Alice in Waterland escrita por Dimitri Alves


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Não postei o capítulo mais cedo porque estava de viagem, mas agora que voltei vou postar maaaaais um capítulo do meu novo projeto! Espera que vocês estejam amando!!!



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Alice tinha fechado todas as portas e tinha proibido de sua filha sair de casa. Sua filha tentou questionar, mas Alice tinha sido mais firme ao repetir que ela não iria sair. Afirmou que poderia brincar de boneca ou de outras coisas sem ser no grande jardim da casa.

– Eu presto mais a atenção na próxima história – falava a criança já pronta para chorar.

– Meu anjo não é por causa disso. Eu vou só verificar sobre esse coelho que você viu. Pela dimensão que você disse que tinha, pode ser que não seja um coelho – falou Alice tentando acalmar a sua filha e tentando agir naturalmente como se não houvesse problemas.

Alice deixou a sua filha no quarto com as suas bonecas e pediu-lhe para que não saísse dali enquanto não voltasse. Ela desceu o lance de escada e foi direto para o jardim. Seus passos eram firmes e apressados. Ela se lembrou de tudo que tinha acontecido naquele dia e poderia ter sido morta pela Rainha Vermelha.

“Cortem a cabeça!” conseguia ainda ouvir a voz daquela mulher, gritando e dando ordens. Sua filha não poderia ter a mesma sorte que ela. Se ela encontrasse o coelho novamente, ela poderia resolver aquele problema. Por anos tentou acreditar para si mesma que aquilo tudo tinha sido um sonho, até que no dia do casamento arranjado o coelho apareceu novamente, quando era uma adolescente.

Ela não se lembrava de nada, mas depois que voltou para o casamento tudo tinha voltado à tona. Lembrava-se de que quando pequena tinha parado naquele lugar maluco, mas tinha sido acordada. Anos depois a história se repetiu na adolescência e novamente aquilo estava acontecendo? Ela tentava ignorar aquilo como algo irreal. Na primeira vez era fácil de se enganar, na segunda vez já não foi tão fácil assim. Porém acontecer por uma terceira vez era de mais.

Ela percorreu paralelamente ao lago e as flores, a procura de algum movimento estranho. Olhou os galhos das arvores a ao redor delas, mas não viu nenhum sinal do coelho. Virou-se para a sua casa, pronta para entrar e convicta que sua filha poderia ter a mesma imaginação fértil que ela tinha quando menor, mas foi surpreendida por um coelho de colete vermelho, pulando diante da janela do primeiro andar, onde era o quarto de Alice, sua filha.

– Coelho! – gritou ela em sua atenção.

O coelho, por sua vez, olhou para trás assustado por ter sido visto por alguém. Ajeitou seu pequenino óculos e saiu correndo para o meio das flores, segurando o seu relógio de bolso.

– Coelho, espere! – gritou Alice correndo atrás dele e adentrando entre as flores que gostava de cultivar.

O coelho pulava rápido de mais e ele não foi camuflado pelas pétalas das flores brancas, graças ao seu colete vermelho, Alice não o perdia de vista tão facilmente. Era possível ouvi-lo falar “estou atrasado, estou atrasado, estou atrasado”. Aquela fala era familiar... Aquela cena era familiar... Ela tinha feito a mesma coisa quando pequena, porém a situação era bem diferente.

O coelho disparou, aumentando mais a distancia entre eles. O local foi reconhecido facilmente, era a mesma entrada para aquele estranho paraíso. O coelho estava em vantagem, estava próximo da entrada, Alice estava grande de mais para poder passar do pequeno buraco.

– Ah, você não vai! – falou ela para si mesma.

Enquanto corria, tirou um de seus sapatos e arremessou em direção ao coelho. Antes que ele pudesse passar pelo buraco, o coelho foi atingido violentamente pelo sapato.

– Aiiiii! – exclamou o coelho sentando-se no chão e passando as suas patas entre as orelhas.

– Coelho! – falou ela novamente correndo em sua direção. Ele não teve tempo para reagir, Alice já o dominava em seus braços – Coelho o que você está fazendo aqui?! – perguntou ela ignorando tudo aquilo que acreditava. Estava diante da realidade nua e crua.

– Estou atrasado, estou atrasado, estou atrasado – falou ele com urgência na voz e mostrando o seu pequeno e dourado relógio de bolso.

– Coelho, sou eu... Alice – falou ela olhando atentamente e segurando com mais carinho.

A expressão do coelho foi se modificando. De espanto passou para surpresa. Seus olhos não deixaram mentir, ele tinha a reconhecido naquele mesmo instante.

– Alice? – perguntou ele ajeitando seus óculos.

A respiração dele mudou e ficou mais tranquila. Alice se sentiu mais segura e colocou-o delicadamente no chão. O coelho em nenhum momento reagiu para sair correndo para a sua toca, que estava a pouquíssimos metros atrás dele. Eles ficaram se encarando longamente. Tanto ela e o coelho estavam espantados de estarem frente a frente novamente.

– Alice – falou ele sorrindo de vez – Você cresceu... Mais um pouco, que eu diga – falou ele simpaticamente.

– Você continua o mesmo, Coelho – disse ela sorrindo.

Alice continuou a encará-lo com encanto, mas foi a primeira a murchar seu sorriso e tornar seu rosto mais sério.

– Coelho, o que faz aqui? Porque segues a minha filha? – perguntou ela com seu olhar de mãe protetora.

O coelho desviou o olhar e pela primeira vez sentiu certo desconforto com aquela pergunta. Baixou suas orelhas e deixou seus olhos caírem no gramado curto, que balançava levemente com a brisa. Alice o agitou, forçando-o a responder algo.

– Desculpe Alice, estou atrasado – disse ele virando-se para ir embora.

– Não! – disse ela agarrando o seu colete – você não vai a lugar nenhum se não me contar.

O coelho se calou e encarou os olhos de Alice cheios de medo. Não medo dela, mas sim do que ela estava prestes a ouvir.

– A Rainha – falou ele.

– A Rainha? A Rainha Vermelha? O que tem ela? Ela não foi banida para sempre? – questionou Alice confusa.

– Sim, Alice, ela foi. Porém ela agora atormenta outro lugar, mas fundamental para o equilíbrio de nosso país. Ela está com raiva, Alice – falou o Coelho com a voz preocupada agora. – Por isso estou com pressa.

– Eu não entendo, Coelho. Se a Rainha está atormentando outro lugar, o que minha filha tem haver com isso? E que lugar é esse? – perguntou curiosa.

– Ela agora atormente o mundo submerso das águas, Alice. Sua filha é a única que pode nos salvar – falou ele com seus olhos cheios de medo e urgência.

– Eu posso ajudar, Coelho. Já a enfrentei duas vezes, posso a enfrentar novamente. Minha filha não tem com que se meter nisso – falou ela em defesa da filha, querendo poupá-la dos perigos que poderia enfrentar. Ela lembrou-se vagamente das duas vezes que foi para o País das Maravilhas, da ultima vez teve que enfrentar um dragão.

– Você não pode, Alice. Você não irá conseguir – disse ele agora com o olhar triste.

– Porque eu não conseguiria? – desafiou.

O Coelho não respondeu, olhou para seus olhos longamente e enfiou uma de suas patas em sua vestimenta e tirou algo que Alice não conseguia ver.

– Tome, beba – disse ele estendendo a mão como se estivesse segurando algo, mas Alice não via absolutamente nada.

– O quê, Coelho? – perguntou ela olhando para a sua pata vazia.

– A poção – disse ele.

Alice olhou novamente para a sua pata, mas ela estava vazia. Tentou forçar sua visão, mas não viu nada. Tentou pegar o frasco, mas ela apenas alisou a pata do Coelho.

– Não há nada aí – disse ela.

O Coelho levantou sua outra pata e com a sua unha levemente cumprida deu duas cutucadas na palma da própria mão. Alice se espantou ao perceber que o Coelho, na realidade, não cutucou a sua própria palma e sim algum pequeno frasco de vidro. Ela ouviu o tintilar do vidro, mas não conseguia o ver. Ela tentou pegar novamente, mas só sentiu a pata do animal.

– Porque...? – perguntou ela confusa.

– Alice, você não é mais nenhuma garotinha. Sua mente já amadureceu e você não consegue mais ver o mundo como uma criança vê – disse ele tristonho.

– E porque ela? Há outras crianças com imaginações férteis e abertas – rebateu ela, querendo que o Coelho desistisse daquela ideia maluca de levar a filha dela para outro mundo.

– Porque está no sangue dela, Alice. Você foi a primeira humana a entrar no País das Maravilhas.


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Notas finais do capítulo

Tem uma pessoa que vai gostar da aparição do Coelho kkkkkkk'
Então pessoal, mesmo sendo uma história voltada mais para o público infantil, Alice in Waterland está cheia de mistérios!



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