Vitral escrita por Opelon


Capítulo 1
Pelo vitral




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A imagem era desfocada, mas ele ainda podia ver a cena que transcorria à sua frente com precisão.

Notou que o sol estava se pondo, o alaranjado do céu era visível.

Era outono e as folhas voavam para longe das árvores.

O parquinho estava praticamente vazio, as crianças já haviam voltado para casa por estar anoitecendo ou porque o dia na Academia esgotara todas as energias que possuíam.

Praticamente vazio.

Gargalhadas preencheram o ar, um som gostoso, doce e infantil.

– Mamãe! Mamãe! Vamos ao balanço! - A voz era esfuziante e a garotinha não esperou por uma resposta, correu direto para o balanço. O sorriso mostrava a banguela dos dois dentes da arcada superior.

Ele não pode evitar.

Sorriu.

Ela era perfeita, pensou. Em seu peito, algo transbordava.

Amor.

Pela pequena garota de sorriso banguela e cabelos negros.

Atrás dela, uma mulher se aproximava, observou. Tinha o mesmo formato do rosto da garota e um sorriso doce.

Viu quando ela colocou a garota no balanço (os pés da pequena nem chegavam perto do chão!) e quando começou a balançá-la.

E novamente gargalhadas preencheram o ambiente.

E, mais uma vez, aquele sentimento transbordou de seu peito.

– Mais alto, mamãe! Mais alto - Ela era exigente demais para uma criança da idade dela, era como ele.

A mulher se limitava a rir.

E, pela imagem desfocada daquele vitral, viu a terceira figura aparecer.

Passos calmos, rosto sereno.

Como ele nunca pensou que veria.

– Papai, papai! Olha, estou voando! -Ele sentiu a admiração da criança pelo pai no tom de voz que mesma usou.

Era o mesmo tom que eles usavam antes de tudo acontecer.

O vitral embaçou novamente.

Estava na hora de voltar.

Olhou, pela última vez a cena, e viu o homem tomar o lugar da mulher e balançar a criança, sorrindo com uma devoção pálpavel.

– Adeus, irmãozinho - Disse, embora soubesse que Sasuke nunca poderia escutá-lo.

Aquele tempo que lhe fora concedido foi o suficiente para notar que seu irmão vivia feliz e que não era mais a criança assustada e o homem vingativo de antes.

Ver seu pequeno irmãozinho sorrir era o maior presente que poderiam lhe dar, achava. Mas ao ver o olhar que lançava para criança e depois para a mulher de cabelos rosados, Itachi percebeu que estava enganado.

Aquilo era, e sempre seria, o presente mais precioso que recebera.

E Itachi, assim como as folhas do outono, voou para longe.


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Notas finais do capítulo

É, eu sei que não sou boa com dramas, e sei também que a história ficou curta, mas não sou muito boa nesse lance de enrolação :X

Por favor, comentem e me digam o que acharam o/

P.S: Avisem-me se tiver qualquer errinho