À Trois escrita por mimidelboux


Capítulo 3
Os Dois


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal atrasado a todos!
Achei que não ia conseguir escrever este capítulo tão cedo, mas consegui fazer a história avançar mais um pouco *u*
Obrigado pelos comentários no capítulo anterior, vi que mais gente está se interessando pela história~ Isto é bom e me deixa contente :)



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No dia seguinte, Irene começou a evitar Cássio, com medo de ele vir conversar sobre o acidente do dia anterior. Isso fez com que Cláudia virasse um tipo de mensageira deles, quando ela finalmente conseguiu tempo para fazer o trabalho em grupo. Na verdade, Cláudia acabou sendo mensageira deles para todos os combinados de trabalhos dos grupos em que eles estavam juntos. Parte da amiga adorou isso, pois Cássio vinha falar com ela, mas outra parte odiava, pois pensava que a existência dela para Cássio era minima e que ele tinha sua atenção voltada apenas para Irene.

Mas Irene acabou tendo que enfrentar Cássio na semana sequinte, pois vários grupos marcaram de se encontrar na casa dele para fazer os trabalhos.

Na primeira semana de encontros, Irene falava apenas o necessário com o menino. O que fez ele perceber, de algum jeito, que ela estava evitando querer falar do acidente. Ele compreendeu, porque também não queria falar desse assunto na frente dos outros colegas de classe. E assim, aos poucos, ele começou a falar com ela como se aquele acidente nunca tivesse acontecido. Ela compreendeu o que ele fez e começou a confiar mais nele. E com o tempo, voltou a se soltar mais na presença dele.

Quando os dois já haviam esquecido daquilo tudo, Cássio já havia sido inserido no grupo das garotas, assim como elas também se abriram com o resto da classe. Todos também já haviam avançado em seus trabalhos e a data de entrega deles estava há uma semana de distância.

A vida de Irene como ímã humano também continuou a atrair situações delicadas. E agora parecia que todos da classe estavam cientes do estranho poder da menina, ainda mais depois do seu último grande vexame: durante o canto matinal do hino nacional, Irene conseguira dormir de pé e quando acordara, havia vomitado na pessoa a sua frente. No final, descobriram que ela havia comigo algo estragado no jantar do dia anterior, mas por causa desse acidente, ela ficou muito mais conhecida na escola.

O grupo de meninos do ônibus continuaram a pertubá-la com piadinhas sobre ela e Tomás. Quando Cássio começou a andar mais com ela e suas amigas, as piadas pioraram e se intensificaram. Até que Cássio, não aquentando mais aquilo tudo, conseguiu “dar um jeito” naqueles meninos, como ele mesmo havia dito para Irene, que ficara desconfiada com a mudança repentina da atitude dos garotos. Mas a verdade é que eles só não zombavam dela quando Cássio não estava presente, o que era muito raro. Mas depois do acontecimento do hino, eles voltaram a encher o saco dela, mas dessa vez dizendo coisas relacionadas a vômito e coisas do tipo.

Tomás, ao contrário, continuava a ignorar a presença dela, mesmo que agora, mais do que nunca, eles continuassem a se encontrar, por acaso, cada vez mais. Irene começara a achar bizarro o fato de ele estar sempre no mesmo lugar que ela. A frequência dos encontros entre os dois também afetara ele, que parecia emanar uma aura sobre humana de pressão sobre ela, cada vez que se encontravam, como se ele quisesse esmagar-la para que ela sumisse dali.

Mas o que ela não imaginara era encontrar Tomás no lugar que ela considerava o último no mundo para ver o rosto dele.

Era sexta-feira, fim de Outubro e o tempo começara a esquentar mais, mas os dias ainda estavam amenos. Todos os trabalhos já haviam sidos entregues e Irene fora a casa de Cássio, buscar uns materiais de artes que ela havia esquecido lá. Por mais incrível que possa parecer, eles eram quase vizinhos, morando na mesma rua. Era para ser uma visita rápida, logo após a aula, onde ela pegaria suas coisas e iria correndo para casa, mas ela acabou aceitando o convite de almoçar lá, que a mãe de Cássio havia feito.

– Ele já comeu? – Cássio perguntou para a mãe.

– Não. Ele disse que vai se atrasar hoje. Disse que tinha que acabar de fazer alguma coisa.

– Ele? – Irene deixou a pergunta escapar de seus lábios, quando a mãe de Cássio voltara para a cozinha.

– Meu irmão mais velho. – Cássio respondeu com um sorriso – Acho que você já viu ele.

– Ah… e como ele é?

– Ah… bem diferente de mim! Em tudo: personalidade e aparência! Acho que só somos parecidos na altura! – Cássio deu uma risada meio forçada no final.

Eles almoçaram e quando Irene foi para o quarto de Cássio pegar seu material de pintura, acabou se demorando para sair, pois conversava agradávelmente com Cássio, que a acompanhou para mostrar o caminho.

– Ah, desculpa, mas onde é o banheiro? – Irene interrompeu a conversa.

– No final do corredor, última porta a esquerda. – informou Cássio.

– Obrigada!

Irene deixou suas coisas no quarto do amigo e seguiu pelo corredor, até a última porta a esquerda. Abriu-a e se deparou com uma bunda branca. Muito branca.

– Ah, droga! – alguém exclamou.

Quando finalmente assimilou a informação de que a bunda branca era um menino fazendo xixi, Irene olhou para o rosto do jovem, bem quando ele havia exclamado, e descobriu que a bunda mais branca que havia visto na vida pertencia a Tomás. As bochechas dela começaram a ferver de tão coradas que estavam e ela fechou rapidamente a porta, num movimento involuntário. Ela ficou uns segundos virada de costas para porta, tentando assimilar o que acabara de acontecer.

Sim, ela tinha acabado de ver a bunda branca de Tomás e parte dela, que não era a parte que estava querendo se enfiar em algum buraco na terra, se perguntava o que ele estava fazendo na casa de Cássio.

A porta voltou a se abrir e um vento passou por debaixo das pernas de Irene, ela ouviu alguém piguirratear nas costas dela e se virou dando um grito agúdo e se virar. Ela olhou rapidamente para ele e percebeu que ele também estava com as bochechas muito coradas. Pelo menos, mais coradas do que no acidente no ônibus. Ambos estavam mudos e tentavam fazer com que seus olhares não se encontrassem, olhando cada um para um canto do chão.

– Ah! Pelo visto, vocês se conheceram! – a voz de Cássio fez Irene voltar um pouco a realidade. – Ouvi você gritar e achei que tivesse acontecido algo, sabe… - ele tentava sorrir de um jeito descontraído – você realmente é um ímã para situações constrangedoras… fiquei preocupado – finalizou com uma risada forçada.

Irene olhou ao redor, meio perdida, antes de conseguir falar.

– Desculpa, mas o que ele – ela apontou para Tomás – tá fazendo aqui?

– Eu moro aqui, se você não se importa de ser um pouco mais discreta – rudemente, Tomás falou com mais frieza do que o normal.

Irene deu uma espiada em Tomás e viu que ele a repreendia com olhar. Ela voltou o olhar perdido para Cássio, que o entendeu, como se ela tivesse passado uma mensagem mental para o amigo.

Ele é meu irmão. – ele respondeu, fazendo a boca de Irene se escancarar.


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