Por Eduarda
Ao abrir meus olhos não encontro João Lucas na cama. Me sento sobre os lençóis revirados e percebo que a noite de ontem realmente aconteceu.
Me levanto da cama e vou atrás de Lucas no banheiro,como ele não está lá, resolvo descer a sua procura.
Quando abro a porta do quarto dou de cara com João Lucas. Ele segura uma bandeja nas mãos e ao me ver faz cara de decepcionado.
JL: Já acordou? Poxa vida, levantei cedo pra poder preparar esse café e te acordar com esse mimo... Você é estraga prazer em? - disse rindo e entrando no quarto- Queria te acordar com um monte de beijinhos!
Du: Olha, eu não to dormindo, mas ia gostar bastante de ganhar esses seus beijinhos ai...
Ele coloca a bandeja sobre a cama, vem até mim e enche meu rosto de beijos!
Du: Não tem coisa melhor do que começar o dia assim.
JL: Não tem mesmo... Du, olha isso! Escuta só - João Lucas faz sinal para que eu fique quieta e nós dois permanecemos em silêncio por alguns segundos até que ele me diz: - Ta ouvindo isso?
Du: Não, ouvindo o que?
JL: Ouvindo esse silêncio - Eu riu da falta de coerência de sua frase - Não Du, é sério... Olha que maravilha, não tem barulhos de porta batendo, nem de gente brigando no cafe da manha! A única coisa que eu escuto quando fico em silêncio é as nossas respirações... Como isso é bom.
Du: As vezes eu até que gostava daquela bagunça... Mas a gente nunca tinha paz naquela casa né? Acho que aquele clima não fazia bem pro Lekinho!
JL: Falando em Lekinho... Ta na hora dele ganhar um nome né Du? A gente já tinha combinado, se for menino você escolhe e se for menina escolho eu.
Du: Verdade... Eu acho até que já escolhi o nome!
JL: Então fala ué!
Du: Queria fazer uma homenagem pro seu pai... Se não fosse ele eu nem sei se esse bebe estaria na minha barriga agora. Você sabe, eu não o queria muito no começo - Digo isso e me sinto a pior pessoa do mundo. Lucas me olha com carinho e responde.
JL: Nem me fala Du... Não consigo imaginar a minha vida agora sem esse bebe! Ainda bem que deu tudo certo. Que ele ta ai, firme e forte! Mas eu não entendi, porque você ta falando do meu pai?
Du: Eu to falando porque ele queria muito esse neto e agora não vai ver ele nascer... Dai pensei, se for menino o nome podia ser José Alfredo né! Se topa?
JL: É claro meu amor... Eu ia amar poder fazer essa homenagem ao meu pai! Mas ó, se for menina vai se chamar Marta então!
Du: Se ta me zuando né? Lucas... Sua mãe me detesta. Eu detesto sua mãe... Não faz sentido!
JL: Ah Du, apesar de tudo é minha mãe né? Quem sabe ela não fica tão feliz com a homenagem e começa a aceitar nós dois?
Du: É mais fácil esse bebe nascer com o cabelo igual o meu do que a Maria Marta começar a gostar de mim... Mas você que sabe, apesar de tudo, eu até que acho maneiro esse nome!
JL: Então ta combinado! E fala sério, Marta e José Alfredo é bem melhor que Lekinho né Du? - nós dois rimos e ele, ao se lembrar do nosso café da manha me puxa pra cama e diz: - Agora bora comer que eu to varado de fome!
Eu e Lucas em meio a risadas e brincadeiras, consumidos rapidamente o nosso café. Nós dois estávamos morrendo de fome, afinal de contas, a noite de ontem foi maravilhosamente cansativa.
Acabamos de comer e ficamos os dois de barriga pra cima olhando pro teto, Lucas me olha e em meio a um sorriso me diz:
JL: E agora, qual vai ser a boa em Du? Praia, Piscina? Shopping? Vamos aproveitar essa lua de mel antecipada porque depois vamos ter que voltar pra realidade!
Du: Ah sei lá Lucas, eu queria ficar aqui nessa cama com você o dia inteiro, mas não é só pra conversar não... - Lhe digo isso com a voz mais sexy que consigo fazer.
JL: Mas eu arranjei uma mulher ninfomaníaca é?! - Ele sorri maliciosamente e beija minha boca demoradamente. Quando recupero o folego lhe respondo
Du: Quem mandou ser tão gostoso assim em? - Respondo, e logo em seguida volto a beija-lo.
Eu, que a poucos minutos atrás estava apenas de lingeries, rapidamente fico nua. Lucas beija carinhosamente todo meu corpo e novamente estamos fazendo amor.
Depois do ato, adormeço novamente em seu peito....
Dessa vez sou a primeira a acordar. Me levanto da cama e vou tomar um banho. Quando retorno Lucas já está acordado.
JL: Eu já te falei que você é a mulher mais linda desse mundo?
Du: Não... Mas vem cá, eu já te falei que você é o melhor noivo que eu já tive?
JL: Mas eu sou seu primeiro noivo... - João Lucas me olha e percebe a ironia no meu olhar- A você ta me zuando né sua chata...
Du: Eu to brincando Lucas, você é o melhor noivo de todos, mesmo que eu nunca tenha tido outro, eu sei disso.
JL: Eu sou o primeiro e o último Du... A gente vai ficar junto pra sempre, até ficar velhinhos gagá!
Lucas vem me dar mais um beijo e eu desvio nossas bocas.
Du: Chega de beijo, porque dai eu não resisto...
JL: Mas não precisa resistir, meu corpinho ta aqui pra você usar e abusar!
Du: Para de gracinha... Vai tomar um banho e vestir uma roupa que eu mudei de ideia... Vir até Angra dos Reis e ficar trancados num quarto não faz sentido né?! Ainda mais porque você eu vou ter pelo resto da vida, já essa cidade...
JL: Mas eu já tava curtindo a ideia de ficar aqui trancado com você!
Pego uma toalha na mala e jogo em João Lucas dizendo.
Du: Nem vem, vai tomar essa banho logo! - Ele sorri para mim e entra no banheiro.
Em menos de uma hora estamos prontos, Lucas que havia alugado um carro, me dá as chaves e nós dois saímos para conhecer a cidade.
O carro conversível, alugado e trazido pela locadora em menos de meia hora, nos fez crianças novamente. Parecíamos dois bebes ganhando um brinquedo novo.
Era quase 4 horas da tarde quando Lucas e eu sentimos fome novamente, ele pesquisou um restaurante na internet e nós dois seguimos o endereço especificado.
Enquanto comíamos ficamos conversando sobre todos os lugares que tínhamos visto naquela tarde.
JL: A gente tem que voltar aqui outras vezes Du...
Du: É, e a gente podia comprar um carro desses né? - disse me referindo ao conversível.
JL: Ia ser uma boa né Du, a minha herança vai sair, dai vou poder comprar o que eu quiser...
Conversamos por mais alguns minutos até que o telefone de João Lucas toca. Ele olha o visor do celular e me informa:
JL: É a dona Maria Marta... Tava demorando!
Du: Atende né Lucas, vai que é algo importante! A gente tem que começar a se empenhar mais em gostar da sua mãe, afinal, vai que nossa filha tem o nome dela mesmo!
Lucas ri pra mim e atende o telefone.
Ele permanece calado por alguns segundos ouvindo o que sua mãe diz, pela cara que está fazendo as noticias vindas de Marta não são nada agradáveis.
Ele desliga o celular e fica me olhando em silêncio.
Du: Que foi Lucas? O que sua mãe te disse?
JL: Parece que a policia federal foi na Império ontem e agora a empresa, nossos bens, tudo está bloqueado para averiguação... Ta um caus lá em casa... Du acho melhor a gente voltar!
Voltamos para nossa casa, ou melhor, para casa do Fernando e começamo a arrumar nossas malas. Lucas desse para agradecer os empregados e enquanto esperamos o helicóptero chegar tento esconder minha cara de insatisfação.
Tenho medo que João Lucas vire um Zé Pedro da vida e comesse a só pensar na empresa e no dinheiro...
Quando nosso helicóptero chega, nós nos despedimos de todos e embarcamos...
JL: Vou tentar curtir esse voo porque pelo que minha mãe disse esse vai ser o último pelos próximos anos...
Du: A coisa ta tão feia assim?
JL: Du, o coroa antes de morrer tirou todo o dinheiro da empresa, nós estamos zerados, a Império está fechada, eu to sem emprego... Eu só tenho algumas economias, não sei quanto tempo vai durar... E pra piorar, a gente saiu de casa.
Du: Lucas, o que a gente vai fazer? Vamos voltar pra casa da sua mãe?
JL: Não, fica tranquila, eu vou dar um jeito! Não sei como mais vou dar...
Ele permanece o restante da viagem calado. Se na ida ele estava com medo da altura, na volta está com medo do futuro. Eu lhe dou um abraço e digo que tudo irá ficar bem, temos um ao outro, nada mais importa. Ele me abraça apertado e parece se tranquilizar com minha voz.
Não sei o que faremos, pra onde iremos, mas sei que posso confiar no Lucas. Se nós dois estivermos juntos nada mais importa.
Du: Lucas, seja morando numa mansão ou numa quitinete de dois cômodos, eu vou estar ao seu lado sempre! Eu e o Alfredinho... Ou Martinha! Sei lá.
Lucas sorri para mim e volta a me abraçar. Observo pela janela do helicóptero e percebo que estamos chegando na cidade.
Sei que daqui pra frente muita coisa vai mudar, que vão ser tempos difíceis, mas fico feliz de saber que João Lucas passará tudo isso ao meu lado, porque mais uma vez eu segurarei sua barra, mas uma vez estarei aqui para lhe dizer que tudo irá acabar bem!