada abafada por seu cabelo.

- Francamente... eu poderia dizer muita coisa, mas eu não tenho palavras...- me afastei dele e beijei sua testa. – Só que eu não sairei do seu pé pelo resto da vida. – Nico riu afastando meu rosto.

- Isso já esta bom o bastante para mim. – disse voltando a olhar os fogos e eu o acompanhei.

- Olha la! Sou eu explodindo com o Octavian! – gritou Leo apontando para cima. Senti dos dedos frios de Nico se movendo envergonhadamente em direção aos meus e eu entrelacei com os meus de forma definitiva. O olhei pelo canto do olho só para perceber que ele encarava o próprio prato vazio.

- Contemple as estrelas Nico...- sussurrei voltando a olhar para cima. – Elas estão sorrindo para nós hoje... – o senti apertar minha mão.

- Vem Calipso!- gritou Leo puxando a garota para algum lugar onde dava para ver os fogos melhor, Frank e Hazel os seguiram rindo e Percy arrastou Annabeth para outro lado.

– O que será que vai ser agora Jason? – perguntou Nico desviando o olhas dos fogos e me encarando, apertei sua mão.

- Não tenho a mínima déia. – respondi sorrindo. – Mas você me deve umas cinco aulas de canto! – ele fez uma careta. – To falando serio! Você me abandonou la para ficar com o Will! Agora eu vou cobrar! – ele revirou os olhos e abriu um sorriso singelo.

-Você esta bem mesmo com o fim do namoro? – perguntou agora olhando para Reyna e Piper se afastarem de mãos dadas. Olhei para elas e sorri.

- Para falar a verdade, estou muito bem. É ate estranho, mas eu fiquei tão feliz por ver os olhos de Piper brilharem ao falar da Reyna no dia que terminamos que não teve espaço para ressentimento ou coisa do tipo. – Nico acariciou minha mão com o dedão, separei nossas mãos e passei meu braço por seus ombros. – Para ser franco, a sensação de felicidade alheia com ela foi maior que a que tive com você e Will.

- É incrível como você fala essas coisas assim... do nada, e como se fosse normal.

- Considero justa toda a forma de amor... - respondi vendo ele fazer careta. Nico odiava frases batidas e feitas, o que era um motivo grande de eu sempre usar alguma. Olhei para o céu, os fogos estavam acabando e eu sei que ninguém vai voltar para a mesa hoje. Todos vão aproveitar o fim da noite com seu respectivo par. – Hey Nico... – chamei quando o ultimo foguete escrevia “the end” no céu. – Nós sobramos... – Nico riu saindo do meu abraço e se levantando da cadeira.

- Percebi isso há algum tempo...- ele esticou os braços acima da cabeça. – alguma sugestão para dois solteiros como nós passarmos a noite? – ponderei aquilo batendo o dedo nos lábios e por fim sorri.

- Na verdade tenho varias... – Nico me olhou estreitando os olhos. – Mas nenhuma que vai te agradar.

- Tente a sorte super man.

- Vídeo game? No modo idiota? – ele me olhou curioso.

- Não é o que você joga com Leo? – acenei que sim, ele respirou fundo. – Pode ser. – murmurou, começamos a caminhar em direção ao meu chalé, mas Reyna e Piper agarraram nossos suéteres por trás nos fazendo parar.

- É uma tradição as pessoas se beijarem ao estarem em baixo do visgo... – sussurrou Piper no meu ouvido, a olhei sobressaltado, meus óculos escorregaram e teriam caído no chão se Nico não os tivesse pegado no ar.

- Obrigado. – sussurrei os ajeitando no rosto e voltando a olhá-la. – Visgo?

- É Jason, esse aqui...- disse Reyna balançando o visgo acima da minha cabeça e da de Nico. – Vamos la, é a tradição...

- Você esta brincando comigo...- disse Nico a encarando, Reyna somente sorriu.

- Fizemos com todo mundo, só falta vocês dois... – disse Piper cruzando os braços na frente do corpo.

- Serio? Eu não vi ninguém se beijar! – reclamou Nico e Reyna bagunçou seus cabelos com carinho.

- Você não viu por que estava ocupado de mais abraçando o loiro aqui e encarando os fogos. – disse Reyna e desviou os olhos para mim. – Quem vai tomar a iniciativa? – disse balançando o visgo. Engoli em seco e ajeitei os óculos de novo no rosto, mesmo que eles não tivessem nem saído do lugar.

- Vamos la gente!- reclamou Piper batendo o pé. - Só um beijinho! Um selinho! Não vai matar ninguém!

- Não foi nessa de “um selinho” que você deixou Jason pela Reyna?- perguntou Nico e levou um tapa das duas meninas. Eu tive de rir.

-Não deixei ele, conversamos e chegamos a um consenso. – rebateu Piper olhando para mim em busca de apoio.

- Ela esta certa Nico. Tivemos uma conversa seria de três horas... – Piper assentiu satisfeita. – Mesmo que tenhamos terminado nos primeiros dez minutos e ela ficou o resto do tempo falando dos motivos de gostar de Reyna e de como ela é bonita... – dessa vez eu levei os tapas e ele riu.

- Da para vocês se beijarem logo e acabarem com isso?!- reclamou Reyna revirando os olhos. – Não tenho a noite toda, dar voltas não vai fazer agente esquecer o que vocês tem de fazer.

- Serio Reyna? Por que a gente? – choramingou Nico.

- Ate parece que é seu primeiro beijo! Para de doce! Beija logo! – Piper reclamou. – Eu juro que vou usar o charme se vocês continuarem com isso!

-Não é justo Piper! – censurei e olhei para Reyna em busca de apoio, ela apenas deu de ombros e eu a encarei chocado. Ela concordava com aquilo. – Fala serio!

-Cinco segundos! – disse Piper contando nos dedos. Nico suspirou cansado e virou meu rosto para o dele, aproximou nossos rostos e selou seus lábios com os meus.

Eu estava tão surpreso que não consegui me mexer, apenas fechei os olhos e fique sentindo ele mover os lábios devagar e com gentileza sobre os meus. Senti sua mão no meu rosto em um carinho terno, e deixando o ar que eu prendia sair, eu comecei a imitar o carinho que seus lábios me faziam.

Não aprofundamos o beijo, e quando nos separamos continuamos de olhos fechados, tocando o rosto um do outro e com as testas coladas, escutando Piper dar gritinhos.

- Eu disse Rey! Eu disse que eles tinham uma queda um pelo outro! – disse a garota feliz e batendo palmas, abri os olhos para poder ver.

- Tudo bem cupido, vamos deixar eles agora que conseguiu o que queria. – disse Reyna a puxando pelo braço para longe de nós e murmurando um desculpe, mas pelo sorriso que ela não conseguia conter, ela não queria se desculpar de verdade.

Senti Nico escorregar as mãos de meu rosto e as depositar em meu ombro ao mesmo tempo em que soltava um suspiro e abria os olhos. Nos olhamos por algum tempo que eu não me preocupei em contar, e por fim o puxei para um novo beijo que ele correspondeu jogando os braços ao redor do meu pescoço.

Com meus lábios colados aos dele tudo aprecia estar a quilômetros de distancia. E eu definitivamente não me importava. Eu me sentia mergulhado em algum rio onde era tudo calmo e o som tinha dificuldade em se propagar. Me sentia flutuando – o que provavelmente deve ter acontecido, mas vou relevar-, me sentia leve e quente de uma forma gostosa. Nico se separou de mim novamente e riu ao esconder o rosto no meu peito.

- Era por isso que eu queria bater no Will quando ele se foi. – o olhei confuso.

- O que uma coisa em a ver com a outra? – Nico ergueu o olhar para mim.

- Não terminamos por que não combinamos, pelo menos não totalmente por isso. Terminamos por que ele ficava incomodado com nossa amizade, pelo jeito que nos tratamos... Ele tinha ciúmes de você, e eu não queria abrir mão do que tínhamos, então preferi terminar que mudar o jeito que trato você. – me senti sem graça ao ouvir isso, ele havia terminado para continuar sendo meu amigo? – Mas tudo isso só começou a afetar o Will depois que você e Piper terminaram. Ele dizia que era obvio que você tinha uma queda por mim e que eu era burro de mais para ver a diferença de como me trata e trata os outros.

- Eu dou tão na cara assim? – perguntei bagunçando o cabelo. – Que constrangedor...

- Bem, não tem como eu dizer se da na cara ou não, Will é bom de mais para ler as pessoas... fora que eu não tinha certeza sobre como você se sente ate agora que me beijou de volta. – Nico apertou os dedos em meu suéter.

- E o que você sente? – ele riu nervosamente.

- Tenho um precipício por você. – disse olhando para baixo. – Mas é diferente pelo que eu sentia pelo Percy...- ele soltou minha roupa . – Com você era amizade, depois carinho, confiança... ai de repente, eu já estava querendo beijar você. Digamos que foi construído e evoluindo com o tempo... – ele franziu o cenho. – E cara, isso é tão diferente! Com Percy eu queria chamar a atenção para mim, que ele me desse valor, que soubesse que eu existia... mas com você... eu só queria que você notasse o que eu sentia e não mudasse por isso. – ele ergueu o olhar para mim. – Sabe aquele ciúme que eu tinha da Annabeth? – eu ri e acenei que sim, por vezes eu pensei que ele quisesse que a menina morresse no tártaro só para que Percy ficasse livre de novo.

- Impossível esquecer. – ele tirou o cabelo dos olhos.

- Não sinto aquilo por você. Eu ajudaria você a ficar com qualquer pessoa, daria força e amaria a garota por simplesmente ela te fazer feliz...- senti o rosto corar e Nico desviou o olhar.

-Podemos ver então que sentimos o mesmo... Por que foi exatamente isso que eu fiz em relação a você e o Will...- ele me olhou e abriu um sorrisinho. – Me doía um pouco, mas eu colocava na minha cabeça que você merecia ser feliz, não importa com quem fosse. Não importava se era comigo ou não...- estiquei a mão para a sua e entrelacei nossos dedos. – você ainda não me disse o que Will comentou que te deixou com raiva. – Nico balançou a cabeça.

- Ele disse para eu dar um jeito de parar de ser bobo e investir em você agora que não estava namorando. Ele mandou eu te arrastar ate um visgo e te obrigar a me beijar. – pude ver que ele ficou vermelho com a simples ideia. – E pelo que parece, ele se certificou de que eu te beijasse hoje.

- Bem, me lembre de agradecer depois então.

O puxei pela não e segurei seu rosto com a outra para lhe dar um beijo. Sua mão apertou a minha e a outra foi parar na minha nuca enquanto ele correspondia. Quando nos afastamos o levei ate o gramado perto dos chalés, ele deitou a cabeça em meu braço e eu passei a acariciar seus cabelos enquanto encarávamos as estrelas competirem para ver quem brilhava mais. Vez ou outra ele me mostrava alguma constelação e me contava a historia dela.

- Obrigado pelo presente de natal Nico...- comentei quando estávamos indo para seu chalé.

- Que presente?- perguntou soltando minha mão e abrindo a porta do chalé.

- Você. – respondi sorrindo e o vendo corar ate as orelhas.

- Idiota. – resmungou entrando no chalé e deixando a porta aberta, cinco segundos depois ele estava de volta com um embrulho pequeno nas mãos. – Seu presente super man, mas o abra só quando estiver sozinho, para que minha dignidade fique intacta.

- Tudo bem então. – disse guardando no bolso do meu casaco. – A propósito, meu presente para você esta debaixo da sua arvore. – ele estreitou os olhos para mim.

- Quando exatamente você entrou no meu chalé sem minha permissão? – eu ri e o fiz se virar para entrar, ele caminhou ate a arvore e trouxe o embrulho para a luz de fora. – Quer que eu abra aqui ou quer conservar sua dignidade também.

- Pode abrir, minha dignidade acabou quando tive de refazer a maior parte a mão. – ele me olhou curioso e abriu a caixa. Seus olhos se encheram de água ao mesmo tempo em que ele tocava com carinho a parte felpuda do capuz.

- Jason...- ele ergueu os olhos marejado para mim e se jogou em meus braços. – Você... é impossível! – eu ri enquanto o abraçava de volta.

- Você fica estranho sem ela. Eu meio que fiz dessa coisa parte de você no tempo que te conheço... - ele riu ao se afastar um pouco e me dar um beijo profundo. Quando nos afastamos ele vestiu a velha jaqueta de aviador e abriu um sorriso radiante. – Eu sugiro que você não a use, eu dei os pontos e remendei, e não sei se fiz certo, provavelmente ela vai se desintegrar na primeira ventania que você pegar. – Nico riu tirando a jaqueta.

- Você deve ter tido trabalho, ela foi praticamente comida por lobos e depois eu joguei no mar.

- Valeu a pena por ver seu sorriso. – ele corou um pouco e sorriu.

- Idiota...

- A propósito, quem a achou foi Percy, mas eu quis reformar antes de te dar... tenho que dar o devido credito. – disse coçando a nuca.

- Vou agradecer a ele, mas foi você quem teve os dedos furados. – sorri sem graça e ele me abraçou de novo. – obrigado, de verdade. Essa jaqueta é muito importante para mim.

- Eu sei fantasminha. – respondi passando a mão por seu cabelo. – Só cuide bem dela agora em. – ele acenou que sim ao se afastar de mim. – Boa noite Nico.

- Boa noite Jason... obrigado por tudo... – ele olhou para baixo.

- Te beijar foi um bônus e um extra, mas de nada pela jaqueta. – ele negou com a cabeça ao fechar a porta e eu fui para meu chalé com um sorriso idiota na cara.

Quando me deitei na cama já de banho tomado me lembrei do presente de Nico, caminhei ate as roupas e tirei o embrulhinho de la e rasguei o papel. Eu não sei bem como explicar o que eu senti ao ver aquilo, só que meus olhos se encheram de água e eu cai de joelhos no chão chorando como criança.

“ Me desculpe por tudo que te fiz meu filho. Sei agora que eu devia ter cuidado de você e de sua irmã, ter sido uma boa mãe, mas... eu não fui capaz. Me arrependo de não ter te visto crescer, de não ter ensinado a você sobre garotas ou como não agir com elas. Gostaria de ter te ensinado a andar de bicicleta e ter te visto jogar futebol na escola. Queria ter visto como esses pequenos momentos são importantes ainda viva, ou pelo menos antes de me tornar uma mania. Mas saiba, meu querido super herói, tenho muito orgulho de você. De certa forma penso que foi melhor assim, pois isso te fez forte como é hoje, mas sinto que também sou uma das suas fraquezas. Não se pode ter tudo na vida – mais uma coisa que só aprendi tarde de mais -, mas se pode batalhar para alcançar boa parte do pretendido. Sei que você deve ter certo ódio de mim agora, mas eu amo você. Eu nunca menti sobre isso. Mesmo fazendo tudo errado e dando prioridade a coisas fúteis, eu amei você e sua irmã.

Tenha um feliz natal meu menino, seja feliz, Beryl.”

Jason tirou o brinquedo de criança que estava amarrado a um lenço negro que veio junto a carta. Era seu bonequinho favorito quando era pequeno, um dos últimos que ele recebeu de presente da mãe antes de ser abandonado. Ele não queria admitir que sentia um peso lhe sair dos ombros ao saber que a mãe se arrependia do que tinha feito que chegou a amá-lo um dia, mas era essa a verdade. Ele se sentia mais leve em saber aquelas coisas, pois no fundo, eram as suas maiores dores, o abandono e a mentira. Ele se levantou do chão e se sentou na cama abraçando o bonequinho de plástico, Jason agora tinha certeza q Nico não havia pedido ele para abrir sozinho por que estava com vergonha, mas sim para q ele pudesse sentir o presente como deveria sem reservas ou se conter. Jason fungou mais uma vez e retirou os óculos embaçados. Ele não sabia como Nico havia achado aquele brinquedo nem como conseguiu fazer sua mãe dizer aquelas coisas depois de virar uma mania, mas as coisas estavam ali, na sua mão, e Jason só queria poder abraçar Nico com toda a força que tinha para agradecer.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, esse conto quase flopou, mas consegui revive-lo e achei que consegui fazer algo legal. Agora... Vocês podiam me dar presente também e comentarem! Nem pra dizerem a receita do pudim que a tia de vocês faz para a ceia (serio, se alguém souber alguma, pode mandar pq eu terei de fazer e vou acabar queimando aquele troço!)
Feliz natal a todos!!!!!



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