Dreaming Again escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 7
Capitulo 6 – The Only Exception


Notas iniciais do capítulo

Hello Pessoinhas Lindas da Tia Manu!
Eu deveria ter postado já tem um tempo, mas houveram uns probleminhas. Oh, Yeah!
Mas, o que importa no momento é que estou super feliz... DA recebeu sua primeira recomendação. Obrigada, Drii... Você não tem ideia do quanto fiquei feliz, do quanto lutei p não chorar... Hahahah...
Entrem para o grupo do face: https://www.facebook.com/groups/655117534634266/672316962914323/?notif_t=like
Aí está nosso POV. Peeta, espero que gostem!
Todo amor, Manu!



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POV. Peeta

Talvez eu saiba, em algum lugar

No fundo da minha alma

Que o amor nunca dura

E temos que arranjar outros meios

De seguir em frente sozinhos

Ou ficar com uma cara boa

Planos para um sábado, qualquer coisa, menos a festa de Madge. Eu sei, é estranho Peeta Mellark não querer uma festa, e Mad é como uma irmã para mim, e tudo mais. Porém, esta festa cansou antes de começar... Como? Ela é o assunto desde... Desde a última festa da loira, as pessoas já estavam pensado como seria esta.

Eu posso morar em Los Angeles, mas parece que nunca há novidades por aqui. ‘Você mora na cidade dos famosos.’ ou ‘E, as festas super badaladas?’, é o que as pessoas dizem, mas na maior parte do tempo, LA é apenas uma cidade como qualquer outra dos Estados Unidos, tem uma probabilidade maior de encontrar famosos ou gravações? Tem, mas para mim particularmente isto nunca fez diferença. Sempre foi escola, amigos e sei lá, futebol, desde que cheguei aqui.

Diferente de Finnick ou Gale, eu e Cato nem sempre moramos aqui, vivíamos em Washington até de uma hora para outra nossos pais decidirem se mudar, sem motivo aparente. Quando chegamos aqui era eu e Cato, Cato e eu. Ao menos era o que eu pensava, até a primeira semana de aula, quando meu irmão fez amizades, me incluiu em seu grupo, e era legal, quer dizer, ele tinha feito bons amigos. Mas, eram os amigos dele, eu apenas era o cara que não sabia fazer amizade direito, acreditava. Até que um dia eu acordei, e todo mundo ria das minhas piadas, todo mundo queria estar ao meu lado, as garotas me queriam, os caras queriam ser meus amigos. Eu era o cara! Como isso havia acontecido, eu não sabia! Apenas era Peeta Mellark, o cara.

A fama de galinha? Veio com a popularidade. O posto de melhor jogador de futebol? Veio com o talento, a luta e... Tá, talvez grande parte tenha sido a popularidade. Eu apenas não sabia como havia me tornado popular, e na realidade, nem queria saber. Eu tinha influência, as pessoas gostavam de mim, riam das minhas piadas. No início, eu fingia ser popular, mas agora eu me tornei a fantasia. Eu sou o cara engraçado, gato, charmoso, confiante, realmente popular.

Então, no meio de todo o tedio pré-escolar, da preparação psicológica para mais um, e último ano de Ensino Médio, apareceu Katniss, num sábado ensolarado da Califórnia (como todos), sendo engraçada sem querer ser, sendo mau humorada propositalmente, e sendo a irmã de um dos meus melhores amigos. A irmã que eu sequer sabia que existia, que não há nenhuma foto espalhada pela casa, que nunca apareceu por aqui nos últimos... 4 anos? Eu estou aqui há 4 anos, sou amigo de Gale a 4 anos, e nunca vi fotos dela, nem tive a honra de sua presença ou a citação de seu nome; talvez, uma vez ou outra tenha ouvido seu nome citado por Finnick ou Annie, mas nunca me importei, talvez fosse apenas uma prima distante.

Então Katniss chegou, com toda aquela pose, todo aquele tom de ‘sou Britânica’, aquela coisa de ‘sei falar alemão’, aquela cara de ‘não toque-me’. E, eu quis toca-la. O que há de melhor do que invocar a ira de uma garota louca, é invocar a paixão. Eu sempre quis testar alguém que não estivesse sob os encantos de ‘Peeta é popular, ele é fantástico!’, e ela pareceu perfeita, quer dizer, se alguém dissesse isso para ela, provavelmente, ela responderia ‘E a Terra é redonda com os polos amassados, mas... Foda-se! Eu não me importo com Peeta, o popular.’. E, eu não sei por que, passei a admira-la ao ouvi-la cantando na sala de música, ela não apenas cantava bem, como passava sentimento, como se vivesse um flashback, como se contasse uma história ao cantar. Apesar de tudo, Katze é uma garota comum, apenas tenta não ser, mas é. É engraçada, curiosa, e que eu morra antes de dizer isto para alguém, bonita.

Sou desperto de meus devaneios, no meio da tal festa, por um dos garotos do 3ºB, que passa correndo indo na direção da piscina com um vulto azul nos ombros. Provavelmente, vai jogar a pobre garota na piscina, parece algo interessante de se ver, ou melhor que ficar em tolos devaneios. Vou atrás e chego a tempo de perceber que o vulto azul é Katniss, espero vê-la submergir logo, mas isto não acontece, começo a me desesperar. Percebo que grande parte das pessoas ao redor da piscina estão bêbadas, apesar de não serem permitidas bebidas na festa, já que nenhum de nós temos mais de 21 anos, por isso nem se importam com a demora. O cara que a jogou na piscina, Marvel, acho, já saiu daqui e foi se agarrar com alguma garota. Me jogo na piscina, realmente preocupado com a demora, e percebo que seu vestido ficou preso ao ralo da piscina.

Rasgo o vestido, libertando-a, puxo-a de volta para a superfície, e confiro se está bem. Olho para todos os lados, percebendo que estranhamente ninguém se alarmou. Essa é minha oportunidade perfeita de ir embora, Katze ainda está se recuperando do tempo que passou embaixo d’agua, a pego pela cintura, e sigo andando e quase carregando-a na direção da saída, com ela ainda inerte pelo susto. Chegamos no meu carro que ganhei de 16 anos, destravo-o, e a coloco no banco de carona, entrando no motorista, e seguindo para sua casa que não é muito longe daqui.

Nunca a vi assim, inerte, e por tudo que ouvi de Gale, e principalmente, Finnick, ela não é assim, ela reage a quaisquer situações. Existem pessoas de palavras, pessoas de ações e pessoas como ela, que são de palavras e ações, ambos muito bem colocados. Não a qual grupo pertenço, mas isto não importa, não agora. E agora ela não age, não fala, parece quase morta, o que certifiquei que não está. Apesar de tudo, prefiro mil vezes quando ela está gritando comigo.

Me assusto quando ela começa a chorar, não de soluçar ou fungar, apenas de derramar intermináveis lagrimas e sacodir o corpo fracamente. O que me assustou é que ela estava muito quieta e também que, segundo o pouco que Gale fala dela, ela não é de chorar, desde a morte da mãe, ela não chorou mais, quer dizer, pelo que ele ficou sabendo, já que nos últimos anos eles mal se comunicaram. Olho para ela, preocupado, pela minha visão periférica quando ela começa a falar.

— Sabe, quando eu ainda era pequena, meu pai e minha mãe me ensinaram a não confiar em outras pessoas, além de mim mesmas, a não amar ninguém, afinal o amor nunca dura, e temos que arranjar outros meios de seguir em frente sozinhos ou ficar com uma cara boa, quando nos machucamos. – ela suspira fracamente, tentando segurar as lagrimas. – Eles nunca disseram isso diretamente, mas eu via, ouvia quando brigavam, e até nos momentos de paz, eu sentia a tensão no ar.

Quando Gale fala sobre a irmã, comenta sobre ser fria, e Finn a defende, o que as vezes causa raros desentendimentos. E agora, vendo-a chorar, desabafar e desabar, percebo que o maldito surfista charmoso está certo, não conhecemos a mente da morena, nunca nos contaram sua versão dos fatos. Se ela é fria, há motivos, talvez ela seja apenas o tipo de pessoa que guarda quem realmente é para si

— Era um dos ‘momentos bons’, um churrasco em família à beira da piscina, e estava sendo até divertido, mesmo com Gale viajando, então do nada, eles começaram a gritar, a brigar, como sempre. – nega com a cabeça, envolvida na memória. – Eles estavam tão envolvidos na briga, nos gritos sem razão, na violência sonora, que apenas me assustavam tanto que eu comecei me encolher, que comecei a dar ré, e quando fui dar por mim, estava à beira da piscina, na época eu sequer sabia nadar, quando fui me afastar meu pai soltou um grito assustador, quando fui perceber, eu havia caído. Eu estava na piscina de adulto sem saber nadar, sem possuir altura suficiente e por conta própria. Eu tinha segundos para agir, tentava me dar impulsos com os pés mas de nada adiantava, eu apenas me sentia mais pesada e cansada. – conta respirando fundo, talvez sob a sensação de estar submersa novamente. – Então, comecei a me lembrar de Finn e Gale nadando, e tentando me ensinar uma vez. Lembrei de Finnick dizendo que eu deveria manter o corpo leve, tentando me manter relaxada, deitei meu corpo, abri as pernas e os braços, tentava manter a cabeça acima d’agua, soltava a pouca respiração que ainda tinha aos poucos, e quando vi... Estava boiando. Consegui chegar a escadinha da piscina, e depois de toda minha aventura, de quase morrer, de perder minha respiração, tudo que meus pais disseram ao me ver foi ‘Ah, você aprendeu a nadar. Legal!’. Sequer se preocuparam, se importaram, talvez se tivesse morrido eles demorariam a perceber.

“E hoje, aquele dia se repetiu mais uma vez. A agua me afundava, tirava meu ar, e ninguém fazia nada quanto a isso, e quando eu ia agir, percebi que o vestido estava preso, nem eu mesma poderia me salvar. Eu tinha apenas a mim, e naquele segundo eu era inútil. Se não fosse por você, não sei o que seria de mim. Na realidade, não seria... Err... Obrigada, Peeta!”

Quando ela terminou de falar, suas poucas lagrimas haviam se transformado em soluços, daqueles de balançar o corpo, me deixando sem oportunidade sequer para responder ou captar a história. E nós havíamos acabado de chegar em frente sua casa, estacionei o carro em frente à casa, desci, abri a porta para ela e vendo seu estado, peguei-a no colo. Tentei abrir a porta da sala, mas estava trancada, dei a volta na casa, pegando a chave extra de Gale no vaso de plantas, lugar clichê, mas não é de se esperar menos de Gale. Abro a porta, subo as escadas com ela no colo, entrando pela primeira vez em seu quarto. Azul, preto e branco, essas são as cores da decoração. Um mural com algumas fotos, prateleiras recheadas de livros, uma penteadeira, porta para o closet, outra para o banheiro. Observo-o rapidamente, seguindo na direção da cama, pensando em deixa-la lá, mas lembrando que está toda molhada. Coloco-a no chão.

— Você precisa tomar um banho e trocar de roupa, sim? ­­– ela assente. – Eu vou continuar por aqui mais um tempo, se precisar de algo. – comento por fim antes de sair.

Analiso-me, estou tão encharcado quanto ela, também necessito de um banho e trocar de roupas. Eu estava tão preocupado com Katze, que sequer pensei em mim. Gale é maior e mais forte que eu, mas uma roupa sua é melhor que uma possível gripe. Sigo para o quarto dele e entro em seu banheiro, me dispo, entrando no chuveiro.

Eu não pude pensar muito sobre o que Katniss falou, mas observando agora, tudo realmente é confuso. Gale nunca foi de falar sobre a família até ela voltar. Eu sei que a mãe dele morreu a 4 anos, que logo após isso Katze foi para a Inglaterra, que o Robert custou superar a morte até Mary aparecer e lhe mostrar o amor, que Katniss nunca mais apareceu por aqui, até duas semanas atrás. Mas, eu não sabia que a relação entre os pais de Gale era assim, entre gritos, brigas... Katze tem motivos para se manter evitando qualquer laço realmente afetivo.

Saio do banheiro, visto qualquer roupa de Gale, e desço para a cozinha, preparo um chá que sei que Katniss gosta e um café para mim, coloco as duas xicaras em uma bandeja e bato na porta de seu quarto.

— Pode entrar, Peeta!

— Está melhor depois de um bom banho? Espero que sim! – falo entrando no quarto, encontrando-a na cama, já trocada de roupa. – Fiz um chá para ver se ajuda.

Ela assente agradecida e bebe-o, também bebo meu café. Passamos um tempo apenas em silêncio, cada qual em seus pensamentos.

— Como está? – questiono preocupado.

— Bem... Obrigada, Peeta, serio mesmo, muito obrigada! Por ter me salvado, me trago para casa, me consolado, pelo chá. Você não precisava ter feito isso, mas fez.

— É isso que amigos fazem, Katze, ajudam. E, eu me sinto muito feliz em te ajudar. Somos amigos, não?

— Ninguém nunca fez algo assim por mim! – murmura baixo, talvez não querendo que eu ouvisse.

— Então... Eu vou indo, espero que fique bem mesmo. – falo caminhando para fora do quarto.

— Fique, por favor! Apenas enquanto eu não adormeço. – sou parado pelo seu sussurro, vejo sua face delicada, ainda assustada.

— Claro, não fará mal algum. – respondo por fim.

Hoje, eu tive a mais certa confirmação, ser e parecer são coisas completamente diferentes e o que Katze parece de fato ser, talvez seja somente uma máscara para não mostrar o seu verdadeiro ‘eu’. O verdadeiro ‘eu’ que eu estou mais que disposto a conhecer e a descobrir.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Espero opiniões sinceras!
Se achar que merece, recomendem, favoritem, e claro, comentem.
Entrem no grupo do face: https://www.facebook.com/groups/655117534634266/672316962914323/?notif_t=like
Todo Amor, Manu!