The Beauty Inside The Beast escrita por Cameron Fowler, Verena Kutner Einloft


Capítulo 1
Prólogo - A Maldição


Notas iniciais do capítulo

Esperamos que gostem do capítulo!! Esta é só uma amostra do que estará por vir!!



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França, século XIX

Numa noite sem estrelas, um homem encapuzado caminhava em direção à uma taberna, segurando apenas uma pequena bolsa de couro contendo várias moedas de ouro, a porta de madeira range com o couro velho que se movimenta nas dobradiças e todos olham para a porta, um silêncio toma conta do lugar, mas do mesmo modo que veio, o silêncio foi embora, todos voltaram a beber e conversar.

O homem passa despercebido para o fundo do bar, e entra em uma porta quase escondida, dentro do aposento feito de pedras, onde encontrava-se uma grande mesa de madeira redonda, com uma mulher sentada numa cadeira, vestida de vermelho com um adorno na cabeça cheio de joias, assim como no seu colar e pulseira. Na mesa, tinha um amontoado de cartas.

- Estava me perguntando que horas você iria aparecer aqui. – fala a mulher sorrindo ao ver que quem entrara era Rodrick – Como está indo as coisas no castelo, príncipe?

Ele se senta no banco de frente para ela e responde com deboche:

- Você me pergunta como se não soubesse da resposta, não é mesmo, Noemia?

Ela fixa seus olhos negros cotornados com o delineador preto e responde sarcasticamente:

- Procuro ser gentil com os meus clientes, Rodrick. Ciganos não podem começar assustando aqueles que lhes darão dinheiro, não é mesmo?

- Certamente – assente ele – Mas... Será que podemos começar a nossa consulta?

A mulher então, se conserta na cadeira, respira fundo e pergunta:

- Sobre o que você quer saber, majestade?

- Sobre o meu futuro. Meu pai está perto de morrer, está definhando na cama, eu preciso achar uma mulher, e ter filhos... É disso que preciso saber...

Ela assente com a cabeça e manda que ele parta o baralho, ele o faz, como todas as outras vezes que a visitara, ela retira três cartas de um dos montes e as coloca no meio da mesa, vira a primeira, Rodrick a olha e não sabe ver direito o que era, nunca prestava atenção nelas, mas sim no que elas diziam para Noemia.

- Você vai ter filhos sim. Esta carta simboliza a gestação, filhos estarão no seu futuro. – ela vira a segunda carta – Mas será apenas um, a sua esposa, quem quer que ela seja, não terá chances de engravidar novamente, talvez seja algo que ela vá enfrentar na primeira gravidez, que não a deixará engravidar novamente. Ou talvez você que não poderá mais gerar filhos. – a terceira carta é virada – Bom. Diz que será uma bela mulher... Uma mulher que você conhece há muito tempo.

Ela o olha profundamente, e ele fica pensando nas mulheres que já conhecera, mas eram tantas... Qual delas seria?

Noemia pega na mão dele e fala um pouco sem jeito:

- Você sabe o que eu sinto por você...

Rodrick retira a mão debaixo da dela cautelosamente, um pouco mais sério, se levanta do banco e fala:

- Mas pode não ser você quem será minha rainha, não é, Noemia? Aqui está o seu dinheiro. – ele joga a bolsa de moedas na mesa – Tenho que ir.

Rodrick então, sai apressado dos aposentos da cigana, deixando-a sozinha, perplexa. Seu estado sóbrio dá lugar à um momento de raiva, fúria e ódio, começa então a chorar, o amor que sempre sentira por Rodrick nunca fora correspondido, e agora, ele deixara subtendido de que nunca aconteceria nada entre eles dois. Então, com raiva, ela começa a mexer nas suas coisas, acende velas, enche uma vasilha de ouro com água, utiliza algumas ervas e alguns pós e então fala:

- Este seu único filho, Rodrick, será um horror para todos.

Logo ela lança uma maldição:

“O primogênito daquele que me rejeitou, uma horrível aparência terá, e todos aqueles que viver junto à ele, amaldiçoado também será. Apenas com o verdadeiro amor o encanto se quebrará, mas tudo que há de bom no coração, terá de se revelar.”

Quando a cigana havia acabado a sua maldição, ela se sentou de novo na sua cadeira, suas lágrimas escorridas com o delineador haviam deixado rastros negros em sua face branca, ela estava tomada pelo ódio.

Se levantou então da cadeira, vestiu uma capa vermelha, e saiu em direção ao castelo em que o tal príncipe morava. Queria assustar aquele ao qual amaldiçoara. Se ele não seria dela, poderia ser de outra, mas seria infeliz, com uma aberração vinda dele.

Ao chegar ás portas do castelo, os guardas não a deixavam passar, então ela gritou:

- ME DEIXEM PASSAR AGORA! SE NÃO AMALDIÇOAREI À VOCÊS TAMBÉM!

Rodrick, ao ouvir a balburdia no seu portão foi até o local, para saber o que era, e dá de cara com Noemia. Impressionado com a visita da cigana, pergunta:

- O que veio fazer aqui?

Ela sorri de um jeito sombrio, e responde:

- Só vim dizer que: Este único filho que terá, será uma aberração. O seu sangue real acabará aqui. Ninguém amará esta criatura grotesca que sua esposa dará a luz. Ninguém amará uma coisa feia dessas, tenha certeza disso. Todos nós ligamos para a aparência, não há quem diga que não ligue para a beleza.

Rodrick, mesmo temeroso, se casou e engravidou a sua esposa, e no dia em que ela estava prestes a dar a luz, ele se lembrou da maldição. E então ouviu o choro de uma criança, e depois suspiros de admiração. A maldição não havia realmente pego nele e em seu filho.

Um outro choro de outro bebê.

Gritos de horror.

Ele entra no aposento apressado, e se depara com um bebê nos braços de Elleonora, sua mulher. E outro nas mãos de uma das parteiras, com uma expressão horrorizada, tinha uma expressão de nojo e repugnância no seu rosto.
O rei se aproxima vagarosamente, e observa o semblante do seu filho. Aquela aberração não poderia sair de dentro dele, como poderia ter crescido aquilo de dentro da barriga da sua rainha?

Ao olhar para a parteira, observou que a mulher ganhava uma aparência nova, como se seu rosto estivesse em transformação. Seus olhos sumiam e retornavam ao local, assim como todos os outros membros da sua face. Assim como todos os outros naquele castelo. Inclusive ele.

Atordoado com a situação, mandou que levassem este filho de grotesca aparência para o castelo abandonado de um pequeno vilarejo vizinho, que vivesse e crescesse lá. Ele tinha um outro filho. Ninguém precisaria saber da existência da escória amaldiçoada.

E assim foi feito. Partiram assim, cinco carruagens e, em uma delas, um bebê amaldiçoado, nas outras quatro, os que serviriam e cuidariam do tal.

Logo que o recém-nascido havia saído do castelo, todos aqueles que haviam perdido os órgãos faciais, voltaram a ter e tudo ficou como era antes, apenas com um novo segredo para ser escondido de todo o seu reino.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Esperamos que tenham gostado! Nos digam o que acharam!!