O Peregrino escrita por Deusa Nariko


Capítulo 24
Capítulo XXIV


Notas iniciais do capítulo

Vigésimo quarto ( :v ) capítulo que eu dedico à kuromu e à ElfaHyuuga pelas recomendações maravilhosas *-* Espero que gostem desse capítulo!
Boa leitura!



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O Peregrino

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Capítulo XXIV

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Taki no Kuni (País da Cachoeira), dias atuais.

De alguma forma, Sakura e eu acabamos entrelaçados sobre a esteira, o corpo dela abaixo do meu. Admito que a iniciativa foi minha, mas o entusiasmo mais digno de nota proveio dela.

Os lábios de Sakura tinham gosto de perdição e minavam um pouco mais da minha sanidade e do meu autocontrole a cada segundo. Cada suspiro seu e meu — eu já não mais os distinguia — ecoava na noite calma que rompia o crepúsculo do lado de fora.

Afastei-me quando Sakura envolveu meu rosto e puxou-o para cima com delicadeza; sua boca inchada arfava incontrolável na minha face e seus olhos de primavera tomados pela excitação, escurecidos pelo desejo eram uma das visões mais estonteantes a qual já contemplei. Seu peito subia e descia junto ao meu. Nossos corpos se complementavam em cada contorno, em cada lacuna.

Eu ofeguei junto a ela, em êxtase, à medida que suas mãos se acomodavam aos contornos do meu rosto, explorando-o na ponta dos seus dedos, e fechei os meus olhos no momento em que eles roçaram minhas pálpebras, meus cílios. Isso era importante.

— Eu te amo tanto. — Seu sussurro quebrantado levou-me a abrir os olhos e fitar seu rosto etéreo. — Não consigo segurar isso dentro de mim. E se ficar comigo... Eu prometo que todos os dias faremos algo divertido. Seremos felizes definitivamente. — Sakura umedeceu os lábios carminados, suas palavras haviam me desarmado, as mesmas palavras que ela usou naquela noite, as mesmas palavras que me torturaram por anos. — Fique — pediu-me num sussurro sôfrego. — Fique aqui, Sasuke-kun. Comigo.

Passei os meus braços por sua cintura e por baixo do seu corpo e a ergui junto a mim, endireitando-me até estar sentado com Sakura no meu colo. Ela não pensou duas vezes antes de ladear meu quadril com suas coxas. Com o movimento, o quimono que vestia abriu-se na fenda e desnudou suas pernas para os meus olhos.

Mantive-a segura junto a mim quando meus olhos mais uma vez caíram nos dela. Seu rosto, nivelado ao meu devido à diferença de altura, estava mais próximo do que havia imaginado e minha boca foi atraída à dela muito antes que eu pudesse formular qualquer pensamento coerente.

Sakura enlaçou as mãos no meu cabelo e pôs-me à sua mercê: eu não resisti e para ser franco eu não queria mais. Estava cansado de lutar contra o que eu queria, contra o que eu sentia, contra o que eu achava que jamais teria direito; lutei contra isso por tempo demais.

Seu quadril ondulou apenas o bastante para despertar em mim um tipo novo de desespero e meu protesto acabou silenciado nos lábios dela. O que Sakura estava fazendo comigo?

Imerso como estava no meu próprio desejo, migrei minhas mãos da sua cintura para suas coxas e não recuei ao encontrar sua pele nua sob os meus dedos. A necessidade mais primal e insaciável que já experimentei suplantou cada pensamento lógico meu no momento em que Sakura remexeu-se novamente sobre mim, ondulando os quadris daquela forma vagarosa e sensual. Eu gemi novamente, sem conseguir controlar meu próprio corpo.

Acredito que já não estava mais em posse do meus próprios atos a partir dali porque afastei-me da boca de Sakura apenas para enfiar meu rosto na gola do seu quimono e encostá-la à sua pele macia. Recebi seu arquejo com agrado, arrastando minha língua por sua clavícula até a base do seu pescoço, e dessa vez ela estremeceu e tombou o rosto para trás, agarrando-se aos meus ombros para manter o equilíbrio.

Apertei meus dedos nas suas coxas e encontrei a musculatura de aço de uma Kunoichi inveterada, como esperado de uma lutadora como Sakura, treinada na maestria da esquiva. Mas, ao mesmo tempo, também encontrei a indiscutível suavidade feminina no veludo da sua pele; a sensualidade na medida exata para me fazer enlouquecer, balanceada com sua beleza diferenciada.

Meus dedos mapearam suas coxas, de cima dos joelhos flectidos até beirarem o volume cheio dos seus quadris, adentrando seu quimono e minha boca tracejou os contornos do seu colo e ombro. Gravei seu gosto na minha língua e seus suspiros na minha memória. Queria cada instante, cada descoberta nova e excitante entalhada nas minhas lembranças.

Sakura ergueu o rosto e voltou a puxar meus cabelos para afogar-me nos seus lábios de novo. Quando descolou sua boca da minha não imaginei que seria para explorar meu pescoço como eu havia feito com ela há apenas alguns instantes.

Apartei meus lábios para deixar fluir os ofegos que quase não reconhecia como meus. Nesse meio tempo, ela recobrou o ímpeto de tentar me enlouquecer e tornou a se remexer no meu colo, apertando as coxas nas laterais do meu corpo a cada movimento fluído dos seus quadris.

Suas mãos escorregaram para os meus ombros e seus lábios migraram para o meu rosto, e eu tornei a ouvir seus sussurros apaixonados, remetendo-me à outra memória:

— Não importa o que aconteceu, eu te amo. Eu me importo com você mais do que posso suportar.

Entre outro arquejo surpreso por eu haver empregado mais força nas minhas carícias em suas coxas e o roçar da sua boca no meu rosto, ela continuou a me torturar em todos os sentidos.

— Se houver um espaço no seu coração que ainda pense em mim, por menor que ele seja, Sasuke-kun... Fique. Por favor, fique.

Se ela ao menos soubesse. Se ela ao menos pudesse sentir o quanto pertenço a ela, no modo desenfreado, quase enlouquecido como meu coração está batendo agora. E é por ela, apenas por ela.

Segurei em sua cintura e na sua nuca e impulsionei meu corpo para frente, colocando seu corpo abaixo do meu novamente. Encaixei-me entre suas pernas e Sakura respondeu enlaçando-as nos meus quadris, puxando-me para mais perto do seu calor. Arfei descontrolado e tornei a afundar meu rosto no seu pescoço. Ela atirou a cabeça para trás, dando-me mais espaço para explorar. Suas mãos nas minhas costas moviam-se impacientes, a urgência em cada toque era perceptível.

Subi minha boca ao longo do contorno do seu maxilar, meus beijos em sua pele eram úmidos e ruidosos. Meu corpo febril praticamente ardia contra o de Sakura e a pressão na minha virilha estava começando a me deixar mais desesperado. Apesar de nunca haver sentido algo tão forte, lutei para manter meu autocontrole e para não apressar nada. Eu seguiria o meu próprio ritmo, mesmo com os esforços inconscientes de Sakura tentando roubar minha sanidade.

Prendi meus dentes no lóbulo da sua orelha pequena e Sakura estremeceu. Sorri presunçoso antes de posicionar meus lábios apartados bem ao pé do seu ouvido e sussurrei as palavras que ela certamente já antevira:

— Você é... Irritante, Sakura.

Senti sua surpresa inicial no modo como seu corpo enrijeceu abaixo do meu, mas quando a procurei com meus olhos, ela voltou a relaxá-lo, abrindo-me um pequeno sorriso. Não sei se Sakura compreendia o significado verdadeiro de tudo aquilo, mas a julgar pela centelha apaixonada nos seus olhos, acreditei que sim.

Porque ela era mesmo irritante. Muito irritante. Malditamente irritante. Ela o era por tantas razões... Como haver me feito desejar um futuro que eu pensava não poder ser meu; por haver se insinuado sob a minha pele sem ao menos perceber que o fazia. Ela era irritante por despertar tantos sentimentos controversos dentro de mim e por erradicar a minha inércia emocional.

Ela era irritante por me fazer sentir medo e por me tornar vulnerável de tantas formas diferentes.

Mas, acima de tudo, Sakura era irritante porque me fez me apaixonar por ela.

— De alguma forma — ela ciciou sem desmanchar o sorriso gracioso —, eu sabia que acabaríamos assim, Sasuke-kun; de volta ao começo de tudo. É onde parecemos sempre acabar.

— É diferente agora — pontuei, sóbrio o bastante do desejo que suplantava minha razão e embriagava meus sentidos.

— Tem razão. É diferente — ela ecoou anuindo.

Sakura inclinou o rosto para selar seus lábios nos meus e voltou a repousar a cabeça nas esteiras. Tracei meu polegar pelo canto da sua boca esculpida e ao longo do seu lábio inferior e superior. Ela pressionou-os de encontro ao meu dedo e eu o subi pela ponta delicada do seu nariz até roçá-lo nos seus cílios espessos.

Eram os seus olhos que me puxavam para ela, atraindo-me como flâmulas, imantando minha alma à dela de um modo irreversível.

— Sasuke-kun — seu chamado despertou-me de meu pequeno devaneio febril.

— Não vou mais fugir. — Foi a minha promessa a ela, a que eu honraria a partir de agora.

Havia mais do que apenas sinceridade em minhas palavras proclamadas, havia um desejo velado de cumpri-las porque assim eu o faria.

Sakura pareceu-me satisfeita, ao menos foi isso que me passou ao enlaçar meu pescoço e me puxar para ela de novo. A quentura na minha pele, em pouco tempo, ultrapassou o suportável enquanto a umidade remanescente do meu banho interrompido pouco fazia agora para amenizá-lo.

Aos poucos, comecei a me sentir incomodado com a barreira que o quimono de Sakura criava entre nós. Mais uma vez, levei minhas mãos até suas pernas enlaçadas no meu quadril e as firmei seguramente antes de infiltrá-las entre nossos corpos até ter encontrado o nó já um pouco afrouxado da sua vestimenta.

Como não senti Sakura se retesar sob mim, apressei-me para desmanchar o nó e, uma vez que o fiz, não a despi imediatamente. Ela suspirou na minha boca uma última vez antes que eu me afastasse, firmando-me no meu braço bom. Eu queria olhá-la.

Sua expressão um tanto embaraçada me deixou ainda mais convencido e decidido a contemplá-la.

Sakura ainda tinha as coxas apertadas contra o meu corpo quando movi minha mão para afastar uma por uma das partes do seu quimono: a primeira camada descobriu parte do seu colo e um seio que se arrepiou em contato com o ar noturno, a segunda parte, quando removida, a desnudou por completo para mim, exceto pela única peça restante que cobria sua intimidade.

Seu arfar ecoou o meu próprio, a minha respiração estagnada na garganta, presa entre o meu peito e a minha boca entreaberta. Jamais vou entender por que ela se sente insegura com o próprio corpo. Porque, aos meus olhos, Sakura era estonteante; cada polegada, cada centímetro do seu corpo é como eu sempre imaginei que seria por baixo de tantas camadas de tecido.

Ela fechou os olhos e engoliu a seco enquanto eu bebia da sua visão, deitada sobre aquela esteira com o cabelo espalhado como um halo fluído em torno do seu rosto. Eu desci o meu olhar ao longo do seu corpo esbelto, preenchido nos lugares certos e que mais me atraíam.

Seus seios eram delicados e arrebitados, de um tamanho perfeito, agradava-me olhá-los; Sakura ainda tinha uma cintura fina e um ventre plano, mas sua musculatura continuava visível por baixo da feminilidade graciosa que a revestia por todo o resto do corpo. Os quadris bem arredondados equilibravam suas coxas roliças e suas pernas torneadas. Ela era um contraste fascinante: Força e beleza, graça e poder. E eu nunca a desejei tanto como agora.

Toquei seu ventre com uma mão, espalmando-a sobre sua superfície plana, dividido entre a curiosidade por sua reação e a paixão que me cauterizava as veias. A pele dela era mais quente do que imaginei, mas tão suave quanto seu aspecto sugeria. Como era uma Iryō-nin extremamente talentosa, quase não se viam cicatrizes e as poucas que notei haviam sido infligidas há tempo demais, visíveis apenas a um observador mais atento.

Arrastei minha mão para cima, estreitando meus dedos quando alcancei o vale entre os seus seios delicados. Sakura arqueou as costas minimamente, estava à minha mercê sem dúvida. Se eu gostei de deter tamanho poder sobre o seu corpo? Isso me deixou quase insano.

Detive-me assim que as pontas dos meus dedos passaram pelos ossos do seu colo e encontraram sua garganta ofegante. Inclinei-me então para roçar minha boca onde meus dedos estiveram apenas um segundo antes. Passei meus braços por suas costas e a trouxe para cima, mas dessa vez indiquei-lhe com um gesto para que se segurasse em mim.

Levantei a nós dois da esteira com Sakura apertada contra o meu corpo e suas pernas enroladas no meu quadril como o abraço de uma serpente. Ela beijou meus lábios antes que eu me inclinasse para depositá-la sobre o futon. Suas pernas se desprenderam de mim e uma delas flexionou-se o bastante para atrair meu olhar cobiçoso.

Cobri seu joelho e desci minha mão para acariciar sua perna. Segurei-a pela parte de trás e rocei meus lábios na sua coxa uma, duas, três vezes para traçar um caminho sem volta em direção aos seus quadris. Sakura voltou a estremecer sob o meu toque.

Pousei meus lábios sobre o osso do seu quadril e mordisquei sua pele ali, provocando-a ao insinuar que abaixaria o elástico de sua calcinha. Ela arfou e eu me movi mais para cima, ajeitando-me entre suas pernas. Suas mãos afundaram no meu cabelo quando circundei seu umbigo pequeno com minha língua. Sua respiração esbaforida era tudo o que eu queria ouvir agora. Continuei com meu intuito, explorando cada centímetro do seu ventre liso, mas diminuí o ritmo uma vez que alcancei o vale entre os seus seios.

Sakura me puniu com um puxão no meu cabelo e eu sorri contra a sua pele. Levantando meu tronco, apoiei-me nas duas mãos, mas mantive minha face enterrada no espaço entre os seus seios desnudos. Rocei minha boca no topo macio de cada um deles antes de me afastar por completo e, ajoelhado diante dela, levar minhas mãos aos seus ombros para terminar de despi-la.

Com seus braços desnudos, descartei descuidadamente sua vestimenta antes de perceber o que ela estava tramando para mim no primeiro instante em que me descuidasse. Com sua força, ela me subjugou, invertendo nossas posições e montando em meus quadris. Eu grunhi com a nova pressão na minha virilha, dividido entre o ultraje por estar sendo domado por sua força e a excitação por sua audácia.

Sakura deitou-se sobre o meu peito e a sensação dos seus seios na minha pele me tirou a razão. Seus cabelos caíram fluídos pelo seu pescoço e pelos seus ombros quando inclinou o rosto para me beijar. Eu sabia que seria inútil competir com sua força, portanto me contentei em deixá-la me dominar... Por enquanto.

Envolvi seus quadris e, depois, sua cintura com meus braços, correndo meus dedos por sua espinha, descobrindo os segredos do seu corpo que ainda não me haviam sido revelados, onde meus toques mais a estimulavam, onde a deixavam mais sensibilizada; descobri que ela possuía uma flexibilidade felina nesse meio tempo e ela exibiu-me isso com graça ao traçar seus beijos pelo meu pescoço e peito, acariciando meu abdome com as duas mãos. As mesmas mãos que, num gesto abrupto, agarraram o cós da minha calça e puxaram-na para baixo num único movimento fluído.

Sakura ergueu os próprios quadris para fazê-lo, mas empurrou meu ombro para baixo com uma única mão para que eu não escapasse do seu controle enquanto descia a peça de roupa pelas minhas pernas, que não dificultavam sua empreitada.

— Sakura — ofeguei, desacreditando que ela houvesse me despido tão rápido.

Tudo o que obtive como resposta foi o vislumbre do seu sorriso malicioso antes que se curvasse novamente para beijar meu peito. Tentei não pensar no fato de como ela me tinhas nas mãos agora ou de como sua boca descia pelo meu corpo, condensando minha respiração e descontrolando meus batimentos cardíacos.

Eu não podia aguentar mais aquela tortura. Puxei-a pelos ombros de volta para mim e sufoquei seu arquejo de surpresa com minha própria boca. Sakura suspirou e cedeu, e nesse momento eu reassumi o controle, pondo-a sob o meu corpo mais uma vez. Suas pernas nuas roçaram as minhas, subindo pelas minhas pernas e terminando de tirar minha calça pelos meus tornozelos com seus pés. Suas mãos estavam mais uma vez ocupadas com o meu cabelo, afastando-o dos meus olhos e rosto enquanto eu me afogava nos seus beijos.

Estava começando a me dar conta de que o que faríamos jamais poderia ser desfeito; de que Sakura e eu não seríamos mais os mesmos depois disso e de que ela me teria nas suas mãos independentemente do que houvesse. O que selaríamos era irrevogável.

Por isso, afastei-me dela uma última vez para olhá-la, precisa ver essa certeza no seu rosto, precisava que ela dissesse que tudo ficaria bem, ao final. Eu reneguei o amor tantas e tantas vezes, por medo de ser ferido como fui uma vez. Naruto e Sakura me ajudaram a superá-lo, ofereceram-me compreensão e compaixão quando tudo o que eu merecia era desprezo.

Mas vendo-a agora, verdadeiramente olhando para ela, para o seu rosto, eu percebi que não havia receio algum nela e nem mesmo em mim, não mais. Meus medos se foram todos e, na quietude benquista que se esgueirou pelo quarto, eu jurei ouvir o coração de Sakura, sincronizado com o meu.

Sua mão tocou meu rosto e seus lábios sussurraram para mim o que eu precisava ouvir.

Devo admitir que, apesar da minha inexperiência no assunto, os próximos minutos seriam os mais sublimes que experimentei até então: eu encontrei a parte que me faltava, enfim, e persegui a libertação junto à Sakura, soçobrado no calor do seu corpo e movido pela intensidade tempestuosa do meu desejo.

Eu me lembro dessa sensação; do estranhamento inicial procedido de uma agonia deliciosa que me impulsionava a ir até o fim. Eu me lembro do gemido alquebrado de Sakura ecoando na noite serena e de como quase me arrependi de reivindicá-la tão egoisticamente.

Também me recordo de como nossos corpos, abraçados e unidos em todos os sentidos, completaram-se sublimemente. Ela era feita para mim e eu, para ela.

Eu a amo. Amo mais do que deveria e amo mais do que qualquer um, até mesmo ela, possa imaginar. Eu a amei por todos esses anos e é mais do que certo que eu a amarei por muito mais. É verdade que desconheço o futuro e que desconheço seus desígnios para mim, mas eu preciso me arriscar.

Por Sakura, eu sei que valerá à pena.

Posso afirmar que não carrego nenhuma espécie de arrependimento comigo, pelo menos não ligado à minha primeira noite com Sakura. Eu me lembrarei dela até o último dia da minha existência, de como perdi o controle sobre o meu Sharingan devido à adrenalina que ampliava a minha sensibilidade a cada estímulo externo — o que também me levou a perder o controle sobre as investidas dos meus quadris contra os de Sakura em pouco tempo.

É provável que eu vá me lembrar disso por anos a fio: de Sakura arranhando minhas costas com desespero suficiente para me fazer grunhir e perder o que me resta de autocontrole, de como nossas mãos terminaram entrelaçadas sem que exatamente eu soubesse como, de cada gemido entrecortado e do suor que escorria pelas minhas costas e têmporas, grudando meu cabelo à minha testa.

Cada contorcer, cada morder de lábios e revirar de olhos, meu ou dela, não faz diferença; eu ainda a via sob o meu corpo, ancorada nos meus ombros enquanto meus quadris assumiam um ritmo descontinuado, errático e uma sensação desconhecida se apossava de mim, empurrando-me na direção do que buscava tão desesperadamente.

E quando aconteceu, eu me senti estranho. Não era apenas uma letargia contra a qual meu corpo não conseguia lutar, mas também o fato de voltar a me sentir completo; em paz. Meus músculos até então retesados, a tensão em cada terminação nervosa minha, se foi, mas o que eu senti foi um contentamento que não estava relacionado apenas ao fato do meu apetite sexual haver sido (mais do que) saciado.

Eu encostei minha testa suada à de Sakura e a encontrei ainda arfante e amolecida nos meus braços; o aperto dos seus dedos, entrelaçados aos meus, afrouxava a cada segundo. Uma vez que libertei suas mãos, ela enlaçou meu pescoço e me manteve por perto. Eu respirava uma vez de cada, no ímpeto de uniformizar o ritmo. Fechei os meus olhos por um momento antes de decidir me afastar, recuando do abraço de Sakura e deitando-me de costas no futon.

Entretanto, prendi um braço na cintura nua de Sakura e a trouxe comigo quando me deitei, pondo-a sobre o meu peito onde ela logo se acomodou, passando um braço por debaixo da minha prótese. Seus dedos insinuaram delinear a linha fina que formava a cicatriz da procedimento de implante, mas recuaram no último instante.

Apesar da temperatura estar caindo depressa, não encontrei forças em mim para me levantar e buscar pela coberta. Trouxe Sakura para mais perto, para que partilhássemos o mesmo calor e acabei com uma mão no seu cabelo, induzindo-a ao sono com minhas carícias.

De repente, ela riu e eu franzi o cenho, confuso, enquanto seus ombros se chacoalhavam sutilmente com seu riso contido. Apesar disso, sua perna direita enlaçou meu quadril.

— Isso aconteceu mesmo? — ouvi-a questionar ninguém em particular e bufei.

— É claro que aconteceu. — Foi a minha resposta e, em parte, resmungo.

— Acho que estou sonhando.

Ela devaneou num tom distante, quase inalcançável, e se remexeu no meu peito até estar com os seios colados na minha pele de novo. Apoiando os cotovelos no futon, de cada lado do meu corpo, ela baixou os olhos brilhantes para os meus. Seu dedo traçou círculos no meu peito até ela se cansar e voltar a descansar a cabeça no meu ombro.

— Por um momento, antes... Eu pensei que seria rejeitada. Você é sempre tão controlado, Sasuke-kun.

— Você me dá muito crédito, Sakura — acrescentei não conseguindo ocultar o cansaço no meu tom arrastado. — Mais do que deveria.

Senti seus lábios se repuxarem em um sorriso contra a minha pele. E, então, ele desfez-se com a mesma fugacidade com que se formou:

— Quando estava no fundo daquele rio, eu só conseguia pensar que nunca mais veria os rostos do Naruto, do Kakashi-sensei, da Ino e da Tsunade-sama... Dos meus pais... Mas... O meu maior arrependimento, Sasuke-kun, se eu tivesse morrido ali, teria sido nunca poder me despedir de você e deixar a nossa história inacabada.

Voltei a envolvê-la nos meus braços, esperançando conseguir confortá-la da melhor maneira que encontrei.

— Tente não pensar mais nisso.

— Desculpa, eu não consegui evitar — ela abafou sua voz no meu ombro, mas senti o alívio iminente fazê-la voltar a relaxar contra mim.

Sorri no escuro, ciente de que ela não me veria. Então deslizei meu braço até o seu rosto e cutuquei sua testa com meus dedos, no toque ao qual ela já havia se familiarizado.

— Você está comigo agora, está viva; isso é tudo o que importa.

Sakura suspirou contra mim, mas, no fim, ela voltou a sorrir e até mesmo seu tom de voz abrandou.

— Tem razão, Sasuke-kun.

Rocei minha boca no topo da sua cabeça e afaguei a pele arrepiada na base das suas costas:

— Tente dormir um pouco, pretendo ficar acordado.

— Tem certeza? — ela devolveu-me, fazendo menção de se levantar, mas eu a segurei com mais força contra o meu corpo.

— Durma — insisti num tom mais persuasivo e Sakura anuiu, por fim.

Pouco a pouco, eu a senti amolecer, adormecendo rápido devido ao esgotamento físico. Sua respiração uniforme também foi outro indicativo de que havia caído no sono mais cedo do que eu previra.

Disse a ela que ficaria acordado e assim eu o fiz. Tinha muito no que pensar, muito a refletir e planos para traçar. Agora eu não via outro caminho, não depois de ter feito amor com Sakura: eu teria de incluí-la em todos os meus planos.

Entendi porque resisti tanto a ela em tantos anos: eu sabia que não haveria volta a partir do momento em que ficássemos juntos. E não tem a ver com algum tipo de formalidade convencional ou qualquer motivação parecida com isso.

É o fato puro e simples de que preciso dela na minha vida a partir de agora. Eu amo Sakura e não posso mais evitar esse sentimento. Eu não quero mais evitá-lo.

⊱❊⊰

Ho no Kuni (País do Fogo), três anos antes.

Finalmente, o dia do meu julgamento chegou — para o bem da minha sanidade. Haviam sido longos dias em cárcere, mas, afinal, eu teria o meu futuro decidido no julgamento.

Eu estava bem ciente de que os cinco Kages participariam do julgamento e cada um deles teria direito a um argumento em minha defesa ou acusação. No fim, todos votariam e minha sentença ou absolvição seriam decididos democraticamente.

Eu também tinha consciência de que três dos cinco Kages poderiam exigir a minha cabeça numa bandeja de prata se assim o desejassem. Tudo o que tinha a meu favor era a influência de Naruto, que recebeu o direito a expor seu argumento também, como herói da Quarta Guerra Ninja, me defenderia.

Eu não queria decepcionar o Time 7 de novo, mas estava começando a não enxergar uma saída daquela situação. Sei que eu mesmo havia me metido nesse problema e não achava justo arrastar Naruto e Kakashi comigo.

Sakura ficaria inconsolável caso a balança pendesse contra mim, o que — caso acontecesse — não me surpreenderia nem um pouco. De qualquer forma, eu estava conformado.

Sabia que teria de expiar os meus pecados de algum jeito e por mais que doesse em mim a perspectiva de fazer minha família sofrer novamente, eu não relutaria se acontecesse.

Logo depois do desjejum, minha última refeição antes do julgamento, o Shinobi que guardava minha cela abriu-a para deixar o esquadrão que me levaria até o local da audiência entrar.

Apesar do meu chakra estar completamente suprimido por um dispositivo que me incomodava, fui escoltado como a catástrofe em potencial que eu era; nenhum risco seria assumido.

Fui escoltado pelos corredores lúgubres da prisão e, uma vez fora dela, entrecerrei meus olhos, desacostumado à luz do sol. Era um dia claro, com um céu límpido e azul e nenhuma nuvem à deriva.

— Depressa, Uchiha! — apressou-me o líder do esquadrão que me escoltava e eu o obedeci, contrafeito.

Fui conduzido pelas ruas de Konoha e a atenção que atraí me deixava nauseado. Quando a Torre do Hokage surgiu adiante, apertamos o passo para alcançá-la o mais depressa possível.

Adentramos o edifício e subimos as escadas, atravessando os corredores estreitos e bem iluminados até a sala do Hokage onde Kakashi me aguardava. Três batidas na porta e o mesmo sujeito de antes anunciou sua presença:

— Rokudaime-sama, trouxemos o prisioneiro conforme as suas instruções!

— Pode entrar. — Foi a permissão concedida de Kakashi, abafada pela porta cerrada.

O sujeito girou a maçaneta, mas apenas eu e ele entramos no escritório, os demais ninjas aguardaram do lado de fora. Kakashi estava de pé ao lado da sua mesa, sua postura pomposa e autoritária fez-me arquear uma sobrancelha.

— Mikio, poderia nos deixar a sós por um momento, sim?

— Mas, Hokage-sama... — opôs-se o sujeito, pálido de repente, mas Kakashi abanou sua mão, como se dispensasse suas preocupações.

— Só aguarde lá fora, tudo bem? Preciso trocar algumas palavras com meu antigo aluno. Faça o que estou lhe pedindo.

Quando o tal Mikio assentiu e enfim se retirou do escritório, Kakashi dirigiu-se a mim e, agora, já não havia mais qualquer resquício de leveza na sua expressão:

— Precisamos conversar, Sasuke, e isso precisa ser dito antes do seu julgamento.

Aturdido, fiz pouco mais do que anuir e me preparar para o que seria dito ali. O que seria tão importante para Kakashi sentir necessidade de falar comigo a sós?

— Ótimo — Kakashi assentiu, satisfeito com minha atitude apática. — Agora, discutamos a sua estratégia de defesa para o julgamento, sim?


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo me deu um trabalho danado para escrever, eu devo ter dado uns mil retoques no texto Huehuehuehuehue
Espero que tenha agradado os mais pervertidos porque, honestamente, eu só escrevo Ecchi :v Hentai definitivamente não é e nem nunca será minha praia Huehuehuehuehue
...
Devo dizer que eu quase caí dura essa semana porque eu não esperava o feedback que o capítulo passado teve XD SENHOR DA GLÓRIA! Mas eu amei cada review e li cada um com um sorriso bobo na cara. A quem me contatou pela página e pelo Twitter, obrigada também, vocês foram uns fofos! Muitíssimo obrigada pelo carinho! :3
...
Ainda teremos mais momentos de love entre esses dois, não se preocupem :v
Nos encontramos nos reviews! ;D
E até o próximo!