Can't Kill The Past (Hiatus) escrita por Gessikk


Capítulo 15
Amor


Notas iniciais do capítulo

Hey lindos, apesar de ter sentido falta de alguns comentários, estou comprimindo minha promessa de estar postando sempre!
E nesse capítulo não estou nem me reconhecendo, pois está só amores Haha...enfim, espero que gostem!



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FlahsBack

4 meses antes

— Melissa, desculpa, sabe como meu filho é, eu não fazia ideia. — O xerife estava corado, encarando o chão e coçando a cabeça.
— Tudo bem, não tinha como você imaginar que ele estava planejando um almoço de casais.
A enfermeira riu, aproveitando que o Stilinski olhava para baixo, para observar seu rosto. Ele ficava bonito com vergonha.
— Mas talvez não tenha sido uma ideia tão ruim. — A mulher deixou escapar.
O homem deu um sorriso lateral vitorioso, os olhos brilharam indescretamente e finalmente teve coragem de encarar Melissa. Eles estavam sozinhos na casa dos Stilinski, pois depois de um almoço constrangedor, com Kira e Scott, Lydia e Stiles agindo como perfeitos casais e os pais corados e calados, o humano repentinamente arrastou os amigos consigo e se despediu sem dar a chance do pai falar alguma coisa, deixando a enfermeira e o xerife.
— Ele com certeza já tinha tudo planejado para hoje —Concluiu, dividido por uma raiva e uma gratidão imensa pelo filho.— Acho que está querendo arrumar alguém para mim, sabe, eu nunca...— Parou, com dificuldade para dizer— Não fiquei com ninguém depois da Cláudia.
— Você ainda a ama.— Melissa disse completamente compreensiva, balançando a cabeça.
— Amo, mas acho que meu filho percebeu antes de mim que sou capaz de me apaixonar de novo. — A mulher deu um sorriso espremido para o homem levemente constrangido. — Estou agindo como um adolescente com sua primeira paquera não é?
— Está. — Ela concordou, rindo e se aproximando— Mas isso é bom e se você quiser, podemos sair um dia desses.
— Eu adoraria.
Os dois sorriram sem jeito, se encarando.
Foi assim, com o xerife observando aquele rosto bonito e sorridente, o cabelo escuro e as feições finas, que teve coragem de beija-la pela primeira vez.
Quando as bocas experientes se encontraram, o Stilinski travou por alguns segundos, se perguntando se depois de tanto tempo era possível esquecer como se beijava.
Teve a feliz alegria de não ter esquecido. A enfermeira iniciou o beijo com calma e segurança e o xerife rapidamente correspondeu, sendo presenteado com um suspiro trêmulo da mulher.
"Eu ainda beijo bem", o pensamento convencido na mente do homem foi inevitável e sorriu, ainda beijando aquela boca gostosa, sentindo o corpo estremecer e reagir ao estímulo de seus lábios.
As mãos de ambos permaneceram tímidas e quetas, as do homem apoiadas na cintura de Melissa e as delas, em seus ombros. Porém, isso não impediu que suas línguas trabalhassem, com movimentos lentos e experientes, causando arrepios nos pais, que há muito tempo não se permetiam ficar com alguém.
Quando se separaram, sorriam ainda mais, as marcas de expressão nítidas em seus rostos felizes.
— Então, acho melhor eu ir— A mulher disse sem conseguir parar de sorrir ao falar, o que fez com que risse baixinho.
— Eu vou leva-la, assim podemos combinar o nosso encontro.
E sem nenhum motivo aparente, ambos riram, como se fosse uma piada interna ao sair da casa, depois do almoço planejado que de fato, deu certo.
— Não vou falar para o Stiles tão cedo, não quero dar esse gostinho de vitória para ele.— Comentou ao abrir a porta da viatura para a mulher entrar.
— E talvez seja melhor eu adiar esse desgosto para Scott.
Assim, foram para casa de Melissa, rindo e sorrindo como adolescentes bobos apaixonados. Redescobrindo a paixão em seus corações feridos por diferentes motivos.
#Abertura#
Dias Atuais
— Não, não, isso não é verdade! — A voz de Lydia começou baixa, porém surpreendentemente grave. —Não pode ser!
— Desculpa, Lydia, não tinha uma maneira fácil de dizer isso. Infelizmente os danos são irreparáveis. — A doutora falou cabisbaixa.— Vou dar privacidade a vocês. — Completou logo em seguida e deixou o quarto.
Um silêncio de horror dominou o casal por alguns minutos, ambos jovens chocados demais para sequer ter uma reação.
Stiles estava com os olhos arregalados, coração acelerado, expulsando poucas lágrimas e colado na cama, onde Lydia parecia inerte, encarando o vazio, a boca se movendo sem sair um único som.
— Não, não, isso não é justo! — E então, os gritos começaram com a voz estridente e dolorida de Lydia.
A garota se contorceu na cama, os braços e as pernas se arquearam em agonia, fazendo com que as agulhas presas em seu corpo saíssem com brutalidade, a machucando.
Ela gritou com força, a ponto de sua garganta doer e o som, era completamente diferente do berro de uma Banshee. Aquele era o som de uma mulher sofrendo uma dor terrível.
Stiles agarrou os ombros da namorada com uma força descomunal e a puxou, fazendo com que sua cabeça batesse no peito magro. Ela continuou gritando e se debateu nos braços do humano, socando seu peito e soltando estranhos barulhos que assemelhavam a rosnados, devido sua ira e frustração.
— Lydia, fica calma, por favor. — Stiles sabia que não podia pedir isso, pois ele próprio chorava sem nenhum controle, mas era desesperador escutar os gritos e os soluços horrendos da moça.
— Eu nunca vou ser mãe, Stiles! Eu não vou ser mãe!
O choro de Stiles aumentou ao ouvir aquilo, o seu próprio peito se contorcia, mas ele permaneceu abraçado a garota, lutando para ser forte por ela.
Ela gritou mais uma vez, o rosto ficando vermelho e tossiu logo em seguida, parando de socar o peito de Stiles e retribuindo o abraço, ao perceber o choro doloroso dele.
Uma enfermeira entrou assustada no quarto, com uma injeção na mão e somente Stiles percebeu a sua entrada, Lydia não tinha condições de perceber nada que não fosse a raiva que crescia dentro dela.
— Se ela continuar assim, vou ter que seda-la.
— Não, eu vou acalma-la, prometo, só nos deixe as sós.— Implorou em meio as lágrimas, a última coisa que queria era que Lydia fosse sedada para depois ter que enfrentar novamente aquele desespero.
A enfermeira assentiu relutante e assim que saiu, Stiles segurou o rosto de Lydia e ela lutou para se libertar de seu toque.
— Lydia, olha para mim, eu estou aqui com você — A Banshee parou de gritar, atenta ao que o garoto falava, apesar do choro— Nós vamos enfrentar isso juntos, meu amor, você não está sozinha.
— Isso não é justo— Ela balbuciou as palavras repetidas — Eu devia ter me defendido, mas fiquei tão assustada quando a vi— Lydia não teve coragem de dizer o nome de Malia e soluçou alto— Ela enfiou as garras no meu ventre.
— Shhh, eu sei, eu sei— Stiles falou tentando conforta-la, secando as lágrimas que não paravam de jorrar dos olhos verdes, sem se importar com o próprio choro que inundava a gola da camisa.
— Você pode ser pai sem mim. — A garota falou ao mesmo tempo que escondeu o rosto em seu pescoço, agarrando os ombros do garoto enquanto tentava voltar a respirar.
— Não diga uma besteira dessas— A voz de Stiles se tornou dura, ao mesmo tempo que envolveu a cintura dela de tal forma, que quase a tirou da cama— Eu nunca vou abandona-la, Lydia, por nada, não importa o que aconteça, está ouvindo?— Mais uma vez ele obrigou que ela o encarrasse — Eu a amo, Martin, enquanto estiver vivo vou estar com você e vou enfrentar tudo o que precisar.
Ela concordou com a cabeça, o rosto estava abatido, a testa melada de suor e foi incapaz de parar o choro, apenas se calou e continuou a derramar sua tristeza por meio das lágrimas.
O garoto se controlava para conseguir ajuda-la e começou a beijar o ombro magro, ao mesmo tempo que acariciava o cabelo ruivo, a deixando mais calma da maneira que podia.
— Nós podemos adotar, se você quiser. — Murmurou após vários minutos de choro e silêncio. Ele sabia que não seria o mesmo do que ter filhos semelhante aos dois, mas estava desesperado para dar alguma esperança a Lydia.
— O que?
— Você vai casar comigo, sabe disso não é?— Mesmo com todo o pesar, Stiles conseguiu arrancar um mini sorriso dos lábios carnudos.— Nós podemos adotar várias crianças, quantas você quiser e continuar tendo sua carreira brilhante. Eu cuido da casa e dos pequenos enquanto você conquista o Nobel de matemática.
— Eu vou conseguir um Fields, Stiles, já disse que não tem Nobel de matemática. — Sussurou consideravelmente mais calma, sentindo uma nostalgia ao lembrar quando explicou do Fields a Stiles, em um baile da escola, quando mal o conhecia, não sabia nada do mundo sobrenatural e estava perdidamente apaixonada por Jackson.
— Não parece um plano tão ruim assim, né?
— Você não precisa cuidar da casa sozinho.
— Não imagino você lavando um banheiro.
— Uma empregada, talvez? — Sugeriu se distraindo momentaneamente do motivo de sua dor.
— Eu dou conta do trabalho e da casa, não sou mimado igual a você.— Ele sorria docemente, se desfazendo do abraço e deixando Lydia novamente na cama do hospital e ela deixou o corpo mole, deixando ele a guiar.— Você precisa descansar— Assim que falou isso, a garota agarrou a mão de Stiles — Eu não vou a lugar nenhum.
Ela relaxou encarando o namorado que beijou sua testa e a surpreendeu quando levantou sua roupa do hospital e esmagou a boca contra o curativo no seu ventre e continuou a beijar até o alto do estômago.
Stiles apenas sorriu sem jeito e ela se permitiu fechar os olhos, suspirando, chorando um pouco mais. Ele foi até a cadeira novamente, ao lado da cama, onde passou a noite em claro, apoiou a cabeça no ombro da namorada, deixou mais lágrimas escaparem e finalmente dormiu.
***
Scott McCall
A noite foi terrível.
Cheguei tarde em casa, minha mãe continuou no hospital sem pretensão de voltar e a culpa roía meu corpo.
Que tipo de líder eu era? Do que adiantava o título de Alfa genuíno se eu não conseguia proteger ninguém?
Eu já tinha perdido minha caçadora e sabia exatamente como era a dor da morte de um amor e fiz com que Stiles quase perdesse o seu. Agora Lydia estava no hospital, com alguma consequência severa que a médica não quis dizer e era minha culpa.
Quando encontrei Lydia, já era tarde demais, Malia segurava suas costas com uma mão e a outra perfurava seu abdômen. Eu corri na direção das duas, mas ao chegar perto, entendi de imediato que aquela era a Morte, pois senti o mesmo torpor de quando a névoa atacou.
Meu corpo simplesmente paralisou, pensei em Kira que parecia me abandonar, pensei em Allison morrendo em meus braços, no meu pai. Todas lembranças horríveis invadiram minha cabeça e eu fiquei preso naquela agonia, sem consciência de nada, até Callie fazer com que eu voltasse.
Não fui capaz de sequer lutar, deixei Lydia sangrando, minha mãe foi presa no mesmo torpor de horror e Stiles, que era apenas humano, foi capaz de resolver tudo, como sempre fazia.
Acho que ele não tem consciência de que não é o mais fraco, mas sim o mais forte entre todos da alcatéia. Ele não precisa de nenhum dom para enfrentar tudo.
Isaac não estava em casa, no meu celular tinha uma mensagem dele dizendo que estava na casa da Sabrina. Ainda.
Resolvi não atrapalhar, podia contar tudo depois, então apenas fui para um banho rápido e deitei na cama, onde passei a noite em claro, girando e encarando o celular, esperando que Kira me respondesse, uma mensagem que fosse.
Nada.
Chega, o silêncio dela era desesperador, se Kira quisesse terminar comigo ou sair da alcatéia, precisava ter coragem de dizer para mim, acabar de vez essa tortura.
Desisti de continuar deitado as seis da manhã.
Levantei, mandei uma mensagem para Derek dizendo para mandar notícias de Stiles e Lydia. Comi algo rápido, novamente tomei um banho, tentando criar coragem e sem pensar se era cedo demais, peguei a moto e dirigi até a casa da Kira.
Quando estacionei, acabei paralisando. O que eu ia falar? Ela claramente estava me ignorando, o que eu podia dizer?
Não tinha uma resposta, mas simplesmente precisava dela, pois além da saudade, era a única capaz de me fortalecer, de me ajudar a ser um líder melhor.
Kira tinha a mistura perfeita de bondade, coragem e medo, ela sempre sabia como eu deveria agir.
Fui até a porta e bati fraquinho, com uma pequena esperança de que ninguém estivesse em casa e pudesse sair, tendo a justificativa que tentei, mas que não deu certo.
Nem dois minutos depois, o pai de Kira atendeu. Quando me viu, ele arregalou os olhos, surpreso e olhou para trás, encarando algo dentro da casa que eu não podia ver.
— Oi, hã, posso falar com a Kira?— Disse sem jeito e ansioso.
— Ela mandou eu dizer que não está em casa.— Ele disse com uma expressão que não pude entender.
— Kira!— Implorei, escutando o suspiro dela dentro da casa, o seu pai sempre a delatava para mim.
— Filha você precisa...— O pai olhou novamente para casa e me contorci, tentando vê-la.— Pode entrar, Scott.— Ele disse sério, logo em seguida, me deixando ainda mais confuso.
Agradeci e entrei na conhecida casa. O homem subiu as escadas rapidamente, como se quisesse nos dar privacidade e por um momento não consegui acha-la. Movi a cabeça encarando a sala até finalmente a ver, escondida na coluna da parede, apenas metade do rosto para fora, como uma criança se escondendo após fazer uma coisa errada.
Apesar da tensão, culpa, nervosismo e ansiedade, sorri com a expressão doce e quase infantil da Kitsune.
— Ei.
— Oi— Ela sussurou muito baixo.
Perdi o sorriso e fui até ela, andando com calma e receio. Agucei minha audição e ofalto, ela estava preocupada, ansiosa e com medo, o coração disparado. Por que ela estava com medo?
— Eu só quero conversar.
Ela assentiu com a cabeça, mas se retraiu quando segurei seu braço com delicadeza, a puxando para mais perto de mim.
— O que está acontecendo, Kira? — A posicionei de uma maneira que ficou encostada na parede, comigo muito perto, sabia que aquilo a intimidava, mas não podia resistir.
— E-eu...— Ela gaguejou e se calou, encarando o chão, estava extremamente insegura— Soube que Lydia está no hospital.
— Eu falo depois sobre isso.— Insisti a observando corar, ela ficava linda nervosa daquele jeito.
Kira ficou em silêncio e eu respeitei, apesar do meu desejo de simplesmente agarra-la e não deixar que disesse nada. Tinha medo de a perder quando finalmente entendi o quanto a amava, nós estávamos tão bem e ela começou a esfriar de um dia para o outro.
— O que foi, Kira. Fala, por favor. — Pedi e percebi que algumas lágrimas desciam de seus olhos— Você quer terminar comigo? Aconteceu alguma coisa? Eu a magoei?
Ela arregalou os olhos quando eu disse a palavra "terminar" e negou a cabeça rapidamente, o que causou um alívio imenso em mim, ao mesmo tempo que estava agoniado com seu choro, sem entender o motivo.
— Não sei como falar, tenho medo que...
A voz de Kira falhou e a beijei. Segurei o rosto magro com uma mão e envolvi sua cintura com a outra, iniciando um beijo calmo e saudadoso, movendo minha língua e guiando a dela, comando sua boa tímida e surpresa.
Aos poucos, seu corpo tenso relaxou e ela correspondeu o beijo com maior tranquilidade, colocando os braços no meu ombro com insegurança e deixando que eu colasse nossos corpos. Foi aí, que com a audição atenta, escutei um barulho deferente.
Nunca escutei um som como aquele antes, era molhado, baixo, tão baixo que mesmo com o sentindo sobrenatural era quase impossível escutar. Era com um tum-tum regular, acelerado, se assemelhava ao som do bater das asas de uma borboleta de tão mínimo e delicado.
Tentei comparar aquele som com algo que eu conseguia. Será que seria assim o som de uma borboleta mergulhada na água? Não, definitavamente não, o som molhado não era como água, era mais espesso, quase como sangue escorrendo e batendo em um piso duro.
Interrompi o beijo com uma brutalidade que surpreendeu Kira e deixei meus olhos assumirem o vermelho de um Alfa, na tentativa de entender o som.
— Eu estou escutando alguma coisa. — Disse confuso e a expressão de Kira se transformou, mudando da curiosidade para a compreensão. Ela perdeu a cor.
— S-scott, era isso que eu...
Ela tentou dizer algo, mas ergui a mão para que parasse de falar e assim ela fez. O som vinha dela, de Kira.
Inclinei o corpo em sua direção, ainda sem entender. Pus o ouvido perto de seu peito, mas só havia o bater desesperado de seu coração, continuei abaixando, percebendo o nervosismo e ansiedade de Kira aumentar.
Quando encostei a cabeça em sua barriga, o som fraco se tornou mais distinto. Expremi o ouvido ali e envolvi com um braço o quadril de Kira, para que ela não se afastasse.
A compreensão veio com extrema lentidão.
Fiquei por um longo tempo de joelhos, agarrado ao quadril da Kitsune, a cabeça colada em sua barriga. Senti meus olhos se arregalerem e meu próprio coração alcançou o mesmo bater desesperado de Kira, minha boca se escancarou.
Aquele som se assemelhava a um coração batendo, mas um bater extremamente fraco, apesar de veloz.
O comportamento estranho de Kira finalmente fez sentindo em minha mente. Eu não tinha feito nada para a magoar, ela não queria terminar comigo, nem sair da alcatéia, não tinha problema com nenhum de nós. Por isso continuava preocupada, ajudando quando muito necessário, mas se mantendo distante.
O seu nervosismo, o choro, o medo ao me ver, tudo se encaixou. Ela estava com medo da minha reação, não sabia como falar, por isso me evitou tanto.
— Você está grávida.
Por impulso, levantei sua blusa, expondo a barriga levemente arredondada. Coloquei as mãos ao lado de seu umbigo e não consegui evitar de sorrir, apesar de assustado.
Senti lágrimas descendo por meu rosto e quando dei por mim, eu ria, um gargalhada inesperada e repleta de uma felicidade insana.
Levantei e novamente impedi que Kira falasse. A beijei, mas dessa vez nossos corpos não estavam colados, pois minhas mãos continuavam esparramadas na sua barriga.
— Há quanto tempo você sabe disso? — Murmurei beijando seu maxilar e descendo para seu pescoço, matando a saudade desesperadora daquela pele macia.
— Um mês. — Falou arfando e segurando no meu cabelo, o que fez com que eu mordesse seu pescoço. — Scott, meus pais estão em casa.
Suspirei frustado e beijei mais algumas vezes o pescoço arrepiado, sentindo ela estremecer. Ambos choravamos, ela de forma mais clara, soluçando timidamente e eu, apenas com as lágrimas fugindo dos olhos.
— Por que você não me contou antes? Eu pensei que estivesse com raiva de mim.— Eu arfava, a encarando de perto, era incapaz de soltar sua barriga, sentindo seu calor em meus dedos frios.
— Eu fiquei com medo, Scott. Nós temos dezessete anos.
— Não importa— Falei negando com a cabeça, a mente funcionando com rapidez — É por isso que seu pai estava estranho? Eu posso agora conversar com ele.
— Calma, precisamos resolver antes. O que você vai dizer?— Ela disse aflita.
— Não sei, dizer que eu quero essa criança, que vou ter total responsabilidade sobre ela.— Falei rápido, preenchido pela certeza devastadora que já amava aquela criança que se formava.
— Você não está com medo? Preocupado? Como eu vou cuidar de um filho?
— Nós, Kira, nós vamos cuidar— Corrigi e sua expressão demonstrou que a deixei desconcertada.— Provavelmente vou surtar quando sair daqui e minha mãe vai ter um ataque cardíaco, mas agora só consigo pensar que vamos ser pais.
— Meu Deus, Scott, eu amo você! — A forma como Kira falou, negando com a cabeça e sorrindo ao mesmo tempo, fez com que eu beijasse seu rosto.
— Nós vamos resolver isso juntos, Kira— Falei e selei nossas bocas— Se você soubesse o quanto a amo e como já amo essa criança, não teria receio de mais nada.
Ela ainda parecia confusa e receosa, porém, sorriu.
Aquilo era simplesmente inacreditável, eu ia ser pai.
— Tem quanto tempo de gravidez?
— Três meses.
Ri novamente, em um mês já dava para descobrir o sexo do bebê.
Sabia que a Kitsune ainda falaria muito e sua expressão demonstrava que ainda estava preocupada, mas eu não conseguia sentir o desespero, o receio, nem mais nada disso.
Minha mente estava entorpecida pelo sentimento de felicidade e no momento, era a única coisa que conseguia entender.
A garota que eu amava estava grávida de mim.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar..e nos vemos semana que vem