Minha Pequena escrita por bellinhaborges


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57522/chapter/1

Nota: Este cap contém momentos de ação e de romance também, mesmo este se encontrando mais no final. Porém, leiam o corpo com atenção para compreender a história. Enjoy it ;D

Capítulo I

A noite caíra profunda e silenciosamente no vilarejo de Konoha. Sendo noite de lua nova e com grossas nuvens de chuva tampando o céu, a escuridão ameaçava engolir tudo o que conseguia alcançar. Já no auge da madrugada, o silêncio era predominante e nem mesmo se ouvia o som de miados de gatos ou de outros animais noturnos.
Mitsashi Tenten se encontrava segura em sua casa quente e aconchegante. Embora estivesse protegida da brisa gélida e da escuridão, uma verdadeira batalha estava sendo travada em sua mente.
Ainda adormecida, ela rolava de um lado para outro em sua cama, murmurando coisas sem sentido e fazendo expressões de dor. O pio de uma coruja do lado de fora a fez despertar subitamente banhada de suor e com a respiração descompassada.
Temerosa, ela abriu os olhos e encarou o teto por um segundo. Ao constatar que estava segura em seu quarto e que havia tido apenas um pesadelo, sentiu o alívio invadir seu corpo.
Resolveu, então, se levantar para beber um pouco de água e tentar dormir novamente, mas assim que se sentou em sua cama, os móveis e paredes começaram a girar ao seu redor e ela sentiu náuseas. Tentando se livrar da desconfortável sensação, cerrou os olhos com força e respirou fundo, permanecendo assim até seu enjôo passar.
- Essas missões estão acabando comigo. – disse abrindo os olhos novamente e logo depois tentando se levantar, ainda apoiada na cama, mas seus joelhos cederam devido ao cansaço e ela caiu sentada em seu colchão. Suspirando, ela concluiu. – Realmente, essas missões estão acabando comigo.
Ela sabia que teria que se levantar de qualquer jeito, pois pelo visto não conseguiria dormir novamente e nem permanecer um minuto a mais no quarto fechado e escuro. Respirando fundo, tomou impulso e se levantou, sentindo os olhos se enxerem de lágrimas pela dor causada pelo esforço dos músculos de sua perna. Seu corpo inteiro doía, como se ela tivesse levado uma boa surra, mas na verdade sabia que era tudo resultado de seus treinos exaustivos e das missões, agora, realizadas quase todos os dias.
Quando a garota chegou à cozinha, começou a encher um copo de leite, mergulhada em seus pensamentos. Só despertou quando ouviu o barulho de batidas na porta e uma voz extremamente familiar gritar:
- Ei, Tenten! Vista-se rápido e venha conosco. É uma urgência!
Era Gai-sensei, o líder de seu time, a convocando para mais uma exaustiva missão.
“Até de madrugada? Assim eu com certeza não agüento.” Pensou ela, enquanto caminhava a passos lentos em direção ao guarda roupas para se vestir. “Tomara que seja uma missão bem boba de rank D, para eu voltar o mais rápido possível para casa e criar raízes em minha cama.”
Alguém bateu novamente na porta, com tanta força que parecia querer parti-la em dois.
- Depressa Tenten! Nós não temos muito tempo. – gritou Lee, com uma voz um tanto “alegre demais” para o momento.
“Como ele consegue estar tão animado assim à essa hora da noite? Acho que da próxima vez vou tomar emprestado um pouco do seu ‘Fogo da Juventude’” pensou a garota com sarcasmo, terminando de se vestir.
Já estressada por ter sido acordada de madrugada, por ter que cumprir mais uma missão e, principalmente, por a estarem gritando para se apressar, ela terminou de se vestir de qualquer jeito e correu para o andar de baixo para sair logo, sem nem mesmo arrumar os cabelos.
- Aleluia Tenten! – disse Gai, enquanto a menina terminava de trancar a porta de casa. – Achei que você não viesse mais.
“Pois é, mas eu vim” pensou amarga, mas permaneceu em silêncio, apenas observando a expressão de todos ali presentes.
A única coisa que seria capaz de animá-la nessa madrugada a cumprir mais uma missão seria rever Neji. Mesmo que ela tentasse esconder de si mesma, no fundo sabia que estava apaixonada por ele. Talvez não tivesse feito nada ainda pelo medo de sua reação, já que ele era sempre tão frio e distante.
O primeiro quem ela viu foi Lee, que estava tão sorridente que parecia ter acabado de acordar do melhor sonho de sua vida (“Provavelmente com a Haruno” pensou a garota.). Gai estava tão alegre quanto Lee, certamente compartilhando de seu “Fogo da Juventude”. Apenas Neji, para a felicidade dela, não parecia tão contente com a idéia de ter que sair de sua casa em uma missão no meio da noite.
A garota começou a encará-lo e logo se perdeu no meio de seus pensamentos. Ele, que até então estava mais preocupado em observar as árvores em volta da casa dela do que assistir aos dois companheiros, resolveu finalmente se virar para cumprimentá-la. O simples encontro de seus olhos lilás-claro com os olhos cor de chocolate da garota fez com que ela despertasse de súbito de seus pensamentos, abaixando a cabeça e corando.
O Hyuuga continuou encarando-a, sem saber o que acontecera. Ele notou que ela parecia ter sido quem mais sofrera ao acordar, não tendo nem mesmo tempo para se arrumar direito. Mesmo depois de tantos anos convivendo com Tenten, era a primeira vez que a via sem os costumeiros coques no topo da cabeça. Seus cabelos lisos escorriam por seus ombros, sendo movendo-se somente com a brisa gélida da noite.
Notando que Lee e Gai estavam mais entretidos em suas próprias brincadeiras que na missão propriamente dita e, também, que Tenten estava completamente ausente procurando algo dentro de sua mochila, ele disse, querendo tomar providências rapidamente:
- Ei, vamos logo. Eu quero acabar com isso de uma vez.
- Ham? – perguntaram os outros dois ao mesmo tempo.
- A missão. – lembrou Neji secamente.
- Ah, sim! Vamos logo senão a Tsunade nos mata. – disse Gai, preocupado, olhando freneticamente para o relógio. Ele lançou apenas um olhar para Lee ao seu lado e, como se a este tivesse sido feito um convite, dispararam a correr apostando corrida em direção à floresta, deixando Neji e Tenten para trás que os encaravam pasmos.
- Eu juro que nunca vou compreender de onde vem tanta energia nesses dois. – comentou a garota, suspirando de tédio.
Neji instantaneamente se virou para ela e percebeu que seus cabelos já haviam sido presos nos costumeiros coques, sem que ele nem mesmo perceber. Sem saber o porquê, sentiu vontade de que ela os soltasse novamente. Quando se deu conta do que estava pensando, ele assumiu uma expressão desconcertada.
Tenten, sem compreender a atitude dele, perguntou preocupada:
- Aconteceu alguma coisa, Neji?
A pergunta o deixou ainda mais desconcertado, mas ele precisava se recompor, pois ela estava esperando por uma resposta.
- Não aconteceu nada Tenten. – respondeu em seu tom frio habitual e cortou-a rapidamente quando ela abriu a boca para protestar. – E vamos logo senão aqueles dois vão dar uma volta ao mundo antes de chegarmos ao local da missão.
Ela simplesmente se calou e começou a caminhar silenciosamente ao lado dele, em direção à floresta na qual os dois amigos haviam acabado de entrar à pouco tempo atrás. À medida que se embrenhavam na mata, a escuridão ia engolindo tudo e o frio aumentava ainda mais, tornando-se quase insuportável.
“Acho que eu deveria ter trazido algum agasalho” pensou Tenten, amarga. À medida que caminhava, teve vontade de voltar e pegar uma blusa de lã bem quentinha ou um grosso cobertor para se enrolar, mas estes, simplesmente, descansavam em seu quarto, longe o frio, da umidade e da escuridão da floresta.
Neji já ativara o byakugan para poder enxergar com mais facilidade em meio à mata fechada. Ele, assim como a garota, não fora informado sobre o nível da missão e, pelo horário, temia ser uma missão superior à rank B.
Eles caminhavam em silêncio pela floresta, sendo somente possível ouvir os pequenos ruídos de seus passos sobre as folhas e gravetos secos sobre o chão. Gai e Lee deviam estar provavelmente já muito distantes deles, pois não se ouvia nenhum barulho de pessoas correndo ou de mais de duas respirações. Por mais que caminhassem, não conseguiam alcançar os outros dois e isso aos poucos foi deixando-os tensos.
Os músculos de Tenten estavam duros de frio e quanto mais a temperatura baixava, mais seu corpo doía. Aos poucos ela sentiu suas pernas começarem a se recusar a obedecê-la, devido ao cansaço, e agora ela ainda começava a involuntariamente tremer de frio.
Neji, percebendo isso, lançava alguns olhares frenéticos à garota, pedindo silenciosamente para que ela cessasse com o barulho, pois os dentes dela rangiam uns contra os outros ruidosamente, o que poderia facilmente denunciar suas posições.
Não agüentando mais, ele finalmente decidira intervir:
- Tenten, quer por favor parar com esse barulho?
- Me desculpe, Neji. – retorquiu ela, compreendendo logo a situação.
Mesmo assim, era quase impossível fazer com que parasse de tremer. Os músculos de seu corpo inteiro começaram a se contrair involuntariamente pelo frio e ela já não conseguia controlá-los.
- Tenten, por favor...
- Eu não consigo, Neji! – interrompeu ela, com a voz um pouco trêmula. – Está muito frio e eu ainda por cima não trouxe meu agasalho...
- Então tome. – disse ele secamente, tirando a camisa e a entregando à garota. – Eu sei que não é tão quente assim, mas pelo menos vai ajudar. Agora, por favor, pare de tremer e fazer esses ruídos.
Surpresa pela atitude dele, ela apenas acenou positivamente com a cabeça e se vestiu. A camisa dele ainda conservava o calor de seu corpo e seu cheiro, que a aqueceu instantaneamente, mesmo que muito pouco e a deixou inebriada com seu aroma.
Quando olhou para ele novamente, ela não conseguiu entender como ele conseguia continuar andando normalmente sem começar a tremer de frio, apenas com a fina faixa enrolada em sua pele, deixando seus braços e grande parte de suas costas quase que totalmente desprotegidos.
Mesmo que ainda estivesse curiosa quanto à isso, ela sabia que não poderia se distrair mais. Seus anos de experiência a avisaram que seria perigoso e insensato, então ela resolveu se concentrar na missão. Já fazia quase uma hora inteira que eles estavam caminhando na mata fechada e nada acontecia. Gai-sensei e Lee deviam estar à pelo menos mais de um kilômetro de distância, já que Neji não conseguia vê-los com o byakugan. Eles os deixaram sem nenhuma informação sobre o que deveriam fazer ou ao menos o nível de dificuldade da missão, o que os deixavam bastante receosos.
Já deviam ser 4 da manhã quando começou a trovejar. Tenten já não estava agüentando mais a longa caminhada e estava quase desistindo. Só não o fez porque eles já estavam no coração da mata e provavelmente não conseguiriam voltar sem antes ter que dar várias voltas para encontrar o caminho certo e, à essa hora, algum inimigo poderia estar na espreita.
Um relâmpago imenso cruzou o céu e iluminou toda a mata. Logo depois, o barulho ensurdecedor de sua explosão cortou o ar e algo fez com que Neji parasse de súbito, fazendo sinal para Tenten fazer o mesmo.
“Alguma coisa está muito errada” pensou a garota. E devia mesmo estar muito errada, a julgar pela expressão preocupada do jovem Hyuuga. Com muita cautela, eles começaram a retroceder calmamente pela mata, mas a calma não durou muito tempo.
Uma brisa mais forte bateu no rosto de Tenten e a arrepiou inteira. Alguns arbustos ao seu lado começaram a se mexer e ela percebeu que Neji olhava furiosamente em direção à eles, já prevendo o que viria por aí.
Na tentativa de economizar seu chackra, ele estava evitando olhar através de objetos e coisas, mas percebera tardiamente que isso fora um erro quando uma mão surgiu subitamente de um dos arbustos e agarrou Tenten ao seu lado numa fração de segundo, puxando-a vorazmente para o lugar de onde saíra. Esta, assustada e pega totalmente de surpresa, soltou um grito que ecoou por vários cantos da mata silenciosa e caiu no chão, sendo então arrastada pela mão que estava agarrada em seu braço.
Neji rapidamente desferiu-lhe um potente golpe de taijutsu, e o braço largou imediatamente a garota e se partiu ao meio, em duas toras de madeira.
- Era um genjutsu! – exclamou ao perceber do que se tratava à Tenten, na tentativa de preveni-la contra algo que porventura viesse a acontecer novamente.
Sem hesitar nem mais um segundo, Neji intensificou ainda mais seu byakugan e procurou por todos os cantos algum sinal do inimigo, mas assumiu uma expressão de incredulidade ao perceber que não havia nada ali além deles mesmo e das plantas.
- Neji, o que está acontecendo? Por que essa cara? – perguntou Tenten.
Ele olhou para ela e percebeu que ela estava tão preocupada quanto ele e resolveu responder:
- Tenten, eu... eu não consigo ver onde está o inimigo.
- Como assim? E o seu byakugan? – perguntou ela, incrédula.
- Eu simplesmente não consigo ver nada além de folhas, terra e árvores. – admitiu ele.
- E o que devemos fazer, então?
- Apenas nos preparar para o que quer que seja. – retorquiu ele seriamente, fazendo com que ela se calasse.
Algo aconteceu que começou a fazer a garota entrar em desespero. Um groso pingo de chuva caíra em sua face e logo depois vários outros começaram a cair ao seu redor, encharcando-a e enchendo a floresta com o som das gotas caindo.
Aos poucos, o solo de terra foi se tornando escorregadio e não se era possível ouvir nada direito, apenas o som da água e dos trovões, agora ainda mais freqüentes.
De repente, uma mão, semelhante à que destruíram agora há pouco, agarrara a perna de Neji, mas esta agora saía de dentro da terra e parecia ainda mais forte que a anterior.
- Neji! – gritara a garota, em desespero por não estar conseguindo entender o que acontecia à sua volta.
Com mais um golpe de taijutsu, ele destruiu o braço numa fração de segundo e assumiu um semblante preocupado. Ao olhar para a garota, viu que ela cobria a boca com as mãos pelo espanto e que parecia um pouco desnorteada por não conseguir ver mais nada além de dois metros à sua frente, por causa da escuridão.
Uma risada fantasmagórica ecoou pela floresta e fez os dois ficarem ainda mais tensos. Aos poucos, mais e mais braços começaram a surgir por todos os cantos da floresta, como múmias. Os dois, então, entraram em posição de combate.
A mestra das armas lançou uma série de kunais, acertando várias mãos em cheio e Neji destruiu mais da metade com apenas um ninjutsu. Mesmo a quantidade de mãos sendo grande, os dois ainda estavam em vantagem. Ágeis e habilidosos, eliminaram todos genjutsus que haviam surgido, mas mesmo assim, sabia que luta ali ainda não havia acabado.
A calmaria voltou a tomar conta da floresta. Os dois ainda estavam atentos à qualquer movimento e prontos para outra, mas a respiração de um deles já estava um pouco alterada.
Todo o cansaço das últimas semanas estava atingindo com força máxima o corpo de Tenten, fazendo com seus músculos não trabalhassem com eficácia, impedindo-a de se locomover tão agilmente quanto estava acostumada.
Neji notara isso e assumira um ar de preocupação. Ele estava observando a garota exausta, ainda em posição de combate e se distraiu por um momento, vendo apenas de última hora um corpo de madeira sair da terra e ir em direção à garota.
- Tenten, atrás de você! – gritou ele, mas foi em vão. Quando a garota ia se virar para ver o que estava acontecendo, o corpo a agarrou numa chave de pescoço e a puxou com violência em direção ao chão, fazendo com que ela caísse com um baque surdo.
O corpo entrava novamente para dentro da terra, parecendo que iria se fundir com a mata, deixando apenas um braço de fora, que segurava a garota firmemente pelo pescoço e o pressionava em direção ao chão.
O rosto dela ficou imediatamente vermelho, mas aos poucos foi perdendo a cor por não conseguir respirar direito. Imobilizada no chão, Tenten tentava a todo custo se livrar do braço, dando socos inúteis contra sua superfície de madeira, até que o barulho e a dor de um de seus dedos quebrando a fez parar.
Preocupado que a garota não estivesse conseguindo respirar, Neji resolveu agir imediatamente. Ele ainda se lembrava de quando eles ficaram presos na prisão de água e sabia que ela não conseguiria agüentar muito mais tempo sem oxigênio.
Ele não poderia destruir o braço porque não havia nenhuma brecha para tal e, se fizesse, provavelmente iria machucar seriamente a menina.
Começou então a analisar a situação. Os braços e corpos surgiam do nada de dentro da floresta pareciam conhecê-la e dominá-la muito bem. Deveria ser algum jutsu que controlava a terra, ou ar árvores, ou até mesmo as plantas.
Essas coisas que os estavam atacando ainda por cima eram apenas genjutsus e quem os estava utilizando devia estar muito longe, já que ele não conseguia vê-lo com seu byakugan. Então, deveria haver algo ali controlando tudo, mas ele não conseguia encontrar nada.
Absorto em seus pensamentos, viu de relance que o rosto de Tenten estava completamente sem cor e que ela já parara de tentar lutar com o que a estava prendendo.
“Tem que haver alguma coisa controlando isso, tem que haver!” pensou desesperado olhando para todos os lados, até dar de cara com um olho, semelhante ao que Gaara do deserto conseguia fazer com areia, o observando atentamente através de um buraco no tronco de uma grande árvore. Certamente, deveria ser aquilo que estava provocando tudo isso.
“Seja lá quem estiver me atacando, esta pessoa sabe demais sobre minhas habilidades.” Pensou ele, amargo. Deveria ser alguém diretamente ligado à Konoha ou até mesmo da própria vila que sabia sobre seu byakugan e da extensão que ele conseguia alcançar.
Pelo menos o inimigo não contava com essa descoberta, e o pequeno olho que o observava, apesar de muito bem escondido, encontrava-se totalmente desprotegido dentro da árvore. Diferente dos outros genjutsus, ele não se movimentava, apenas permanecia estático voltado para sua direção. Foi preciso apenas um golpe para destruí-lo completamente e logo depois estava tudo acabado.
“Nem tudo, ainda.” pensou Neji amargamente, consciente de quem quer que os estivesse atacando ainda estava seguro em um outro lugar longe dali e que não se daria por vencido tão facilmente.
Ele lembrou-se de Tenten e viu que o braço que a prendia junto ao chão foi novamente absorvido de volta para o interior da terra, deixando a garota ainda estática no solo. Neji correu até ela para ver como ela estava e se desesperou ao ver que seu pulso estava bastante fraco. Ele, então, olhou para sua face totalmente sem cor sem saber o que fazer.
- Tenten, por favor, resista! – disse ele, colocando a ponta dos dedos sobre o rosto gelado da menina, e acrescentou, sem se dar conta do que estava dizendo, mais para si mesmo que para ela. – Resista minha pequena. Por favor, não faça isso comigo.
Encostando seu ouvido no peito dela, ficou quieto para ouvir sua respiração, mas não conseguiu captar nenhum som. Tenten não respirava.
A chuva gelada ainda caía ao redor deles e só dificultava as coisas. Ele a abraçou fortemente para aquecê-la, mesmo sabendo que seu corpo estiva tão gelado quanto o dela. Ele sabia o que teria que fazer em seguida. Embora estivesse adiando ao máximo, sabia que não poderia perder mais tempo e teria que fazê-lo.
Delicadamente, ele encostou a ponta dos dedos nos lábios dela, abrindo-os devagar e depois os cobrindo com os seus, na tentativa de fazê-la respirar novamente. Sem sucesso.
- Vamos Tenten! – repreendeu ele nervoso, repetindo a operação sem obter sucesso novamente.
Se as coisas continuassem assim, ele iria perdê-la para sempre. Tal pensamento causou-lhe mais dor do que ele poderia imaginar e ele logo tratou de afastá-lo de sua mente.
“Não, eu NÃO posso perdê-la!”
De repente tudo ao seu redor passou a não significar mais nada. Havia se esquecido até mesmo da chuva que caía como facas de gelo em suas costas.
Sem perder mais tempo, ele pressionou seus lábios nos dela com mais força que antes e expirou a maior quantidade de ar que conseguiu, preenchendo completamente os pulmões dela. Tenten, em resposta, sugara os lábios de Neji com voracidade à procura de mais ar, lutando para respirar. Tal reação fez com que o coração de Neji disparasse e, em estado de choque, ele se separou dela subitamente.
Uma vez longe da garota, a consciência dele voltou, juntamente com um desejo de se apoderar de seus doces lábios novamente que aos poucos o invadiu. Ele se aproximou dela lentamente e sentiu sua respiração em seu rosto, mesmo que ainda estivesse fraca.
Não, ele sabia que não poderia fazer isso. Tenten era sua amiga e nunca o perdoaria. Afinal de contas, o que dera nele para se sentir assim?
“Seus lábios estavam tão gélidos.” Pensou ele, preocupado enquanto encarava o rosto sereno dela. “Se continuarmos aqui, ela irá morrer congelada.”
Precisava sair dali e encontrar um abrigo longe da chuva o mais rápido possível. Pegou rapidamente as coisas da menina e as atirou em suas costas, depois a ergueu com cuidado do chão e a aninhou em seus braços, começando uma longa corrida pela floresta.
Após voltas e mais voltas, quando ele já não estava agüentando mais correr, encontrou uma pequena gruta, quase invisível pela escuridão. Sem pensar duas vezes, o que normalmente faria, correu para dentro dela.
O ambiente lá dentro era mais escuro que o lado de fora, porém era mais quente e era seco e isso era tudo o que precisava naquele momento.
Ele depositou Tenten delicadamente no chão e acendeu uma pequena fogueira com alguns restos de gravetos que se encontravam dentro da gruta, certamente trazidos por algum pássaro na tentativa de construir um ninho.
A primeira coisa que fez depois disso foi trazer a garota para perto do fogo e aninhá-la da maneira mais confortável possível em frente a este, mas não adiantou. A garota, mesmo desacordada, agora tremia da cabeça aos pés e gemia de frio. Sem mais camisa ou casaco que pudesse lhe entregar, Neji não sabia o que deveria fazer agora.
A coisa mais sensata a se fazer seria se livrar das roupas molhadas dela e substituí-las por novas, mas ele não teria coragem nem audácia suficiente para isso. Restava apenas uma única opção, que fez seu coração disparar só de pensar e sentir medo da reação de Tenten, quando essa acordasse. Livrando-se das coisas de ambos, ele se abaixou na frente dela e a avaliou por um momento, sem ter certeza se essa seria a coisa certa a fazer ou não. Somente quando a garota soltou um gemido ainda mais forte de frio que ele se decidiu.
Lentamente ele deitou-se ao lado dela a puxou para mais perto de si num abraço, para aquecê-la com o calor de seu corpo. O perfume que ela emanava começou invadir suas narinas e parecia querer hipnotizá-lo. Ele aconchegou a cabeça dela em seu peito e deixou que ela repousasse ali tranqüilamente.
O temporal ainda caía do lado de fora e seu som era ainda mais forte dentro da caverna, devido ao eco que produzia nas paredes.
Ele permaneceu abraçado assim a Tenten ainda por mais um bom tempo. Não queria dormir, pois tinha medo do que pudesse acontecer a ela, e, no fundo no fundo ele não queria perder um minuto sequer desse momento. Mas, lentamente, o cansaço foi tomando conta de seu corpo e ele, ainda abraçado à sua pequena firmemente ouvindo as leves batidas de seu coração, adormeceu.

N/A: E aí, gostaram? Eu sei que para os que leram a fic procurando romance a parte de ação ficou um pouco enfadonha, mas a última parte ficou kawaii, não ficou? *-* SAHUSHAUHSUAHSUAHS' Bem, no próximo capítulo teremos ainda um pouquinho de Tenten desacordada e Neji desesperado, mas nada que um certo acontecimento entre os dois não possa superar!
Beijos e até o próximo cap! ;D


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Pequena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.