–Essa foi a maldição que você jogou em mim né mamãe?

Eu ainda lembro. Quando eu era pequena e eu morava com o meu pai de verdade, ele me contou que minha mãe jogou uma maldição em mim quando nasci, por não querer trocar sua vida pela minha. Lembro do meu pai começar a gritar comigo pelo o que eu fiz. Eu absolutamente não fiz nada. Desejei morrer naquele dia. Por isso fui até a cozinha e fiz milhares de cortes em meus braços, mas fui pega em flagra pelo meu pai. Disse que não era para mim me matar pois eu era a única coisa que minha mãe havia deixado a ele. Me senti um objeto. Um objeto inútil. Tenho a cicatriz ainda essas cicatrizes pelo meus braços. E uma enorme no meu coração. Nunca mais me cortei. Tive medo. Todos na escola vivem analisando os meus braços e chamam aqueles que eu chamo de pai e mãe, para conversar mas eles sempre dão a mesma resposta: Ela se mutila. Esse motivo também é um dos enormes motivos da Karin ter me dado esse apelido.

Choro ao lembrar das horríveis palavras que ele me dissera. Faço um sinal de negatividade com minha cabeça para afastar esses pensamentos horríveis da minha mente, mas eles preferiram ficar por lá mesmo. Minhas lágrimas percorriam pelo o meu rosto com velocidade extrema. Uma chuva de lagrimas caiam sobre o tapete do meu quarto. Novamente sinto uma mão sobre meu rosto. Abro meus olhos e vejo um adolescente moreno, alto, com os cabelos negros levemente bagunçados, com olhos cor de ônix, me encarando amigavelmente

–Oi

Ele se agacha em minha frente e pronuncias essas palavras calmamente

–Esqueceu de mim rosadinha?

–Meu anjo da guarda?.- minha frase foi cortada pelo anjo

–Você está bem?- Perguntou aquele ser.

–Sim.

–Não vai a escola?

–Não, estou toda suja, e a Karin vai me sujar de novo.

–Tem certeza? Que eu saiba, você tem prova hoje.

–Tenho. Não me importo mais com nada. Sou humilhada todos os dias...

–Não precisa me dizer nada. Acho que você deveria ir.

–Por que?

–Se esconder dos medos não resolve. Você tem que encara-lo de frente

Ouvi aquelas palavras e me encorajei.

–Você está certo. Vou.

Troco aquela roupa, e visto uma calça jeans mais clara que a outra, e pego outra blusa do uniforme. Pego meu material e saio. Aquele anjo estava me acompanhando em cada passo em que eu dava. Cheguei na entrada da escola, e todos olharam para mim. De repente abrem o caminho para aquele bando de retardados que se acham superiores a nós.

–Então quer dizer que a rosadinha voltou né?- Ela dizia, indo com a mão em direção ao meu material.

Eu me viro de costas para ela.

–Olhe para mim quando eu falo com você.- Ela cospe as palavras

–Não- Eu respondi calmamente.

–Olhe para cá.

Todos olhavam para mim, com a cara de medo, sabendo que uma hora ou outra a Karin iria me matar. E a cara mais assustada era a da Hinata. A Morena já havia sofrido bullying da Karin e sabia que eu sairia machucada dessa.

–Olhe para cá sua...- Antes dela continuar eu saio e vou para a sala.

Sento no meu lugar.

Após terminarmos a prova, os professores nos liberaram para ir para casa. Sai com medo, pois saberia que a Karin armaria algo para mim. Eu andava na calçada da escola indo para casa, pelo menos andava, porque parei ao ouvir a voz da Hinata.

–Sakura!

Eu olho para trás, e em seguida suspiro. Estava a Hinata e os amigos dela.

–Sakura, você está bem????

–Sim Hina. Por que?

–Depois daquela. Achei que a Karin iria te matar.

–Sem exagero.

–Parabéns. Nunca vi alguém com uma coragem dessa.- Disse um garoto.

Olho para quem disse essa frase. Era um ruivo, de olhos verdes claro. Ele é absolutamente lindo.

–Prazer, me chamo Gaara.

–Hum... Me chamo Sakura. Prazer é todo meu.

–Saky, esses são os meus amigos. As loiras ali são a Ino e a Temari, e a morena é a Tentem.

–Oi-As três responderam.

–Oi.-Eu respondi

–...Esses aqui são, o shikamaru, o Gaara, o Meu primo Neji, e o Sai.

–Oi- Eles disseram para mim.

–Oi...Hina, eu vou pra casa. Prazer em conhecer vocês.

–Espera ai Sakura. Não quer sair com a gente- O Naruto disse

–Muito obrigado pelo convite Naruto, mas vou me encontrar com alguém. Bom...até mais.

Eu saio.

–Eu disse algo errado para ela sair desse jeito?- O loiro disse

–Nã...não Naruto.- Hinata responde.

Vou andando calmamente, isso é. Até a Karin aparecer.

*Suspiro*