A Magia que Para O Tempo escrita por Amigo Anônimo


Capítulo 5
V - Resgate, Parte II


Notas iniciais do capítulo

"Oi, oi!
Me desculpem pela demora para mandar o capítulo.
Tenho uma beta a partir de agora e tive que corrigir meus erros nos capítulos anteriores ;3 Por isso a demora. E outras coisinhas também, mas que não vou citar aqui.
Obrigado pelos favoritos e comentários!
Ficou curto, mas espero que ao menos recompense minha demora." (QueenNoColor - SocialSpirit)



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Ficando por cima da moça e se apoiando no chão, deixando cada uma das mãos de um lado do corpo de Amu, o príncipe encarava os olhos de orbes douradas da adolescente que estavam minimamente arregalados pela surpresa.

Apesar da pouca luz do cômodo, a escuridão não era tão intensa para impedi-lo de enxergar, então foi observando cada traço do rosto da rosada, admirando a beleza dela, até que sua atenção foi totalmente tomada pelos seios que estavam levemente amassados. A roupa não ajudava a desviar o olhar, pois estava visivelmente apertada, destacando ainda mais o busto.

“Não posso ser seduzida tão facilmente. Não irei...!”

Pensou Amu, que tentava alertar a si mesma.

“Mas, ele é realmente encantador...”

– Já podes parar de encarar meus seios e sair de cima de mim – O semblante sério da garota retornara sem muita demora.

– A-Ah... Desculpe – Ele logo obedeceu, se sentando ao lado dela e escutando um murmuro da garota reclamando algo sobre tarados.

Os dois estavam em um quarto aleatório do castelo, Amu deduziu que fosse um cômodo para hóspedes, pois não era tão ornamentado, mas oferecia um ótimo conforto para quem quer que fosse o convidado.

– Não me parece que tu vieste para impedir-me. Diga logo teus propósitos, pois já sabes os meus.

A boca do garoto se movimentava e sua voz saia já despreocupada se alguém iria os ouvir. De acordo com o horário, até os servos já tinham ido dormir.

– Desculpe-me por aquilo – A rosada arqueou uma sobrancelha – Não escutei seu pedido, não procurei saber mais. Descobri que havia uma verdade oculta por trás das ordens que recebi... Pensava que as famílias de classes mais baixas eram levadas para receber melhores condições de vida, e...

– Enganou-se ao pensar assim – Amu comentou sem se surpreender tanto e ele confirmou. Ele estava visivelmente sem-graça, mas mantinha a cabeça erguida.

A garota não estranhava, porque era comum saber que “novatos” como ele no castelo soubesse de pouca verdade. Não é como se ela tivesse experiência própria, mas todos – Ou quase todos – Os reinos são assim.

Governantes mentirosos.

Não é como se mentir fosse algo tão errado – Bom, na verdade, é sim –, mas quando se entra para comandar uma grande nação, é preciso esconder estragos e anunciar bem explicitamente avanços para que a população não iniciasse problemas e boatos.

É assim que ela pensava.

– Então – Amu levantou-se, apoiando as mãos no chão para dar o impulso, dessa vez tendo mais cautela para que o acidente de tropeçar e cair não acontecesse de novo – Vais ajudar-me?

– Sim, até onde me for conveniente.

– Não me responsabilizo pelas conseqüências dos teus atos.

– Não será preciso. Sei o que estou fazendo – Disse Ikuto, garantindo que manteria a palavra e levantando-se também do chão.

– Sabe? Quando você carregou uma criança para dentro de uma prisão também dizia saber o que estava fazendo – O desgosto e o rancor estavam transparentes na sua fala.

O moreno franziu a sobrancelha e olhou Amu nos olhos, perdendo a timidez, entretanto mantendo a paciência.

– Você quer mesmo discutir novamente comigo? – Fez uma pergunta retórica – Eu estou aqui para te ajudar e até agora não ouvi um obrigado.

– Meu “obrigado” não faria nenhuma diferença.

A moça de olhos dourados encarou o seu próprio reflexo em um espelho do quarto, prestando mais atenção em uma parte de seu corpo.

Com certeza quando ela tinha colocado aquele disfarce de serva ela estava ciente do quanto que aquela roupa acentuava seus seios – Que já eram grandes, e o vestido não ajudava em fazer com que ficassem menos chamativos. Reclamar era algo que nem mesmo se pensava na hora, pois ter conseguido “pegar emprestado” da tal de Lucy já não foi tão fácil.

– Culpa tua e do resto da sociedade masculina que se preocupam tanto em verificar o quanto a roupa me aperta – Ao mesmo tempo em que murmurava, Amu abria a porta com certa vagareza. Antes de andar pelo corredor, olhou para os dois lados e conferiu se realmente não tinha ninguém ali, o que foi confirmado.

Ikuto se sentiu ofendido com o comentário.

– Culpa minha? Não posso fazer nada quanto a isso!

– Pode – Ikuto a encarou, lançando um olhar duvidoso de “E qual seria a sua sugestão?” – Arranca teus olhos, perde tua visão e problema resolvido.

– Não vou fazer isso!

Aquela pequena discussão durou até o momento em que os dois começaram a descer as escadas e se aproximar de onde o resto das pessoas que ainda deveriam estar acordadas, em trabalho. Passarem despercebidos não foi um desafio em si. Não porque eram mestres no silêncio, mas sim porque nenhuma das pessoas em que eles passaram perto estava se preocupando com possíveis invasores “passeando” por ali.

Houve um momento que por pouco não foram pegos. Quando acabaram sendo percebidos por duas mulheres, provavelmente empregadas. Mas, por sorte, Amu estava atrás do príncipe e invisível aos olhos das moças que somente viam uma cena comum do moreno a andar pelos corredores mesmo em plena hora de dormir.

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A chave foi perfeitamente encaixada na fechadura e, ao girá-la, ouve-se apenas o barulho de um trinco que seria um barulho insignificante se não estivessem em uma prisão tão assustadoramente silenciosa.

No fim da cela, no seu canto mais escuro, habitava uma criança que estava encolhida, apertando seus dedos que tremiam contra os próprios braços, na tentativa de buscar aquecimento e ao mesmo tempo acalmar a ânsia e o medo.

O chão lembrava o deserto à noite. Frio e sujo.

Naquele nível, Amu até arriscaria dizer que a areia do deserto é mais limpa que aquele imundo lugar, no qual somente as lágrimas do prisioneiro podiam assear.

– Syo? –A voz feminina despertou os sentidos do garoto.

– A-Amu... És tu? Por quê? – Seus olhos azuis, que agora não pareciam tão azuis assim, se focaram nos dois adolescentes, entretanto principalmente naquela que pronunciara seu nome.

– Tu está bem, Syo? – Amu se aproximou do menor e tocou com o polegar na bochecha do menor, bem em cima de um recente corte. Com essa ação, Syo fez uma careta de dor – Eu vim buscar-te. Vamos, temos que apressar-nos, se não descobertos seremos.

– Não... – Arrastou seu corpo pelo chão para se afastar dela – Vá embora.

|Trailer 2|


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