Hey, One-Shots! escrita por not found, Maria Clara, Lubs, Pudim de Menta, Cherry Pitch


Capítulo 3
Um Final Para Wendy Darling (por Cherry Pitch)


Notas iniciais do capítulo

OIEEEE! Aqui é a Cherry, prazer! *apertando a mão e dando um abraço em você que está lendo*, eu sou a nova coautora, e tal, espero que gostem da minha one! sz

É de Peter Pan =)



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Wendy Darling estava deitada na cama de seu quarto. Tinha vivido seus oitenta e muitos anos feliz e plenamente. Ela sempre sentira um vazio em seu coração por Peter. Imaginava todos os dias como teria sido sua vida se ele não tivesse teimado em ficar na Terra do Nunca.

Mesmo assim, de quando em quando, Wendy vê Peter sentado à sua janela olhando. Olhando-a brincar com os irmãos. Olhando-a deitar-se para dormir. Olhando-a contar histórias para seus filhos irem para a cama. Observando-a quando estava sentada na poltrona da sala, com trinta e muitos anos, enquanto sorria vendo seus filhos brincarem, como ela brincara com seus próprios irmãos. 

Wendy Darling casou-se com um homem que a fizera feliz. Tão feliz quanto poderia ser com outro homem se não Peter. 

Wendy suspirou. Ela sabia que estava em seu leito de morte. Seus filhos estava na sala conversando. Ela ouvia as vozes abafadas deles em seu quarto. A morte já tinha levado seu marido, alguns anos atrás. Ela sofreu muito. Naquele dia, Peter também apareceu à sua janela. Wendy o viu derramar uma lágrima. E ela viu que ele sabia.

Ela decidira que iria partir sem que seus filhos estivessem presentes. Eles estavam com certeza entre as pessoas que mais a fizeram feliz. E por isso mesmo não queria que seu último momento fosse vê-los sofrer. 

Wendy Darling preparou-se para fechar os olhos pela última vez. Ela estava abaixando seus cílios lentamente. Até que ela ouviu um leve barulho, e abriu os olhos, tão lentamente quanto os estava fechando. Porque ela sabia o que era o som. Era um som que ela havia aprendido a reconhecer quando ainda era jovem. Um sorriso formou-se em seus lábios. Peter.

— Wendy... - sussurrou ele, enquanto chegava perto dela.

Ele segurava um pacote, uma bolsa marrom. Wendy olhou para a bolsa, com um olhar curioso.

— Lembro-me que você me disse, uma vez que... - ele hesitou. - Que queria morrer parecendo jovem. Uma alma antiga em um corpo jovem. - Wendy assentiu. - Então... eu consegui um pouco disto.

     Peter abriu a bolsa e mostrou a Wendy. Havia um pó brilhante lá dentro. E Wendy sonhava com aquele pó todas as noites, desde que voltara da Terra do Nunca.

     - Peter... - ela sussurrou, derramando uma lágrima. - Você estava ouvindo. Você me ouviu. E lembrou... 

    - É claro... - respondeu ele. - Eu nunca me canso, nunca me cansei e nem nunca me cansarei de ouvir sua voz. Passaria a eternidade ouvindo-a falar sobre qualquer coisa, qualquer futilidade, que soará como música em meus ouvidos. 

     Wendy levou suas mãos aos lábios. Suspirou profundamente e deixou outra lágrima cair. 

     - Você veio até aqui... me ver... 

     - Sim. Eu vim aqui lhe dar algo muito importante. Algo que eu descobri, já faz um tempo. Descobri com a chegada de um menino perdido um pouco mais... velho, maduro. - Peter sorriu, com o canto da boca. Wendy lembrou o quanto ela adorava vê-lo sorrir. Céus, ele tinha o sol, a lua e as estrelas naquele sorriso! 

      Ele pegou um pouco de pó mágico e espalhou pela cama, pelos cabelos de Wendy, e jogou por todo o seu corpo. Ela estava rejuvenescendo. Seus cabelos ganharam de volta sua cor; sua pele ficou macia novamente, e seus lábios permaneciam cor-de-rosa e carnudos quanto antes. Wendy estava com seus olhos fechados, e reabriu-os. Seus olhos, que tiveram seu brilho gasto depois que Peter parou de aparecer, alguns anos atrás, voltaram com a ficar verdes, verdes como as folhas de uma árvore, a grama de um campo de flores.  Aqueles olhos puros e grandes, que observavam Peter com curiosidade, gratidão e admiração. 

     Peter olhou para ela e sentiu como na primeira vez que a via. Ela estava tão bela... sua aparência apresentava a pureza e a inocência da menina que conhecera décadas atrás, porém seus olhos carregavam conhecimento, e um misto de felicidade com dor. Os olhos dela estavam tanto velhos quanto jovens, tanto felizes quando tristes e dolorosos. 

      E então Peter sentou-se na cama, aproximou seu rosto do dela e beijou-a. Ele tinha descoberto o que era um beijo, depois que presenciou-o no casamento de Wendy, e também quando viu o primeiro beijo da filha desta. Ele sorriu, mesmo sem separar seus lábios dos de Wendy. Ele deitou na cama e ao seu lado, e ficou lá. 

     E ambos fecharam os olhos no mesmo momento.

    Ambos faleceram com o outro na mente. 

    Ambos tiveram como último ato um beijo.

    Ambos tiveram seus desejos realizados.

    Ambos queriam morrer como se fossem jovens. 

    E ambos conseguiram o desejado. 

    Juntos.

 


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