A Magia que Para O Tempo escrita por Amigo Anônimo


Capítulo 6
VI - Resgate, parte final: está tudo bem agora


Notas iniciais do capítulo

"Olá novamente! Me apressei bastante dessa vez e escrevi um novo capítulo na madrugada de ontem.
Não me senti totalmente contente por só um capítulo curto e duvidoso como o anterior, então resolvi fazer o 6° capítulo!



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– Syo? – A voz feminina despertou os sentidos do garoto.

– A-Amu... És tu? – Seus olhos azuis, que agora não pareciam tão azuis assim, se focaram nos dois adolescentes, entretanto principalmente naquela que pronunciara seu nome. – Por quê?

– Tu estás bem, Syo? – Amu se aproximou do menor e tocou com o polegar na bochecha do menor, bem em cima de um recente corte. Com essa ação, Syo fez uma careta de dor – Eu vim buscar-te. Vamos, temos que apressar-nos, se não descobertos seremos.

– Não... – Arrastou seu corpo pelo chão para se afastar dela – Vá embora.

Amu simplesmente não entendia.

Syo demonstrava pavor no seu olhar, o seu estado era terrível e tendia a ficar pior se permanecessem ali. As lágrimas excessivas denunciavam que aquele lugar não era onde ele queria estar. Ela não entendia os motivos que o levavam a fazer isso.

Ikuto se sentia da mesma forma que a garota, apesar de que Amu possuía muito mais afinidade com Syo que ele. Mas, de acordo com a sua própria análise da situação, não era inteligível saber a resposta do porquê do modo de agir da criança.

– O que tu estás dizendo? – Ousou se aproximar mais, mesmo quando Syo se recusava a não manter a distancia. – Syo, olhe para mim! Olhe nos meus olhos!

A visão do menino cortou a escuridão e procurou o brilho da íris dourada de Amu. Não conseguia permanecer assim. Era difícil para ele tomar essa decisão complicada e ter um contato visual com Amu dava-lhe a vontade de se expressar, de dar explicações, mesmo que aos soluços.

Ele desviou o olhar.

– Saia! – Soou ríspido, porém não era a intenção inicial dele – Eu... Eu não preciso de você.

Essas palavras teriam doído em Amu se não estivesse tão óbvio que ele estava mentindo.

– Não é questão de precisar, não é uma necessidade – A adolescente agachou na frente do menino. – Eu sei que tu não queres ficar aqui e eu também não quero. Estou arriscando minha vida aqui para salvar a tua! – Em um ato de suplicação, Amu sobrepôs sua mão a de Syo. – Por isso, por favor, não aja como se isso não tivesse valor.

Syo já não estava tão hesitante e não conteve a vontade de segurar a mão de Amu, passando uma mensagem de que ele a correspondia. Com isso ela sorriu, mesmo que o menino não enxergasse, ela sorriu de alívio e felicidade.

O momento seria perfeito, estariam prestes a pensar positivo, isso se não fosse pelo alerta súbito de Ikuto.

– Os guardas estão vindo, temos que sair daqui!

"Droga", pensou Hinamori, cerrando o punho "Fomos descobertos"

Não sabiam como nem quando, mas haviam sido descobertos. Deveria ter saído tudo impecavelmente bem, pois em nenhum momento tinham deixado de serem cautelosos.

– Consegues correr? – Amu se virou para Syo, e ele, como resposta, balançou a cabeça em afirmativo. – Então vamos.

A garota ao levantar-se, sentiu suas pernas estalarem.

Os três, encostando-se na parede e aproveitando-se da pouca iluminação do local, iam em direção das últimas celas sem olhar para trás. Havia no mínimo sete guardas ali de acordo com o pensamento de Ikuto ao ouvir os passos pesados. As armas e armaduras dos militares produziam um som desagradavelmente agudo.

– Como iremos conseguir sair daqui? – Perguntou Ikuto, insatisfeito. – Somos minoria para poder lutar contra eles, estamos desarmados e não tem como passar para a saída. Poderíamos até criar uma distração, mas seria inapropriado se arriscar tanto assim. Sem falar que podemos nos encontrar com outros guardas no caminho... – Era decepcionante para ele não conseguir pensar em nada.

Amu abriu a boca para falar algo, porém repensou e mudou de ideia. Ainda não confiava o suficiente no príncipe para revelar um de seus “pequenos segredos” apenas para lutar contra alguns guardas. Devia ter algum modo de saírem dali, entretanto Ikuto pensava muito melhor que ela. Ele já havia descartado suas primeiras sugestões.

Syo apenas tremia, reagindo ao frio e ao medo que percorria por todo o seu corpo, que o faziam arrepiar todos os pelos.

– Tive uma ideia! – Ikuto pronunciou finalmente essas palavras, para a consolação de Amu e Syo.

O jovem príncipe explicou tudo da forma mais resumida possível. Tempo era o que eles menos tinham naquele momento, pois os guardas só se aproximavam.

Um militar novato se aproximou das celas para ver os prisioneiros enquanto dois verificavam indícios suspeitos ali. O resto vigiava a entrada.

– Menino, diga-me – A criança levantou a cabeça para olhar para o homem. – Alguém passou por aqui?

– Não, senhor – Negou Syo, rezando para todos os deuses que pelo menos daquela vez conseguisse mentir.

O homem cruzou os braços e impôs mais autoridade na voz:

– Diga-me a verdade ou o coloco na cadeira elétrica. E dessa vez não haverá piedade.

– Digo a verdade, senhor – Engoliu em seco.

Syo suplicava silenciosamente que aquilo fosse o suficiente para convencer o guarda, e então suas preces foram ouvidas. O guarda se virou de costas, lançando um último olhar mortal para cima dele, e então caminhando até a saída. Com esse ato, os outros dois que estavam vasculhando o local seguiram o guarda novato em direção à saída.

– Não tem nada aqui, senhor. Procuramos em tudo quanto é lugar – Um dos homens falou.

– Provavelmente eles não vieram aqui ainda – Respondeu o outro, duvidosamente. – Vamos.

Ao escutar os passos dos guardas se distanciando, Amu e Ikuto saíram de celas distintas e foram em direção de onde Syo estava.

Ikuto tinha dado a ideia de que eles podiam fingir serem prisioneiros e entrarem em celas, sendo assim os guardas não iriam suspeitar e logo iriam embora.

– E agora? – Amu esperou mais uma vez as providências serem tomadas pelo príncipe.

– Fugimos, é claro!

Com isso, os três caminharam procuraram a saída – Não sem antes confirmar primeiro se realmente não tinha ninguém ali. – e foram em rumo às escadarias. O silêncio e a calma eram essenciais.

Descendo degraus, correndo e virando corredores, finalmente chegaram ao andar térreo do castelo. Definitivamente não iriam passar pelas portas principais, então decidiram que pular de alguma das janelas seria uma hipótese mais segura. Já que estavam no térreo, não iriam se machucar ao atravessar a janela.

Amu prendeu a bainha o vestido bem no momento de passar pela janela e quase foram descobertos por isso, mas Ikuto foi mais rápido em cortar a parte presa do vestido e se esconder atrás da parede.

Os três aterrissaram em uma grama macia, se sujando um pouco de lama, entretanto aquilo não era hora de se incomodar com isso.

Já estavam próximos aos portões e tendo que criar outro plano para passarem, quando então alguém gritou de longe. Não demorou muito para que vários guardas viessem na direção deles.

“Hora de apressar o passo”, pensou e assim fez o trio.

Ikuto ia logo à frente de Amu e Syo. Esses dois últimos tinham seus motivos para retardar em se apressar. Amu usava um sapato apertado e certamente não iria cessar para tirá-lo. Já Syo se sentia cansado. Sentia como se suas pernas fossem quebrar e então que ele iria debruçar sobre o chão a qualquer segundo.

Com a aproximação dos vigilantes do castelo, a rosada resolveu ignorar toda a sua dor no pé e botou toda a sua energia restante em suas pernas. Sua respiração já estava totalmente irregular e quase tropeçou duas vezes enquanto corria, mas a sorte estava ao seu lado naquele dia, então conseguiu recuperar o ritmo com facilidade.

Uma alegria surgiu no coração da garota quando viu que já adentravam na floresta, que ficava depois dos portões, assim se concluiu que não precisavam mais caminhar depressa.

– C-Conseguimos... – Pausou uma vez para recuperar o fôlego no meio da palavra. – Syo, nós conse–

Paralisou no instante em que se virou para trás e não viu nada, somente o caminho de volta cercado por árvores e mato.

– Onde está o Syo...?

– Pensei que ele estivesse nos acompanhando logo atrás de você – Ikuto colocou na mão no peito e respirou fundo, tentando acalmar a agitação do corpo. – A não ser que...

A garota caiu ajoelhada no chão, esboçando uma expressão confusa. Não conseguia pensar direito com tanto cansaço após aquela longa corrida, mas conseguia distinguir ao menos um dos seus sentimentos naquele momento: Frustração.


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Notas finais do capítulo

"Espero que tenham gostado do capítulo, mandarei o próximo quando puder. Agradeço desde já por todos os comentários e favoritos, fico muito feliz com esse pequeno ato de vocês.
Beijos!"



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