Bon Appetite escrita por Tom


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Galera, meu amores, meus queridos e lindos leitores, é o seguinte, eu viajei pra casa do meu pai, e ainda por cima não tinha nenhum computador funcionando aqui em casa, então essa é a minha desculpa por ter demorado tanto pra postar, me desculpem...
Não sei se vocês perceberam, mas troquei a capa da fanfic, porque a minha melhor amiga e a minha namorada estavam reclamando da outra, então...Espero que tenham gostado da nova :)
Finalmente, desejo a vocês uma boa leitura.



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Depois de duas insuportáveis aulas, vieram mais duas aulas de sociologia, aulas nas quais entreguei meu trabalho, o professor elogiou a organização e depois deu o resto da aula livre.

Eu e Romano juntamos nossas cadeiras no final da sala e ficamos conversando, isso até o sinal final tocar, então arrumamos nossas coisas e fomos para o estacionamento das vans, onde é claro...Ficam as vans.

– Quer ir pra minha casa hoje?

Perguntei ao Romano, minha casa fica á duas ruas da dele.

– Se a minha mãe deixar...E é claro que ela vai deixar...Sim.

Eu ri, depois ele pegou seu celular e ligou para a sua mãe, depois de um ou dois minutos ele desligou.

– E aí?

Perguntei.

– Posso ir, só voltar antes das sete.

Minha van chegou naquele momento, nós entramos e ficamos esperando as outras pessoas.

– Caio! Por que não veio de manhã?

– Ah, desculpa Alcides, acordei atrasado.

1- Alcides era o homem chato que dirigia, não tenho nenhum interesse em tirar uma foto dele, nem nenhum interesse em mostrar quem ele é, porque é apenas um homem chato.

– Amanhã você vai acordar cedo e estar na frente da sua casa cedo, me ouviu?

– Sim Alcides.

Sentei no meu lugar, ao lado do de Romano e reclinei meu banco.

Minha irmã chegou logo depois, se sentou no banco do lado com sua amiga Milena.

1. ( http://41.media.tumblr.com/a22529ba33b89dc50bc84a139371ed70/tumblr_nh1my7opr81t0i5z2o1_1280.jpg)

1- Milena, ou Mi como eu gosto de chamar é a amiga mais próxima de minha irmã, elas se encontram todos os dias nem que seja só para trocarem um abraço. Ela mora com o irmão mais velho, a cunhada e os dois sobrinhos, o irmão dela tem trinta e tantos anos, era de Curitiba e foi transferido para Brasília no meio do ano passado, ela veio por escolha própria, filha de pais separados, tem muitos outros irmãos além desse, mas simplesmente preferiu vir e tentar uma coisa nova. Ela está no Segundo B, na mesma sala que a minha irmã.

–Ora ora ora, se não é a estrela guia da minha noite mais escura! Boa tarde Marcela!
– Vai ter que melhorar isso Romano.
Minha irmã já estava se acostumando com as cantadas e os flertes de Romano, não que ele fosse afim dela, mas se ela desse mole…Ele pegava.
Eu também acho que não me importaria em ter minha irmã pegando meu melhor amigo, ou até namorando, ei até acharia algo legal, afinal eu o encontraria mais vezes.
– Meu torrão de açúcar que adoça o amargo da vida?
– Melhorou.
Ela e Milena riram.
– Desiste Romano.
Eu disse rindo e depois colocando os fones de ouvido.
– Ow, vou avisar pro Alcides que vou descer na sua casa.
– Aproveita e diz que a Mi, também vai.
Minha irmã disse.
Depois de um tempo chegamos na minha casa, descemos da van e entramos.
– Mãe, o Romano ta aqui!
–Mãe a Mi ta aqui!
Eu e minha irmã gritamos e fomos para os nossos quartos com nossos convidados.
Como o Romano já havia previsto que eu o chamaria pra minha casa, trouxe uma muda de roupa na mochila.
Trocamos de roupa e fomos pra cozinha, lá encontramos meu irmão e minha mãe, com a mesa pronta.
– Boa tarde Gabriel.
Minha mãe disse
– Boa tarde dona Jamile.
Romano respondeu.
– E aí Di Roma?
– E aí Reimond?
Meu irmão e Romano se apelidavam de muitas coisas, mas estes eram os mais comuns, Di Roma e Reimond.
Sentamos. Logo depois apareceram as meninas.
– Boa tarde Milena.
– Boa tarde Tia Jamile.
Ela disse, mas não olhando pra minha mãe, mas sim para o meu irmão.
– Boa tarde boneca.
Meu irmão disse sorrindo a ela notando que estava sendo engolido pelos olhos de uma menina.
Ela engoliu seco e se sentou.
– Boa tarde.
Disse agora olhando para o prato.
Isso era bom, afinal, este era o primeiro sorriso que meu irmão tinha dado desde Bruna.
Depois de um tempo, sem assunto, minha irmã notou que ainda haviam números bem claros escritos em meu braço.
– E quando vai falar com ela, Caio?
Perguntou. Naquele momento eu senti meu corpo todo parar, como se eu não pudesse mover mais nada do meu corpo, mas consegui olhar para o meu irmão, que estava sorrindo e olhando pra mim.
– Ela quem?
Minha mãe perguntou.
– Caio, você está bem?
Perguntou meu irmão.
– Bom…Bem…Estou bem.
Respondi, rápido.
– Uma menina que ele conheceu no sábado mãe, mas ele está com vergonha de falar com ela, certo?
Ele esperou uma resposta minha, mas não falei nada.
– Certo.
Respondeu minha irmã.
– Mas sem problemas né? Porque ele vai mandar uma mensagem pra ela assim que acabar o almoço, estou errado?
Perguntou de novo.
– Está certo.
Respondeu Romano.
– Mas e você? Porque está tão sorridente Cauã?
Perguntei querendo desesperadamente mudar de assunto.

– Isso, meu caro irmão, não é da sua conta.

– Eu acho que é sim, afinal... Fui eu que fiquei te escutando resmungar durante a noite.

– Eu também fiquei.

Disse a minha irmã.

– Eu entrei no time de basquete.

– O time de basquete da quadra está completo, acho melhor falar a verdade, ou inventar uma mentira melhor.

Dei um sorriso sarcástico. Nossa quadra compete com algumas outras quadras em vários esportes.

– Time de vôlei então?

Só tem time feminino de vôlei.

– Ham... Sobre isso...Fiz uma cirurgia para mudar de sexo, sou uma menina agora.

Sorriu e olhou para a minha mãe, que estava séria, sem achar a menor graça enquanto todos estavam rindo.

– Ok, você bateu o recorde de mentir na cara.

Ri.

– Eu não vou contar, desiste.

Riu, se levantou e foi lavar seu prato.

Depois de um tempo esperei Romano terminar de comer, peguei nossos pratos e fui lavar. Essa é uma regra muito simples de minha mãe, lavar seu prato e o prato de sua vista, pois minha mãe passava o dia no restaurante dela, mas vinha para casa fazer o nosso almoço e almoçar conosco, mas não podia perder muito tempo com isso.

Eu e Romano fomos fazer o dever de casa, ou pelo menos eu, enquanto ele jogava Far Cry 4...Depois trocamos, ele copiou o meu dever e eu joguei um pouco, nessa brincadeira já eram três e meia.

– Quer ir pra quadra?

– Bora.

Respondi. Nos calçamos e andamos para a quadra, lá encontrei meu irmão conversando com uma garota...Garota não, uma mulher, do time de vôlei da quadra, era nossa vizinha da frente, ele estava atacando, chegamos bem na hora do charminho que ele soltava antes de beijar a mina.

– Que...Gostosa!

Romano falou.

– O nome dela é Agatha.

1. (https://38.media.tumblr.com/27f2723f629842c8a03c0d0297e30c46/tumblr_mm653cQK2o1rt8ai5o1_500.jpg)

1- Agatha, nossa vizinha da frente, filha do oficial superior ao meu pai, um General de Brigada, ela geralmente é muito difícil com todos os caras que dão em cima dela, não entendi o motivo de ela querer ficar com o meu irmão por algum motivo, mas se era ela que estava o deixando mais feliz, por que não?

– Agatha, a filha do General de Brigada? Filha do Souza?

– Essa mesma.

– Ta aí, gostei.

– Meu irmão tem uma queda por loiras.

– E eu por ruivas.

Eu ri, sentamos nas grades da quadra e ficamos observando meu irmão beijando a filha do General de Brigada.

– Eu não entendo como o seu irmão consegue tanta garota gata e você nunca pega ninguém.

– Eu fico com garotas bonitas...Tipo...A...Amanda.

– E quem essa seria?

– A irmã da ex do Cauã.

Rimos.

– E é com ela que você tem que falar?

– Sim.

Ele pegou meu celular e levantou meu braço, estava transcrevendo o número de lá para o aparelho.

Eu: Oi, desculpa a demora, eu estava com vergonha de mandar mensagem...Sabe...Por causa do ocorrido...

Quando olhei a mensagem eu ri, mas não porque achei graça, mas porque fiquei nervoso.

– Pronto, agora espera ela responder.

Eu não falei nada depois daquilo, eu tinha ficado com raiva, mas ao mesmo tempo estava aliviado, pois eu não saberia o que falar.

Depois de um tempo cansamos de ficar olhando meu irmão e a loira e fomos para casa, voltar a jogar vídeo game.

Uma hora depois ouvi uma notificação do meu celular.

– Ela respondeu, vai lá ver.

Disse Romano sem nem parar de olhar para o jogo. Soltei o controle e peguei meu celular em cima da cama.

Amanda: Desculpa, estava na aula de inglês, rs...Tudo bem, depois daquilo eu não achei que fosse falar comigo de novo, mas fiquei esperando e tal...

Eu: Mas você me fez prometer que eu mandaria mensagem, e aqui estou eu.

Amanda: Percebi, kk...Mas então, como seu irmão está?

– Ela perguntou do meu irmão, o que eu digo?

– Fala que...Ele está triste ainda, mas que vai ficar tudo bem.

Eu: Ele ainda está triste, mas vai ficar tudo bem.

Amanda: Hum, fico feliz. Eu sinto muito por tudo que ela disse, bom...Ela se arrependeu, está muito triste também e tudo mais, mas é a vida e agora ela tem que arcar com as consequências de ter feito o que fez.

Eu: ...

Amanda: Mudando de assunto, porque falar dos irmãos mais velhos é chato, o que você está fazendo?

Eu: Estava jogando, mas agora...Estou falando com você, kk...

Amanda: Bom, cheguei em casa agora, kkk

Eu: Então eu vou deixar você em paz um pouco...

Amanda! Não, não...Tudo bem! Eu queria te perguntar uma coisa

Eu: Pergunte, kkk

Amanda: É que tem uma festa, num condomínio...Vai ser bem legal e...Eu queria que você fosse, tipo...Eu tenho cinco convites! Até agora só arrumei duas pessoas então...Sobram dois...

Eu: Bom, onde é o condomínio e quando vai ser a festa? Eu posso ver isso...

– Ela me chamou pra uma festa.

– Legal cara...Ta vendo? Era só mandar uma mensagem...

Amanda: A festa vai ser no Entre Lagos, já foi lá? É bem legal...Só um pouco...Longe...Vai ser essa sexta e se tiver um amigo pra levar, vai ser melhor ainda.

– Você vai.

– Hã?

– Ela disse que se eu quiser posso levar um amigo, você vai.

– Ah claro, é assim mesmo...Eu não tenho nem pai nem mãe.

– Romano, me diz uma vez que seus pais te proibiram de ir em uma festa?

– Ta...Quando?

– Essa sexta, lá naquele condomínio... Entre Lagos.

– Meio longe, né?

– É, mas tudo bem, certo?

– Se alguém nos levar...

Eu: Bom, ok...Vou levar um amigo que estuda comigo, depois me passa o endereço certinho.

Amanda: Então você vai? J ♥

Eu: É, eu vou J

Amanda: Então ótimo!

Eu: Amanda, aquilo que rolou no cinema...O que foi?

Amanda: A gente ficou ué, kk

Eu: Mas...Tipo, sei lá, foi diferente...Eu queria saber quais são as chances de acontecer de novo, kkk

Amanda: Bom, tem grandes chances sim.

Amanda: Mas diferente como?

Eu: Como se a gente já tivesse se visto antes.

Amanda: Isso é bom?

Eu: Acho que sim, sei lá...

Amanda: KKKKKKKKKKK

Amanda: Ok então... Meu amante de outra vida...Kkkk

Eu: Faz piada mesmo u.u

Eu: Vai ver o que é bom pra tosse u.u

Amanda: Heitaa, ele vai me ensinar o que é bom pra tosse O.o

Amanda: Kkkkk

Eu: Kkkkk, ok, parei por aqui

Amanda: Ei, você tem cachorro? Ou algum bicho de estimação?

– Ela perguntou se eu tenho algum bicho de estimação.

Romano riu.

– De todas as garotas do mundo, você tinha que escolher a que é você na versão feminina!

– O que eu respondo?

– Fala que tem ué – Riu de novo – Ela está sem assunto.

Eu: Tenho sim, a Rudy, por que?

Amanda: Por nada J Só queria saber, eu tenho uma gatinha, a Kit Kat. É que tipo...Eu adoro animais e...Tô sem assunto ;-;

Eu: É, eu percebi, kkk

Amanda: O que você perguntaria? Kk

Eu: Perguntaria o que você faz da vida.

Amanda: É, bem melhor...

Eu: O que você faz da vida?

Amanda: Estudo, kk

Eu: Kk, não, mas o que você faz, tipo, seus hobbies, eu por exemplo escrevo.

Amanda: Escreve é? Escreve o que?

Eu: Poemas, sou um poeta amador.

Amanda: Me manda um de seus poemas.

Eu: “jamais me declarei estuprador”

só disse que não te estupro porque você não merece.

eu não quero nada vindo de você

muito menos seu pejorativo tom

entre aspas

do movimento

que me salva.

não, bolsonaro. ninguém requere

ser estuprado.

“a questão aqui é ideológica e não de gênero”

eu só consigo sentir o cheiro de lixo quando penso nesse teu dedo morto tentando justificar um crime na tua casa na tua risada no teu cinismo

no teu conforto.

como se luta contra o crime incitando o estupro?

como que se faz justiça quando sua reação de macho exaltado desencadeia surto

nesse teu exército fascista?

teu discurso tem um quê de armamento que o faz quase belicista.

bolsonaro, eu não preciso ser mãe, irmã, prima

ou família.

eu preciso ser

ser

que vive.

eu preciso ser o medo de a cada 12 segundos ter meu corpo violado explorado abusado

desencadeado

por teu bando de urubus que se acham garça.

ou graça.

porque é divertido pra caramba o fato de cinquenta mil mulheres ao ano

terem dedo apontado na cara

obrigadas

a entrar nessa dança de homem que tem dinheiro pra pagar a fiança de um político covarde que grita manchando de sangue a câmara

–que de tanto me sufocar

é quase

como

de gás].

não vou morrer sufocada.

não preciso desse teu empenho mentido vestido

metido

a parcial

pedido

de desculpa

tachando de vagabundo metade desse brasil

metade desse mundo que dorme a madrugada

escorado

em um muro.

eu não confio em animal falando sobre direitos humanos.

sou filha da luta.

teu problema é além de falta de decoro.

teu problema é além de um desaforo.

teu problema é não ficar calado exilado

longe

desse meu

Estado.

porque eu não acredito que cê possa ser mudado.

bolsonaro,

ninguém te merece

como deputado.

(poema sobre você poder até tentar.

manifesto sobre crime

que dessa vez

não vai

passar).

Amanda: Wow, muito bom, merece aplausos!

Eu: Obrigada, rs

Eu: E você?

Amanda: Eu desenho, não são lá os melhores desenhos do mundo, mas eu gosto deles.

Eu: Me manda um.

Amanda:

Eu: Bonito, seria a Kit Kat?

Amanda: Sim, kkk

Amanda: Ei, eu tenho que ir, mas amanhã a gente se fala.

Amanda: Obrigada por ter mandado a mensagem .-.

Eu: Ham...De nada, kk, tchau

Amanda: Bjjs ♥

Eu: J ♥

Romano olhou para o relógio.

– Cara, tenho que vazar, hoje tem jogo do Flamengo, combinei de ir ver com o meu pai!

– Ok, tchau...

Ele juntou suas coisas, fui com ele até a porta.

– Boa sorte.

Eu disse logo após ele ir, no mesmo instante meu irmão chegou e se jogou no sofá.

– Agatha? Mesmo?! A filha do superior do papai?

– Ei carinha, relaxa...Não vai dar em nada...Já falou com a sua namoradinha?

– Ela não é minha namoradinha.

Sentei no sofá, meu irmão riu.

– Já falou com ela?

– Já.

– E aí?

– Ela me chamou pra uma festa.

– Opa! Evolução, quando?

– Sexta, você me leva?

– Se a mamãe deixar você ir, levo sim.

– Valeu.

Sorri.

– Nada.

Riu. E assim foi programado o meu “Encontro” com Amanda.


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Notas finais do capítulo

Bom galera, espero que tenham gostado, porque foi um sacrifício para escrever tudo...Kkk...
O poema do "Caio" na verdade é um poema da minha prima, Isadora Pires, ela tem uma pagina no facebook, se por acaso tenham gostado...Aqui está o link:
https://www.facebook.com/estesiadiversa?fref=ts
Obrigada pela leitura e tenham um bom natal :)



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